Netflix muda métricas e “Wandinha” supera audiência de “Stranger Things”
A Netflix anunciou mudanças nas métricas responsáveis por definir os títulos mais assistidos do streaming. A partir de agora, a plataforma vai dividir as horas visualizadas pelo número de horas existentes em cada atração, de modo a conseguir um número de “visualizações” que aproxime mais os resultados de filmes e séries (com vários capítulos, séries acabam tendo muito mais horas visualizadas). Além disso, a Netflix decidiu estender a janela de medição para suas listas de filmes e séries mais vistos de todos os tempos. Em vez de encerrar a contagem em 28 dias (cerca de um mês de exibição), a plataforma vai contabilizar o público de 91 dias (três meses). Estas mudanças confirmaram o que todos já sabiam, mas a Netflix não deixava afirmar: que o fenômeno “Wandinha” teve muito mais audiência que “Stranger Things 4” e é, de fato, a série em inglês mais vista da plataforma. A ampliação da janela também acaba com uma injustiça criada com a contabilização de séries divididas em duas partes. Enquanto “Wandinha”, por exemplo, teve apenas 28 dias de exibição contados pela Netflix no ranking anterior, “Stranger Things 4” teve 56, divididos da seguinte forma: 28 dias para sua Parte 1 e mais 28 dias para sua Parte 2. O resultado gerava números distorcidos, que possibilitavam fingir que “Stranger Things 4” tinha sido mais vista. Como funciona na prática Graças às mudanças, agora se sabe que a série “Wandinha” teve 1,7 bilhão de horas visualizadas nos primeiros 91 dias. Dividindo o valor pelo tempo total da 1ª temporada – 8 episódios de 6 horas e 49 minutos – , o resultado aponta que a série conquistou 252 milhões de visualizações. O número ultrapassa com folga o desempenho da 4ª temporada de “Stranger Things”, que registrou 140 milhões visualizações. O novo ranking também preserva a medição de horas totais. Com isso, é possível ver que “Stranger Things” ainda supera “Wandinha” em números brutos, com 1,8 bilhão de horas. Só que o 4º ano da série teve 9 episódios que totalizaram 13 horas e 4 minutos, mais que o dobro da temporada de estreia de “Wandinha”. Apesar de estipular as “visualizações”, é importante ressaltar que a nova métrica não significa quantidade de assinantes que assistiram aos títulos. Afinal, a Netflix já declarou que tem uma base de 232,5 milhões de assinantes – e “Wandinha” foi visto por número maior, o que significa que mais pessoas de uma mesma conta viram a série separadamente. Também não dá para saber quantas das 252 milhões de visualizações de “Wandinha” representam reprises de episódios. Isto é outro complicador para afirmar quantas pessoas, de fato, acompanharam a série – ou qualquer outro título. Mas o novo sistema métrico oferece dados mais nivelados e claros que o anterior. Alerta Vermelho lidera os filmes A alteração não afetou o status de “Round 6” como série mais vista da Netflix em todos os tempos. A atração sul-coreana aparece no ranking das séries não faladas em inglês com 265 milhões visualizações. Mas vale apontar que sua distância para “Wandinha” é bem menor que o antigo ranking apontava. Entre as séries em inglês, “Dahmer: Um Canibal Americano” aparece no 3º lugar, com 115 milhões de visualizações. Em seguida, a 1ª temporada de “Bridgerton” e a minissérie “O Gambito da Rainha” completam o Top 5, com 113 milhões e 112 milhões de visualizações, respectivamente. Já no ranking geral dos filmes, o mais assistido é a ação “Alerta Vermelho”, com 230 milhões de visualizações. Nas duas posições abaixo, estão “Não Olhe para Cima” e “O Projeto Adam”, marcando 171 milhões e 157 milhões de visualizações, respectivamente. Confira os novos rankings completos:
Fox passa a oferecer seu conteúdo em streaming para quem não assina TV paga no Brasil
A Fox é o mais novo grupo de mídia a disponibilizar seu conteúdo em streaming para quem não assina pacotes de TV paga. O projeto foi anunciado em abril, mas só a partir desta terça-feira (28/8) virou realidade. Assim como no app da HBO Go, a Fox oferecerá assinatura por aplicativo, que dará acesso ao catálogo dos 11 canais do grupo, incluindo Fox Premium, National Geographic e Fox Sports. No pacote, estão séries como “The Walking Dead”, “This Is Us”, “Vikings”, “Homeland”, “Britannia” e “Outlander” – algumas exclusivas do canal pago Fox Premium, que não consta de pacotes básicos da TV paga. Entre os programas esportivos, os clientes poderão acompanhar competições como o Campeonato Espanhol, a Copa Libertadores e a Copa do Brasil. De acordo com a Fox, o serviço está disponível em vários dispositivos, incluindo smartphones, tablets, computadores, smarTVs, consoles de jogos, Chromecast e Apple TV. “Vamos ampliar nosso modelo de negócio e chegar a lares que hoje não têm assinatura de TV Paga”, disse em comunicado oficial Michel Piestun, gerente geral da Fox Networks Group no Brasil. O preço da assinatura é R$ 35,90, valor próximo do cobrado por HBO, Netflix e outros serviços de streaming.
