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    Lima Duarte ironiza presença da Viúva Porcina no governo do Sinhozinho Bolsonaro

    20 de janeiro de 2020 /

    O ator Lima Duarte ironizou a ida da atriz Regina Duarte à Secretaria da Cultura do governo Bolsonaro. Segundo a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, ele disse que convite feito à atriz é “perfeito para o Brasil de hoje: Sinhozinho Malta na Presidência e Viúva Porcina na Cultura”, comparou, lembrando de seu papel e o de Regina na novela “Roque Santeiro”, clássico televisivo de 1985 e uma das maiores audiências da história da TV brasileira. “Claro que é um Sinhozinho Malta, modéstia à parte, sem o charme do próprio. Bolsonaro e charme são duas coisas incompatíveis”, continuou o intérprete do Sinhozinho Malta real. “Sem o charme, mas com todo o resto [das características do personagem, um coronel da cidade fictícia de Asa Branca].” “Agora, a Porcina, a Regina, não sei no que ela vai se meter. Não quero emitir opinião dela como pessoa, se vai dar certo, se não vai dar certo. Mas parece que é a dela [participar do governo Bolsonaro]. Que seja feliz”, completou Lima, que diz mal conhecer a colega. “Depois da novela nós nos vimos muito pouco. Cada um seguiu sua vida para um lado.” Convidada a assumir a Secretaria Especial de Cultura após a demissão de Roberto Alvim – por basicamente revelar o viés nazista do governo Bolsonaro – , Regina Duarte encontrou Bolsonaro nesta segunda (20/1), no Rio de Janeiro, para conversar sobre o cargo. Em nota, o Palácio do Planalto chamou a conversa de “produtiva” e revelou que a atriz fará uma espécie de teste à frente da pasta. Regina vai a Brasília na quarta (22/1) para conhecer a secretaria. “Nós vamos noivar, vou ficar noiva, vou lá conhecer onde eu vou habitar, com quem que eu vou conviver, quais são os guarda-chuvas que abrigam a pasta, enfim, a família. Noivo, noivinho”, explicou a atriz.

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    Globo avisa que Regina Duarte terá contrato suspenso se entrar no governo Bolsonaro

    20 de janeiro de 2020 /

    A rede Globo emitiu um comunicado em que avisa que, se oficializar seu cargo como secretária especial da Cultura do governo Bolsonaro, a atriz Regina Duarte perderá seu longo vínculo profissional com a empresa. “A atriz Regina Duarte tem contrato vigente com a Globo e sabe que, se optar por assumir cargo público, deve pedir a suspensão de seu vínculo com a emissora, como impõe a nossa política interna de conhecimento de todos os colaboradores”, informou a emissora em nota. Regina Duarte está na Globo desde 1969, com uma breve interrupção entre 1984 e 85. São cerca de 50 anos de contrato. Nesta segunda-feira (20/1), a atriz não deixou totalmente claro o seu novo status profissional. Após um encontro com o presidente Jair Bolsonaro, que a convidou para ocupar a Secretaria de Cultura no lugar de Roberto Alvim, demitido por vacilar e deixar claro o projeto nazista do governo para a Cultura, ela disse que faria um período de “teste” no cargo, viajando a Brasília para conhecer a estrutura do órgão. “Estamos noivando”, afirmou. A atriz estreou na Globo justamente numa novela sobre noivado, “Véu de Noiva”, de Janete Clair, dirigida por Daniel Filho. Logo, acumulou papéis românticos de sucesso, em novelas que marcaram época, como “Irmãos Coragem”, “Selva de Pedra”, “Carinhoso”, “Fogo Sobre Terra”, “Sétimo Sentido” e “Minha Doce Namorada”. Esta última lhe rendeu o apelido de “namoradinha do Brasil”. A maior guinada de sua trajetória foi ter feito a pioneira série feminista “Malu Mulher” no começo dos anos 1980, mas ela logo esclareceu que não era feminista nem acreditava na luta da personagem por dignidade e independência. Ela só se afastou da Globo por um breve período, entre 1984 e 1985, quando protagonizou a série “Joana”, de Manoel Carlos, uma produção independente exibida na Manchete e posteriormente no SBT. Voltou ainda em 1985 para ser a protagonista de “Roque Santeiro”, um dos maiores sucessos da TV brasileiro e emendou outros campeões de audiência, como “Vale Tudo”, “Rainha da Sucata” e “Por Amor”. Nos últimos tempos, porém, os papeis de destaque começam a ser mais raros, o que a incomodou, como disse em entrevista de 2017 ao jornal O Globo, por ocasião de seus 70 anos. “Isso me gerou muita frustração no começo, mas eu me acostumei”, afirmou. Bolsonaro já declarou que considera o Grupo Globo seu “inimigo” e chegou a sugerir que pode não renovar a concessão para que a empresa continue a operar seus canais de TV. Após acusar a Globo de praticar “jornalismo sujo”, Bolsonaro registrou sua ameaça num vídeo, divulgado em novembro passado. Ele também já mandou diminuir a verba de publicidade federal destinada ao grupo de comunicação da Globo, teria mandado a Receita Federal passar pente fino no contrato entre a empresa e seus atores mais famosos e há indícios de que séries e filmes do grupo possam ter dificuldades para conseguir incentivos ou acesso à verba do FSA (Fundo Setorial do Audiovisual) – o que agora pode vir a ser decidido por Regina Duarte. Segundo a Veja, Regina Duarte tem salário fixo de R$ 60 mil — e passa para R$ 120 mil quando está no ar em alguma novela.

