Sikêra Jr. perdeu 24 anunciantes em uma semana
O programa “Alerta Nacional”, de Sikêra Jr., perdeu 24 anunciantes na TV e na internet em uma semana, período transcorrido desde o surto em que o apresentador chamou homossexuais de “raça maldita”. O ataque foi motivado por uma campanha inclusiva do Burger King, em que crianças revelavam ter pais gays. Desde o fim de semana, Sikêra virou alvo de uma campanha de desmonetização, encabeçada pelo movimento Sleeping Giants Brasil, que passou a confrontar anunciantes do apresentador com o conteúdo preconceituoso de seu programa. Perguntadas se apoiavam aquelas mensagens, a maioria das empresas se manifestou em defesa dos direitos LGBTQIAP+ e contra a homofobia. “Vocês são nojentos. A gente está calado, engolindo essa raça desgraçada, mas vai chegar um momento em que vamos ter que fazer um barulho maior. Deixa a criança crescer, brincar, descobrir por ela mesma. O comercial é podre, nojento. Isso não é conversa para criança”, disse o apresentador, entre outras barbaridades, na sexta passada (25/6). Ao ver o estrago que causou contra si mesmo, ele chegou a pedir desculpas na terça-feira, mas sem demonstrar arrependimento. “Extrapolei como nunca, revoltado com o que vi naquele comercial, e continuo contra, minha opinião continua a mesma. Mas você que se sentiu ofendido, o que eu posso dizer é que me perdoe”, disse, para tentar reverter a sangria. Mas, em vez de convencer o mercado, o novo comentário teve efeito oposto, ao acelerar a saída de anunciantes de seu programa. Repaginada ao longo da semana, a iniciativa #DesmonetizaHomofobia levou ao cancelamento e/ou bloqueio de campanhas da TIM, Sorridents, Magazine Luiza, HapVida, Betsul, Seara, BMW, Faculdade Única, Burguer King, FlexFarma, Yamaha, Ford, Nivea, MRV, Kicaldo, Blindex, Novo Mundo, IPOK, Delinea Corpus, FLEXFARMA, Motorola, Samsung, Caixa Econômica Federal e Amazongás na TV e nos canais do programa de Sikêra na internet. Com isso, o intervalo comercial do “Alerta Nacional” foi reduzido em 57%, diminuição que reflete a falta de empresas interessadas em patrocinar o chamado telejornal. Por outro lado, a Ultrafarma manteve o patrocínio master do “Alerta Nacional” e tentou se justificar com uma nota citando isenção de responsabilidade. “Nós da Ultrafarma gostaríamos de esclarecer que o posicionamento dos apresentadores e/ou emissoras onde anunciamos nossos produtos não necessariamente representa a nossa posição corporativa”, publicou a empresa nas redes sociais. O post teve resultado oposto do esperado. Foram tantas reclamações que a empresa preferiu deletar seu perfil no Instagram. Sidney Oliveira, dono da rede de farmácias, também desativou sua conta pessoal. Isto se chama responsabilidade social, expressão que os empresários brasileiros começam a perceber que não se resume a discurso, exige (responsabiliz)ação. 🚀A @MOROLABR É A 22ª EMPRESA QUE NÃO SÓ MUDOU AS CORES DA SUA LOGO COMO TAMBÉM RETIROU OS ANÚNCIOS DO PROGRAMA DO SIKÊRA. Agradecemos a todos os seguidores que conscientizaram a empresa e também parabenizamos a Moto pelo posicionamento!✊🏽🏳️🌈 #DesmonetizaHomofobia https://t.co/K61zDwjFEQ — Sleeping Giants Brasil (@slpng_giants_pt) July 2, 2021 🚀A @SAMSUNGBRASIL É A 23ª EMPRESA QUE SE POSICIONOU CONTRARIAMENTE AS FALAS DO SIKÊRA JR! Agradecemos a todos os seguidores que conscientizaram a empresa e também parabenizamos a Samsung pelo posicionamento!✊🏽🏳️🌈 #DesmonetizaHomofobia https://t.co/c6Szzvb2Fj — Sleeping Giants Brasil (@slpng_giants_pt) July 2, 2021 🚀A AMAZON GAS É A 24ª EMPRESA QUE RETIRA O SEU ANÚNCIO DO PROGRAMA DO SIKÊRA JR! Agradecemos a todos os seguidores que conscientizaram a empresa e também parabenizamos a Amazon Gas pelo posicionamento! ✊🏽🏳️🌈 #SikeiraHomofobico https://t.co/hkugwwcVr5 pic.twitter.com/OkqgL2WrwU — Sleeping Giants Brasil (@slpng_giants_pt) July 3, 2021
Sikêra Jr. pede desculpas ao perder patrocínios, mas reforça homofobia
