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    Para Minha Amada Morta: Aly Muritiba conta como se faz suspense com um filme autoral

    1 de abril de 2016 /

    “Para minha Amada Morta” estreou mundialmente no prestigiado Festival de San Sebastián (Espanha), foi premiado no Festival de Montreal (Canadá) e recebeu seis troféus no Festival de Brasília (incluindo Melhor Filme) antes de iniciar seu desafio comercial, com o lançamento nos cinemas nesta quinta-feira (31/3). O filme gira em torno de um homem que, após o desaparecimento da mulher, descobre um outro lado dela através de uma fita de VHS, e embarca numa jornada de aparente vingança. Nesta conversa exclusiva com o Pipoca Moderna, o diretor e roteirista Aly Muritiba analisou os temas centrais (a desconstrução do amor romântico idealizado, entre eles), os recursos estilísticos para contar a sua história e considerou “sorte” encontrar uma distribuidora para lançar no Brasil sua produção autoral. De resto, Muritiba já trabalha em novos projetos – uma adaptação literária da obra de Daniel Galera, “Barba Ensopada de Sangue”, outra do livro “Jesus Kid”, de Lourenço Muratelli, e “Ferrugem”, no qual é responsável por argumento, roteiro e direção. O filme traz uma espécie de duelo entre dois homens, onde a “amada morta” do título é uma espécie de peso “etéreo” que sufoca a vida dos protagonistas… Como é que surgiu a ideia para a história? Eu queria fazer um filme sobre projeção e idealização, sobre a criação da imagem que fazemos de alguém e que nos faz amar esta pessoa. No fim das contas, todo o argumento do filme parte deste ponto: quem é a pessoa que amamos? É possível conhecê-la ou apenas fazer uma ideia do que ela seja a partir de fragmentos de informações que, juntas, formam uma projeção, uma imagem que aprendemos a amar? A partir daí, criei esta trama sobre um sujeito que ama e idealiza profundamente uma mulher, cuja imagem é confrontada por um registro numa fita VHS. Em termos de abordagem, “Para minha Amada Morta” apresenta uma proposta de cinema de autor em função do ritmo, de alguns recursos típicos (fora de campo, fundo desfocado) e de intensidade, ao situar-se mais no diálogos que na ação. Ao mesmo tempo, roça o cinema de gênero com uma história de paixão, traição, investigação e vingança. Como pensou/geriu a combinação destes elementos? Pensando sob o ponto de vista do roteiro, “Para minha Amada Morta” parte de uma premissa bastante simples: o que uma pessoa faz ao descobrir algo que, de certo modo, contradiz tudo o que ele pensava sobre o maior amor de sua vida? A resposta a esta pergunta, óbvio, depende da natureza da descoberta. O que proponho, então, é fazer com que o espectador sinta primeiro o amor devotado por uma pessoa à outra. Então construo este outro a quem o amor é devotado baseando-me em reminiscências (a ausência da pessoa amada, que no meu filme está morta, é presentificada por objetos, roupas, fotos e vídeos) para assim fazer com que o espectador, sem que ele se dê conta, experimente a idealização da pessoa amada. E por ultimo proponho que o espectador descubra junto o personagem aquilo que é capaz de desconstruir a idealização e, portanto, o amor. Trocando em miúdos, eu faço com que o espectador esteja todo o tempo com o protagonista do filme, faço com que o espectador saiba tanto quanto o protagonista, sem, no entanto, saber qual será o próximo passo do protagonista. E esta manobra é muito característica do suspense: nunca saber qual o próximo passo, nunca conseguirmos nos antecipar aos eventos. Por outro lado, o meu protagonista, de posse da informação que deteriora a imagem que ele fazia de sua amada, parte numa espécie de investigação e reconstrução de fatos do passado, ações pertinentes ao thriller. No que diz respeito à direção, aí a questão foi mais no sentido de encontrar a melhor maneira de colocar no espaço este sujeito tão deslocado e perdido, que é o meu protagonista, e, ao mesmo tempo, trabalhar com a duração (ritmo da montagem) de modo a maximizar a sensação de suspensão. Enfim, estes elementos do cinema do gênero já estavam no roteiro, mas, para mim, fazer cinema de