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    Regina Duarte apoiou censura ao Porta dos Fundos e ironizou indicação de Democracia em Vertigem ao Oscar

    20 de janeiro de 2020 /

    A recém-anunciada secretária interina (?) da Cultura do Brasil, Regina Duarte disse que fará um período de teste para decidir se aceita ser oficializada no cargo. Caso o “casamento” seja consumado, ela afirmou que sua meta será pacificar a relação da classe artística com o governo. No entanto, Regina Duarte é parte integral da onda de ataques à Cultura e artistas do Brasil sob o governo Bolsonaro. Alguns “analistas” chegaram a comentar que a escolha de Regina Duarte ajudaria a tirar o viés ideológico que transformou a pasta em trincheira de guerra cultural. Mas trata-se de uma constatação digna de ficção de novela. A nova integrante do governo apoiou o movimento de censura ao Especial de Natal “A Primeira Tentação de Cristo”, do Porta dos Fundos, e ironizou a indicação de “Democracia em Vertigem” ao Oscar com uma ilustração de terceiros. No dia 12 de janeiro, depois que o Porta dos Fundos sofreu um atentado terrorista e o presidente do STF (Superior Tribunal Federal) Dias Toffoli derrubou uma decisão inconstitucional do desembargador Benedicto Abicair, que havia mandado a Netflix tirar o filme do ar, Regina Duarte compartilhou um vídeo gravado pelo ator Carlos Vereza em que ele alerta sobre “a lei do retorno”, fazendo ameaças aos humoristas. “Não é que Jesus vai se preocupar com a Porta dos Fundos e vai se vingar de vocês, Jesus é perdão antecipado, Maria é perdão antecipado. Não, eles estão extremamente amando vocês, eles são amor”, diz o ator. “Agora, existe uma lei que independe de Jesus, que é a lei que mantém o universo, pra que o universo não despenque, pra que haja sol, lua, ação e reação. Essa lei é a lei retorno. Vocês plantaram, claro, vocês têm todo o direito de fazer a plantação. Agora aguardem a colheita”, conclui. Vale lembrar que, duas semanas antes, a produtora do grupo tinha sofrido um atentado incendiário, no Rio, que quase resultou na morte de um segurança. Um dos autores confessos do ataque era um ativista de direita filiado ao PSL, partido que elegeu Bolsonaro. Já em relação ao documentário brasileiro “Democracia em Vertigem”, de Petra Costa, indicado para o Oscar 2020, Regina compartilhou um meme do movimento Vem pra Rua. No dia em que o filme nacional foi anunciado entre os indicados na categoria de Melhor Documentário, ela publicou em seu Instagram a ilustração com uma foto da avenida Paulista lotada e a legenda: “Um Oscar pra você que foi pra rua derrubar o governo mais corrupto da história”, e incluiu aplausos ao texto. A atriz também eternizou frases polêmicas, em suas posições políticas. Dois dias antes do segundo turno que elegeu Bolsonaro, em 2018, ela elogiou o machismo, o racismo e a homofobia do então candidato, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. “Quando conheci o Bolsonaro pessoalmente, encontrei um cara doce, um homem dos anos 1950, como meu pai, e que faz brincadeiras homofóbicas, mas é da boca pra fora, um jeito masculino que vem desde Monteiro Lobato, que chamava o brasileiro de preguiçoso e que dizia que lugar de negro é na cozinha”, disse. Esta é a mesma Regina Duarte que fez campanha contra Lula, dizendo que tinha “medo” do que aconteceria no país se ele fosse eleito em 2002. Como todos sabem, a democracia se fortaleceu com Lula, cujo governo pode ser acusado de populista e corrupto, mas nunca de machista, racista, homofóbico ou… nazista. Nazismo é, sem dúvida alguma, razão para se ter muito medo. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Regina (@reginaduarte) em 12 de Jan, 2020 às 4:41 PST Ver essa foto no Instagram 👏🇧🇷👏🇧🇷👏🇧🇷👏🇧🇷🙏👏 Uma publicação compartilhada por Regina (@reginaduarte) em 15 de Jan, 2020 às 5:20 PST

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    Regina Duarte fará período de “teste” na Secretaria da Cultura

    20 de janeiro de 2020 /

    A atriz Regina Duarte, convidada para assumir a Secretaria Especial de Cultura após a demissão de Roberto Alvim – por basicamente revelar o viés nazista do governo Bolsonaro – , encontrou o presidente da República nesta segunda (20/1), no Rio de Janeiro, para conversar sobre o cargo. Em nota, o Palácio do Planalto chamou a conversa de “produtiva” e revelou que a atriz fará uma espécie de teste à frente da pasta. Regina vai a Brasília para conhecer a secretaria. Falando à colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, a atriz deu mais detalhes. “Nós vamos noivar, vou ficar noiva, vou lá conhecer onde eu vou habitar, com quem que eu vou conviver, quais são os guarda-chuvas que abrigam a pasta, enfim, a família. Noivo, noivinho”, afirmou. É esperado que, caso o casamento se concretize, ela reveja algumas nomeações feitas pelo ex-secretário Roberto Alvim. Em conversas reservadas, segundo Mônica Bergamo, Duarte já estaria considerando algumas pessoas para compor sua eventual equipe — uma delas seria o ator Carlos Vereza, outro apoiador raivoso de Bolsonaro, que tem feito ataques e ameaças constantes contra o Porta dos Fundos desde a polêmica sobre o Especial de Natal. Regina Duarte já havia sido chamada anteriormente para o posto por Bolsonaro, mas recusou. Dessa vez, no entanto, o assédio a ela aumentou, devido às condições da saída de Alvim. Bolsonaro precisava de um nome que pudesse melhorar sua imagem, que ficou mais nazista nos últimos dias. Para conquistar seu “sim” e prestigiá-la no cargo, uma possibilidade que vem sendo avaliada no governo é a de recriar o Ministério da Cultura. Na entrevista com a colunista da Folha, a atriz disse que começa seu teste nesta quarta (22/1), mas não deixou claro se haverá nomeação no Diário Oficial durante esse período e não quis confirmar se colocou condições para aceitar o cargo. “Quero que seja uma gestão para pacificar a relação da classe com o governo. Sou apoiadora deste governo desde sempre e defendo a classe artística desde os 14 anos”, disse Duarte. Além de atacar a classe artística e implementar um projeto de destruição cultural, Bolsonaro também já declarou que o Grupo Globo, que emprega a atriz, é seu inimigo. Nos últimos dias, a Receita Federal teria começado uma devassa nas contas dos principais atores da empresa para denunciá-los por sonegação. O advogado Leonardo Antonelli, irmão da atriz Giovanna Antonelli e defensor de vários atores que caíram na malha de Bolsonaro, acusa o governo de perseguição para “destruir a Globo” por meio de prejuízo aos artistas da casa.