Sikêra Jr. sentiu. O apresentador do programa “Alerta Nacional”, da RedeTV, pediu desculpas na terça-feira (29/6) pelo discurso preconceituoso que fez contra a comunidade LGBTQIAP+, chamando homossexuais de “raça maldita” na última sexta-feira (25/6). Ele se arrependeu? Não, ele perdeu anunciantes. Vale lembrar que, no ano passado, Sikêra também chamou homossexuais de “raça maldita” e, apesar de processado, acabou absolvido por um juiz de segunda instância que considerou seu ato como uma crítica sem intenção de ofensa. A certeza de impunidade virou reincidência. Só que agora a sociedade civil se mobilizou. Com apoio do movimento Sleeping Giants Brasil, a hashtag #DesmonetizaSikera subiu nos tópicos mais comentados do Twitter durante o fim de semana, confrontando patrocinadores do apresentador com o conteúdo preconceituoso que seu financiamento viabiliza. O resultado foi uma debandada de anunciantes do “Alerta Nacional”, que perdeu alguns de seus principais parceiros comerciais. Não só isso, empresas como Hapvida, MRV, Tim Brasil e Magazine Luiza ainda se manifestaram prontamente em favor da diversidade, criticando o preconceito e pedindo respeito a todos os brasileiros. Na terça, Sikêra Jr. percebeu que seu programa poderia ser inviabilizado comercialmente. Ele revelou que recebeu “milhares” de mensagens desde a última sexta-feira, e que ele e seus colegas de emissora vêm sendo atacados. Da mesma forma como ele atacou as famílias LGBTQIAP+ em várias ocasiões. Chama-se “pimenta nos olhos dos outros”. “Dito isso, eu preciso reconhecer que me excedi”, acrescentou. “No calor do comentário, posso ter usado palavras que me arrependo, sou humano. Errei, erro e vou errar, quantas vezes já repeti isso aqui? Sou humano! O que eu tenho sofrido com essa situação… Ninguém está está imune de errar”. O ditado correto é “errar é humano, persistir no erro é burrice”. E Sikêra Jr. persiste no erro. Depois de fazer o mea culpa protocolar, disse que continua “contra” a campanha do Burger King que originou seu surto. “Extrapolei como nunca, revoltado com o que vi naquele comercial, e continuo contra, minha opinião continua a mesma. Mas você que se sentiu ofendido, o que eu posso dizer é que me perdoe”. Outra frase para decorar, que pode virar ditado para os dias de hoje, é: “homofobia não é opinião”. A revolta do apresentador teve origem num comercial que celebra nada mais, nada menos que a tolerância, em que crianças de diferentes idades são entrevistadas e explicam que é normal ver homens e mulheres do mesmo sexo juntos. Inclusive, algumas delas são filhos de pais gays. “Vocês são nojentos. A gente está calado, engolindo essa raça desgraçada, mas vai chegar um momento em que vamos ter que fazer um barulho maior. Deixa a criança crescer, brincar, descobrir por ela mesma. O comercial é podre, nojento. Isso não é conversa para criança”, disparou o apresentador. Que ainda acha que tem razão. A campanha #DesmonetizaSikera voltou a subir nos trending topics do Twitter após as desculpas controversas, com defesa embutida da homofobia, levadas ao ar pelo programa da RedeTV – programa que ainda está no ar na RedeTV. Sikêra Jr. acaba de perder o patrocínio da Caixa Econômica Federal! “Já pensou ter um filho viado e não poder matar?" "Raça desgraçada""Vocês são nojentos" E QUEM PAGA ESSA CONTA? Ajude-nos a alertar as empresas para que nesse Dia Internacional do Orgulho LGBT façamos mais do que trocar a foto do perfil!✊🏽🏳️🌈#DesmonetizaSikera pic.twitter.com/JfMxXXOQnj — Sleeping Giants Brasil (@slpng_giants_pt) June 28, 2021
Pressão funciona e Sikêra Jr. perde patrocinadores
A pressão do Sleeping Giants Brasil funcionou. Poucas horas após o começo da campanha #DesmonetizaSikera, o programa “Alerta Nacional”, do apresentador Sikêra Júnior, perdeu dois de seus seus principais patrocinadores. A empresa de planos de saúde Hapvida e a construtora MRV informaram que interromperam seus patrocínios e não vão mais anunciar no “telejornal” da RedeTV. “Não apoiamos forma alguma de preconceito, seja social, de credo, raça, gênero ou orientação sexual”, disse a Hapvida em comunicado. “A MRV acredita na diversidade e não compactua com qualquer forma de preconceito”, ecoou a MRV, ao anunciar o corte do patrocínio. Além disso, a Tim