Ex-ator de “Malhação” revela que virou diplomata
Gabriel Falcão, que também fez "Julie e os Fantasmas" e "Juacas", foi aprovado no concorrido concurso do Itamaraty
Edney Silvestre é demitido da Globo após 30 anos
O jornalista Edney Silvestre, que fez coberturas marcantes na TV, foi desligado da rede Globo após 30 anos. O profissional de 72 anos fez o anúncio em suas redes sociais. “Queria agradecer esse tempo de apoio, de carinho. Não é um adeus. Com gratidão, até breve”, escreveu. Colegas de profissão lamentaram a saída. “Querido, nós é que somos especialmente gratos pelo seu jeito aconchegante de ser, por sua sensibilidade e talentos inspiradores. Fica mais um buraco na redação”, respondeu a repórter Graziela Azevedo em sua publicação. Ao falar sobre o assunto com a imprensa, Edney confirmou que não foi ele quem pediu para sair. “Foi decisão da empresa. Na rescisão de contrato que assinei estava a frase: ‘demitido sem justa causa’”, revelou, confessando ter ficado surpreso ao ser notificado, enquanto trabalhava numa reportagem do “Globo Repórter”. Apesar disso, o repórter o diretor de jornalismo da Globo, Ali Kamel, enviou uma carta aberta com elogios ao profissional para toda a redação. A partir de agora, Silvestre vai se dedicar a palestras, apresentações de eventos, conferências, peças de teatro, musicais e livros. Ele é um escritor premiado, que venceu o prêmio Jabuti de Literatura com o livro “Se Eu Fechar os Olhos Agora” (2009), transformada numa minissérie da emissora, sob direção de Carlos Manga Jr. em 2018. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Edney Silvestre (@edneysilvestrereal)
Brasil tem nove indicados ao prêmio Emmy Internacional
A premiação do Emmy Internacional, que reconhece os melhores da televisão mundial (fora dos EUA), divulgou nesta quinta (19/9) os concorrentes para sua edição deste ano, com indicações de 21 países. E nove representantes brasileiros estão na disputa por estatuetas. Os destaques individuais da lista são para Marjorie Estiano, que concorre na categoria Melhor Atriz por sua atuação na 2ª temporada de “Sob Pressão”, da Globo, e Raphael Logam, que disputa como Melhor Ator pela série “Impuros”, da Fox. Entre as obras de ficção, “1 Contra Todos”, da Fox, foi indicado como Melhor Série Dramática, “Se Eu Fechar Os Olhos Agora”, da Globo, com Débora Falabella, Mariana Ximenes e Murilo Benício, concorre como melhor Minissérie, o “Especial de Natal Porta dos Fundos”, produzido para a Netflix, na categoria de Comédia, e a série “Magnífica 70” como melhor produção de língua não-inglesa exibida na TV americana – na HBO. A premiação ainda inclui produções brasileiras nas categorias de Documentário (“A Primeira Pedra”, do Futura), Programa de Arte (“Ópera Aberta – Os Pescadores de Pérolas”, da HBO) e Série Curta (“Hack the City”, da National Geographic). Além destas, a produção britânica “McMafia”, que inclui o brasileiro Caio Blat em seu elenco, disputa o troféu de Melhor Série Dramática. “A diversidade, a distribuição geográfica e a qualidade dos indicados deste ano são um testemunho da crescente riqueza de televisão de destaque criada em escala global”, disse Bruce L. Paisner, presidente e CEO da Academia Internacional da Televisão, em comunicado. A premiação acontece em novembro, em Nova York. Confira abaixo a lista completa dos indicados.
