Roberto Guilherme, o Sargento Pincel, morre aos 84 anos
O ator Roberto Guilherme, que é conhecido pelo papel do Sargento Pincel em “Os Trapalhões”, morreu nesta quinta-feira (10/11), no Rio de Janeiro, aos 84 anos. Ele lutava contra um câncer há alguns anos e estava internado na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul da capital carioca. Há seis semanas atrás, ele chegou a receber a visita de Dedé Santana, com quem contracenou no programa clássico da Globo. “Muito assunto para colocar em dia. Valeu compadre Dedé Santana pela visita!!”, ele escreveu em sua última postagem do Instagram. Roberto na verdade se chamava Edward e nasceu em Ladário, Corumbá (MT), em 25 de agosto de 1938. O nome artístico foi uma homenagem a Roberto Carlos. Antes de ser ator, ele passou por várias profissões, ainda menor de idade. Aos 11 anos, foi aprendiz de sapateiro. Aos 14, virou jogador de futebol profissional, integrando o time mirim do Vasco da Gama. Aos 18, alistou-se no Exército para seguir carreira, tornando-se paraquedista, mas sem abandonar o futebol. Ele chegou a disputar partidas pela Seleção Brasileira Militar de Futebol ao lado de Pelé. Representando o Brasil, Roberto Guilherme disputou campeonatos nos Estados Unidos, Inglaterra, Panamá, e Colômbia, e foi campeão sul-americano na categoria. Ainda no Exército, ele escreveu uma peça de teatro amador encenada no Olaria Atlético Clube, na Zona Norte do Rio. Mas um dia um ator faltou, e Guilherme acabou o substituindo. Um produtor viu a peça e convidou Roberto Guilherme para trabalhar na TV Rio. Foi o início de sua carreira definitiva. Ele teve o encontro que mudou sua vida quando começou a trabalhar na TV Excelsior e conheceu Renato Aragão, o Didi. Eles contracenaram pela primeira vez no humorístico “Um Dois, Feijão Com Arroz” (1965) e levaram a parceria para o cinema em “Dois na Lona” (1968). Depois, o ator passou a fazer parte do elenco fixo de “Adoráveis Trapalhões”, que tinha como astros principais o comediante Aragão, o lutador galã Ted Boy Marino e os cantores Ivon Cury e Wanderley Cardoso. Com o mesmo elenco, também atuou em “Os Legionários” (1965), onde interpretou pela primeira vez um militar sem nome, que virou o embrião do Sargento Pincel. Na Excelsior, ele ainda atuou no programa de aventuras “002 Contra o Crime” (1965) e na novela infanto-juvenil “A Ilha do Tesouro” (1966). O Sargento Pincel, na verdade, materializou-se fora de “Os Trapalhões”, quando Guilherme foi para a TV Record e estrelou o programa “Quartel do Barulho” (1966). No novo canal, ele voltou a fazer dupla com Renato Aragão no humorístico “Praça da Alegria”. E depois se juntou ao elenco do protótipo de “Os Trapalhões”, batizado de “Os Insociáveis” (1971-1974), que juntou pela primeira vez o trio Didi, Dedé e Mussum, além da cantora Vanusa. No final dos anos 1960, Guilherme se separou dessa turma para ir para a TV Tupi, onde trabalhou com Costinha no programa “Do Que Se Trata” (1969). Esta parceria também foi parar no cinema, na comédia “Costinha e o King Mong” (1977). Mas não demorou para ele se reencontrar com Didi, Dedé e Mussum, que o seguiram rumo à Tupi, onde Zacarias acabou se juntando ao grupo. Essa trupe definitiva se reuniu pela primeira vez em 1975 para materializar um programa novo, chamado “Os Trapalhões”. Guilherme participou desde o início, mas com destaque bem menor que o quarteto central. Só que o programa não fez sucesso e foi cancelado no ano seguinte. Sério. Em 1980, com o colapso da Tupi, Guilherme chegou a fazer teste para interpretar o palhaço Bozo, no SBT. Sem conseguir a vaga, buscou a TV Globo, onde participou de humorísticos como “Viva o Gordo” e “Balança Mais Não Cai”, e reencontrou seus antigos colegas. A Globo tinha lançado a versão mais conhecida de “Os Trapalhões” em 1977. Mas Guilherme só entrou no programa em 1982, quando popularizou de vez o Sargento Pincel, líder de um grupo atrapalhado de recrutas militares. O programa ficou no ar até 1997, perseverando mesmo após as mortes de Zacarias (1934–1990) e Mussum (1941–1994). Roberto Guilherme também participou de oito