Brasil e Magazine Luiza informaram que bloquearam seus anúncios no canal do apresentador no YouTube. “Reforçamos que a TIM não está ligada a movimentos nem compactua com a disseminação de notícias falsas e discursos de ódio”, disse a primeira empresa nas redes sociais. “O Magalu é contra qualquer forma de LGBTfobia e nunca admitiremos isso”, afirmou a segunda no Twitter. A campanha para interromper o financiamento do programa de Sikêra Jr. foi motivada pelo mais recente surto de preconceito raivoso do apresentador da RedeTV, que aconteceu na última sexta (25/6), quando ele disse, ao vivo, que homossexuais eram “uma raça desgraçada”. A ofensa foi proferida na véspera do Dia do Orgulho LGBTQIAP+ e também virou alvo de uma ação judicial elaborada pela Aliança Nacional LGBTI+. Além disso, o senador Fabiano Contarato (Rede/ES) fez um pedido de investigação criminal. “Pedimos ao Ministério Público que investigue este apresentador por homofobia, conduta que deve ser punida na lei penal. Liberdade de expressão não pode ser usada para cometimento de crimes, incitação à violência e ofensa à honra, à dignidade e à imagem”, ele apontou pelo Twitter. O problema é que não é a primeira vez que Sikêra Jr. é processado por homofobia. Vale lembrar que, no ano passado, Sikêra também chamou homossexuais de “raça maldita” e, apesar de ser condenado em primeira instância, foi absolvido por um juiz de segunda instância que considerou seu ato como uma crítica sem intenção de ofensa. A reincidência parece vir da certeza de impunidade. Mas desta vez a sociedade civil se mobilizou, subindo a hashtag #DesmonetizaSikera e interagindo com os perfis sociais dos patrocinadores, para exercer pressão e confrontá-los com o conteúdo preconceituoso que estão financiando. Além da associação afetar a imagem de seus produtos, por embalarem o ódio, os anunciantes também podem enfrentar boicote de consumidores conscientes. A grande arma do público LGBTQIAP+ é seu poder de compra, já que pesquisas o apontam como maior grupo consumidor da internet. Além de empresas privadas, Sikêra também é financiado pelo governo federal, recebendo por “serviços de utilidade pública” relacionados à publicidade e propaganda, para elogiar Bolsonaro em seu programa.
Sikêra Júnior vira alvo de campanha de descapitalização
O apresentador Sikêra Júnior virou alvo do Sleeping Giants Brasil, movimento responsável por descapitalizar diversos porta-vozes do ódio no país. Inimigo declarado das minorias, Sikêra Júnior voltou a destilar preconceito raivoso na última sexta (25/6), quando disse, ao vivo, que homossexuais eram “uma raça desgraçada”. A ofensa foi proferida na véspera do Dia do Orgulho LGBTQIAP+ e já virou alvo de uma ação judicial elaborada pela Aliança Nacional LGBTI+. Entretanto, não é a primeira vez que o apresentador chama homossexuais de “raça desgraçada”. E o que é pior: ele tem aval da Justiça para continuar a ser porta-voz da homofobia na TV brasileira. No ano passado, o apresentador usou a imagem da transexual Viviany Beleboni ao fazer um comentário sobre um crime cometido por um casal lésbico. Se referindo aos gays, Sikera Jr. mencionou o termo “raça desgraçada” ao exibir a imagem da modelo fazendo uma representação de crucificação na parada LGBT de 2019. Apesar de condenado em primeira instância, foi absolvido na segunda instância e o juiz ainda reduziu seu ato a uma crítica, sem intenção de ofensa. Pois Sikêra voltou a “criticar” de novo. Por conta da impunidade e reincidência desaforada, a situação mudou de patamar e agora a cobrança passou para a sociedade civil, que está subindo a hashtag #DesmonetizaSikera. A iniciativa do Sleeping Giants é uma forma de pressionar marcas como MRV, Ultrafarma, Caixa e outras empresas anunciantes do programa do apresentador, “Alerta Nacional”, da RedeTV, a cessarem o financiamento do discurso preconceituoso de ódio. A alternativa pode ser boicote do público. Sikêra também é financiado pelo governo federal, recebendo por “serviços de utilidade pública” relacionados à publicidade e propaganda, para elogiar Bolsonaro em seu programa.
