Sindicato dos Atores dos EUA denuncia Oscar por tentar sabotar o SAG Awards
Depois da Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood revelar que a Academia pressionou artistas a não apresentarem o Globo de Ouro se quisessem participar da entrega de prêmios do Oscar, o Sindicato dos Atores dos Estados Unidos fez uma crítica contundente ao sofrer o mesmo problema em sua festa de premiação, o SAG Awards 2019. O Sindicato, conhecido pela sigla SAG, divulgou um comunicado informando ter recebido “diversas reclamações sobre as deselegantes técnicas de pressão empregadas pela Academia a fim de controlar o fluxo de talento na temporada de premiações”. “Esta é uma época especial do ano, em que atores e atrizes estão sendo apropriadamente celebrados e reconhecidos pela qualidade de seu trabalho. Esperamos que a Academia respeite este objetivo”, continua o texto. “Esta intimidação dos membros do SAG [a aparecerem exclusivamente no Oscar] acaba limitando as oportunidades que os atores têm de serem vistos e honrar o trabalho de seus colegas artistas. Os atores deveriam ser livres para aceitar propostas de participação em qualquer celebração da indústria”. Este ano, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas está mais agressiva em busca de exclusividade por conta do fiasco que protagonizou, ao convidar Kevin Hart a apresentar seu prêmio, apenas para ver o passado homofóbico do comediante vir à tona. Recusando-se a pedir desculpas de forma clara, coerente e convicta, Hart simplesmente disse que não apresentaria mais o Oscar 2019, deixando os organizadores sem apresentador oficial. Por conta disso, a cerimônia da Academia irá acontecer com rodízio de celebridades, que se alternarão para apresentar os diferentes prêmios. A premiação do Oscar 2019 só será entregue em 24 de fevereiro. Já o SAG Awards acontece no próximo dia 27 de janeiro.
Beijo de adolescentes de Stranger Things vira polêmica nas redes sociais
Uma das últimas cenas da 2ª temporada de “Stranger Things” virou polêmica nas redes sociais, devido a uma declaração de um dos criadores da série. Em um dos capítulos de “O Universo de Stranger Things” (“tradução” nacional de “Beyond Stranger Things”), programa da Netflix em que os atores e criadores comentam a nova temporada, a atriz Sadie Sink, intérprete de Max, afirmou ter ficado estressada diante da cena em que beija Caleb McLaughlin, intérprete de Lucas. Segundo ela, o beijo não estava previsto no roteiro. No programa, Sadie contou que Ross Duffer, um dos criadores da atração, que dirigiu o episódio com seu irmão Matt, perguntou se ela estava pronta para a cena de beijo, assim que ela chegou ao set de gravações das sequências do baile final. “O beijo não estava escrito no roteiro”, diz a atriz de 15 anos. “Fiquei estressada o dia todo, pensando: ‘Oh, meu Deus, eu vou ter que…’” A polêmica começou com a resposta de Duffer. “Você reagiu tão fortemente a isso – eu só estava brincando (ao falar sobre o beijo) – e você surtou tanto que eu pensei: ‘Bom, agora vou ter que fazer essa cena’. Foi isso o que aconteceu e por isso estou dizendo que foi culpa sua”, ele afirmou. Na tela, a cena foi um selinho rápido. Mas eles comentaram que o beijo precisou ser repetido várias vezes porque o operador de câmera estava com dificuldades para captar o momento da maneira como os diretores queriam. O diretor ainda agradeceu à Sadie, por considerar que a cena ficou melhor com o beijo. Após a revelação do que aconteceu nos bastidores, vários espectadores criticaram a atitude do diretor. “O diretor, um homem adulto, percebeu que a atriz adolescente estava desconfortável com uma situação, o que fez com que ele ficasse COM MAIS VONTADE de colocá-la naquela situação”, lamentou um fã da série no Twitter. “O trabalho do diretor é obter o melhor desempenho de seus atores e garantir que eles se sintam seguros e confortáveis”, contrapôs outro. Mas quem ver o vídeo abaixo poderá comprovar que a situação foi bem menos controversa do que soa, já que as mães dos atores estiveram presentes o tempo inteiro, além do clima ter sido amenizado por gravações prévias de beijos de outro casal teen da trama, Millie Bobby Brown e Finn Wolfhard. Confira o trecho a seguir.
