Inéditos no Brasil, filmes cotados para o Oscar 2018 já estão nos sites de pirataria
Entra ano, sai ano, o roteiro se repete. As distribuidoras brasileiras atrasam os lançamentos dos filmes cotados para o Globo de Ouro e o Oscar, e os piratas agradecem disponibilizando, antes dos cinemas, as cópias dos títulos inéditos na internet – e nos camelôs. Como já virou tradição natalina, o grupo pirata Hive-CM8 realizou um grande vazamento de screeners – que são os DVDs enviados pelas distribuidoras para os eleitores dos prêmios de melhores do ano. E ainda enviou um comunicado à imprensa justificando o hábito como se fosse uma boa ação. “Estamos compartilhando estes filmes para as pessoas que não podem ir aos cinemas, por doenças ou porque o lançamento limitado não chega a seu país ou comunidade”, afirmou o coletivo. “Não se esqueçam que assistir a essa cópia vazada não é o mesmo que ver a cópia real, então vocês deveriam ir ao cinema e apoiar os produtores se puderem”, completa a nota. Os primeiros títulos disponibilizados foram: “Me Chame pelo Seu Nome”, que estreia nos cinemas brasileiros no dia 18 de janeiro, “A Melhor Escolha”, previsto para 25 de janeiro, e o trio “Lady Bird”, “Três Anúncios para um Crime” e “Eu, Tonya”, programados apenas para 15 de fevereiro.
Versões piratas de La La Land, Moonlight e outros filmes do Globo de Ouro chegam na internet
As primeiras versões piratas dos filmes da temporada de premiações, muitos deles inéditos no Brasil, chegaram à internet no fim de semana, em cópias com qualidade de DVD. As versões de “La La Land”, “Moonlight”, “A Chegada”, “Fences” e “Estrelas Além do Tempo” foram disseminadas via torrents e em serviços de armazenamento de arquivos, linkados por sites especializados em pirataria. Todos os filmes foram indicados ou venceram prêmios no Globo de Ouro 2017. A pirataria foi feita, na maioria dos títulos, pelo grupo Hive-CM8 que vazou cerca de 40 títulos na mesma época do ano passado. A fonte também é a mesma: as cópias vêm de screeners – os DVDs que os estúdios enviam para os eleitores do Oscar, Globo de Ouro e equivalentes, visando votos nos filmes. No ano passado, o FBI foi acionado e identificou um dos screeners, a cópia de “Os 8 Odiados”, que vazou antes da estreia do filme nos cinemas, como pertencente a Andrew Kosove, CEO da produtora Alcon Entertainment, indicado ao Oscar 2010 pela produção do filme “Um Sonho Possível”. Kosove é um importante executivo da indústria do entretenimento, que vota em premiações como o Oscar e o PGA Awards (do Sindicato dos Produtores). Por isso, uma cópia de “Os 8 Odiados” foi enviada antecipadamente para que ele avaliasse e pudesse votar no longa entre os melhores do ano. A investigação identificou a marca d’água (que diferencia o destinatário do screener) das cópias piratas como sendo a do DVD de Kosove, e encontrou o protocolo de recebimento da cópia, assinado por um auxiliar de seu escritório. Mas ele alegou que nunca recebeu o DVD do filme. A polícia trabalhou com a hipótese de um funcionário ter desviado o DVD, mas nenhuma prisão foi feita e o caso esfriou sem que houvesse condenações. Os estúdios não enviam screeners com qualidade de Blu-ray justamente para evitar a pirataria em alta definição.