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    Guerra Cultural: Bolsonaro estaria usando a Receita Federal contra atores da Globo

    19 de janeiro de 2020 /

    O presidente Jair Bolsonaro teria mandado a Receita Federal passar um pente fino nos contratos da rede Globo com seus atores mais famosos. A informação é da coluna Radar, da revista Veja. Segundo a publicação, o governo ampliou a fiscalização de contratos da emissora e passou a autuar os artistas de maior salário. A Receita quer saber por que o vínculo é como PJ (Pessoa Jurídica) e não CLT (carteira assinada). Quem é PJ paga alíquota menor de Imposto de Renda. Caso fique comprovado ter havido fraude a fim de burlar a tributação, a multa às celebridades enquadradas pode chegar a 150% da diferença de valor. O advogado Leonardo Antonelli, irmão da atriz Giovanna Antonelli e defensor de vários atores que caíram na malha de Bolsonaro, acusa o governo de perseguição para “destruir a Globo” por meio de prejuízo aos artistas da casa. Caso a perseguição seja comprovada, deve ir parar no STF (Supremo Tribunal Federal) e manchar ainda mais a reputação do presidente, por usar a máquina estatal de forma mesquinha para praticar vingancinha. Bolsonaro já declarou que considera o Grupo Globo seu “inimigo” e chegou a sugerir que pode não renovar a concessão para que a empresa continue a operar seus canais de TV. Após acusar a Globo de praticar “jornalismo sujo”, Bolsonaro registrou sua ameaça num vídeo, divulgado em novembro passado. “Pague tudo o que deve. Certidões negativas, tudo. Para não ter problema. Não vou passar a mão na cabeça de ninguém. Da Globo nem de ninguém. Vocês têm que tá em dia para renovar a concessão. Tô avisando antes para não dizer que estou perseguindo vocês”, declarou o presidente na ocasião, mais transtornado que o costume, mas em seu habitual estilo retórico de dizer que não está fazendo o que está fazendo. Ele também já mandou diminuir a verba de publicidade federal destinada ao grupo de comunicação da Globo e há indícios de que séries e filmes da empresa possam ter dificuldades para conseguir incentivos ou acesso à verba do FSA (Fundo Setorial do Audiovisual). Ao mesmo tempo, Bolsonaro convidou uma das principais atrizes da emissora, Regina Duarte, para assumir Secretária Especial da Cultura, que ficou vaga após a demissão do antigo secretário, Roberto Alvim, após este praticamente se assumir nazista para todo o Brasil. Resta saber se Regina Duarte também foi alvo da Receita, ou se para os amigos de Bolsonaro a lei é diferente. Segundo a Veja, Regina Duarte tem salário fixo de R$ 60 mil — e passa para R$ 120 mil quando está no ar em alguma novela. Não se sabe se por PJ ou CLT.

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    Regina Duarte confirma convite de Bolsonaro para assumir Cultura

    17 de janeiro de 2020 /

    A atriz Regina Duarte confirmou na noite desta sexta (17/1) que recebeu um convite do presidente Jair Bolsonaro para assumir o comando da Secretaria da Cultura, após a demissão de Roberto Alvim, por plagiar discursos nazistas. A revelação foi feita durante entrevista para o programa “Os Pingos nos Is”, da rádio Jovem Pan. “O presidente me ligou. Eu fiquei muito surpresa, porque ainda estava digerindo todas as coisas que causaram o afastamento dele [Alvim]. Eu falei para o presidente ‘Desculpa, presidente, mas não estou preparada para isso’. E ele disse: ‘Então se prepare, porque eu quero você'”, relatou a atriz de inúmeras novelas da Globo no currículo. Ela ressaltou que reluta em aceitar, mas prometeu responder ao convite de Bolsonaro até a próxima segunda-feira. “Eu não me sinto preparada, porque acho que a gestão pública é algo complicado, uma pasta como a da Cultura, muito mais. Este é um país imenso e continental, tem muitos artistas, grupos, criações, vamos querer abraçar tudo. Então, eu fico muito preocupada de não estar preparada”, admitiu ela. “Estou aí pensando, não quero dizer nada, responder nada. Falei com dois filhos meus e eles ficaram surpresos, um tanto assustados, com o convite. Tenho que pensar em coisas que não imaginava estar pensando agora”, completou. O nome da atriz ganhou forças nos bastidores por conta de sua popularidade entre o público noveleiro do país. Assumidamente de direita, a atriz fez campanha por Bolsonaro e chegou a dizer que tem “muita confiança na vontade dele [Bolsonaro] de lutar por um Brasil melhor”. “Fico até contente de vê-lo preocupado com a Cultura”, afirmou em novembro, quando Alvim foi nomeado para a secretaria. Regina é uma das conselheiras do Pátria Voluntária, programa da primeira dama Michelle Bolsonaro para fomentar a prática do voluntariado. Ela já teria sido convidada anteriormente a participar do governo, mas recusou. Dessa vez, no entanto, o assédio aumentou. Vale lembrar que, ao assumir a secretaria, Alvim chegou a antecipar que sabia que sua carreira tinha acabado naquele momento. Foi, de fato, uma premonição certeira. Regina Duarte já tem 72 anos. Também estaria pronta para se aposentar? Afinal, os planos de Bolsonaro para a Cultura parecem mirar inevitavelmente os patrões da atriz, a rede Globo, que o presidente considera sua inimiga pessoal.