Diretora do premiado CitizenFour denuncia esforço do WikiLeaks para censurar filme sobre Julian Assange
Vencedora do Oscar pelo documentário “CitizenFour”, sobre Edward Snowden, a cineasta Laura Poitras encontrou problemas ao realizar “Risk”, seu novo filme sobre personagem de perfil aparentemente similar: Julian Assange, criador do WikiLeaks. Após o lançamento, ocorrido há uma mês nos EUA, a documentarista e mais dois produtores executivos estariam sofrendo assédio do WikiLeaks. Em artigo publicado na revista Newsweek, Poitras, Brenda Coughlin e Yoni Golijov alegam que Assange e o WikiLeaks enviaram diversas mensagens para a distribuidora do filme, a Neon, com o intuito de retirar o documentário de cartaz. “Nos esforços do WikiLeaks para evitar a distribuição de ‘Risk’, eles estão usando as táticas que, muitas vezes, são usadas contra eles – ameaças legais, falsas afirmações de segurança, ataques pessoais, desinformação. Tudo com as mesmas intenções: suprimir informações e silenciar a fala”, denuncia o trio. Segundo eles, todos os participantes do documentário toparam fazer o filme. “Não temos obrigações com o WikiLeaks ou com a autorização de Assange para divulgar o filme. Estamos protegidos pela Primeira Emenda da Constituição americano por fazermos um jornalismo independente”, afirmam. “Risk” não tem previsão de estreia no Brasil. Veja o trailer do filme abaixo.
Diretor de Planeta dos Macacos não chega a acordo para filmar o novo Batman
Durou uma semana o entusiasmo dos fãs com a expectativa de ver Matt Reeves (“Planeta dos Macacos: O Confronto”) dirigir o novo filme solo de Batman. Segundo o site The Hollywood Reporter, o cineasta desistiu de comandar a produção. Ainda não se sabe ao certo as razões que levaram ao seu afastamento, pois as fontes próximas do estúdio falam apenas de um “fracasso nas negociações”. A contratação do realizador de “Cloverfield” (2008), “Deixe-me Entrar” (2010) e dos dois últimos filmes da franquia Planeta dos Macacos (“Planeta dos Macacos: A Guerra” tem estreia prevista para julho) era tida como certa por fontes ligadas à Warner, após a desistência de Ben Affleck, que revelou no final de janeiro querer apenas se concentrar na atuação, interpretando o herói no longa. A saída de Reeves pode indicar que o problema com o filme – e com o universo DC Comics no cinema – pode ser mais sério do que os comunicados oficiais tem dado a entender. Isto só alimenta fofocas, como a que começou a circular nesta semana, sobre Ben Affleck querer desistir até de viver Batman. O site The Hollywood Reporter lista ainda com outros nomes para possíveis substitutos, tão díspares quanto o veterano Ridley Scott (“Perdido em Marte”) e o novato Fede Alvarez (“O Homem nas Trevas”).
Fofoca: Ben Affleck não quer mais viver Batman no cinema
Uma fofoca alimentada pelo podcast do site americano Collider espalhou que Ben Affleck não quer mais viver Batman nos cinemas. O fuxico foi disparado pelo “expert” John Campea, responsável pelo podcast geek “Film HQ”, que afirma ter recebido a notícia de pelo menos três pessoas diferentes. “Ele não quer mais ser o Batman. Me disseram que ele já está conversando com a Warner Bros. sobre deixar o papel. Se não concordarem, o novo filme do Batman será o último de Ben Affleck como o personagem”, afirmou o produtor, durante o podcast Collider Movie Talk. A bomba foi jogada na internet menos de um mês depois de Affleck anunciar oficialmente sua desistência do cargo de diretor do novo filme do Batman. O ator e diretor estaria passando por uma crise pessoal, após as críticas negativas a sua interpretação do herói em “Batman vs. Superman” e de ver seu trabalho mais recente, “A Lei da Noite”, fracassar nas bilheterias, com um prejuízo de US$ 75 milhões para a Warner Bros. Affleck teria decidido dar um tempo e não acumular mais funções, evitando dirigir e atuar ao mesmo tempo. No comunicado oficial em que informou que não dirigiria Batman, ele deixou claro que preferia se concentrar em apenas um aspecto da produção, que no caso será sua atuação como o super-herói da DC Comics. “Interpretar estes personagens exige concentração, paixão e o melhor desempenho que posso dar. Ficou claro que não posso fazer dos dois trabalhos no nível que exigem”, disse Affleck na ocasião, ressaltando que continuava “extremamente comprometido” com o projeto. Affleck voltará a vestir máscara e capa em “Liga da Justiça”, que estreia em novembro com direção de Zack Snyder (“Batman vs. Superman”). Já o filme solo do Batman será dirigido por Matt Reeves (“Planeta dos Macacos: O Confronto”) e não deve manter seu lançamento previsto para 2018.