filmes dos Trapalhões entre 1984 e 2017, incluindo dois longas “solos” de Renato Aragão e um “crossover” com Xuxa, “Xuxa e os Trapalhões em o Mistério de Robin Hood” (1990). Ao final de “Os Trapalhões”, ele seguiu ao lado de Renato Aragão na série “Aventuras do Didi” (2010-2013), que manteve o Sargento Pincel na ativa até 2013. Depois disso, ainda voltou a se juntar a Didi e Dedé em “Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo a Hollywood”, último filme do grupo, lançado em 2017. Com o fim da era de Renato Aragão na TV, Guilherme chegou aparecer no humorístico “Zorra” na Globo e em duas produções do Multishow, “Treme Treme” (em 2018) e “Dra. Darci” (2018-2020), ao lado de Tom Cavalcanti. Ao longo da carreira, Roberto Guilherme ficou bastante conhecido pela careca reluzente. Mas ele não era calvo de verdade. A falta de cabelos surgiu em uma esquete de “Os Trapalhões” na Globo, onde Didi e Dedé rasparam sua cabeça completamente com a desculpa de uma aposta. Quando o personagem Sargento Pincel completou 40 anos em 2021, ele lembrou a história da caracterização em entrevista ao jornal Extra. “A máquina [elétrica] estava cega e não cortava, arrancava o meu cabelo. Enquanto o auditório morria de rir, as lágrimas corriam pelo meu rosto, de tanta dor”, comentou. Como o público achou engraçado, ele manteve o corte zero dali em diante. “Sou um cara brincalhão. Moro em Jacarepaguá desde os anos 1960, com muito orgulho. E ando por lá de sandália, bermuda, camiseta e uma bolsinha do lado, tranquilão. Todo mundo é meu amigo, eu sou amigo de todo mundo, acho a vida maravilhosa. Quando perguntam ‘E aí, Pincel, como é que tá?’, digo ‘Tirando tudo que tá errado, para mim tá tudo certo, tá tudo ótimo'”, completou Roberto Guilherme na mesma entrevista.
Renato Aragão e Dedé Santana se encontram e prometem: “Vem novidade por aí”
Os atores Renato Aragão e Dedé Santana, a eterna dupla Didi e Dedé de “Os Trapalhões”, publicaram vídeo e fotos em suas redes sociais de um encontro, acompanhado por um recado que despertou a curiosidade dos seguidores. “Vem novidade por aí”, escreveram na publicação, acrescentando o título de “Os Trapalhões” entre as hashtags. No vídeo, Dedé lamentou que eles não possam falar nada agora, enquanto Didi fez trocadilho com “nova idade”, brincando com o fato de ambos estarem com 87 e 86 anos, respectivamente. Quando eles vão poder contar a novidade? “Em dez minutos”, brincou Didi. “Mas dez minutos dos grandes”. Os fãs da dupla já começaram a cronometrar. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Renato Aragão (@renatoaragao) Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Dedé Santana (@dedesantanaoficial)
Aílton Graça vira Mussum na primeira foto da cinebiografia do Trapalhão
A Globo Filmes divulgou a primeira imagem de “Mussum: O Filme”, que mostra Aílton Graça (“Galeria do Futuro”) caracterizado como o sambista e comediante de “Os Trapalhões” numa recriação de sua participação na “Escolinha do Professor Raimundo”. A cinebiografia foi anunciada em 2015 e só agora entrou em produção. Segundo informou a produtora nas redes sociais, o longa começou a ser rodado nesta semana e terá ainda Cacau Protásio e Neuza Borges (ambas de “Juntos e Enrolados”) no papel de Dona Malvina, a mãe de Mussum, além do pequeno Thawan Lucas (“Pixinguinha, Um Homem Carinhoso”) e de Yuri Marçal (“Desjuntados”), que vivem o Trapalhão na infância e juventude. O filme vai adaptar o livro “Mussum Forévis: Samba, Mé e Trapalhões”, de Juliano Barreto. Quem assina o roteiro é Paulo Cursino, que escreveu as franquias “De Pernas pro Ar” (2010) e “Até que a Sorte nos Separe” (2012). Já a direção está a cargo do ator Silvio Guindane (“Segunda Chamada”), que estreia em longas-metragens. A produção ainda não tem previsão de estreia. O longa começou a ser rodado essa semana e terá ainda Cacau Protásio e Neuza Borges no papel de Dona Malvina, a mãe de Mussum, além do pequeno #ThawanLucas e de #YuriMarçal, que vivem o Trapalhão na infância e juventude. Prato cheio pra quem ama o Mussum! Ou seja, todo mundo. — Globo Filmes (@GloboFilmes) February 12, 2022
