Luca Guadagnino adianta detalhes da continuação de Me Chame Pelo Seu Nome
O diretor Luca Guadagnino adiantou novidades sobre a sequência de seu filme “Me Chame Pelo Seu Nome”. Em entrevista ao site italiano Bad Taste, o cineasta revelou como seria a cena de abertura da continuação, que encontrará Elio (Timothée Chalamet) em Paris, chorando enquanto assiste a um filme na televisão. “Aqui está um pequeno furo: a sequência acontecerá em Paris e começa com Elio chorando enquanto uma luz brilha em seus olhos”, comentou. “Nos perguntamos: ainda estamos onde nós o deixamos? Com ele à frente da lareira? Não: ele está chorando porque está assistindo ao final de um dos melhores filmes dos anos 80, a obra-prima de Paul Vecchiali, ‘Uma Vez Mais’.” “É absolutamente coerente com o personagem: Elio ama o cinema de Paul Vecchiali. É melancólico como ele”, finalizou. A citação também dá uma noção da época em que o filme se passa. “Uma Vez Mais” é de 1988. E o fato de estar sendo exibido na televisão francesa joga a trama para 1990, no mínimo. Também é a segunda vez que o diretor cita este filme ao mencionar a continuação. A referência tem significado importante por ter sido o primeiro longa francês a lidar com a AIDS. Em entrevista anterior ao Collider, Guadagnino deu outros detalhes que se encaixam na época focada, colocando a queda do Muro de Berlim como pano de fundo para a trama. “Acho que acabarei fazendo vários filmes sobre esses personagens, porque eu os amo muito. Acredito que a experiência de vida deles está pronta para várias aventuras. Imagino que o próximo capítulo vai acontecer logo após a queda do Muro de Berlim e aquela grande mudança que foi o fim da União Soviética. Veremos as pessoas saindo de casa e indo para o mundo. É o que posso dizer por enquanto”. Outros detalhes que tem sido apurados da continuação é que Dakota Johnson, que estrelou o novo filme de Guadagnino, “Suspiria”, teria topado participar da trama como esposa de Oliver, o personagem de Armie Hammer. No entanto, ainda há muitos obstáculos que o cineasta precisa superar para dar vida ao filme. Ou seja, ele tem que obter a aprovação do escritor André Aciman, que criou os personagens, e do roteirista James Ivory, responsável pela adaptação cinematográfica.
Mostra de Cinema de São Paulo terá vencedores de Cannes, Toronto e quase 400 filmes
A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo divulgou neste sábado (7/10) a lista de filmes de sua 41ª edição. Entre os destaques estão o filme vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes, “The Square”, de Ruben Östlund, o vencedor do troféu de Melhor Direção do Festival de Berlim, “O Outro Lado da Esperança”, de Aki Kaurismaki, o novo drama de Michael Haneke, “Happy End”, e muito, muito mais. Ao contrário do Festival do Rio, que diminuiu sua seleção como reflexo da crise econômica, a Mostra ampliou a quantidade de títulos exibidos em 2017, programando quase 400 filmes. Também diferente da opção carioca, o evento paulista não buscou enfatizar o cinema autoral mais óbvio – e comercial – , deixando Hollywood de lado para se focar num cinema, como diz sua denominação, internacional. Por isso, traz nada menos que 13 títulos que disputam vagas no Oscar de Melhor Filme de Língua Estrangeira: o argentino “Zama”, o sul-coreano “O Motorista de Táxi”, “Scary Mother” da Geórgia, o iraniano “Respiro”, o irlandês “Granito”, o islandês “A Sombra da Árvore”, o neozelandês “Mil Cordas”, o tcheco “Mães no Gelo”, o russo “Loveless”, o suíço “Mulheres Divinas”, o venezuelano “El Inca”, além do sueco “The Square” e o austríaco “Happy End”, já citados. Isto não significa que o cinema americano foi ignorado. O grande vencedor do Festival de Toronto e fortíssimo candidato ao Oscar 2018, “Três Anúncios Para um Crime”, de Martin McDonagh, será exibido na programação. Mas há mais ousadia. Basta verificar a grande quantidade de filmes sem distribuição assegurada no país em sua seleção com que a lista do Festival do Rio, cuja divulgação foi acompanhada por diversos releases de distribuidoras informando que a maioria estará em breve nos cinemas. Para o cinéfilo, isto é a chave do paraíso. Em comum com o Festival do Rio, e reflexo de uma tendência mundial, há uma forte presença de cineastas femininas na seleção. Do total dos 394 títulos, 98 são dirigidos por mulheres, sendo 18 de brasileiras. Um dos filmes que tende a gerar as maiores filas, por seu perfil absolutamente cult, é sobre e de uma mulher: “Nico, 1988”, de Susanna Nicchiarelli, cinebiografia da modelo, atriz e cantora da banda Velvet Underground, que venceu a seção Horizontes do Festival de Veneza. Este ano, a Mostra será aberta com a projeção de “Human Flow” (2017), documentário do artista plástico chinês Ai Weiwei sobre a crise mundial dos refugiados. Weiwei também assina o cartaz da Mostra e estará presente ao evento, assim como os outros homenageados: a cineasta belga Agnès Varda (“As Duas Faces da Felicidade”), que vai receber o Prêmio Humanidade e ganhará uma retrospectiva de onze longas, o diretor italiano Paul Vecchiali (“O Estrangeiro”), que também ganha retrospectiva e vem ao festival para receber o Prêmio Leon Cakoff, e o ator Paulo José (“Quincas Berro d’Água”), que será homenageado com documentários sobre sua trajetória e também receberá o troféu que leva o nome do criador da Mostra. Haverá também uma retrospectiva do cinema suíço, pouquíssimo conhecido no Brasil, com destaque para a obra do diretor Alain Tanner (“Jonas Que Terá Vinte e Cinco Anos no Ano 2000”), e exibições especiais, como uma projeção da obra-prima do cinema mudo “O Homem Mosca” (1923), grande sucesso de Harold Lloyd, ao ar livre no parque do Ibirapuera, e de clássicos do cinema brasileiro no vão livre do MASP, na Avenida Paulista. A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo acontece entre os dias 19 de outubro e 1 de novembro, e a venda dos ingressos já começa no próximo dia 14. A lista completa dos filmes será disponibilizada em breve no site oficial da Mostra.