Diretor de Planeta dos Macacos negocia comandar novo filme solo de Batman
A Warner não demorou para definir o substituto de Ben Affleck na direção do novo filme solo de Batman. Fontes do site The Hollywood Reporter confirmaram apurações anteriores sobre negociações adiantadas com Matt Reeves, responsável por “Planeta dos Macacos: O Confronto” e sua vindoura sequência. Os fãs já estão comemorando a escolha nas redes sociais, baseando-se nos trabalhos anteriores do cineasta, que começou a carreira como roteirista. Ele mudou de trajetória durante a popular série “Felicity”, que ele próprio criou, passando para atrás das câmeras em cinco episódios. Sua estreia no cinema foi com outro sucesso, “Cloverfield – Monstro” (2008), o melhor filme de “found footage” (vídeos encontrados) já feito. Reeves ainda dirigiu o remake do terror “Deixe-me Entrar” (2010), que conseguiu críticas elogiosas na comparação com o excelente original sueco. E seu “Planeta dos Macacos: O Confronto” (2014) surpreendeu por elevar ainda mais a qualidade da franquia. Atualmente, ele está dando os retoques finais em “Planeta dos Macacos: A Guerra”, que estreia em julho. Mesmo abandonando a direção, Affleck continuará envolvido com o filme. Além de reprisar o papel de Batman, que já desempenhou em “Batman vs. Superman” e “Esquadrão Suicida”, o ator assina a primeira versão do roteiro, em parceria com Geoff Johns (executivo da DC Entertainment, que também ajudou a criar a série “The Flash”). Affleck voltará a vestir a capa de Batman em “Liga da Justiça”, juntando-se a Superman (Henry Cavill), Mulher Maravilha (Gal Gadot), Aquaman (Jason Momoa), Flash (Ezra Miller) e Cyborg (Ray Fisher). Novamente sob a direção de Zack Snyder (“Batman vs. Superman”), o filme chega aos cinemas em novembro.
Roteirista de Batman vs. Superman entregou roteiro que fez Ben Affleck desistir de dirigir Batman
Uma novidade veio à tona após a desistência de Ben Affleck de dirigir o novo filme do Batman. Segundo o site Deadline, o roteirista Chris Terrio, responsável por “Batman vs. Superman”, teria entregue uma segunda versão do roteiro da produção, reescrevendo a história originalmente criada por Affleck e o executivo da DC Entertainment Geoff Johns (cocriador da série “The Flash”), na véspera do astro anunciar que não dirigiria mais o longa-metragem. A proximidade entre os dois fatos não parece casual. Terrio foi trazido para o universo cinematográfico da DC por Affleck, após os dois trabalharem juntos no bem-sucedido “Argo” (2012). Entretanto, o roteiro de “Batman vs. Superman”, feito em parceria com David S. Goyer, tornou-se bastante criticado, especialmente pela resolução simplista do conflito entre os heróis – dois “filhos da mãe”. Ele também assina a história do vindouro “Liga da Justiça”. A Warner já estaria negociando com Matt Reeves, da franquia “Planeta dos Macacos”, para assumir a direção do filme solo do herói. Caso a negociação seja bem sucedida, o cineasta também irá querer mexer no roteiro. O filme do Batman deveria chegar aos cinemas em 2018, mas o prazo deve ser alterado. O Batman vivido por Ben Affleck será visto a seguir em “Liga da Justiça”, que estreia em novembro no Brasil.
Fãs fazem petição online para Zack Snyder dirigir o filme solo de Batman
Ah, os fanboys… Depois de uma petição online para tentar tirar Zack Snyder do comando da “Liga da Justiça” – e de qualquer outro filme da DC Comics – , refletindo o desastre de “Batman vs. Superman”, um dos líderes em indicações ao Framboesa de Ouro 2017 (a premiação dos piores do ano), agora os fãs das adaptações de quadrinhos lançaram novo abaixo-assinado digital, pedindo que este mesmo diretor assuma o filme solo de Batman. Bipolaridade perde. “Realmente, é uma questão fácil. O comprometimento de Zack Snyder com o material original, seu extraordinário estilo visual e sua experiência prévia no Universo DC fazem dele o candidato ideal, especialmente quando percebemos a influência que Ben Affleck ainda manteria sobre a história e os diálogos do filme. Os dois trabalhando juntos podem realizar o melhor filme baseado em quadrinhos que já vimos”, destaca o texto da petição, publicada no site Change.org. Pois é. Até o momento, mais de 3 mil pessoas assinaram a petição. O filme solo do Batman deveria ser dirigido por Ben Affleck, que desistiu, após seu filme mais recente como diretor (“A Lei da Noite”) fracassar nas bilheterias. Em comunicado oficial, ele informou que decidiu trabalhar apenas como ator, roteirista e produtor do longa.