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    Guerra Cultural: Roberto Alvim fez mais que copiar um trecho de discurso nazista

    17 de janeiro de 2020 /

    Roberto Alvim, demitido do cargo de secretário especial da Cultura após parafrasear um discurso nazista num vídeo divulgado na quinta-feira (16/1) em nome do governo federal, tentou justificar-se afirmando ter sido vítima de uma infeliz coincidência num pequeno trecho de sua apresentação. Mas não foi só um trecho. E nem apenas uma única coincidência. Apresentado no mesmo dia do vídeo polêmico pelo presidente Bolsonaro como “um secretário de Cultura de verdade, que atende o interesse da maioria da população brasileira”, Alvim usou não uma, mas duas frases de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da Alemanha do governo de Adolf Hitler, para falar de como pretendia moldar a Cultura no Brasil. Ele também escolheu como trilha do vídeo uma das músicas favoritas de Hitler e ainda se apresentou num enquadramento similar a uma famosa foto de Goebbels. E mais… No pronunciamento de seu vídeo, Alvim prometia que “a arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada.” Além de remeter à definição nazista de arte, esse trecho foi quase cópia de um discurso em que Goebbels disse: “A arte alemã da próxima década será heroica, será ferramenta romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”. A similaridade entre os discursos causou grande repercussão nas redes sociais e gerou manifestações entre a classe política. Entre os que pediram a saída de Alvim estavam ninguém menos que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-A​P), e do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. Alvim chegou a ir às redes sociais defender sua visão para a arte brasileira, difundindo a versão de que a semelhança entre os discursos era uma simples “coincidência”. “Foi apenas uma frase do meu discurso na qual havia uma coincidência retórica. Eu não citei ninguém. E o trecho fala de uma arte heroica e profundamente vinculada às aspirações do povo brasileiro. Não há nada de errado com a frase”, ele chegou a escrever. Foi além, acrescentando: “A frase em si é perfeita: heroísmo e aspirações do povo – é o que queremos ver na Arte nacional”, deixando claro o projeto nazista que pretendia implementar no Brasil. Goebbels fez seu discurso triunfalista em 8 de maio de 1933 em um pronunciamento para diretores de teatro, segundo o livro “Joseph Goebbels: uma Biografia”, de Peter Longerich, publicado no Brasil pela editora Objetiva. Além da cultura, o ministro da Propaganda nazista também controlou a educação da Alemanha, revisando todo o conteúdo didático para eliminar influências esquerdistas, como acontece sob o governo Bolsonaro. Além disso, censurou a imprensa, o cinema, o rádio, a música e o teatro, para permitir que apenas a ideologia nazista fosse transmitida, de modo a realizar lavagem cerebral na população. Foi extremamente bem-sucedido e as consequências foram o Holocausto e a 2ª Guerra Mundial. Enfim, ao contrário do que afirmou Alvim, a coincidência com a ideologia nazista não se deu em “apenas uma frase”. Há outro trecho do vídeo que remete à Goebbels, em que Alvim diz: “Ao país a que servimos, só interessa uma arte que cria a sua própria qualidade a partir da nacionalidade plena e que tem significado constitutivo para o povo para o qual é criada”. Em abril de 1933, em carta aberta ao regente Wilhelm Furtwängler, Goebbels escreveu que só podia existir “uma arte que no fim cria a sua própria qualidade a partir da nacionalidade plena (…) e tem significado para o povo para o qual é criada”. Esta frase também está transcrita no livro de Longerich. Assim, já foram identificadas duas frases de Goebbels no discurso do ex-secretário de Bolsonaro. Também pode ter sido coincidência, por certo, que o vídeo de Alvim tenha escolhido como trilha sonora a ópera “Lohengrin”, de Richard Wagner, compositor alemão que era ícone do regime nazista. Segundo Adolf Hitler, em seu livro “Minha Luta”, a composição foi “decisiva” em sua vida. Não por acaso, esta também foi a música escolhida por Charles Chaplin para a cena do globo terrestre em “O Grande Ditador”, que ridicularizava os delírios de grandeza de Hitler. Mas talvez o maior caso de convergência tenha sido o material encontrado no gabinete do secretário pelo jornal O Globo, antes que Alvim pudesse dar rumo a seus pertences. “Enquanto a reportagem de O Globo aguardava para ser atendida por Alvim — o terceiro veículo da fila — uma de suas auxiliares foi avisada de que ele fora convocado por Bolsonaro para uma reunião no Palácio do Planalto e já tinha deixado o prédio”, descreveu o jornal carioca. A repórter Paula Ferreira, então, entrou na sala e encontrou um pedaço do papel com o lema do secretário demitido, “Cultura – Base da Pátria”, e a frase em alemão “Wo ist der design?”. O único design que pode ser visto na página é uma cruz pátea, também conhecida como a cruz dos templários, que virou símbolo alemão de honra ao mérito, ao ser transformada em medalha para premiar atos de heroísmo na 1ª e na 2ª guerras. Ela aparece ao lado do lema, como pode ser visto mais abaixo. O ex-secretário estava trabalhando num prêmio cultural, o Prêmio Nacional das Artes, que pretendia distribuir mais de R$ 20 milhões para obras conservadoras. O design citado e encontrado no papel poderia ser de uma medalha para os vencedores do tal prêmio, um símbolo ligado à história nazista, mas menos agressivo que a suástica e que também possui conexões católicas – podendo, portanto, ser apresentado como exemplo de sua inspiração na fé e em Deus. “Ele (Jair Bolsonaro) pediu que eu faça uma cultura que não destrua, mas que salve a nossa juventude. A cultura é a base da pátria. Quando a cultura adoece, o povo adoece junto. É por isso que queremos uma cultura dinâmica e, ao mesmo tempo, enraizada na nobreza de nossos mitos fundantes. A pátria, a família, a coragem do povo e sua profunda ligação com Deus amparam nossas ações na criação de políticas públicas. As virtudes da fé, da lealdade, do autossacrifício e da luta contra o mal serão alçadas ao território sagrado das obras de Arte”, disse Alvim em seu discurso, misturando fervor nacionalista, agora de notória origem nazista, com tom assumidamente evangélico. Para completar, vale reparar ainda na composição visual do vídeo gravado por Alvin, que remete a uma foto famosa de Goebbels. A diferença é que, em vez de um retrato de Bolsonaro, o ministro alemão tinha Hitler às suas costas. Compare as duas imagens abaixo.