gênero apenas copiando os códigos não faz o menor sentido, não é excitante. Então, fui buscar no espectador que sou o tipo e filme que gostaria de ver, e me dei conta de que seria um filme em que eu fosse convidado a participar todo o tempo, criando, descobrindo, escrevinhando mesmo, sabe. E, para mim, isto passa pela longa duração dos planos, pelo quadro mais aberto permitindo a varredura, pelos silêncios e pelo extra-quadro. Daí o desafio tornou-se conjugar este roteiro tão marcadamente de gênero com um desejo de direção distinto. O filme também sugere questões complexas sobre o adultério, particularmente na perspetiva masculina. Um dos homens lida com a traição e com uma mulher que pode ser tanto vista como “liberal” quanto como “promíscua”; o outro tem uma mulher casta e submissa, que aceita o adultério da parte dele, mas que nunca receberia a mesma compreensão em contrapartida… Mas, no fim das contas, é um filme de amor. São homens que amaram de maneira muito distinta a mesma mulher, que foi capaz de amá-los profundamente ao mesmo tempo. O mesmo vale para a personagem da Raquel (Mayana Neiva), a esposa evangélica, onde o amor se realiza como perdão. Sabe, eu não costumo fazer julgamentos morais de meus personagens e acho que este é um péssimo caminho para que um roteirista enverede, mas se eu pudesse julgá-los agora, a posteriori, eu diria que a amada que dá nome ao filme é a personagem mais completa da trama, no sentido de que nasceu, amou e morreu. O ciclo dela foi completo, no sentido de termo, mas também de completude. Aos que ficaram é que sobrou o vazio, a falta, a saudade. Ou seja, ela era um baita ser humano, daqueles que amamos com todos os nossos músculos. Os “duelos” entre os dois atores principais rendem sequências memoráveis. Como foi a escolha deles, particularmente do Lourinelson Vladimir? O Lourinelson fez um filme pouco conhecido chamado “Curitiba Zero Grau” e foi ali que eu conheci seu trabalho. Ele é um baita ator, daqueles que dominam o palco e a plateia com poucos. Ao vê-lo atuar no cinema e depois nos palcos percebi que ele tinha a força de que eu precisava. No caso do Fernando Alves Pinto, bem, eu escrevi o papel para ele fazer. Não por acaso, o personagem carrega o nome do ator. O bacana é que o Nando tem uma ternura muito bela no olhar, no sorriso, que é o contrário do que tem o Louri, um sujeito mais bruto. São seres humanos muito sensíveis, mas de naturezas muito distintas. Um é ar, o outro é terra. E era exatamente desta combinação que eu precisava para construir estes embates. Os mercados mundiais de cinema ressentem-se de um monopólio na distribuição por poucas empresas que impõem um determinado tipo de cinema. Como é que vê a veiculação do filme no contexto da distribuição no Brasil? Distribuir filmes pequenos, autorais, é uma tarefa inglória, afinal o parque exibidor é formado por empresários, que até podem gostar de cinema, mas sua prioridade é o lucro, e, convenhamos, nossos filmes não dão lucro. Então encontrar pelo caminho uma empresa distribuidora como a Vitrine Filmes, que topa botar no mercado filmes como o meu, é como estar perdido no exterior com seu cartão de crédito bloqueado e encontrar um amigo. Como foi a passagem pelo Festival de San Sebastián? San Sebastian foi super importante para maturação do projeto. O “Para Minha Amada Morta” esteve lá em 2013, quando ainda era apenas um roteiro, no Foro de Coproducción, uma ação de mercado de cinema onde você discute seu projeto com profissionais da indústria, e voltou lá em 2014 para o Cine En Construccion, que é uma sessão onde se exibem filmes ainda em processo de finalização e se recebe feedbacks. Ter estado lá estas duas feitas foi ótimo para mim e para que o filme se tornasse o que se tornou, um filme maduro. Quando em 2015 eu fui, enfim, exibir o meu filme no Festival de San Sebastian, eu estava bem seguro do filme que levava, e a indústria já sabia o que esperar, o que é bom, pois assim as surpresas ficam reservadas ao público, que aliás, recebeu “Para Minha Amada Morta” de maneira muito calorosa. Veja Também a Crítica: PARA MINHA AMADA MORTA SUBVERTE AS REGRAS DO SUSPENSE