Diretor da franquia Planeta dos Macacos pode assumir o filme de Batman
Após Ben Affleck oficializar sua desistência, a Warner já teria um cineasta em vista para dirigir o novo filme solo de Batman. Segundo o site da revista Variety, o estúdio entrou em contato com Matt Reeves, responsável por “Planeta dos Macacos: O Confronto”, para assumir o comando do longa. Mesmo abandonando a direção, Affleck continua empenhado com o filme. Ele irá reprisar o papel de Batman, que já desempenhou em “Batman vs. Superman” e “Esquadrão Suicida”, e assina o roteiro, em parceria com Geoff Johns (executivo da DC Entertainment, que também ajudou a criar a série “The Flash”). Affleck voltará a vestir a capa de Batman em “Liga da Justiça”, juntando-se a Superman (Henry Cavill), Mulher Maravilha (Gal Gadot), Aquaman (Jason Momoa), Flash (Ezra Miller) e Cyborg (Ray Fisher). Novamente sob a direção de Zack Snyder (“Batman vs. Superman”), o filme chega aos cinemas em novembro. Já Matt Reeves trabalha atualmente na pós-produção de “Planeta dos Macacos: A Guerra”, terceiro filme do reboot da franquia sci-fi dos anos 1960, que estreia no Brasil em 14 de julho.
Ben Affleck desiste de dirigir filme do Batman
O ator Ben Affleck desistiu de realizar a direção do próximo filme do Batman, que está sendo desenvolvido pelo estúdio Warner Bros. Em comunicado oficial, ele informou que decidiu trabalhar apenas como ator, roteirista e produtor do longa. “Há certos personagens que ocupam um lugar especial nos corações de milhões de pessoas “, anunciou Ben Affleck no comunicado. “Interpretar estes personagens exige foco, paixão e o melhor desempenho que posso dar. Ficou claro que não posso fazer os dois trabalhos no nível que exigem. Junto com o estúdio, eu decidi procurar um parceiro para ser o diretor que vai colaborar comigo neste filme grandioso. Eu ainda estou envolvido, vamos fazer dar certo, mas no momento estamos buscando um diretor. Continuo extremamente comprometido com este projeto, e espero poder trazer isso à vida para os fãs ao redor do mundo.” A princípio, a negociação de Affleck previa que ele estrelasse, escrevesse, dirigisse e produzisse o novo longa-metragem do Homem-Morcego, mas já há algumas semanas o ator vinha dando sinais de que pressão estava muito grande. O fracasso de seu mais recente filme como diretor, “A Lei da Noite”, e a indicação ao Framboesa de Ouro 2017 por seu desempenho como Batman/Bruce Wayne em “Batman vs Superman” podem ter contribuído para a decisão. Com a confirmação de sua desistência, agora o estúdio começa a busca de um diretor, que trará um novo ponto de vista para a produção, inclusive em relação ao roteiro, escrito por Affleck em parceria com Geoff Johns (executivo da DC Entertainment, que também ajudou a criar a série “The Flash”) Affleck voltará a vestir a capa de Batman em “Liga da Justiça”, juntando-se a Superman (Henry Cavill), Mulher Maravilha (Gal Gadot), Aquaman (Jason Momoa), Flash (Ezra Miller) e Cyborg (Ray Fisher). Novamente dirigido por Zack Snyder, o filme estreia em novembro no Brasil.