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    Guerra Cultural: Bolsonaro convida Regina Duarte para secretaria da Cultura

    17 de janeiro de 2020 /

    A demissão do Secretário Especial da Cultura Roberto Alvim deixou em evidência a aspiração nazista do projeto cultural do governo Bolsonaro. Demitido por parafrasear o ministro da propaganda da Alemanha nazista, Joseph Goebbels, num discurso divulgado em vídeo num site oficial do governo, Alvim deixou o presidente nu diante de literalmente todo o mundo, alimentando críticas internacionais na imprensa e até em governos estrangeiros. O impacto desestabilizou o governo, que optou pela política do avestruz, escondendo seu cabeça em meio à crise. A assessoria do Palácio do Planalto disse que Bolsonaro não vai comentar a demissão nem admitir sua responsabilidade pela contratação de “um secretário de Cultura de verdade”, nas palavras do presidente. Ao mesmo tempo, sua equipe está buscando alternativas emergenciais para lidar com a situação, considerando desde soluções de combate ao incêndio até opções por mais incendiários. O nome da atriz Regina Duarte vem ganhando forças nos bastidores por conta de sua popularidade entre o público noveleiro do país. Assumidamente de direita, a atriz fez campanha por Bolsonaro e chegou a dizer que tem “muita confiança na vontade dele [Bolsonaro] de lutar por um Brasil melhor”. “Fico até contente de vê-lo preocupado com a Cultura”, afirmou em novembro, quando Alvim foi contratado para a secretaria. Regina é uma das conselheiras do Pátria Voluntária, programa da primeira dama Michelle Bolsonaro para fomentar a prática do voluntariado. Ela já teria sido convidada anteriormente a participar do governo, mas recusou. Dessa vez, no entanto, o assédio aumentou. Segundo informações da Folha de S. Paulo, ela teria dito a interlocutores que ficou animada, mas ainda está em dúvidas sobre assumir o cargo, pedindo um dia para refletir. Ao assumir a secretaria, Alvim chegou a antecipar que sabia que sua carreira tinha acabado naquele momento. Foi, de fato, uma premonição certeira. Regina Duarte estaria pronta para se aposentar? Afinal, se o substituto de Alvim seguir as mesmas linhas, estará fazendo nada mais, nada menos que defender a continuidade da política do fã de Goebbels, com a aplicação de “filtros” para criar uma “arte nacionalista” ou “pura” – ideias incentivadas por Bolsonaro. Se fizer o contrário, porém, poderia ser acusada de compactuar com uma agenda “esquerdista”. Não há isenção possível após a radicalização do ex-secretário. Este suposto “esquerdismo” também traz ressalva ao nome do secretário de Audiovisual, André Sturm, outro cotado para o cargo. Ex-integrante do governo de João Dória, em São Paulo, ele tem trânsito melhor com o centro, tanto que passou por um pente fino do governo em dezembro quando foi anunciado para assumir a Secretaria de Audiovisual. Entretanto, seria uma guinada muito grande para o projeto de hegemonia cultural de Bolsonaro. Há quem ainda sugira nova consulta a Olavo de Carvalho, o terraplanista de Virgínia, que pode ter “alunos” mais discretos que Alvim. Mas há ideias ainda mais radicais. O procurador Aílton Benedito, secretário de Direitos Humanos da Procuradoria Geral da República, aproveitou a demissão de Alvim para defender a extinção pura e simples da Secretaria Especial de Cultura. Não só isso: de todos os programas, políticas e ações de fomento, financiamento e atividades culturais. “Diante do malfadado vídeo que levou à demissão do Secretário Especial de Cultura do governo federal, parece que é unânime, da esquerda à direita, a conclusão de que o Estado não deve assumir para si a direção da cultura no Brasil. Portanto, a Secretaria deveria ser extinta”, escreveu Benedito no Twitter, apesar de ninguém afirmar o que ele diz ser “unânime”. “Extinguir-se-iam a Secretaria Especial de Cultura do governo federal, bem como todos os programas, políticas e ações de fomento, financiamento, patrocínio de atividades culturais, a fim de impedir que o Estado dirija a cultura no Brasil. E viva a liberdade cultural!”, acrescentou. De fato, Bolsonaro tenta dirigir a Cultura, como nazistas e até comunistas históricos tentaram antes dele. Mas a opção pela “liberdade cultural” é falaciosa. Seria similar à decisão de extinguir o Ministério da Economia e todas as atividades reguladoras do Estado, em nome da “liberdade econômica”. Para o fomento cultural funcionar sem dirigismo, a receita é a mais simples possível: seguir as orientações de isenção que costumavam nortear os comitês responsáveis por editais e distribuição da verba da FSA (Fundo Setorial do Audiovisual). Vale lembrar que incentivos culturais bancaram tanto “Marighella”, sobre um terrorista de esquerda, quando “O Jardim das Aflições”, documentário premiado sobre o guru da extrema direita brasileira, inclusive de Alvim e Bolsonaro. Também é importante ouvir o mercado – como os liberais deveriam exigir – , mas sem prejudicar carreiras já reconhecidas por premiações nacionais e internacionais e jamais deixar de investir na descoberta de novos talentos. Não é difícil. Mas requer boa vontade, o que nunca houve no governo Bolsonaro, por conta da postura belicosa de guerra cultural, que divide os brasileiros entre inimigos e aliados, quando deveriam ser todos atendidos igualmente pelo estado, sem exceção.

