“Creed III” é destaque no Top 10 de filmes novos pra ver em casa
O sucesso de cinema “Creed III” é o principal lançamento da programação digital da semana, que ainda recebe a comédia de ação “Ghosted” (pouco recomendada pela crítica), comédias brasileiras, terror e filmes premiados, incluindo dois finalistas do Oscar 2023, “Tár” e “Close”. Confira os 10 melhores filmes novos disponibilizados nas locadoras online e serviços de streaming. | CREED III | VOD* O terceiro filme da franquia, que começou como spin-off de “Rocky”, destaca a rivalidade e o confronto entre o personagem-título (vivido por Michael B. Jordan) e o desafiante Damien, interpretado por Jonathan Majors (“Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania”). Ex-amigo que tomou caminho distinto, Damien sai da prisão acreditando que Creed viveu a vida que ele merecia e pretende reivindicar tudo para si mesmo, vencendo-o no ringue. Além de estrelar a franquia, Jordan também faz sua estreia como diretor nessa continuação, que volta a contar com as participações das atrizes Tessa Thompson e Phylicia Rashad, mas perdeu Sylvester Stallone. O ator veterano decidiu aposentar Rocky Balboa. O roteiro é de Zach Baylin (“King Richard”) e Keenan Coogler (roteirista de “Space Jam: O Novo Legado” e irmão do diretor do primeiro “Creed”, Ryan Coogler), e o resultado supera o longa anterior, saindo definitivamente da sombra de “Rocky”. Este filme e “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” apontavam um futuro grandioso para Jonathan Majors, que ruiu rapidamente quando o ator foi preso por violência doméstica no fim de março. | TÁR | VOD* Um dos filmes mais premiados da temporada traz Cate Blanchett (“O Beco do Pesadelo”) em papel que pode lhe rendeu indicação ao Oscar – e que muitos consideram o melhor desempenho de sua carreira. Ela vive a fictícia Lydia Tár, uma aclamada compositora que se torna a primeira maestrina feminina de uma orquestra alemã após conquistar consagração em diferentes indústrias do entretenimento – vencedora do Emmy, do Grammy, do Oscar e do Tony. Mas apesar de suas realizações, encontra-se sob pressão em Berlim, durante a produção de sua última sinfonia, o que desencadeia uma série de atitudes questionáveis. Ela acha que está acima de tudo e todos, e se mostra tão egocêntrica que não percebe como seu mundo está prestes a desabar. “Tár” é o terceiro longa do diretor Todd Field, que foi indicado ao Oscar por “Entre Quatro Paredes” (2001) e “Pecados Íntimos” (2006) e estava há 16 anos sem filmar. E vale destacar que, além da direção e da interpretação, a trilha sonora também tem papel de relevo na obra, concebida por Hildur Guðnadóttir, a compositor islandesa que venceu o Oscar 2020 de Melhor Trilha por “Coringa”. | CLOSE | MUBI Indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional, o drama do premiado diretor belga Lukas Dhont (“Girl”) narra a intensa amizade entre dois garotos de 13 anos de idade, Leo e Remi, que é interrompida de modo súbito por Remi, quando os coleguinhas de aula começam a insinuar que os dois são gays. Lutando para entender o que aconteceu, Leo vê a amizade se transformar em ódio. Vencedor de 38 premiações internacionais, incluindo o Grande Prêmio do Júri do Festival de Cannes e o Prêmio do Público do Festival Mix Brasil, o filme é elogiadíssimo por sua abordagem terna do tema da inocência perdida e tem 91% de aprovação no Rotten Tomatoes. | PETER VON KANT | VOD* O mais recente filme do francês François Ozon é uma adaptação de “As Lágrimas Amargas de Petra von Kant”, peça de Rainer Werner Fassbinder que o próprio diretor alemão filmou em 1972. O filme original trazia Margit Carstensen no papel de uma proeminente estilista lésbica com tendências narcisistas, que se apaixona por uma aspirante a modelo. Na versão de Ozon, Peter Von Kant é um proeminente cineasta gay, vivido por Denis Menochet (que trabalhou com o diretor em “Dentro de Casa”), cujo