Festival de Gramado confrontará Kleber Mendonça Filho e Marcos Petrucelli
O Festival de Gramado começa na noite desta sexta-feira (26/8) com a exibição de “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho. E o timing não podia ser midiático para o evento, que ainda homenageará a atriz do filme, Sonia Braga, com um troféu por sua belíssima carreira. No centro de uma ação política de “classe”, na definição usada pela atriz Ingra Lyberato, Kleber Mendonça Filho vem acusando o governo de persegui-lo. Provas disso seriam a classificação etária de “Aquarius” para maiores 18 anos (“Se, em 2016, um pênis ereto, filmado à distância, é motivo para ser 18 anos, eu entrego os pontos”) e o convite para o crítico Marcos Petrucelli participar da comissão que definirá o candidato brasileiro a uma vaga na categoria de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar 2017. “Petrucelli nos caluniou ao dizer que fizemos o protesto em Cannes pagos pelo governo”, disse Filho à coluna Gente Boa, do jornal O Globo, durante a pré-estreia de “Aquarius” no Rio de Janeiro. Ele se refere a uma crítica à photo-op realizada durante o festival francês, quando a equipe de “Aquarius” levantou cartazes para denunciar que “O Brasil não é mais uma democracia” por ter sofrido um “golpe de estado”. Desde que seu nome apareceu na comissão, o crítico tem sido sistematicamente atacado por Kleber Mendonça Filho, pelo atrevimento de ter usado o Facebook para chamar a manifestação na terra do caviar de “palhaçada”. Quando “Aquarius” saiu de mãos vazias do festival francês, o jornalista completou: “Então foi assim: filme feito com dinheiro público vai a Cannes representar o Brasil e não leva prêmio algum. Ou seja, a mentira sobre o suposto golpe no País por meio de frases em papel A4 no tapete vermelho não adiantou muito além de expor o Brasil ao ridículo.” Kleber diz que esse trecho é calunioso, embora seu filme tenha, sim, sido produzido com dinheiro público, via leis de incentivo, e a própria viagem de sua equipe à França foi bancada por um programa da Ancine de financiamento para a divulgação de filmes brasileiros em festivais internacionais, que prevê o pagamento de passagens, hospedagem, transportes, alimentação e “despesas afins” para diretor, produtor e ator/atriz. Calúnias, claro, se resolvem em processos civis, junto ao judiciário. Aparentemente, Mendonça não levou adiante a acusação. Em vez disso, lançou mão da retórica para buscar humilhar o crítico, formando uma panelinha para forçar sua expulsão da comissão, num ato de bullying explícito e de ataque xiita à liberdade de expressão no país. Nos dias que precederam a chegada do filme a Gramado, dois cineastas retiraram seus longa-metragens da apreciação da comissão do Oscar, em solidariedade a Filho: “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro, e “Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert. Mascaro chegou a assinar um comunicado de tom ultrajado, citando a “gravidade da situação” e questionando, no seu dizer, a “imparcialidade questionável” do processo seletivo. “É lamentável que o Ministério da Cultura, por meio da Secretaria do Audiovisual, endosse na comissão de seleção um membro que se comportou de forma irresponsável e pouco profissional ao fazer declarações, sem apresentação de provas, contra a equipe do filme ‘Aquarius’, após o seu protesto no tapete vermelho de Cannes”, resumiu, referindo-se ao aparentemente gravíssimo comentário já citado. E logo após Muylaert confirmar a intenção de fortalecer o filme de Filho (“Achamos que este é o ano de ‘Aquarius’. É o filme certo”) com sua desistência, dois integrantes da comissão também pediram para sair. Embora o diretor e produtor mineiro Guilherme Fiúza Zenha tenha alegado “questões pessoais” e dito que não falaria com a imprensa, a atriz Ingra Lyberato fez um longo desabafo no Facebook, mencionando pressões extremas da “classe”. “Estamos sendo extremamente pressionado por todas as notícias a ponto de ter gente pedindo para sair. Qual é o objetivo? Forçar o Petrucelli a sair? Forçar todos a sair?”, ela escreveu. O próximo round está programado para esta noite em Gramado, onde o crítico Marcos Petrucelli deve encontrar Kleber Mendonça Filho. O jornalista paulista já publicou uma foto em seu Facebook informando que estava a caminho.