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    Guerra Cultural: Secretário de Cultura é demitido após copiar discurso nazista

    17 de janeiro de 2020 /

    A Secretaria Especial da Cultura informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o secretário Roberto Alvim foi demitido do cargo. A exoneração acontece um dia depois de Jair Bolsonaro dizer que “depois de décadas, agora temos sim um secretário de Cultura de verdade, que atende o interesse da maioria da população brasileira”, em sua live de quinta-feira (16/1), e após Alvim sugerir que o presidente não fazia censura, mas “curadoria” ao barrar certos conteúdos da produção cultural. O motivo foi um vídeo divulgado no site oficial da Secretaria, em que Alvim adotou discurso nazista, chegando a parafrasear Joseph Goebbels, o ministro da Propaganda da Alemanha do governo de Adolf Hitler, para falar de como pretende moldar a Cultura no Brasil. O discurso causou grande repercussão nas redes sociais e gerou manifestações entre a classe política. Entre os que pediram a saída de Alvim estão ninguém menos que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-A​P), e do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. No pronunciamento de seu vídeo, Alvim prometia que “a arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada.” Este trecho remete à definição nazista de arte. E é quase cópia do discurso em que Goebbels diz: “A arte alemã da próxima década será heroica, será ferramenta romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”. Diante da clareza identitária entre os dois projetos culturais, Alvim foi às redes sociais defender sua visão para a arte brasileira. “Foi apenas uma frase do meu discurso na qual havia uma coincidência retórica. Eu não citei ninguém. E o trecho fala de uma arte heroica e profundamente vinculada às aspirações do povo brasileiro. Não há nada de errado com a frase”, ele chegou a escrever. Foi além, acrescentando: “A frase em si é perfeita: heroísmo e aspirações do povo – é o que queremos ver na Arte nacional”, deixando claro o projeto nazista que pretendia implementar no Brasil. Goebbels fez seu discurso triunfalista em 8 de maio de 1933 em um pronunciamento para diretores de teatro, segundo o livro “Joseph Goebbels: uma Biografia”, de Peter Longerich, publicado no Brasil pela editora Objetiva. Além da cultura, ele também controlou a educação da Alemanha, revisando todo o conteúdo didático para eliminar influências esquerdistas, como acontece sob o governo Bolsonaro. Além disso, censurou a imprensa, o cinema, a música e o teatro, para permitir que apenas a ideologia nazista fosse transmitida, de modo a realizar lavagem cerebral na população. Foi extremamente bem-sucedido e as consequências foram o Holocausto e a 2ª Guerra Mundial. Após dizer que o ideário nazista “é o que queremos ver na Arte nacional”, a situação de Alvim se tornou insustentável. Ele voltou à sua página do Facebook em tom mais resignado, afirmando que não tinha noção da origem nazista da ideologia expressa na frase-chave de seu discurso. “No meu pronunciamento, havia uma frase parecida com uma frase de um nazista. Não havia nenhuma menção ao nazismo na frase, e eu não sabia a origem dela. O discurso foi escrito a partir de várias ideias ligadas à arte nacionalista, que me foram trazidas por assessores”, Alvim tentou se defender. “Se eu soubesse, jamais a teria dito. Tenho profundo repúdio a qualquer regime totalitário, e declaro minha absoluta repugnância ao regime nazista. Meu posicionamento cristão jamais teria qualquer relação com assassinos…” Entretanto, há realmente vários pontos em comum entre o ideal de arte pura defendido por Alvim e a visão do ministro da propaganda nazista. Tanto nazistas quanto bolsonaristas elegeram “comunistas” e “degenerados” como culpados pela decadência das artes – no caso alemão, os comunistas também eram degenerados (judeus), como os membros da Escola de Frankfurt. Vale lembrar que o ideólogo dos bolsonaristas, Olavo de Carvalho, chegou a acusar o filósofo alemão Theodor Adorno, um dos mais conhecidos frankfurtes, de ser o real compositor das músicas dos Beatles, e que por isso o rock seria música comunista e degenerada. Também teria sido coincidência, por certo, que o vídeo de Alvim escolheu como trilha sonora a ópera “Lohengrin”, de Richard Wagner, compositor alemão que era ícone do regime nazista. Alvim afirmou ter colocado seu cargo à disposição do presidente Jair Bolsonaro “com o objetivo de protegê-lo”. O vídeo também foi tirado do site do governo brasileiro, mas se multiplicou pela internet. É possível vê-lo abaixo, em toda a sua repugnância. “O secretário da Cultura passou de todos os limites. É inaceitável. O governo brasileiro deveria afastá-lo urgente do cargo”, afirmou Maia nas redes sociais. Já Alcolumbre, que é judeu, qualificou em nota o discurso de Alvim de “acintoso, descabido e infeliz”. E Toffoli disse que a fala foi “uma ofensa ao povo brasileiro”. Outros que repudiaram o discurso foram o presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz, e o apresentador Luciano Huck, cotado para disputar as próximas eleições à Presidência. Já Bolsonaro, que havia rasgado elogios à Alvim poucas horas antes, decidiu não se pronunciar sobre o episódio. “O próprio (Alvim) já se manifestou oficialmente. O Planalto não comentará”, disse sua assessoria de imprensa, por escrito, em resposta a um questionamento da Folha de S. Paulo. Na verdade, Alvim deveria ter sido demitido em setembro, na época em que dirigia o Centro de Artes Cênicas da Funarte, quando ofendeu publicamente a atriz Fernanda Montenegro, faltando com qualquer decoro que se espera do cargo, num ataque de truculência fascista contra um dos maiores ícones vivos do país. Acabou promovido por Bolsonaro e levou sua ideologia nefasta para a Secretaria da Cultura, como projeto de governo.