Remo Usai (1928-2022)
O maestro e compositor brasileiro Remo Usai, considerado o maior autor de trilhas do cinema brasileiro, faleceu aos 93 anos. Ele teve a morte confirmada pelo advogado da família, Daniel Campello Queiroz, que não forneceu maiores detalhes. Desde 1957, quando começou a compor, Usai criou trilhas para mais de uma centena de obras de todos os gêneros. Foi importante nome do Cinema Novo, trabalhando com nomes como Nelson Pereira dos Santos, com que fez “Mandacaru Vermelho” (1960) e “Boca de Ouro” (1962). E compôs a trilha de inúmeros clássicos, entre eles a chanchada “Entrei de Gaiato” (1959), de J.B. Tanko, o drama “A Grande Feira”, de Roberto Pires, e os thrillers policiais “Assalto ao Trem Pagador” (1962), de Roberto Farias, e “O 5º Poder” (1962), de Alberto Pieralisi, para citar só o começo de sua carreira. Ele também fundador da Rede Globo em 26 de abril de 1965, tornando-se o primeiro Diretor Musical do canal de televisão da família Marinho. Em 1979, Usai conquistou o troféu Candango de Melhor Trilha no Festival de Brasília pelo filme de “true crime” “O Caso Claudia”, de Miguel Borges. Suas músicas também embalaram diversos filmes dos Trapalhões. Sua longeva parceria com Renato Aragão começou antes mesmo da estreia da famosa trupe de humoristas, quando trabalhou em “Na Onda do Iê-Iê-Iê”, estrelado por Aragão em 1966. Entre os filmes dos Trapalhões, ele musicou sucessos como “O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão” (1977), “Os Três Mosqueteiros Trapalhões” (1980), “O Incrível Monstro Trapalhão” (1980), “Atrapalhando a Suate” (1983) e “O Trapalhão na Arca de Noé” (1983). A lista de trilhas inclui até o primeiro longa-metragem baseado nos quadrinhos de Mauricio de Sousa, “As Aventuras da Turma da Mônica”, animação lançada com grande sucesso em 1982. Apesar da carreira bem-sucedida, Usai sofreu para receber seus direitos devidos. Por quase 40 anos, travou uma disputa judicial com o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) pelos direitos de execução de suas músicas em filmes, no cinema e na televisão. O maestro ingressou com a ação em 1983 e a disputa se arrastou por décadas. Em entrevista para o jornal O Globo de 2012, a filha do maestro, Lilian Usai, revelou que a família passava por problemas financeiros. “Meu pai recebe cerca de um salário mínimo por mês por ter se aposentado como autônomo. Já perdeu os imóveis que meu avô deixou e quase perdeu o apartamento em que vive, no Cosme Velho, por não conseguir arcar com o condomínio e o IPTU. Num momento de lucidez, me disse que achava que tinha fracassado por não ter conseguido juntar dinheiro nem vencido essa ação contra o Ecad”. A Justiça finalmente lhe deu ganho de causa em 2018, determinando o pagamento de cerca de R$ 3,5 milhões. O pagamento, no entanto, só ocorreu em 2021, meses antes de sua morte.
Mário Monjardim (1935-2021)
Poucos dias após a morte de Orlando Drummond, foi a vez de seu colega Mário Monjardim falecer. Assim, foram-se praticamente juntos os dubladores dos inseparáveis Scooby-Doo e Salsicha. Assim como os personagens, os dois eram muito amigos, e Drummond chegou a ser um dos padrinhos de casamento do filho de Monjardim. O dublador morreu na sexta (31/7), aos 86 anos. Pai do diretor de dublagem Júlio Monjardim e primo do diretor de novelas Jayme Monjardim, ele faleceu em casa, no Rio de Janeiro. Monjardim já não trabalhava mais com dublagem, após sofrer um AVC no ano passado, mas continuará a ser ouvido por anos a fio, e por várias gerações que ainda não nasceram, por representar a voz brasileira de personagens icônicos. Além do Salsicha em “Scooby-Doo”, ele também foi responsável pela personalidade nacional do Pernalonga, símbolo máximo das animações da Warner. Ele começou a carreira em 1954 na Rádio Vitória, na capital capixaba, onde nasceu, e também teve uma breve experiência como ator em programas da Globo, entre eles as primeiras versões das séries “Carga Pesada” e “O Sítio do Picapau Amarelo”, e os programas humorísticos “Chico Anysio Show” e “Os Trapalhões”, todos na década de 1980.