narcisismo o leva a maltratar e humilhar o assistente pessoal (Stefan Crepon) com quem compartilha sua casa. A diva francesa Isabelle Adjani (“A Rainha Margot”) interpreta uma grande atriz que foi musa do diretor por muitos anos e o apresenta a Amir (Khalil Ben Gharbia), um belo e modesto aspirante a ator por quem Peter se apaixona e se oferece a ajudá-lo a entrar na indústria cinematográfica. Escanteado, o assistente observa tudo e vê Peter ser usado. A produção também homenageia a diva alemã Hanna Schygulla, que foi a sedutora original dos anos 1970, escalando-a como a mãe de Peter Van Kant. PEQUENA MAMÃE | HBO MAX O novo filme da cineasta francesa Céline Sciamma (“Retrato de uma Jovem em Chamas”) retrata o luto sob o ponto de vista infantil. Combinando drama e fantasia, a trama acompanha uma menina de 8 anos chamada Nelly, que viaja com os pais ao campo para limpar a casa de sua avó recém-falecida. No fim do dia, a mãe some e a menina conhece outra criança da sua idade, que por coincidência tem o mesmo nome da sua mãe. As duas se tornam rapidamente amigas. Mas depois de ser convidada a visitar a casa dela, Nelly se choca ao ver que o lugar é a própria casa de sua avó falecida e que sua amiga é, na verdade, sua mãe na infância. A fábula com elementos de viagem no tempo teve première no Festival de Berlim e venceu seis troféus internacionais, entre eles o Prêmio do Público do Festival de San Sebastián e o Prêmio da Crítica do Festival de Estocolmo. Além disso, encantou a crítica americana, atingindo 97% de aprovação no Rotten Tomatoes. | GHOSTED – SEM RESPOSTA | APPLE TV+ A comédia de ação estrelada por Chris Evans (o Capitão América da Marvel) e a cubana Ana de Armas (“Blonde”) começa como um filme romântico, em que o personagem de Chris conhece a personagem de Ana, a garota perfeita com quem acredita que vai casar. Até que de repente ela deixa de responder às suas mensagens. Recusando-se a acreditar que se trata de ghosting proposital, ele resolve surpreender a amada com uma visita surpresa na casa dela… em Londres. Mas ao chegar lá é imediatamente feito refém por criminosos fortemente armados e, quando está prestes a ser torturado, é salvo por ela, que revela ser uma superespiã da CIA e o arrasta numa aventura de espionagem internacional. O roteiro é de Paul Wernick e Rhett Reese (“Deadpool”), a direção de Dexter Fletcher (“Rocketman”) e a produção está a cargo do estúdio Skydance, que se especializou em realizar filmes para streaming após “A Guerra do Amanhã” e “Sem Remorso” na Amazon, além de “The Old Guard” na Netflix. E o detalhe: tem diversas participações surpresas, especialmente do MCU (Universo Cinematográfico da Marvel) relacionadas ao Capitão América. Apesar do elenco e equipe, o resultado é bem convencionalzinho e foi repelido pela crítica norte-americana, com apenas 31% de aprovação no Rotten Tomatoes. | OFERENDA AO DEMÔNIO | VOD* O terror acompanha o filho do dono de uma funerária que volta para casa com sua esposa grávida. Mas, ao chegar lá, um mal antigo com planos sinistros está lhes esperando. Dentro de sua história bastante padrão com alguns sustos genéricos, o filme consegue se diferenciar por abordar a possessão demoníaca pela perspectiva da cultura judaica. A direção é de Oliver Park, que faz sua estreia em longas após filmar curtas de terror. | RAQUEL 1:1 | VOD* Revelada no drama “Mate-me Outra Vez” (2015), Valentina Herszage vive outra jovem problemática no elogiado drama com toques de terror da diretora Mariana Bastos (“Alguma Coisa Assim”). A Raquel (Valentina) do título é uma jovem que, ao chegar a uma pequena cidade do interior, vê-se atraída para a religião por novas amigas, um grupo de garotas evangélicas da igreja local, mas ao tentar se encontrar na espiritualidade, começa a fazer suas próprias interpretações, questionando as passagens misóginas da Bíblia. A trama embarca em momentos de realismo mágico, quando Raquel descobre