Rússia “alerta” Disney contra conteúdos LGBTQIA+
Considerado um dos países mais homofóbicos do mundo, a Rússia, por meio de sua agência reguladora de comunicações, alertou a Disney nesta sexta-feira (28/5) para não distribuir conteúdos com personagens LGBTQIA+, dizendo que são prejudiciais às crianças do país. A agência de censura, Roskomnadzor, informou ter enviado uma carta à Disney observando que a lei russa proíbe a distribuição de informações que “negam valores familiares e promovem relacionamentos sexuais não tradicionais” para crianças. A iniciativa foi tomada diante da inclusão do curta-metragem “Out”, que tem um protagonista gay, na plataforma Disney+. A Disney ainda não se pronunciou. Relacionamentos homossexuais são legais na Rússia, mas uma lei de 2013 proíbe disseminar “propaganda de relacionamentos sexuais não tradicionais” entre jovens russos. Grupos de direitos humanos criticam a legislação, dizendo que ela ajuda a aumentar a hostilidade contra a comunidade LGBTQIA+. Na segunda-feira (204/5), um procurador russo pediu que anúncios da Dolce & Gabbana no Instagram que mostram casais homossexuais se beijando sejam proibidos no país. Além da censura nos meios de comunicação, a repressão se estende à proibição de paradas de orgulho LGBTQIA+. A Moscow Pride encontra-se banida há vários anos e as tentativas de realização são enfrentadas com violência por protestos de russos ultraconservadores e religiosos. O ex-prefeito de Moscou, Yuri Luzhkov, chegou a justificar a proibição durante seu mandato dizendo que os eventos eram “satânicos”. Desde 2010, antes mesmo da legislação mais restritiva, a União Europeia multa a Rússia por desrespeitar os direitos LGBTQIA+.
Primeiro protesto da história do Oscar vira documentário
O primeiro discurso de protesto do Oscar está completando 48 anos. Mas em vez de ser celebrada pela façanha, a responsável pelo momento histórico lamenta ter sido esquecida – na verdade, segregada – pela indústria cinematográfica norte-americana. Sacheen Littlefeather se tornou mundialmente conhecida ao subir no palco do Dorothy Chandler Pavilion em 1973 para aceitar um Oscar destinado a Marlon Brando. Vencedor do troféu de Melhor Ator Coadjuvante por “O Poderoso Chefão”, Brando decidiu não ir à cerimônia, escalando a jovem de 26 anos como sua representante para receber – ou melhor, recusar – o prêmio. Ela surpreendeu a Academia com seu discurso, ao afirmar que Brando recusava o Oscar em protesto contra a péssima representação de nativos americanos nos filmes de Hollywood, sempre retratados de forma estereotipada. “Quando vocês nos estereotipam, vocês nos desumanizam”, ela apontou, sob uma mistura sonora de vaias e aplausos. Naquele momento, John Wayne, que estava nos bastidores, precisou ser seguro por seis seguranças para não invadir o palco e comprar briga com a jovem indígena. Ninguém estava preparado para o que aconteceu. Foi o primeiro discurso político num Oscar – e a única vez que o troféu foi recusado por seu vencedor. Mas logo depois, e durante muito tempo, o feito foi reduzido a uma pegadinha de Marlon Brando. O desdém foi potencializado quando veio à tona que Sacheen Littlefeather era uma atriz. De fato, Sacheen Littlefeather era uma atriz. Mas uma atriz apache legítima, que após seu discurso histórico nunca mais foi escalada em nenhum filme, precisando abandonar a profissão. Um documentário em curta-metragem sobre essa história, “Sacheen: Breaking The Silence”, foi inscrito entre os trabalhos que buscavam uma indicação ao Oscar 2021 de sua categoria. Mas nem o Oscar deste ano, que supostamente celebra a inclusão, permitiu o desbloqueio da atriz. O filme não foi selecionado. Na nova obra, Littlefeather revela que Brando ficou encantado com sua atuação, mas a abandonou durante a tempestade que se seguiu. Como resultado, ela entrou numa “lista negra” – ou, como diz, “na lista vermelha” – de Hollywood e nunca mais conseguiu trabalhar na indústria. Veja abaixo o discurso histórico e o trailer do documentário.