Ruth de Souza (1921 – 2019)
A atriz Ruth de Souza morreu na manhã deste domingo (28/7), aos 98 anos. Diagnosticada com pneumonia, ela estava internada, desde o início da semana passada, na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro. Primeira atriz brasileira indicada a um prêmio internacional de cinema, o Leão de Ouro no Festival de Veneza de 1954, Ruth de Souza também foi a primeira atriz negra a construir uma carreira no teatro, no cinema e na televisão do Brasil. E continuava ativa. Seu último trabalho foi na minissérie “Se Eu Fechar os Olhos Agora” , exibida no início de 2019 na Globo. Ruth Pinto de Souza nasceu no dia 12 de maio de 1921 e se interessou pelo teatro ao completar a maioridade, quando descobriu a existência de um grupo de atores liderados por Abdias do Nascimento, que formaram o Teatro Experimental do Negro. Ela fez História ao participar da encenação de “O Imperador Jones”, de Eugene O’Neill, em 1945, como a primeira atriz negra a se apresentar no palco do Teatro Municipal do Rio, abrindo caminho para outros artistas. “Foi lindo aquele dia. A gente celebrando nossa estreia, e o mundo festejando o fim da 2ª Guerra Mundial. O centro da cidade estava lotado de gente”, recordou ela, em entrevista ao jornal O Globo. A repercussão de sua performance lhe rendeu indicações a prêmios e uma bolsa de estudo da Fundação Rockefeller, que a levou a viver um ano nos Estados Unidos. “Aprendi coisas que nunca teria a oportunidade de aprender ficando no Brasil. Ganhei respeito”, disse, sobre a experiência internacional. Ela fez sua estreia no cinema em 1948, no elenco de “Terra Violenta”, por indicação de Jorge Amado. O longa era a adaptação de “Terras do Sem Fim”, do autor baiano, e tinha direção do americano Edmond Bernoudy. E a partir daí se tornou presença constante nas telas, participando de diversas produções das maiores empresas da época: Atlântida, Maristela Filmes e Vera Cruz. Por seu desempenho em “Sinhá Moça” (1953), de Tom Payne e Oswaldo Sampaio, Ruth disputou o Leão de Ouro, no Festival de Veneza de 1954, com estrelas como Katherine Hepburn, Michele Morgan e Lili Palmer, para quem perdeu o troféu por dois pontos. Entre outros filmes do período, incluem-se ainda “Candinho” (1954), uma das comédias mais bem-sucedidas da carreira de Mazzaropi, “Ravina” (1958), de Rubem Biafora, “Fronteiras do Inferno” (1959), de Walter Hugo Khouri, e o clássico “O Assalto ao Trem Pagador” (1962), de Roberto Farias, marco do cinema policial brasileiro. O sucesso alcançado no cinema a levou à televisão, primeiro nos teleteatros da Tupi e da Record, até que, em 1968, foi contratada para integrar sua primeira novela da Globo, “Passo dos Ventos”, de Janete Clair, e nunca mais precisou se preocupar com o desemprego – mesmo aposentada, ela continuava a ter contrato vigente com a emissora carioca, mais de 50 anos depois. Na Globo, tornou-se a primeira atriz negra a protagonizar uma novela, “A Cabana do Pai Tomás” (1969). E participou de cerca de 20 novelas, numa sequência de clássicos do gênero que inclui “O Homem que Deve Morrer” (1971), “Bicho do Mato” (1972), “O Bem Amado” (1973), “Os Ossos do Barão” (1973), “O Rebu” (1974), etc. Também integrou o elenco da novela que adaptou a obra que a consagrou em Veneza, “Sinhá Moça”, em 1986, e do remake da mesma, em 2006, ao mesmo tempo em que se manteve ativa no cinema – em filmes como “Um Homem Célebre” (1974), de Miguel Faria Jr., “Ladrões de Cinema” (1977), de Fernando Campos, “Jubiabá” (1986), de Nelson Pereira dos Santos, e “Um Copo de Cólera” (1999), de Aluizio Abranches, entre outros. Ruth de Souza ainda conquistou o prêmio de Melhor Atriz do Festival de Gramado em 2004, por sua atuação no filme “Filhas do Vento”, de Joel Zito de Araújo. Na ocasião, ela disse: “É uma alegria imensa ter o trabalho reconhecido. As pessoas dizem que abri portas, mas nunca parei para pensar sobre o assunto. Trabalhei muito nesses 70 anos de carreira. Nunca parei, o que é algo difícil para qualquer ator no mundo, ainda mais para um ator negro”. Incansável, a atriz seguiu acrescentando muitas obras à sua imensa filmografia. Entre seus últimos papéis, estão contribuições em filmes como “O Vendedor de Passados” (2015), de Lula Buarque de Hollanda, e “Primavera” (2018), de Carlos Porto de Andrade Junior, inédito em circuito comercial. Na TV, despediu-se vivendo a si mesma na série “Mister Braun” e com a minissérie “Se Eu Fechar Os Olhos Agora”, seu último papel. Ao longo de oito décadas dedicada à dramaturgia, Ruth de Souza se tornou um ícone para várias gerações. Virou parte integral da cultura brasileira. E foi até tema de homenagem de escola de samba, a carioca Santa Cruz, no carnaval deste ano. Lembrada com carinho pelos colegas de profissão, sua morte inundou as redes sociais de lamentações. “Aos 98 anos nossa amada partiu, deixando um legado, uma história incrível e portas abertas para muitos jovens artistas negros”, escreveu a atriz Zezé Motta.