uma caverna e começa a manifestar estigmatas, que podem ser divinas ou diabólicas. Exibido no festival texano SXSW, o filme brasileiro arrancou críticas elogiosas da imprensa americana e atingiu 82% de aprovação no Rotten Tomatoes. | NAS ONDAS DA FÉ | VOD* A nova comédia de Marcelo Adnet é uma provocação aos pastores evangélicos. Ele vive Hickson, um brasileiro típico, comum, que sonha ser locutor de rádio, mas trabalha consertando computador e declamando telegramas falados para apaixonados. Quando descola um bico para consertar equipamento numa rádio, brinca no microfone e sem querer se coloca no ar. Mas em vez de receber uma bronca, consegue um emprego. Só tem um detalhe: a rádio é evangélica e ele precisará fingir que é pastor. Achando ser capaz de tirar isso de letra, ele se surpreende quando o sucesso cresce e ganha fiéis, que querem vê-lo celebrar um culto. Isso gera uma crise de ética, com a qual o dono da rádio pouco se importa. Com direção de Felipe Joffily (“Muita Calma Nessa Hora”), o elenco também inclui Otávio Müller, Letícia Lima e Débora Lamm (todos de “O Palestrante”). | DISSONANTES | STAR+ A comédia brasileira traz Marcelo Serrado (“Crô em Família”) como um ex-roqueiro grunge frustrado, que vê os ex-colegas dos anos 1990 seguindo outros caminhos, enquanto se afunda em dívidas para não comprometer sua integridade. A chance de uma virada chega a contragosto, quando um jurado de calouros da TV, ex-músico de sua antiga banda, propõe alugar seu estúdio para a gravação de uma artista do programa musical. Thati Lopes (“Diários de Intercâmbio”) vive a cantora em início de carreira, que convence o grunge aposentado a colocar guitarra no seu pop. Mais que isso, ela quer que ele se apresente com ela na disputa ao prêmio televisivo, que pode alavancar suas carreiras. “Dissonantes” tem roteiro de Mariana Trench Bascos (criadora de “Pico da Neblina”) e Pedro Riera (“Clube da Anittinha”), direção de Pedro Amorim (“Divórcio”) e produção da Querosene Filmes. * Os lançamentos em VOD (video on demand) podem ser alugados individualmente em plataformas como Apple TV, Claro TV+, Google Play, Loja Prime, Microsoft Store, Vivo Play e YouTube, entre outras, que funcionam como locadoras digitais sem a necessidade de assinatura mensal.
Confira 10 filmes que chegam às plataformas digitais
Homem-Aranha, Homem-Aranha, aí vem o Homem-Aranha. O fenômeno das bilheterias chega às plataformas digitais nesta sexta (18/9) e é, sem dúvida, o grande destaque das estreias da semana. Mas a relação também tem indicado ao Oscar e títulos elogiadíssimos pela crítica, oferecendo uma boa variedade de opções. Confira abaixo 10 dicas para programar o cinema em casa, com seus respectivos trailers e informações relevantes. HOMEM-ARANHA: SEM VOLTA PARA CASA | NOW, VIVO PLAY, VOD* Maior blockbuster da era pandêmica, “Homem-Aranha: Sem Volta para Casa” abre o multiverso e infinitas possibilidades no MCU (Universo Cinematográfico da Marvel), além de transformar “fan service” em arte, representando o ápice do modelo cinematográfico da Marvel. Há muitas participações especiais – todas que os fãs pediram – e citações envolvendo 20 anos de cronologia do herói, desde o primeiríssimo “Homem-Aranha” de 2002. E só não é um grande easter egg com trechos esporádicos de trama porque os roteiristas (Chris McKenna e Erik Sommers) se superaram ao dar sentido ao excesso, tornando o “fan service” indispensável para a narrativa. Há cenas de muita ação, comédia de rir à toa e tragédia para soluçar de choro. Não é à toa que está sendo considerado o melhor filme do Homem-Aranha já feito – há quem diga que seja o melhor filme do MCU. E de quebra ainda oferece uma conclusão para a primeira trilogia estrelada por Tom Holland e Zendaya, com direção de Jon Watts. Com tanto sucesso, nem precisavam anunciar, mas já está oficializado que este não é realmente o fim da história. O BECO DO PESADELO | STAR+ O novo espetáculo sombrio