Atriz Ingra Lyberato abandona comissão do Oscar após citar pressão extrema
A atriz Ingra Lyberato jogou mais lenha na fogueira, abandonando oficialmente a comissão que vai definir o indicado brasileiro para tentar uma vaga no Oscar 2017, após falar em “pressão” extrema. O anúncio foi feito pela própria atriz em seu Facebook, na manhã desta sexta (26/8), horas depois dela comentar na rede social a polêmica envolvendo o filme “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho. Lyberato diz que tomou a decisão depois que alguns “filmes preciosos” foram retirados da disputa por seus diretores, referindo-se a “Boi Neon”, de Gabriel Mascaro, e “Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert. Antes dela, o diretor e produtor mineiro Guilherme Fiúza Zenha, convidado para a comissão do governo, também anunciou que não iria participar do comitê “por questões pessoais”. Ela aponta que, “como a comissão tem sua legitimidade questionada por grande parte de nossa classe, me retiro em respeito a minha própria tribo”. O questionamento se deve à inclusão na comissão do crítico Marcos Petrucelli, cuja escolha foi atacada por Kleber Mendonça Filho porque teria se atrevido a escrever no Facebook que a photo-op da equipe de “Aquarius” no Festival de Cannes – com cartazes dizendo que “O Brasil não é mais uma democracia” após sofrer “um golpe de estado” – era uma “palhaçada”. Quando “Aquarius” saiu de mãos vazias do festival francês, o jornalista completou: “Então foi assim: filme feito com dinheiro público vai a Cannes representar o Brasil e não leva prêmio algum. Ou seja, a mentira sobre o suposto golpe no País por meio de frases em papel A4 no tapete vermelho não adiantou muito além de expor o Brasil ao ridículo.” Esta é, em suma, a justificativa para o protesto da “classe”, na expressão usada pela própria Lyberato, temperada ainda pela classificação etária elevada de “Aquarius” – um suposto ato de censura. Mas como esta última questão não é critério de seleção para o Oscar, todos os protestos buscam enquadrar Petrucelli. Aparentemente, há uma mentalidade de sindicato, estilo stalinista, nos bastidores da cultura brasileira, que trabalha ferozmente contra qualquer crítica, achando-se acima do bem e do mal. A ponto de a atriz escrever, num desabafo: “Estamos sendo extremamente pressionado por todas as notícias a ponto de ter gente pedindo para sair. Qual é o objetivo? Forçar o Petrucelli a sair? Forçar todos a sair?” “Diante da minha classe insatisfeita e clamando por justiça”, porém, ela própria pediu para sair. Curiosamente, na saída Lyberato se disse “contra o golpe da cena política atual”, comprovando a pluralidade de opiniões que marcava a comissão. Mas a pressão a que ela alude deixa clara a falta de capacidade para a convivência democrática da dita “classe”, que, como típica panelinha, trabalha no tom da intolerância, fazendo bullying contra um crítico de cinema por exercer a condição básica de sua profissão: criticar. Chama atenção que, antes de se submeter à pressão, Lyberato chegou a demonstrar confiança na comissão selecionada pelo Ministério da Cultura. “O único motivo do aceite foi querer prestar um serviço guiada pelo amor ao nosso cinema. Mas diante de tal reação contra atitudes do Ministério, o que devemos fazer? Vamos cruzar os braços e não mandar filme para o Oscar esse ano, porque o país foi tomado? Não me parece coerente, porque continuamos nossas produções já que esse é nosso trabalho. Escolher um filme também é nosso trabalho. Vamos nos unir contra qualquer tipo de manipulação e a gritaria tenta impedir que isso aconteça. Acho válido, mas já estão todos mais do que atentos e prontos para cobrar competência. Para fazer justiça onde sei, o Bertini só me fez um pedido: imparcialidade total”, escreveu, referindo-se a Alfredo Bertini, da Secretaria do Audiovisual, órgão responsável pela seleção. O desenrolar dessa novela, ao menos, traz às claras a ação de uma panelinha, que parece reagir quando seu jogo de cartas marcadas corre risco de dar resultado diferente do combinado previamente. “Achamos que este é o ano de ‘Aquarius’. É o filme certo”, disse Anna Muylaert ao jornal Folha de S. Paulo, justificando a retirada de “Mãe Há Sá Uma”. E, não por acaso, Kleber Mendonça Filho afirmou em seguida que, mesmo com a debandada, manterá “Aquarius” na disputa, pois é de seu “interesse”. Tudo indica que uma panelinha pode, sim, ter dominado todo o período recente em que o cinema brasileiro não foi capaz de emplacar nenhum representante na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Basta lembrar que, em 2010, a comissão do Ministério da Cultura escolheu “Lula, o Filho do Brasil” por unanimidade. Isto em pleno mandato de Lula, e não houve um protesto sequer, numa demonstração do quanto a “classe” preza a ética e decisões apolíticas. “Eu gostaria que a figura do Lula influenciasse a Academia. Nesse sentido, seria ótima a influência política da escolha”, defendeu a cineasta Tata Amaral, na época. O tempo ajuda a contar toda a História, aproveitando a luz da fogueira das vaidades para iluminar o que antes era só obscuridade.