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    Para Minha Amada Morta subverte as regras do suspense

    31 de março de 2016 /

    Há uma mulher ausente cuja presença não se desvaneceu: ao mesmo tempo que se vê a sós com o filho pequeno, Fernando (Fernando Alves Pinto, de “2 Coelhos”) lida com essa falta de forma quase ritual enquanto arruma vestidos, sapatos, jóias. Até encontrar um presente envenenado, enquanto assiste as fitas de videocassete da “amada morta”… O que sucede a partir daí é uma trajetória com elementos de thriller, filmada sem qualquer relação com estes. Ainda bem. Em vez de uma banal e violenta caça a um “culpado”, o diretor baiano Aly Muritiba suspende o ritmo do seu filme e prefere explorar outras nuances. Mais eficazmente, ele recria a premissa do austríaco “Revanche” (2008), de Gotz Spielmann, onde a história baseava-se numa vingança que se dissolvia num jogo pausado de repetições do cotidiano enquanto o protagonista, identificado com o ponto de vista do espectador, sabia aquilo o que o seu oponente desconhecia. Provando que intensidade e emoção nada tem a ver com rapidez, Muritiba manipula com o máximo efeito recursos simples e corriqueiros no universo dos “cinemas de arte”, como o fora de campo (nos últimos anos usado com enorme inventividade no cinema romeno), criando grandes momentos de cinema em trechos onde os personagens principais enveredam por diálogos escorregadios e repletos de possibilidades. No melhor destes “embates”, ao meio do filme, o protagonista, de frente para a câmera, conversa com o seu oponente (Lourinelson Wladimir, de “Curitiba Zero Grau”, num trabalho globalmente extraordinário) alguns metros atrás e sempre fora de foco. A perspetiva e o subentendido permite ao diretor manter a tensão no auge. De resto, Muritiba joga bastante bem com as regras do suspense e da antecipação. Ainda que tropeçando em alguns momentos menos inspirados (com as intenções do protagonista, deslizando do ambíguo para o obtuso) e sequências inúteis (o passeio de carro de Fernando com a menina adolescente), ele volta a carga com um final à altura daquilo que a premissa prometeu. Veja Também a Entrevista: ALY MURITIBA CONTA COMO SE FAZ SUSPENSE COM UM FILME AUTORAL

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    A semana tem um bolo de estreias, mas qualidade mesmo só no circuito limitado