de Guillermo Del Toro (vencedor do Oscar por “A Forma da Água”) tem clima de terror, mas é o primeiro trabalho da carreira do cineasta que deixa de lado elementos sobrenaturais para focar apenas no pior da raça humana. A história é uma adaptação do livro homônimo de William Lindsey Graham, publicado em 1946 e que já foi transformado num clássico do cinema noir, batizado no Brasil como “O Beco das Almas Perdidas” (1947). A trama gira em torno de um vigarista (Bradley Cooper, de “Nasce uma Estrela”) que entra num circo, aprende os truques de uma suposta vidente (Toni Colette, de “Hereditário”) e resolve aplicar golpes como um falso médium, com a ajuda de uma jovem assistente (Rooney Mara, de “Carol”). Tudo muda quando ele conhece uma psicóloga pilantra (Cate Blanchett, também de “Carol”) que grava as confissões de seus pacientes. E aí percebe que pode tornar seu truque ainda mais convincente e extorquir uma clientela milionária com estas informações. Cheio de estrelas, o resultado foi aclamado com quatro indicações ao Oscar. FRESH | STAR+ O terrir elogiado pela crítica traz Daisy Edgar-Jones (“Normal People”) como uma jovem frustrada com a realidade desencantadora dos encontros por aplicativos, que conhece um bonitão no supermercado e logo se vê fisgada, embarcando em um relacionamento intenso. Tão intenso, que sofre uma reviravolta de psicopatia. Sebastian Stan (“Falcão e o Soldado Invernal) vive o par antirromântico do longa, que marca a estreia em longa-metragem de Mimi Cave, diretora de diversos clipes indies. Exibido no Festival de Sundance, atingiu 81% de aprovação no Rotten Tomatoes. CARANGUEJO NEGRO | NETFLIX O filme de guerra pós-apocalíptica traz Noomi Rapace (“Prometheus”) como uma ex-patinadora olímpica alistada no combate visceral que dizimou a Europa. Durante um inverno longo e rigoroso, ela se junta a cinco soldados numa missão secreta, precisando patinar sobre o mar congelado, arriscando suas vidas, para transportar um pacote misterioso que pode acabar com o conflito. Só que para a patinadora a missão é sobre algo completamente diferente: salvar sua filha. “Caranguejo Negro” é o primeiro longa escrito e dirigido pelo sueco Adam Berg. Ele se destacou como diretor de clipes de bandas como A-ha e Cardigans, além de ter produzido a série sci-fi “Contos do Loop” (Tales From The Loop), da Amazon. SORTE DE QUEM? | NETFLIX No suspense minimalista, Lily Collins (“Emily in Paris”) e Jesse Plemons (indicado ao Oscar 2022 por “Ataque dos Cães”) vivem um casal rico que é feito de refém em sua casa de campo por um assaltante com contas a ajustar. O ladrão é interpretado por Jason Segel (“How I Met Your Mother”) num de seus raros papéis dramáticos. Segel também concebeu a história com o diretor Charlie McDowell, após os dois trabalharem juntos na sci-fi romântica “A Descoberta”, lançada pela Netflix em 2017. E o roteirista daquele filme, Justin Lader, deu o acabamento final na trama em parceria com Andrew Kevin Walker (do famoso suspense “Seven: Os Sete Crimes Capitais”). ÁGUAS PROFUNDAS | AMAZON PRIME VIDEO Ben Affleck (“Liga da Justiça”) e Ana de Armas (“Blade Runner 2049”) vivem um casamento quente e aberto na adaptação do suspense da famosa escritora Patricia Highsmith (“O Talentoso Ripley”, “Carol”) publicado em 1957. Enquanto ela se comporta como uma mulher sem amarras, ele se esforça ao máximo para disfarçar o ciúme crescente. Até que começam a surgir cadáveres de amantes e ele se torna o principal suspeito. A história foi adaptada pelos roteiristas Sam Levinson (criador de “Euphoria”) e Zach Helm (“Mais Estranho que a Ficção”), e dirigida pelo veterano Adrian Lyne (“Atração Fatal”), que, curiosamente, estava afastado de Hollywood há uma década, desde o fracasso de um filme de temática muito similar – “Infidelidade” (2002). Outro detalhe interessante é que o clima esquentou de verdade durante as filmagens, levando o casal de protagonistas a iniciar um