Mercado publicitário reage à projeto homofóbico da Assembleia Legislativa de SP
Um projeto de lei (PL) em tramitação na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) colocou o mercado publicitário em alerta e chamou atenção de diversas entidades pela clareza de sua intenção, ao promover preconceito e buscar marginalizar um grupo social. Apresentado pela deputada estadual Marta Costa (PSD), o projeto pretende proibir veiculação de publicidade no estado de São Paulo que “contenha alusão a preferências sexuais e movimentos sobre diversidade sexual relacionado a crianças”. Segundo a autora do PL, tais propagandas trariam “desconforto emocional a inúmeras famílias” e mostram “práticas danosas” às crianças. Para ela, a proibição vai “evitar a inadequada influência na formação de jovens e crianças”. A discussão em plenário estava prevista para terça passada (20/4), mas foi atropelada por outras pautas e só deverá entrar em votação na semana que vem. Ainda que a proposta seja inconstitucional, chocou o mercado por ter chegado tão longe. Entidades ligadas aos direitos LGBTQIA+, como Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), Mulheres EIG (Evangélicas pela Igualdade de Gênero) e a ONG Mães pela Diversidade no Estado de São Paulo repudiaram prontamente o projeto, que discrimina mães e pais LGBTQIA+, e enviaram ofícios à Alesp. A Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap) também emitiu um comunicado afirmando o óbvio: que a proposta é inconstitucional por “impor discriminação à liberdade de expressão comercial e ao direito de orientação sexual”. Além disso, é uma tentativa de “censura de conteúdo, abrindo um precedente perigosíssimo para a liberdade de expressão e os direitos de minorias”. O mesmo fez a Associação Brasileira de Anunciantes (Aba), reforçando que se trata de iniciativa inconstitucional e ilegal. O PL viola o artigo 220 da Constituição, que defende que “a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição”. Vai além, ao usar o termo “preferência sexual”, que é incorreto e preconceituoso, para se referir à “orientação sexual”, e, ainda por cima, pretende legislar sobre publicidade e propaganda, o que é de competência exclusiva da União. Ao contrário do que pretendia, a iniciativa ofensiva serviu para fortalecer a defesa dos direitos LGBTQIA+ pelo mercado. A agência Mutato, por meio de seu Comitê de Diversidade, criou um grupo de discussão sobre o assunto, que já tem o apoio de mais de 110 líderes de diferentes empresas — entre anunciantes (como Ambev, Avon, iFood e Mastercard), agências de propaganda (como Africa, AlmapBBDO, Ogilvy e Publicis), plataformas de mídia (como o Twitter, Facebook e TikTok) e entidades de classe (como a Aba e a Abap). O objetivo é rechaçar iniciativas preconceituosas como a PL da deputada do PSD para criar (e assumir) compromissos públicos que assegurem representatividade em novas campanhas publicitárias e segurança à comunidade LGBTQIA+ nas equipes responsáveis por elas.
Os Simpsons: Dublador quer pedir desculpas a todos os indianos por Apu
O ator Hank Azaria, antigo dublador do personagem Apu em “Os Simpsons”, disse que gostaria de se desculpar individualmente com todos os indianos nos Estados Unidos pela representação preconceituosa do personagem. Ele abandonou o papel há mais de um ano, após críticas da comunidade indiana. “Eu realmente sinto muito. É importante. Eu peço desculpas pelo meu papel em criar e contribuir com isso. Parte de mim sente que eu preciso ir até cada indiano neste país e me desculpar pessoalmente. E às vezes eu faço isso”, disse Azaria em entrevista ao podcast “Armchair Expert”. Apu sempre foi considerado um personagem polêmico por retratar de forma estereotipada o comportamento dos imigrantes da região da Índia. Mas a abordagem politicamente incorreta passou a ganhar ainda mais projeção após o documentário “O Problema com Apu”, dirigido por Hari Kondabolu em 2017, que criticou a forma como as produções americanas tratam as pessoas da região. Azaria acabou se tornando o principal alvo do filme e desde então vinha sofrendo pressões para abandonar o personagem – o que só fez três anos depois. Em sua participação no podcast, Azaria disse que, após as críticas, decidiu procurar entender por que a representação do personagem indiano era problemática. Segundo ele, foi uma conversa com crianças descendentes de indianos na escola de seu filho que o fizeram desistir do personagem. Azaria contou que um garoto pediu, “com lágrimas em seus olhos”, que ele falasse aos executivos de Hollywood que as obras que eles produzem afetam a vida das pessoas. “Um menino de 17 anos… Ele nunca viu ‘Os Simpsons’, mas sabe o que o Apu representa. Já é praticamente um xingamento. Tudo o que ele sabe é que é assim que seu povo é visto por tantas pessoas neste país”, contou o ator.