    31 de março de 2016 /

    Com o circuito ainda sob o impacto de “Batman vs. Superman”, a programação da semana se contenta com estreias de distribuição modesta nos shoppings. As opções incluem diferentes gêneros, num bolo de qualidade uniforme – nivelada por baixo. Quando a massa fermenta, são sempre os lançamentos limitados, de ingredientes mais refinados, que fogem da receita comum. O lançamento mais amplo chega em 362 salas. Com apelo nostálgico, a comédia “Casamento Grego 2” retoma a história da família de Toula (Nia Vardalos), 14 anos após o primeiro filme fazer história como o maior sucesso do cinema indie americano. Desta vez, o casamento do título é da filha da protagonista de 2002. Sem novidades, seu humor evoca séries de TV como “Modern Family” e não repetiu o sucesso de público e crítica do original. Abriu em 3º lugar na semana passada nos EUA, com 25% de aprovação no levantamento do site Rotten Tomatoes. Com a segunda maior distribuição aparece a pior estreia, a animação “Norm e os Invencíveis”, em 297 salas. Coprodução indiana, acompanha um urso polar que viaja a Nova York para conscientizar a humanidade a respeito dos perigos que envolvem a exploração do Ártico. Mas a mensagem se perde totalmente quando Norm começa a rebolar, as piadas ruins se acumulam e a trama começa a ficar cada vez mais parecida como uma reciclagem de “Happy Feet”, “A Era do Gelo” e “Madagascar” de baixa qualidade. Considerada podre na avaliação do Rotten Tomatoes, teve somente 9% de aprovação e fracassou com uma bilheteria total de US$ 17 milhões.   A mediocridade continua com o terror “Visões do Passado”, estrelado por Adrian Brody (“O Pianista”). Psicólogo perturbado pela morta da filha descobre ter virado o personagem de Bruce Willis em “O Sexto Sentido” (1999). O que era novidade na época, é clichê agora. Chega em 115 salas, mas sequer teve lançamento cinematográfico nos EUA, onde vai sair direto em vídeo em abril (com 21% no RT). Outro fracasso de público nos EUA, a comédia “Voando Alto” entra em 114 salas. Mas, ao contrário dos anteriores, a crítica americana gostou deste filme (76% no RT), que tem dois astros carismáticos e é baseada numa improvável história real. A trama acompanha os esforços de Eddie Edwards (Taron Egerton, de “Kingsman – Serviço Secreto”), que, apesar da falta de talento, tenta competir como esquiador nos Jogos Olímpicos, com a ajuda de um treinador pouco convencional (Hugh Jackman, de “Wolverine – Imortal”). Infelizmente, o déjà vu é inevitável após “Jamaica Abaixo de Zero” (1993). Fecha o circuito dos multiplexes a estreia de “Zoom”, coprodução brasileira e canadense, falada em inglês, com atores dos dois países (e um mexicano) e dirigida pelo brasileiro Pedro Morelli (“Entre Nós”). O longa mistura animação e atores reais (Mariana Ximenes, Gael García Bernal, Claudia Ohana, Jason Priestley e Alison Pill) para entrelaçar, com metalinguagem, a história de três artistas: uma escritora (Ximenes), um diretor de cinema (Gael) e uma autora de histórias em quadrinhos (Pill). Estiloso, tem até potencial para virar cult, mas tende a dividir opiniões, devido à ênfase conferida à forma sobre o conteúdo. Abre em 93 cinemas.   O cinema brasileiro também é representado por dois lançamentos do circuito limitado. O mais empolgante também tem maior alcance. O thriller “Para Minha Amada Morta”, de Aly Muritiba, leva para 30 salas a história de um marido que procura provas da infidelidade de sua esposa falecida, tramando uma vingança contra o suposto amante. Premiado nos festivais de Montreal e Brasília, a trama alude aos suspenses psicológicos clássicos, da escola de Hitchcock, mas entrega uma antítese, com pouca tensão. O outro filme brasileiro é uma coprodução portuguesa, que tem a menor distribuição da semana. O drama “Histórias de Alice”, de Oswaldo Caldeira (“O Bom Burguês”) estreia em duas salas no Rio e uma em São Paulo, contando a busca de um cineasta brasileiro (Leonardo Medeiros) por suas raízes portuguesas. Repleto de flashbacks e uma Portugal de cartão postal, o filme só ganha ritmo pela metade, mas seu público é mesmo limitado.   Principal destaque dos “cinemas de arte”, o aguardado “A Juventude”, do cineasta italiano Paolo Sorrentino (“A Grande Beleza”), chega em apenas 20 salas. Belíssimo, acompanha um maestro aposentado que, durante suas férias na companhia da filha e do melhor amigo, é convidado a retomar a carreira. Sorrentino, que já tinha impressionado com a plasticidade de “A Grande Beleza”, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, consegue superar o elevado padrão estético daquele filme. E ainda conta com três astros veteranos (Michael Caine, Harvey Keitel e Jane Fonda), que combinam seus talentos míticos para conferir uma qualidade interpretativa insuperável à produção. Sua inexplicável ausência no último Oscar é contrastada pela vitória dos troféus de Melhor Filme, Diretor e Ator (Caine) na premiação da Academia de Cinema da Europa – o “Oscar europeu”. Completa a programação o drama espanhol “A Garota de Fogo”, de Carlos Vermut, vencedor do Festival de San Sebastian e que rendeu o Goya de Melhor Atriz à Bárbara Lennie. Trata-se de outro lançamento de ótima qualidade lançado em meia dúzia de salas numa única cidade – exclusivamente no Rio de Janeiro. A trama instigante acompanha um pai que tenta realizar o último desejo de sua filha doente: comprar o vestido da personagem de uma série japonesa que a menina cultua. Mas esta busca o leva por caminhos tortuosos e ao encontro de personagens bizarros. Estreias de cinema nos shoppings Estreias em circuito limitado

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    Para Minha Amada Morta: Suspense brasileiro premiado ganha fotos e seu primeiro trailer

    4 de março de 2016 /

    A Vitrine Filmes e a Grafo Audiovisual divulgaram as fotos, o pôster e o trailer do suspense nacional “Para Minha Amada Morta”, primeiro longa de ficção de Aly Muritiba (documentário “A Gente”). Com clima tenso e inquietante, a prévia gira em torno de um viúvo (Fernando Alves Pinto, de “A Floresta que se Move”), que cuida de seu filho pequeno e ainda sente saudades de sua esposa, vendo e revendo gravações em vídeo da amada morta. Até que encontra um VHS desconhecido, em que a mulher aparece transando com outro homem. A descoberta lhe desperta ódio, sentimento de traição e desejo de vingança, levando-o rapidamente a descobrir a identidade do estranho e a se infiltrar em sua família, planejando seduzir a esposa e a filha do rival. O elenco também inclui Giuly Biancato (“Gol a Gol”) como a filha mais velha e o estreante Lourinelson Vladmir como o amante, ambos premiados como coadjuvantes no Festival de Brasília do ano passado. “Para Minha Amada Morta” venceu ao todo seis prêmios oficiais do Festival de Brasília, incluindo Melhor Direção, além do troféu Silver Zenith (segundo melhor filme de estreante) no Festival de Montreal de 2015. A estreia está marcada para 31 de março.

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