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    Grupo terrorista de direita assume atentado contra o Porta dos Fundos

    26 de dezembro de 2019 /

    Um grupo terrorista de direita, denominado Comando de Insurgência Popular Nacionalista da Grande Família Integralista Brasileira, assumiu a autoria do atentado à bomba contra a sede do Porta dos Fundos, que aconteceu na véspera do Natal no Rio. O grupo de três homens brancos encapuzados gravou um vídeo ameaçador, que começou a circular em nichos católicos e conservadores no dia de Natal. O material pode ser encontrado no YouTube quando se pesquisa pelo nome do grupo, mas não deve demorar a ser derrubado, já que afronta as regras do portal – e da civilização, de um modo geral. O vídeo já estaria sob investigação pela Polícia Civil do Rio, porque, além da confissão, traz imagens dos três encapuzados atirando coquetéis molotov na fachada do prédio em que funciona a produção do Porta dos Fundos. As cenas teriam sido comparadas às imagens das câmeras de segurança da produtora e da vizinhança, atestando sua autenticidade. Durante o vídeo, uma voz distorcida lê um manifesto, dizendo: “Nós, do Comando de Insurgência Popular Nacionalista da Grande Família Integralista Brasileira, reivindicamos a ação direta revolucionária que buscou justiçar os anseios de todo o povo brasileiro contra a atitude blasfema, burguesa e antipatriótica que o grupo de militantes marxistas culturais Porta dos Fundos tomou quando produziu o seu Especial de Natal…”. O texto de tom terrorista cita várias palavras-chaves da extrema direita brasileira, além de assumir caráter de defesa religiosa, com muitas citações a “Nosso Senhor Jesus Cristo”. Nesta parte, as declarações aproximam a violência brasileira da ação terrorista que resultou no massacre de humoristas da revista francesa Charlie Hebdo, realizado por militantes islâmicos, também em nome da defesa da sua fé, em 2015. O vídeo ainda destaca a bandeira do Brasil Império e outra com a letra grega sigma, que identificava a Ação Integralista Brasileira, organização fascista e antissemita que tentou realizar um Golpe de Estado em 1938, atacando o Palácio da Guanabara, então sede do governo federal, para tentar matar o presidente Getúlio Vargas. Na ocasião, um integrante da família real brasileira participou do atentado. O ataque ao Porta dos Fundos não foi o primeiro atentado realizado pelos terroristas atuais. O mesmo grupo já assumiu atentado à UniRio e à Universidade Federal Fluminense (FF), queimando bandeiras antifascistas nos campus. O Brasil não tinha terroristas desde a ditadura militar, mas discursos de ódio e intolerância que inspiram esse tipo de ação vêm tomando a mídia e as redes sociais de forma crescente, alimentados por pessoas que deveriam ter maior responsabilidade. Muitos dos argumentos usados pelos criminosos para justificar seus atos violentos encontram respaldo em falas e atitudes de políticos e religiosos brasileiros. É possível identificar traços comuns entre o manifesto dos novos integralistas e os diversos ataques sofridos pelo Porta dos Fundos desde o lançamento do Especial de Natal “A Primeira Tentação de Cristo”, na Netflix, que retratou Jesus Cristo como gay. E também com outros ataques à Cultura, vindos de diversos representantes do governo federal. Desde o início do ano, várias manifestações contra a classe artística têm sido feitas por representes da extrema direita nacional. A tendência se intensificou na última semana, devido ao Especial de Natal. Políticos conservadores até convocaram a Netflix para dar explicações ao Congresso sobre o programa. Líderes religiosos lançaram campanha de boicote à plataforma. “Reportagens” jornalísticas enfurecidas foram ao ar na rede Record, que é propriedade do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal. E uma entidade religiosa chegou a dar entrada num processo judicial, que encontrou respaldo numa promotora carioca disposta a enquadrar o Porta dos Fundos por “abuso da liberdade de expressão” e restabelecer a censura no país. O ataque com bombas é resultado desse acúmulo de ataques de outras espécies e revela a verdadeira extensão da intolerância no país, alimentada por discursos de ódio em todos os escalões da República e também de figuras religiosas, distorcendo os ensinamentos cristãos até culminar nesse presente de violência de Natal, em nome de “Nosso Senhor Jesus Cristo”. Quando Fernanda Montenegro posou em setembro para uma revista como vítima de caça às bruxas, amarrada a uma fogueira, para expressar a situação da arte no país sob o governo de Jair Bolsonaro, recebeu xingamentos virulentos do atual secretário da Cultura. A cada dia que passa, a imagem se mostra mais atual, uma verdadeira definição desses tempos, em que fanáticos religiosos usam fogo e violência para conduzir uma cruzada fundamentalista contra a arte e o entretenimento modernos. “Trata-se de uma guerra irrevogável”, conclamou Fernando Alvin em seu próprio manifesto no Facebook, quando atacou Fernanda e a classe artística por estar “deturpando os valores mais nobres de nossa civilização, propagando suas nefastas agendas progressistas, denegrindo nossa sagrada herança judaico-cristã, bom – com essa corja. Não há dialogo possível”. Um discurso, de fato, inspirador. A trocar o diálogo por coquetéis molotov. A propósito, se satirizar Jesus Cristo não fosse arte com valores nobres, o Especial de Natal do Porta dos Fundos do ano passado, “Se Beber, Não Ceie”, que transformou a Santa Ceia em piada, não teria vencido em novembro o prêmio Emmy Internacional de Melhor Comédia… do mundo.

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    Fernanda Montenegro protesta contra agressão do governo à cultura nacional na abertura do Festival do Rio