Pedro Sampaio responde preconceito contra funk com remix dos Mamomas Assassinas
A inclusão de um trecho do remix funk de “Wap”, produzido por Pedro Sampaio, na apresentação de Cardi B e Megan Thee Stallion no Grammy 2021 despertou o preconceito do veterano produtor Rick Bonadio, até hoje lembrado por ter trabalhado com Mamonas Assassinas. Ele lançou um ataque gratuito ao funk em suas redes sociais. “Já exportamos Bossa Nova, já exportamos Samba Rock, Jobim, Ben Jor. Até Roberto Carlos. Mas o barulho que fazem por causa de 15 segundos de funk na apresentação da Cardi B me deixa com vergonha. Precisamos exportar música boa e não esse ‘fica de quatro'”, ele escreveu no Twitter na segunda-feira (15/3), citando uma frase em português do remix de Pedro Sampaio, que chamou atenção no Grammy. Bonadio exercitou ainda mais preconceito em outros comentários, gerando uma revolta nas redes sociais. Várias estrelas do funk se insurgiram contra o produtor, com Anitta à frente, disparando uma saraivada de tuítes. À noite, Sampaio apresentou sua resposta. Em formato musical. Postou um remix funk de “Pelados em Santos”, dos Mamonas Assassinas. E fez questão de incluir “fica de quatro” em sua versão, deixando sua mensagem bem clara. Na legenda, ele escreveu: “Na minha opinião, Mamonas combina muito com funk. #FicaDeQuatro”. Ouça abaixo a versão funk dos Mamonas Assassinas. // na minha opinião, mamonas combina muito com funk #FicaDeQuatro pic.twitter.com/tRkLAkvzGT — Pedro Sampaio (@DjPedroSampaio) March 16, 2021
Funkeiras dão lição a produtor após tuítes preconceituosos contra funk brasileiro
Rick Bonadio, produtor até hoje lembrado por ter trabalhado com Mamonas Assassinas e pelo infame rap sexista animado “Dogão É Mau”, resolveu manifestar preconceito contra o funk brasileiro, após Cardi B ter incorporado o ritmo em sua apresentação no Grammy 2021. “Já exportamos Bossa Nova, já exportamos Samba Rock, Jobim, Ben Jor. Até Roberto Carlos. Mas o barulho que fazem por causa de 15 segundos de funk na apresentação da Cardi B me deixa com vergonha. Precisamos exportar música boa e não esse ‘fica de quatro'”, ele escreveu no Twitter. “Eu sinto a necessidade de criticar algumas situações porque vejo uma alienação generalizada. O funk precisa evoluir. Os funkeiros precisam ousar evoluir musicalmente para crescer. Não se pode fazer o mesmo sempre porque isso dá certo”, acrescentou Bonadio. Os textos deram início a uma revolta nas redes sociais. Várias estrelas do funk se insurgiram contra o produtor “ultrapassado”, com Anitta à frente, disparando uma saraivada de tuítes. Menosprezar o funk que lançou Anitta ao estrelado internacional e contagiou Cardi B, Major Laser e até Madonna chega a ser mais que elitismo bobo, é negacionismo puro. Música ruim, repetitiva e letras iguais era o que se falava sobre os Beatles na época em que Rick Bonadio nasceu. Ele simplesmente repete o preconceito de seus avós. Anitta foi mais incisiva, ao citar uma crítica dos anos 1960 que dizia o mesmo contra a Bossa Nova, estilo escolhido por Bonadio como contraste ao funk. O saldo positivo da lavação de roupa foi que a discussão trouxe à tona algumas conclusões certeiras da turma do funk, que, ao contrário do que muitos pensam, tem QI altíssimo. Rapidamente os tuítes de Bonadio foram apontados como ilustração perfeita do preconceito de classe e raça, que caracteriza a elite que define o Brasil como uma “democracia racial”, além de demonstrar uma total desconexão com a realidade social do país. O fato de mirar o funk, enquanto sertanejo, pagode e forró poderiam ser alvos dos mesmos argumentos, não passou em branco pelos artistas atingidos. Nem o descaso por musicas feita pelas classes menos privilegiadas. Veja abaixo alguns dos tuítes mais certeiros das estrelas do funk, que perceberam logo o que havia por trás dos comentários, demonstrando entender o Brasil melhor que muitos políticos – e alguns produtores fonográficos. Mesma batida? Vc deve ter parado de pesquisar desde seu último álbum de sucesso. Mesmas letras? Aceito. Porém infelizmente cada um canta uma letra compatível com o nível educacional e cultural que lhe é oferecido. Nesse caso, pelo governo brasileiro para com suas comunidades.. 