Renato Aragão anuncia “projetos” com Dedé Santana
Renato Aragão anunciou que voltará a trabalhar com Dedé Santana, seu parceiro em “Os Trapalhões”, em novos projetos. Ele postou fotos da dupla no Instagram, revelando que passou uma tarde com o amigo, e que “vem coisa boa” do encontro. “Hoje foi dia de matar a saudade do meu amigo Dedé Santana, dar muitas risadas, colocar o papo em dia e já organizar futuros projetos. Vem coisa boa por aí!”, avisou o eterno Didi. “Meu grande amigo Renato Aragão”, respondeu Dedé, também na rede social. O encontro deixou os fãs dos Trapalhões nostálgicos e animados, imaginando do que se trata. Muitos apostam num novo filme. Aragão foi um dos muitos artistas veteranos dispensados da Globo, após 44 anos de contrato. Ele teve seu duradouro acordo encerrado em junho, na onda de cortes da emissora. Na ocasião, Aragão disse: “Para mim, ampliou meus projetos. Você não sabe como eu estou gostando. É uma nova etapa. Não paro nunca, sempre trabalhando. Eu me considero meio máquina, meio humano”, disse. Ver essa foto no Instagram Hoje foi dia de matar a saudade do meu amigo @dedesantanaoficial , dar muitas risadas, colocar o papo em dia e já organizar futuros projetos. Vem coisa boa por aí! Uma publicação compartilhada por Renato Aragão (@renatoaragao) em 16 de Set, 2020 às 5:45 PDT Ver essa foto no Instagram Meu grande amigo @renatoaragao ❤️❤️❤️ Uma publicação compartilhada por Dede Santana Oficial (@dedesantanaoficial) em 16 de Set, 2020 às 7:07 PDT
Del Rangel (1955 – 2020)
O diretor e produtor de TV Antônio “Del” Rangel morreu aos 64 anos na quinta-feira (16/7). A informação foi confirmada pela Diretoria Executiva da Fundação Padre Anchieta. Desde 2019, Rangel era diretor de programação da TV Cultura, em São Paulo. Segundo a fundação, o diretor morreu em decorrência de um infarto fulminante. Antes de comandar a TV Cultura, Del Rangel dirigiu várias novelas e séries em outros canais. Na Globo, realizou vários trabalhos nas décadas de 1980 e 1990, à frente de novelas como “Cambalacho” (1986), “O Outro” (1987) e “Bebê a Bordo” (1987), entre outras. Seu último trabalho na emissora foi em 2001, na direção da minissérie “Os Maias” em parceria com Emilio Di Biasi. Ele foi casado com a atriz Regina Duarte entre 1983 e 1995, e a dirigiu na série “Joana”, uma produção independente que foi exibida pelo SBT e pela extinta TV Manchete em 1984. A parceria com a esposa ainda rendeu o seriado “Retrato de Mulher”, na Globo, em 1993. Rangel também comandou algumas das novelas mais bem-sucedidas do SBT – “Éramos Seis” (1994), “As Pupilas do Senhor Reitor” (1994), “Sangue do Meu sangue” (1995), “Razão de Viver” (1996), “Vende-se Um Véu de Noiva” (2009), “Uma Rosa com Amor” (2010) e o fenômeno “Carrossel” (2012). Além disso, teve trabalhos desenvolvidos no teatro e no cinema. Produziu sete filmes dos Trapalhões, entre 1979 e 1983, e ainda dirigiu “O Trapalhão na Arca de Noé” (1983) e “Uma Escola Atrapalhada” (1990), ambos escritos por Renato Aragão, e o drama “Contos de Lygia” (1998), inspirado por histórias da escritora Lygia Fagundes Telles.
Globo encerra contrato de 44 anos com Renato Aragão
O comediante Renato Aragão não é mais funcionário da Globo, após 44 anos. Ele foi informado que seu contrato de exclusividade, que se encerra nesta terça-feira (30/6), não será renovado. Após suas receitas caírem 30% com a pandemia, a Globo está encerrando contratos com vários atores para reduzir custos. A lista é repleta de veteranos como Vera Fischer, Miguel Falabella, José de Abreu e Stênio Garcia, mas também tem astros mais jovens como Camila Pitanga, Bruna Marquezine e Bruno Gagliasso. Em conversa com o UOL, o eterno Didi, dos Trapalhões, manteve o otimismo pelo qual é conhecido. “Para mim, ampliou meus projetos. Você não sabe como eu estou gostando. É uma nova etapa. Não paro nunca, sempre trabalhando. Eu me considero meio máquina, meio humano”, disse. Renato lembrou a longa trajetória na emissora: “Primeiro, ‘Os Trapalhões’. São 20 anos de sucesso contínuo. Criei o ‘Criança Esperança’, que também foi uma maravilha. Depois a ‘Turma do Didi’. Fiz muita coisa, tive muita alegria na TV Globo, não tenho nada de ruim para falar. Estou muito feliz com ela”. E explicou: “Nós chegamos a um acordo. Contrato é uma coisa simbólica. Continuo trabalhando na Rede Globo por projetos pontuais e faço projetos em outras plataformas. É a oportunidade de fazer também em outro lugar”. O humorista adiantou que há “coisas em negociação”, sem revelar o quê. Mas especula-se que ele tenha projetos sendo discutidos na Netflix e na Amazon. Renato Aragão estreou na Globo em 1977, com “Os Trapalhões”, programa que tinha estreado