Se Eu Fechar os Olhos Agora: Minissérie de época estreia segunda na Globo
A Globo lança nesta segunda-feira (15/4) na TV e em sua plataforma Globoplay a minissérie de época “Se Eu Fechar os Olhos Agora”, que foi originalmente disponibilizada em agosto no serviço Now, pay-per-view da Net. Veja o trailer abaixo. A produção adapta o romance homônimo do jornalista Edney Silvestre, premiado com o troféu Jabuti em 2010. Mas a prévia evidencia influência do filme “Conta Comigo”, que por sua vez era adaptação de um conto de Stephen King. Passada no começo dos anos 1960, a história gira em torno de dois amigos de infância, Paulo (João Gabriel D’Aleluia e a voz de Milton Gonçalves na narração da trama) e Eduardo (Xande Valois), que durante um passeio descobrem o corpo de uma moça morta, chamada Anita (Thainá Duarte). O crime muda completamente a vida dos dois, que passam a investigar e tentar solucionar o assassinato com a ajuda de um homem misterioso chamado Ubiratan (Antonio Fagundes). Com essa premissa de aventura juvenil, a minissérie aborda várias questões, como racismo, machismo e classes sociais. E Anita não é a única morte da história, que aumenta os riscos para os dois jovens protagonistas. O elenco ainda traz Murilo Benício como o prefeito Adriano, Débora Falabella como a primeira-dama Isabel, Gabriel Braga Nunes como o empresário Geraldo, Mariana Ximenes como sua esposa Adalgisa e Renato Borghi como o marido de Anita, Francisco. A minissérie foi gravada entre novembro de 2017 e janeiro de 2018 na cidade mineira de Catas Altas, de apenas 5,3 mil habitantes. E este cenário natural é um dos pontos altos da produção, escrita por Ricardo Linhares (da novela “Babilônia”) e com direção de Carlos Manga Junior (“Zorra Total”) e André Câmara (“Novo Mundo”). Com 10 episódios, “Se Eu Fechar os Olhos Agora” vai ao ar às segundas, terças, quintas e sextas, logo após a novela “O Sétimo Guardião”.
Leonardo Machado (1976 – 2018)
O ator Leonardo Machado, conhecido por participar de novelas da Globo e pela carreira premiada no cinema, morreu na noite de sexta-feira (28/9), aos 42 anos, em Porto Alegre. Ele lutava contra um câncer no fígado desde o ano passado e estava internado no Hospital Moinhos de Vento, na capital gaúcha. Um dos atores de maior projeção no Rio Grande do Sul, ele começou a filmar curtas em 1998, enquanto fazia teatro – estrelou 14 peças – , até se tornar conhecido nacionalmente ao aparecer na novela “O Clone” (2001), na qual figurou como Guilherme. Também teve um pequeno papel em “Senhora do Destino”, em 2005. Mas sua verdadeira projeção se deu no cinema local, a ponto de se tornar o apresentador oficial do Festival de Gramado por dez anos. “Essa função é sempre um prazer. Eu me criei nessa cidade”, ressaltou em entrevista publicada no último ano. Seu primeiro papel em longa-metragem foi uma pequena aparição em “Lara” (2002), cinebiografia de Odete Lara, musa do Cinema Novo, dirigida por Ana Maria Magalhães. Depois, iniciou sua jornada gaúcha, com “Sal de Prata” (2005), de Carlos Gerbase. Dublou a animação “Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock’n’Roll” (2006), de Otto Guerra, voltou a trabalhar com Gerbase em “3 Efes” (2007), fez “Dias e Noites” (2008), de Beto Souza. E a carreira começou a engatar com o premiado “Valsa para Bruno Stein” (2007), de Paulo Nascimento, vencedor do Festival de Gramado, já