🤷🏽♀️ — Anitta (@Anitta) March 15, 2021 Por que vocês acham que essa galera do business não ousa falar de outros ritmos? Porque existem grandes empresários por trás… aí a briga dói no bolso… melhor não, né? Mas já com os funkeiiiirosss… quem vai brigar por eles?? — Anitta (@Anitta) March 15, 2021 Entendam uma coisa, galera… é MUITO necessário resistir a esse tipo de comentário. São de pequenas opiniões assim que as coisas crescem aos poucos e podem virar cruciais no futuro. Alguém já viu o filme "Sombra Lunar" na Netflix? Explora essa questão. Uma pequena ideia — Anitta (@Anitta) March 15, 2021 Rick Bonadio veja está aula da Anitta e tente repensar seus (pre)conceitos! pic.twitter.com/eWUlTnxdKL — GirlFromRio❄ (@GirlFromRio5) March 15, 2021 Todos nós temos plena consciência que o funk incomoda, só que há anos o funk se tornou um movimento, um movimento de resistência e que representa a realidade de milhões de brasileiros. O funk já ultrapassou tantas barreiras e criticar já se tornou ultrapassado, resta aceitar! — Ludmilla ⚽️ (@Ludmilla) March 15, 2021 Desmerecer o trabalho do outro é TRISTE e DESRESPEITOSO. — Lexa (@LexaOficial) March 15, 2021 O funk evoluiu e cresceu tanto que estava no Grammy ontem. É preciso respeitar nosso movimento. Tenho respeito pelo seu trabalho e esperamos o mesmo respeito. O funk é cultura, é música e tá quebrando barreiras sim. 🙏🏽 https://t.co/oWESPGzmtI — Lexa (@LexaOficial) March 15, 2021 Da pra aceitar sim, dá pra respeitar e dá pra você ignorar o ritmo, mas você escolheu "criticar" e "ofender". Sim eu me ofendi, eu canto funk e proibidão mas eu gero empregos, pago imposto e mantenho a comida na minha casa com letras do proibidão. — Valesca Popozuda #Mecomeesome (@ValescaOficial) March 15, 2021 Em pleno 2021 produtor querendo criticar o funk, além de ignorância é algo extremamente elitista e que ignora a importância do funk na vida de tantas pessoas, inclusive na minha. Que cada vez mais a gente possa levar o funk para o mundo! Funkeira com muito orgulho SIM! — Mc Rebecca #ToPreocupada (@mcrebecca) March 15, 2021
Eleitores do Oscar se recusam a ver “Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre”
Em 2005, o Oscar elegeu o fraquíssimo “Crash” como Melhor Filme, porque muitos eleitores se recusaram a assistir o principal candidato, “O Segredo de Brokeback Mountain”, por ser um romance gay. A história volta se repetir em 2021, com muitos votantes se recusando a assistir “Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre”, por retratar o aborto adolescente. A diretora do filme, Eliza Hittman, conseguiu acesso a um email de um dos eleitores da Academia, enviado a uma relações públicas, onde fica claro que “não vi e não gostei” ainda vigora forte entre os autodenominados cristãos que votam no Oscar. Ela postou a carta em seu Instagram, identificando o autor como o cineasta Kieth Merrill, vencedor de um Oscar em 1973 pelo documentário “The Great American Cowboy” e indicado em 1997 pelo curta “Amazon”. “Recebi o filme, mas como cristão, pai de 8 filhos, avô de 39 netos e ativista pró-vida, eu tenho ZERO interesse em assistir a uma mulher cruzando fronteiras para alguém assassinar seu filho”, diz o texto. “75 milhões de nós