relacionamento real nos bastidores – encerrado em janeiro do ano passado, antes de Affleck retomar seu antigo namoro com Jennifer Lopez. Mas a crítica não se entusiasmou como eles, considerando o filme morno, quase frio, com apenas 44% de aprovação no Rotten Tomatoes. PEQUENA MAMÃE | VOD* O novo filme da cineasta francesa Céline Sciamma (“Retrato de uma Jovem em Chamas”) retrata o luto sob o ponto de vista infantil. Combinando drama e fantasia, a trama acompanha uma menina de 8 anos chamada Nelly, que viaja com os pais ao campo para limpar a casa de sua avó recém-falecida. No fim do dia, a mãe some e a menina conhece outra criança da sua idade, que por coincidência tem o mesmo nome da sua mãe. As duas se tornam rapidamente amigas. Mas depois de ser convidada a visitar a casa dela, Nelly se choca ao ver que o lugar é a própria casa de sua avó falecida e que sua amiga é, na verdade, sua mãe na infância. A fábula com elementos de viagem no tempo teve première no Festival de Berlim e venceu seis troféus internacionais, entre eles o Prêmio do Público do Festival de San Sebastián e o Prêmio da Crítica do Festival de Estocolmo. Além disso, encantou a crítica americana, atingindo 97% de aprovação no Rotten Tomatoes. UMA LIÇÃO DE ESPERANÇA | NOW, VIVO PLAY, VOD* O drama do ucraniano Vadim Perelman conta como um jovem judeu tenta escapar da morte num campo de concentração nazista ao fingir ser iraniano. Mas a farsa corre risco de ruir quando um comandante nazista decide convocá-lo a lhe ensinar a língua persa, fazendo com que ele precise inventar palavras para sobreviver. Baseado numa história real, o longa teve première no Festival de Berlim de 2020 e conta com 78% de aprovação no Rotten Tomatoes. UM ELEFANTE SENTADO QUIETO | MUBI Premiado no Festival de Berlim de 2018, o primeiro e único longa do diretor Hu Bo tem 96% de aprovação no Rotten Tomatoes, apesar de suas quase quatro horas de duração. É longo. E lento. E sem sorrisos. Uma jornada deprimente pelas margens da vida na China moderna, seguindo múltiplos personagens em uma cidade industrial, todos vítimas do egoísmo de outras pessoas. O tom sombrio reflete o estado de espírito do próprio diretor, que se matou após terminar o longa, aos 29 anos de idade. “Um Elefante Sentado Quieto” é seu epitáfio. THE SPARKS BROTHERS | NOW, VIVO PLAY, VOD* Primeiro documentário musical do diretor Edgar Wright (“Noite Passada em Soho”), a obra é uma homenagem de fã ao legado da banda Sparks, formada pelos irmãos Ron e Russell Mael em Los Angeles no ano de 1970. Vanguardista e experimental, Sparks foi pioneiro na criação da música eletrônica e considerado um dos grupos musicais mais inovadores de todos os tempos, cuja influência pode ser traçada de Queen a Duran Duran, chegando até Suede e atualmente em The Killers e Franz Ferdinand. Ao mesmo tempo, também é uma das bandas mais subestimadas e pouco conhecidas do rock – apesar de ter lançado 25 álbuns. Exibido no Festival de Sundance com 96% de aprovação da crítica americana, o documentário tenta fazer justiça ao legado dos irmãos Mael por meio do resgate de sua trajetória e depoimentos de artistas influenciados por suas músicas, como Beck, Björk, Giorgio Moroder, Nick Rhodes (Duran Duran), Jane Wiedlin (Go-Go’s), Vince Clarke (Erasure), Bernard Butler (Suede), Andy Bell (Ride), Alex Kapranos (Franz Ferdinand), Thurston Moore (Sonic Youth), Flea (Red Hot Chili Peppers), Tony Visconti (produtor de David Bowie) e muitos outros. O lançamento coincide com a redescoberta da banda, que recebeu um raro reconhecimento por seu trabalho inovador com um prêmio especial no Festival de Cannes do ano passado, pela composição da trilha do filme musical “Annette”, de Leos Carax. * Os lançamentos em VOD (video on demand) podem ser alugados individualmente em plataformas como Apple TV, Google Play, Loja Prime Video, Looke, Microsoft Store e YouTube, entre outras, sem necessidade de assinatura mensal.