como coadjuvante. No segundo filme com Nascimento, “Em Teu Nome” (2009), foi finalmente escalado como protagonista. E conquistou o Kikito de Melhor Ator em Gramado, interpretando um estudante durante a Ditadura Militar (1964-1985). O prêmio abriu de vez as portas na Globo. Ele apareceu na novela “Viver a Vida” (2009), de Manoel Carlos, e se tornou um dos protagonistas da série “Na Forma da Lei”, no papel do juiz Célio Rocha, que trabalhava com a advogada Ana Beatriz (Ana Paula Arósio) no julgamento de crimes investigados por outros personagens. Ainda apareceu na novela “Salve Jorge” (2013) antes de voltar ao Rio Grande do Sul, onde emendou diversas produções regionais de TV – na RBS, do grupo Globo, e na TVE. E deu sequência à sua carreira cinematográfica. A dedicação ao cinema na última década viu sua filmografia se multiplicar e ganhar novos parceiros, como Tabajara Ruas, com quem filmou “Os Senhores da Guerra” (2012), a continuação “Os Senhores da Guerra 2 – Passo da Cruz” (2014) e o ainda inédito “A Cabeça de Gumercindo Saraiva” (2018). Ele esteve ainda entre os protagonistas do épico “O Tempo e o Vento” (2013), adaptação do clássico literário de Érico Veríssimo rodado por Jayme Monjardim com grande elenco (Fernanda Montenegro, Thiago Lacerda, Marjorie Estiano, etc). Fez “A Casa Elétrica” (2012), de Gustavo Fogaça, “Insônia” (2013), de Beto Souza, e o recente “Yonlu” (2018), de Hique Montanari, lançado no final de agosto. Mas não há dúvidas de que seu grande parceiro foi Paulo Nascimento, com quem continuou colaborando em mais quatro filmes: “A Casa Verde” (2010), “A Oeste do Fim do Mundo” (2013), “A Superfície da Sombra” (2017) e “Teu Mundo Não Cabe Nos Meus Olhos” (2018). Os dois ficaram amigos durante a gravação da série “Segredo”, uma coprodução da portuguesa RTP e da Globo, realizada em 2005, o que fez com que Leonardo participasse de todos os projetos do diretor desde então – e ainda fosse estimulado a passar para trás das câmeras, enquanto o diretor se viu convencido a ir para a frente, durante a produção da série gaúcha documental “Fim do Mundo” (2011). Esta experiência de explorar as fronteiras da América do Sul inspirou o filme “A Oeste do Fim do Mundo”, que inaugurou outra função na carreira de Leonardo, como produtor de cinema. Por conta disso, venceu o Kikito de Melhor Filme Latino (em coprodução com a Argentina) no Festival de Gramado, além do prêmio do público do evento. Ativo até o fim, Leonardo se jogou no trabalho no fim da vida, estrelando em 2018 nada menos que quatro longas, um curta e uma minissérie da Globo – “Se Eu Fechar Os Olhos Agora”, divulgada apenas em streaming, por enquanto. Além de “Yonlu” e “Teu Mundo Não Cabe nos Meus Olhos”, já exibidos, ele ainda poderá ser visto neste ano no mencionado “A Cabeça de Gumercindo Saraiva”, previsto para 25 de outubro, e “Legalidade”, do cineasta Zeca Britto, em que encarna o governador gaúcho Leonel Brizola durante os tumultuados anos 1960 – ainda sem previsão de estreia. Seu colega em “Teu Mundo Não Cabe nos Meus Olhos”, Edson Celulari, que também enfrentou um câncer recentemente, lamentou a morte do amigo. “Hoje descansou um amigo que fará muita falta, o querido e talentoso ator Leonardo Machado. Um homem leal, dono de um coração enorme. Companheiro no cinema e parceiro de todas as horas. Que privilégio conhecê-lo!”, escreveu no Instagram.