três anos antes na Tupi. O humorístico dominical ficou no ar até agosto de 1995, sendo encerrado após as mortes de Zacarias (1934-1990) e Mussum (1941-1994). Em 1998, Renato estreou outro dominical, “A Turma do Didi”, exibido até 2010. Também gravou inúmeros especiais neste longo período na emissora carioca, além de ter sido por muito tempo a cara da Globo na campanha “Criança Esperança”. Mas estava afastado das telas há bastante tempo. O último trabalho do astro de 85 anos na emissora ocorreu em 2017, numa tentativa de volta dos Trapalhões em que Didi e Dedé Santana interagiam com um quarteto formado por Didico (Lucas Veloso), Dedeco (Bruno Gissoni), Mussa (Mumuzinho) e Zaca (Gui Santana), sobrinhos dos personagens originais. A experiência rendeu apenas uma temporada, de dez episódios. 2017 também foi o ano de seu último lançamento no cinema, “Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo a Hollywood”, o 42º filme de sua carreira. Em nota postada no Instagram, onde tem 3,5 milhões de seguidores, Renato Aragão comentou a sua nova situação: “São 44 anos de estrada e me vejo diante de uma mudança! São novos tempos, novos parceiros, novos projetos e novos desafios. Minha grande parceira durante esses anos foi a Rede Globo, que me acostumei a chamar de minha casa. Mas diante desses novos tempos e políticas internas de contratação, vamos iniciar uma nova fase e trabalhos pontuais. Tenho em minha vida pessoal e profissional a fluidez e o equilíbrio, vou onde meu público espera que eu esteja e melhor ainda, onde não esperam, pois sempre gostei e gosto de surpreendê-los, e não será diferente nessa nova fase! Já estou com novas oportunidades de trabalho e novos tempos que estão prestes a iniciar.” Veja abaixo. Ver essa foto no Instagram São 44 anos de estrada e me vejo diante há uma mudança! São novos tempos, novos parceiros, novos projetos e novos desafios. Minha grande parceira durante esses anos foi a Rede Globo, que me acostumei a chamar de minha casa. Mas diante há esses novos tempos e políticas internas de contratação, vamos iniciar uma nova fase e trabalhos pontuais. Tenho em minha vida pessoal e profissional a fluidez e o equilíbrio, vou onde meu público espera que eu esteja e melhor ainda, onde não esperam, pois sempre gostei e gosto de surpreendê-los, e não será diferente nessa nova fase! Já estou com novas oportunidades de trabalho e novos tempos que estão prestes a iniciar. Uma publicação compartilhada por Renato Aragão (@renatoaragao) em 30 de Jun, 2020 às 4:37 PDT
Flávio Migliaccio (1934 – 2020)
O ator Flávio Migliaccio, visto recentemente na novela “Órfãos da Terra”, foi encontrado morto na manhã desta segunda (4/5) em seu sítio em Rio Bonito, no Rio de Janeiro, aos 85 anos. Junto com o corpo, o caseiro do sítio encontrou uma carta escrita pelo ator. A notícia foi confirmada pelo 35º BPM de Rio Bonito, delegacia que ainda investiga a causa da morte. Flávio nasceu no Brás, em São Paulo, em 15 de outubro de 1934, e teve uma longa carreira. Sua estreia como ator aconteceu no teatro, ainda nos anos 1950, ao lado da irmã, Dirce Migliaccio (1933-2009). Os dois participaram de diversas montagens do Teatro de Arena. Décadas depois, Dirce acabou virando a Emília, do “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, e também uma das irmãs Cajazeira, de “O Bem Amado”. Do teatro, Flávio foi para as telas. E embora sua carreira televisiva tenha sido notável, seus filmes foram ainda mais impressionantes. A lista incluiu clássicos absolutos como “O Grande Momento” (1958), de Roberto Santos, precursor do Cinema Novo, a antologia “Cinco vezes Favela” (1962), no segmento de Marcos Farias, “Fábula” (1965), de Arne Sucksdorff, “A Hora e Vez de Augusto Matraga” (1965), trabalhando novamente com Santos, “Todas as Mulheres do Mundo” (1966), de Domingos de Oliveira, “Terra em Transe” (1967), de Glauber Rocha, “Arrastão” (1967), do francês Antoine d’Ormesson, “O Homem que Comprou o Mundo” (1968), de Eduardo Coutinho, “O Homem Nu” (1968), outra parceria com Roberto Santos, “Pra Frente, Brasil” (1982), de Roberto Farias, só para citar alguns, inscrevendo seu nome na história do Cinema Novo e da comédia contemporânea brasileira. Ele também foi cineasta. Escreveu e dirigiu nada menos que sete comédias, de “Os Mendigos” (1963) até uma produção dos Trapalhões, “Os Trapalhões na Terra dos Monstros” (1989). Paralelamente, deu início à carreira televisiva na antiga rede Tupi, encontrando grande sucesso em 1972 com o papel de Xerife, na novela “O Primeiro Amor”. O personagem se tornou tão popular que ganhou derivado, “Shazan, Xerife e Cia”, série infantil que Flávio estrelou com Paulo José (o Shazan). A