enxergamos o aborto como a atrocidade que é. Não tem nada heroico sobre uma mãe se esforçando tanto para matar seu filho. Pense nisso!” Apesar desta atitude, Hittman acrescentou: “Recebi este e-mail ontem à noite e foi um lembrete duro de que a Academia ainda é infelizmente monopolizada por uma guarda velha, branca e puritana. Me pergunto quantos outros jurados não vão assistir ao filme”. Depois, a diretora deletou a postagem. Em comunicado enviado à revista Variety, a Academia lembrou que os membros não precisam assistir a todos os pré-selecionados para votarem no Melhor Filme. A carta de Merrill também ajuda a explicar porque o impactante drama romeno “4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias”, de Cristian Mungiu, não foi indicado ao Oscar de Melhor Filme de Língua Estrangeira em 2008, após vencer a Palma de Ouro no Festival de Cannes. “Nunca, Raramente, Às Vezes, Sempre” ganhou o Grande Prêmio do Festival de Berlim e está indicado em sete categorias do Film Independent Spirit Awards (o Oscar indie). O filme já está disponível para locação digital no Brasil.
The Walking Dead pede para fãs homofóbicos largarem a série
O Twitter oficial da franquia “The Walking Dead” postou uma mensagem forte nesta semana, deixando claro sua postura contra a homofobia, após um de seus atores sofrer ataques nas redes sociais. “Se personagens LGBTQIA+ na televisão (ou outros lugares) te causam desconforto ou raiva, por favor, deixe de nos seguir. Embora também encorajemos você a olhar para seu interior e ser mais receptivo, saiba que não há lugar em nosso fandom para discriminação odiosa ou ignorância intencional. Obrigado.”. A série original é repleta de personagens gays, como Aaron (Ross Marquand), os falecidos Jesus (Tom Payne) e Tara (Alanna Masterson), além do casal Magna (Nadia Hilker) e Yumiko (Eleanor Matsuura). Mais recentemente, o final da 1ª temporada de seu novo spin-off, “The Walking Dead: World Beyond”, celebrou o reencontro do casal formado por Felix (Nico Tortorella) e Will (Jelani Alladin) com um beijo apaixonado. Por conta disso, trolls da internet resolveram atacar o intérprete negro do par, somando dois preconceitos numa mesma mentalidade intolerante. Durante o episódio de 25 de janeiro do podcast “Talk Dead to Me”, Jelani Alladin discutiu a representação LGBTQIA+ no programa, junto com o relacionamento de seu personagem com o Felix de Nico Tortorella. E virou imediatamente alvo de ódio dos fãs homofóbicos da série. “Não consigo curtir os personagens gays de um programa de TV, sinto muito, cara, não posso fazer isso”, comentou um deles. A conta de “The Walking Dead” no Twitter não perdeu tempo para reagir, com a mensagem que indica preferir ter menos público a ter um público odioso. Jelani Alladin ficou impressionado com o apoio e retuitou a mensagem, acrescentando um comentário próprio. “Isso aqui, para sempre. Orgulho de trabalhar em ‘The Walking Dead: World Beyond’, dando vida a este relacionamento LGBTQIA. Vamos dar a eles algo para comentar!”, ele escreveu. E ainda conclamou seu seguidores a retuitarem o post. “RT para irritar os homofóbicos.” Veja os posts abaixo. Hi, hello. If LGBTQIA+ characters on television (or anywhere) make you uncomfortable or angry, please unfollow us. While we also encourage you to look within and be more accepting, know that there is no place in our fandom for hateful discrimination or willful ignorance. Thank you. — The Walking Dead (@TheWalkingDead) January 26, 2021 Forever this. Proud to be back at work on @TWDWorldBeyond and bring this LGBTQIA relationship to life. LETS GIVE EM SOMETHING TO TALK ABOUT @NicoTortorella https://t.co/xtiY0ZHktk — JelaniAlladin (@JelaniAlladin) January 26, 2021