Estreia de “Batman” domina cinemas do Brasil
A estreia de “Batman” vai poder ser vista em 2,3 mil salas de cinema no Brasil a partir desta quinta (3/3), na maior distribuição de um filme neste ano. A intenção da Warner Bros. é quebrar recordes, após as exibições de pré-estreia lotarem. Apesar da concorrência desproporcional, dois outros títulos vão entrar no circuito de arte, com projeção numa quantidade tão pequena de telas que podem ser contadas nos dedos. Confira abaixo todas as três estreias, com mais detalhes e seus respectivos trailers. BATMAN Longo, ambicioso e sombrio, “Batman” é o filme que os fãs imaginam antes de entrar no cinema. Nem pior nem melhor, mas tentando marcar alguma diferença em relação aos anteriores. O tom combina com os filmes de Christopher Nolan, mas o trabalho expressionista de Matt Reeves é mais suscetível à visão sinergética de conglomerado, ao introduzir vários elementos que podem se multiplicar em séries de streaming e na inevitável continuação. Se Robert Pattinson interpreta o primeiro Batman emo, por outro lado demonstra a melhor química com uma Mulher-Gato do cinema, papel desempenhado por Zoe Kravitz com um visual inspirado na Selina Kyle dos quadrinhos de “Batman: Ano Um”. Esta fase, por sinal, é exatamente a época explorada pela trama, antes da fama do herói se solidificar no submundo do crime. O período ainda permite apresentar os demais vilões em seus primeiros passos – e bem diferentes dos quadrinhos – , como um Pinguim mafioso (Colin Farrell) e principalmente um Charada serial killer (Paul Dano), mais perigoso que nas publicações da DC Comics – cometendo crimes tão brutais que tornam este “Batman” nada apropriado para crianças. PEQUENA MAMÃE O novo filme da cineasta francesa Céline Sciamma (“Retrato de uma Jovem em Chamas”) retrata o luto sob o ponto de vista infantil. Combinando drama e fantasia, a trama acompanha uma menina de 8 anos chamada Nelly, que viaja com os pais ao campo para limpar a casa de sua avó recém-falecida. No fim do dia, a mãe some e a menina conhece outra criança da sua idade, que por coincidência tem o mesmo nome da sua mãe. As duas se tornam rapidamente melhores amigas. Mas depois de ser convidada a visitar a casa da nova melhor amiga, Nelly se choca ao ver que o lugar é a própria casa de sua avó falecida, só que mais nova, e que a menina é, na verdade, sua mãe na infância. A fábula com elementos de viagem no tempo teve première no Festival de Berlim e venceu seis troféus internacionais, entre eles o Prêmio do Público do Festival de San Sebastián e o Prêmio da Crítica do Festival de Estocolmo. Além disso, encantou a crítica americana, atingindo 97% de aprovação no Rotten Tomatoes. NO RITMO DA VIDA A produção canadense acompanha um jovem que se cansa da cena noturna de sua cidade e se muda para a casa da avó no interior, dividindo-se entre cuidar da senhorinha que começa a dar sinais de demência e trabalhar como drag queen em um bar local. O primeiro longa de Phil Connell atingiu 90% no Rotten Tomatoes, venceu 10 prêmios em festivais do circuito LGBTQIAP+ e registrou um dos últimos papéis da veterana Cloris Leachman (vencedora do Oscar por “A Última Sessão de Cinema”), intérprete da vovó, que morreu em janeiro do ano passado.