atração marcou época. O ator se tornou muito popular com as crianças dos anos 1970, tanto pelo Xerife quanto pelo Tio Maneco, papel que ele criou e desempenhou no cinema e na TV. O primeiro filme, “Aventuras com Tio Maneco” (1971), virou fenômeno internacional, vendido para mais de 30 países. Sua criação ainda apareceu em “O Caçador de Fantasma” (1975) e “Maneco, o Super Tio” (1978), antes de ganhar série, “As Aventuras do Tio Maneco”, exibida pela TVE entre 1981 e 1985. A estreia na rede Globo aconteceu com a novela de comédia “Corrida do Ouro”, em 1974. E vieram dezenas mais, como “O Casarão” (1976), “O Astro” (1977), “Pai Herói” (1979), “Chega Mais” (1980), “O Salvador da Pátria” (1989), “Rainha da sucata” (1990), “A Próxima Vítima” (1994), “Torre de Babel” (1998), “Vila Madalena” (1999), “Senhora do Destino” (2004), “América” (2005), “Caminho das Índias” (2007), “Passione” (2010), “Êta! Mundo Bom” (2017) e a recente “Órfãos da Terra”, exibida no ano passado, em que viveu o imigrante Mamede. Ele também fez muitas séries, com destaque para “Tapas & Beijos” (2011–2015), ao lado de Andréa Beltrão e Fernanda Torres. E se manteve ligado ao universo infantil por toda a carreira, aparecendo nos filmes “Menino Maluquinho 2: A Aventura” (1998), de Fernando Meirelles, e “Os Porralokinhas” (2007), de Lui Farias. A lista enorme de interpretações de Flávio Migliaccio ainda inclui dois dos melhores filmes sobre futebol já feitos no Brasil, “Boleiros: Era Uma Vez o Futebol…” (1998) e a continuação “Boleiros 2: Vencedores e Vencidos” (2006), ambos com direção de Ugo Giorgetti. Em 2014, ele foi homenageado no Festival de Gramado com um Troféu Oscarito honorário pelas realizações de sua carreira. Seus últimos trabalhos foram a minissérie “Hebe”, da Globoplay, e o filme “Jovens Polacas”, de Alex Levy-Heller, lançado em fevereiro passado.
Gugu Liberato (1959 – 2019)
O apresentador de TV Gugu Liberato morreu nesta sexta-feira (22/11) aos 60 anos, após um acidente doméstico em sua casa, em Orlando, nos Estados Unidos, na última quarta-feira. Ele caiu de uma altura de quatro metros, enquanto tentava trocar o filtro do ar-condicionado em sua casa, e não resistiu aos ferimentos. No momento do acidente, estava acompanhado apenas de sua mulher, Rose Di Matteo. Filho de pais portugueses, Antônio Augusto Moraes Liberato, começou na televisão aos 14 anos como auxiliar de produção do Silvio Santos, à época na TV Globo. O jovem paulistano foi chamado por Silvio porque lhe escrevia cartas sugerindo programas. Sílvio Santos o transformou em apresentador ao assumir o controle de um canal de TV, a TVS, depois transformada na rede SBT, e Gugu mais que correspondeu, conquistando grandes audiências nas noites de sábados com seus programas “Viva a Noite” (1982-1992) e “Sabadão Sertanejo (1991-1996)”. Durante sua passagem pelo SBT, ele ajudou a promover a febre das boys band no Brasil, primeiro com o grupo porto-riquenho Menudos, depois com o similar nacional Dominó. Fez tanto sucesso que, no final dos anos 1980, recebeu uma oferta da Globo para assumir a programação dominical da emissora. Mas Silvio Santos interviu, oferecendo-lhe parte de seu horário de domingo, um grande aumento salarial e honorários de publicidade. Gugu passou a apresentar os quadros “Passa ou Repassa” e “Cidade contra Cidade” na faixa que até então era inteiramente comandada por Sílvio Santos, até assumir um programa próprio, “Domingo legal” (exibido até 2009) no SBT. Enquanto isso, Faustão foi contratado pela Globo e os programas dos dois protagonizaram uma das maiores guerras de audiência da década de 1990. Nos últimos anos, o apresentador tinha se mudado para a Record, onde estrelou “Gugu” (2015-2017) e atualmente comandava o reality “Power Couple Brasil” e o show de talentos “Canta Comigo”. Por conta de sua enorme popularidade com o público brasileiro, Gugu também acabou aparecendo em alguns filmes. E não foram poucos. Ele participou de sete longa-metragens, sempre de temática infantil. A estreia aconteceu em “Padre Pedro e a Revolta das Crianças” (1984) como coadjuvante de Pedro de Lara, jurado do “Show dos Calouros”, de Sílvio Santos. Mas, curiosamente, seus filmes seguintes foram todos com astros da Globo: três filmes dos Trapalhões (“Os Fantasmas Trapalhões”, “O Casamento dos Trapalhões”, “Os Trapalhões na Terra dos Monstros”), dois longas solo de Renato Aragão (“Uma Escola Atrapalhada” e “O Noviço Rebelde”) e uma produção da Xuxa (“Xuxa e os Duendes”), que foi seu último papel no cinema em 2001. O apresentador deixa três filhos, frutos do casamento com a médica Rose Miriam di Matteo: João Augusto, de 18 anos, e as filhas gêmeas, Marina e Sofia, de 15.