Fox lança serviço de assinatura por streaming no Brasil
O grupo Fox anunciou sua entrada no mercado D2C (direct to consumer) brasileiro, ao oferecer assinatura direta do conteúdo de suas plataformas de streaming para quem não tem TV paga. A novidade foi anunciada num evento-festa com presença de jornalistas e “personalidades”, realizado em São Paulo na noite de terça-feira (3/4). O novo serviço, chamado Fox+, estará disponível já em abril e o preço deve ficar por volta de R$ 34,90, com direito a usar até cinco dispositivos associados à mesma conta. A iniciativa expõe a atual fase de superação do modelo tradicional da TV paga, há muito estagnado, e acontece após o HBO se tornar o primeiro canal a oferecer serviço do gênero no país. A diferença é que a Fox+ não é um legítimo D2C como a HBO Go. Na hora de assinar, o consumidor não estará totalmente livre de intermediários: a contratação do serviço terá de ser feita por meio de uma operadora, seja de banda larga ou de telefonia móvel. É uma questão operacional que reflete até onde a Fox ousa avançar, enquanto espera pela Disney. A Fox+ vai oferecer aos assinantes diversos canais de séries e variedades, como Fox Premium, Fox, Fox Life, FX, National Geographic, Nat Geo Wild, Nat Geo Kids e Bae Baby TV. Além disso, a companhia possui canais de esportes, que exibirão todos os jogos da Copa da Rússia – com funcionalidades como pausar jogos e programas ao vivo e até assisti-los posteriormente. “O plano Fox+ no Brasil é sinônimo de inovação e futuro: chega diretamente aos millennials e oferece uma nova proposta de acessar conteúdo pelo aplicativo da Fox, ao mesmo tempo em que o nosso assinante de TV Paga de todos os canais também terá acesso às novas funcionalidades em todas as plataformas”, comentou Carlos Martinez, Presidente da Fox Networks Group América Latina. “É uma experiência única de TV online no país e o principal lançamento da Fox Networks Group na América Latina nos últimos anos. Vamos ampliar nosso modelo de negócio e chegar a lares que hoje não têm assinatura de TV paga”, completou Michel Piestun, gerente geral da Fox Networks Group no Brasil. O serviço possuirá estreias exclusivas, com conteúdos que serão exibidos online antes de chegar à TV, como a disponibilização de temporadas completas de séries. Só não se sabe como ficará essa iniciativa após a Disney consolidar a compra mundial da Fox. Afinal, a Disney tem seus próprios planos para o conteúdo dos canais Fox, que incluem o lançamento de uma plataforma de streaming gigantesca para rivalizar com a Netflix. A grande desvantagem de iniciativas como a Fox+ na busca por consolidação é justamente a diferença no volume de conteúdo para rivalizar empresas de OTT (Over The Top) já estabelecidas, como a própria Netflix e a Amazon. Ambas oferecem mais produtos por preço similar às assinaturas individuais da Fox+ e da HBO Go. A ironia é que a busca por maior variedade foi o que consolidou o mercado de TV paga, em sua estratégia de oferecer pacotes com diferentes canais, e é isto que iniciativas de D2C revelam estar em processo de implosão.