    11 de dezembro de 2019 /

    Cada vez mais símbolo da resistência cultural do Brasil, a atriz Fernanda Montenegro fez um discurso emocionado na abertura do Festival do Rio antes da exibição de “Piedade” na noite de terça (10/12), filme que ela estrela e que deu início ao evento. Sem mencionar diretamente o nome de nenhum político, a estrela manifestou seu repúdio às iniciativas do governo federal contra a cultura do país e os ataques com xingamentos que ela própria recebeu de quem agora ocupa a secretaria da Cultura. “É difícil. Sem cultura não há educação e sem educação não há cultura. Qual é o mal que estamos fazendo para este país para termos tantas proibições, tantas agressões, tantos xingamentos… Não sei porque essa agressão em torno de nós. Não há explicação. É uma nova moralidade que condena qualquer visão fora de uma estrutura sectária”, lamentou. Além de chamar Fernanda Montenegro de “sórdida” e outros nomes, o Secretário de Cultura do governo Bolsonaro, Roberto Alvim, nomeou o pastor Edilásio Santana Barra Júnior, um dos fundadores da Igreja Continental do Amor de Jesus e apresentador do “Programa VIP” (na RedeTV e na CNT), sem nenhuma relação com o cinema, como superintendente de Desenvolvimento Econômico da Ancine (Agência Nacional do Cinema), gerando revolta na classe artística. A Ancine também cancelou uma exibição programada para seus servidores de “A Vida Invisível”, outra obra estrelada por Fernanda Montenegro, e retirou pôsteres de filmes clássicos do cinema brasileiro de sua sede e site. Antes disso, o presidente Jair Bolsonaro já tinha proibido a Petrobras e o BNDES de continuar patrocinando festivais de cinema, o que quase inviabilizou a realização do Festival do Rio deste ano – os organizadores apelaram até para crowdfunding para realizar o evento. Na verdade, o projeto anti-cultural começou com a extinção do Ministério da Cultura e ainda contempla a exclusão de representantes do mercado e da sociedade civil no CSN (Conselho Superior de Cinema), a mudança do CSC para a pasta da Casa Civil, a mudança da Secretaria da Cultura de um ministério para outro sem critério – agora está no Turismo – , o fim de apoio da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) para o programa Cinema do Brasil, voltado à exportação de filmes brasileiros, o corte ao apoio à exibição de filmes brasileiros em festivais internacionais e à campanha do filme indicado para representar o Brasil no Oscar, sem esquecer suspensão de edital para produção de séries de temática LGBTQIA+, paralisação do setor por falta de nomeações de representantes em comissões responsáveis pela aprovação de projetos, cortes no fundo que financia filmes e séries no Brasil, promessa de acabar com reserva de mercado para produções nacionais, etc, etc. A lista é longa é inglória. “Nós somos imorredouros. Ninguém vai acabar conosco. Sobrevivemos sempre a qualquer agressão que possa vir [como quando Collor acabou com a Embrafilme]. E desta vez vem de uma forma assassina. Acho que se houvesse possibilidade estaríamos todos num paredão sendo mortos com metralhadoras. Por quê?”, discursou Fernanda. A única atriz brasileira indicada ao Oscar, além de ter um Emmy Internacional no currículo, também destacou a quantidade de mão de obra gerada para produzir um filme, desde a pré-produção até às exibições nas salas de cinema. “Nada disso nasce da noite para o dia. Isso é o resultado de dois, três anos de trabalho de muita gente. Precisa ser valorizado”, defendeu, lembrando que a indústria cinematográfica é importante para a economia. “A verdade é que nenhum setor do país dá mais emprego do que a cultura”, reforçou, citando desde o marceneiro que constrói cenários e a costureira que trabalha em figurinos até o vendedor de pipocas e o manobrista de carros na porta das casas de espetáculo. Além de Fernanda Montenegro, a apresentadora da abertura do festival, a também atriz Mariana Ximenes, manifestou-se contra o desmonte cultural com um figurino criado com estampas dos pôsteres dos filmes retirados da Ancine. O Festival do Rio vai até o dia 14 de dezembro. Paralelamente, acontece o RioMarket, no Rio Othon Palace Hotel, em Copacabana, onde os produtores, técnicos, profissionais, executivos da indústria criativa e estudantes vão se reunir para discutir as tendências da indústria audiovisual. A programação é garantia de outros discursos emocionados. E de reação pública contra o desmonte cultural promovido pelo governo brasileiro. Veja abaixo o discurso emocionado de Fernanda Montenegro e dos demais integrantes da produção de “Piedade”.

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    Secretária do Audiovisual é exonerada e sai escoltada da secretaria da Cultura

    11 de dezembro de 2019 /

    A secretária do Audiovisual do governo federal, Katiane Gouvêa, foi exonerada após duas semanas no cargo. Ela se reuniu no começo da manhã de quarta (11/12) com sua equipe e se despediu. A informação foi confirmada em nota pela Secretaria Especial de Cultura. A decisão ainda não foi publicada em Diário Oficial. Segundo a coluna de Mônica Bergamo na Folha de S. Paulo, a decisão foi tomada em caráter emergencial e há um clima de tensão na Secretaria Especial de Cultura para inclusive rever atos e procedimentos de Katiane. A coluna apurou com servidores da secretaria do Audiovisual que Katiane foi escoltada por seguranças para deixar o prédio da secretaria de Cultura, onde fica a pasta do audiovisual. Em nota, a pasta afirma que o secretário de Cultura, Roberto Alvim decidiu exonerar Katiane “ao tomar conhecimento de que ocorreram fatos em sua campanha eleitoral que, supostamente, podem configurar irregularidade. Até que esses fatos sejam devidamente esclarecidos pela autoridade competente, o Secretário decidiu por bem, em nome da lisura da coisa pública, afastá-la de suas funções de imediato”. Ela foi nomeada para o cargo no fim de setembro, substituindo Ricardo Rihan no posto. ​Gouvêa foi candidata a deputada federal em 2018, pelo PSD, sob a alcunha Katiane da Seda —e la ocupou a diretoria de relações governamentais da Abraseda (Associação Brasileira de Seda). Com 960 votos, não se elegeu. Ela é integrante da organização de extrema direita Cúpula Conservadora das Américas, que tem entre seus líderes Eduardo Bolsonaro, e não é conhecida por trabalhos no meio cultural. Seu nome é associado a um documento que, meses atrás, fez o presidente cogitar extinguir a Ancine (Agência Nacional de Cinema). Bolsonaro recebeu um relatório de projetos aprovados pela agência que considerou absurdos, como “Born to Fashion”, um reality que se propõe a revelar modelos trans, e séries de temática LGBTQIA+. O tema rendeu uma das lives mais polêmicas de Bolsonaro, levando à suspensão de um edital que aprovava o financiamento de vários projetos. O texto, endossado por Gouvêa e assinado pelo conservador Movimento Brasil 2100, também escracha a autorização para captar recursos para uma nova temporada de série “Me Chama de Bruna”, sobre a ex-prostituta Bruna Surfistinha, e produções sobre a preservação da Amazônia

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