Lúcio Mauro (1927 – 2019)
O ator e comediante Lúcio Mauro, que estrelou diversos programas humorísticos da rede Globo, morreu na madrugada deste domingo (12/5) aos 92 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado há cerca de dois meses na Clínica São Vicente, com problemas respiratórios. Lúcio Mauro era seu nome artístico. O artista nasceu em Belém do Pará, no dia 14 de março de 1927, batizado como Lúcio de Barros Barbalho. Ele começou a carreira no teatro e só foi estrear na televisão aos 33 anos, em 1960, com a inauguração da TV Rádio Clube de Pernambuco, onde fez seu primeiro programa de humor, “Beco sem Saída”, contracenando com José Santa Cruz no quadro “Jojoca e Zé das Mulheres”. Em 1963, Lúcio e sua esposa, a atriz Arlete Salles, mudaram-se para o Rio de Janeiro, indo trabalhar na TV Rio. De lá, ele foi para a TV Tupi, onde participou do “Grande Teatro Tupi”, foi jurado de calouros de Flávio Cavalcanti, dirigiu e atuou no programa “A, E, I, O… Urca!” e o infantil “Essa Gente Inocente”, além de estrelar, junto de Arlete Salles, o humorístico “I Love Lúcio”, uma paródia da sitcom americana “I Love Lucy”. Neste mesmo ano, Lúcio Mauro estreou no cinema ao lado de Arlete em “Terra sem Deus”, de José Carlos Burle. A experiência foi seguida pelas comédias “007 1/2 no Carnaval” (1966), uma paródia de James Bond com Costinha e Chacrinha, e “O Rei da Pilantragem” (1968), escrito por Carlos Imperial. Mas a carreira cinematográfica ficou de lado quanto a televisiva estourou, após estrear na Globo em 1966. Ele começou na emissora no humorístico “TV0–TV1”, ao lado de uma constelação de humoristas que marcaram época na televisão: Jô Soares, Agildo Ribeiro, Paulo Silvino e outros. Dois anos depois, Lúcio criou e dirigiu na Globo o humorístico “Balança Mas Não Cai” (1968), com releituras de quadros de sucesso da Rádio Nacional nos anos 1950. O formato da programa de esquetes com um grande elenco, que se alternava num mesmo cenário sem mudar o contexto das piadas, fez enorme sucesso e inspirou o humor brasileiro durante décadas. Foi nesse período, inclusive, que Lúcio emplacou sua criação mais famosa, o quadro “Fernandinho e Ofélia”, em que vivia um homem rico e sofisticado, constantemente constrangido pela burrice da esposa (Sônia Mamede), que cometia grandes gafes diante de convidados ilustres, apesar de repetir o bordão “Só abro a boca quando tenho certeza!”. Quando “Balança Mas Não Cai” foi para a TV Tupi, nos anos 1970, ele acompanhou os colegas do programa e deixou a Globo por um tempo. A época também marcou o fim de seu casamento com Arlete. Mas ele ficou pouco tempo solteiro, casando-se com Ray Luiza Araujo Barbalho em 1974. Menos tempo ainda passou longe da Globo, para onde voltou pelas mãos de Chico Anysio, um de seus maiores parceiros, vindo a integrar o elenco de todos os programas humorísticos do famoso criador – de “Chico City” (1973) a “Escolinha do Professor Raimundo” (1990). Ele criou personagens marcantes ao lado de Chico Anysio, como o diretor Da Julia, que trabalhava com o ator canastrão Alberto Roberto, e o aluno Aldemar Vigário, da “Escolinha do Professor Raimundo”. Puxador de saco do professor, Vigário contava contos épicos de supostos grandes feitos do mestre com o bordão “Quem? Quem? Raimundo Nonato!”. Nos anos 1980, Lúcio Mauro emplacou uma nova versão de “Balança Mas Não Cai” (1982) na Globo, e ajudou a conceber e dirigir “A Festa é Nossa” (1983), humorístico que tinha como cenário fixo a cobertura de Fernandinho e Ofélia. O ator também participou de “Chico Anysio Show” (1982) e “Os Trapalhões” (1989), revivendo a dupla Fernandinho e Ofélia com Nádia Maria, após a intérprete original ser diagnosticada com leucemia e se afastar da TV – Sônia Mamede veio a falecer em 1990. Mas Lúcio não fez apenas comédias. Em 1983, interpretou o médium Chico Xavier no “Caso Verdade Chico Xavier, um Infinito Amor”. E, em 1988, fez uma participação na minissérie “O Pagador de Promessas”, de Dias Gomes, como Dr. Quindim. A diversificação aumentou nos anos 1990, com um episódio de “Você Decide” (1992), a novelinha teen “Malhação” (1995), atuando como Dr. Palhares, pai do Mocotó (André Marques), e a novelinha infantil “Caça-Talentos” (1996), com Angélica. Em 1998, encarnou o bicheiro mafioso Neca do Abaeté na minissérie “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, e o advogado Nonato na segunda versão da novela “Pecado Capital”, atuou em um episódio de “Sai de Baixo” e participou da novela “Meu Bem Querer”. A partir de 1999, Lúcio Mauro retomou personagens em “Zorra Total”. Refez o quadro Fernandinho e Ofélia, desta vez com Claudia Rodrigues. E começou a contracenar com seu filho, o ator Lúcio Mauro Filho. Além disso, criou um novo personagem, Ataliba, um vovô surfista, revivendo com José Santa Cruz a parceria de sua estreia na TV em 1960. Nos últimos anos, dedicou-se a fazer mais participações em novelas – como “Paraíso Tropical” (2006), “A Favorita” (2008) e “Gabriela” (2012). E filmes. Embora sua filmografia comece nos anos 1960, foi só nos últimos anos que Lúcio realmente se dedicou ao cinema, atuando em “Redentor” (2004), de Claudio Torres, “Cleópatra” (2008), de Júlio Bressane, “Muita Calma Nessa Hora” (2010), de Felipe Joffily, e “Vai que Dá Certo” (2013), de Maurício Farias. Neste último, também contracenou com o filho. O humorista gostava de trabalhar com os filhos, tanto que estrelou a peça “Lúcio 80-30” (2008) com três deles, Lúcio Mauro Filho, Alexandre Barbalho e Luly Barbalho. E voltou a contracenar com dois deles em 2014, no penúltimo episódio de “A Grande Família”, como o pai de Luly, a irmã de Tuco, personagem de Lúcio Mauro Filho. Sua despedida das telas aconteceu em 2015, numa participação especial da releitura da “Escolinha do Professor Raimundo”, que foi exibida na TV Globo e no canal pago Viva. Desde 2016, quando sofreu um derrame, Lúcio Mauro enfrentou diversos problemas de saúde, sendo forçado a se aposentar. Relembre abaixo três dos personagens mais famosos do humorista.
Documentário sobre Mussum ganha primeiro trailer
A Elo Company divulgou o trailer de “Mussum, um Filme do Cacildis”, documentário sobre a carreira de Antonio Carlos Bernades Gomes, mais conhecido como o músico e comediante Mussum. Com narração de Lázaro Ramos e trilha sonora do músico Pretinho da Serrinha, o filme pretende mostrar Mussum por diferentes ângulos, como o comediante carismático que roubava as cenas dos Trapalhões, o ex-membro da Força Aérea Brasileira (FAB), o pai dedicado e o integrante do grupo musical Originais do Samba. A direção é de Susanna Lira, especialista em documentários, que tem no currículo “Clara Estrela” (2017), sobre a cantora Clara Nunes, e prêmios por “Positivas” (2009) e ” Torre das Donzelas” (2018), respectivamente no Festival do Rio e na Mostra de São Paulo. O filme entrará em cartaz no dia 4 de abril no “Projeta às 7”, parceria entre a rede Cinemark e a Elo. As sessões acontecerão de segunda à sexta, às 19h, em 20 salas de 19 cidades a preços populares: R$ 6 (meia) e R$ 12 (inteira). Vale lembrar que a história de Mussum também vai virar um filme com atores, estrelado por Ailton Graça com o título de “Mussum, o Filmis” – que ainda não teve data de lançamento divulgada.








