Sam Moore, lenda da soul music, morre aos 89 anos
Músico morreu em Coral Gables devido a complicações após cirurgia e deixou um legado de muitos hits
Aretha Franklin (1942 – 2018)
A cantora Aretha Franklin, considerada a Rainha do Soul, morreu nesta quinta (16/8) aos 76 anos, após uma longa luta contra um câncer de pâncreas. Ela tinha sido diagnosticada em 2010, mas só anunciou a aposentadoria em 2017, após lançar um último disco. Eleita a “maior cantora de todos os tempos” pela revista Rolling Stone e capa da revista Time em 1968, ela foi a primeira mulher a entrar para o Rock & Roll Hall of Fame e suas inúmeras conquistas incluem 18 Grammys, mais de 75 milhões de discos vendidos e convites para cantar na posse de três presidentes americanos — incluindo Barack Obama, em 2009 – e no funeral de Martin Luther King Jr. – aos 18 anos de idade. Algumas de suas músicas se tornaram hinos, como “Respect”, uma canção machista de Otis Redding que ela virou do avesso e transformou em marco da luta pelos direitos civis dos negros norte-americanos. Sua longa carreira foi praticamente toda dedicada à música, mas ela também brincou de atuar em quatro ocasiões, embora tenha sido convidada para os papéis principalmente para cantar. Aretha fez duas aparições em séries televisivas. A primeira foi num episódio de “Room 222” em 1972. A série criada por James L. Brooks (um dos criadores de “Os Simpsons”) durou cinco temporadas e acompanhava os esforços de um professor negro para ensinar tolerância a estudantes do colegial. A cantora apareceu cantando gospel num episódio sobre valores cristãos, evocando o começo de sua trajetória, quando fazia parte do coral da igreja batista onde seu pai era pastor. Seu primeiro disco, gravado quando em 1956 quando ela tinha 14 anos, era todo de músicas gospel. Ela também fez uma aparição como si mesma num episódio de 1991 de “Murphy Brown”, contracenando com a personagem-título, interpretada por Candice Bergen. Apropriadamente intitulado “The Queen of Soul”, o capítulo trazia a cantora cantando seu hit “(You Make Me Feel Like) A Natural Woman”, ao piano – uma performance que a entusiasmada Murphy Brown quase estraga, ao querer cantar junto, apenas para ser trazida para a realidade pela díva. Mas seus desempenhos mais famosos como atriz aconteceram no cinema, onde atuou em “Os Irmãos Cara-de-Pau” (1980) e sua continuação, “Os Irmãos Cara-de-Pau 2000” (1998), como a Sra. Murphy, esposa de Matt “Guitar” Murphy, lendário guitarrista de blues. Em ambas as participações, ela dá uma dura no marido, quando ele é convocado para voltar a tocar em sua antiga banda e abandona mulher, emprego e toda a vida que construiu pelo prazer de pegar a estrada em turnê com os Blue Brothers. A briga servia de mera desculpa para Aretha cantar dois de seus melhores clássicos, “Think” e “Respect”. Claro que essas não foram suas únicas contribuições ao cinema e a TV. O site IMDb lista nada menos que 223 usos de suas músicas nas trilhas de produções de Hollywood. Ela também apareceu em mais de 250 documentários e programas televisivos. Além disso, compôs a trilha do filme “Sparkle” (1976) com Curtis Mayfield. E agora vai virar filme, interpretada por Jennifer Hudson (vencedora do Oscar por “Dreamgirls”), atriz e cantora escolhida por ela própria para lhe dar vida no cinema. Relembre abaixo as três vezes em que Aretha apareceu nas telas.
Carrie Fisher (1956 – 2016)
Morreu a atriz Carrie Fisher, que será sempre lembrada como a Princesa Leia Organa da saga “Star Wars”. Ela sofreu um ataque cardíaco na sexta-feira (23/12), durante um voo que ia de Londres para Los Angeles, e chegou a ser levada para um hospital. Mas não resistiu. Na manhã desta terça (27/12), veio a falecer. Filha do cantor Eddie Fisher e da atriz Debbie Reynolds (estrela de “Cantando na Chuva”), que se separaram quando ela era bebê, Carrie estreou como atriz num telefilme de sua mãe, “Debbie Reynolds and the Sound of Children” (1969), com 13 anos de idade. Já nesta época, mãe e filha viviam uma relação conturbada, que Carrie detalhou no livro “Postcards from the Edge”. A obra virou filme em 1990, com o título “Lembranças de Hollywood”, estrelado por Meryl Streep. Disposta a virar atriz, ela estreou no cinema como uma adolescente precoce que seduzia Warren Beatty na comédia “Shampoo” (1975). Em busca de maior destaque, candidatou-se ao teste de uma produção que procurava por atores desconhecidos para lançar uma saga espacial. Como ela conta em sua biografia, foi há muito tempo, praticamente numa galáxia distante. O vídeo, inclusive, pode ser conferido aqui. Carrie tinha 20 anos e precisou emagrecer cinco quilos para conseguir o papel, condição exigida pelo diretor George Lucas. E apesar de viver uma Princesa, recebeu o salário mínimo da categoria, cerca de 500 libras por semana. Mesmo assim, jamais se arrependeu de atuar em “Guerra nas Estrelas” (1977), que a tornou mundialmente famosa da noite para o dia. Ela chegou até a ficar surpresa quando percebeu que virara um símbolo sexual, pois se considerava feia. A fama de atriz sexy foi consequência direta do figurino do terceiro filme da trilogia original, “O Retorno de Jedi” (1983), que em seus minutos iniciais a mostrou com “visual de escreva”, num biquíni metálico. A fantasia se tornou tão popular que a revista Rolling Stone a convidou para fazer um ensaio fotográfico na praia com o biquíni de Leia. O resultado foi uma das capas mais famosas da publicação. E desde então os nerds do mundo inteiro sonham com a Princesa de biquíni. Trinta e dois anos depois, ela voltou a reviver seu papel icônico na continuação da saga. Em “Star Wars: O Despertar da Força”, Carrie ressurgiu não mais como Princesa, mas como a General Organa, heroína da República que ajudou a derrotar o Império. “Foi como se estivéssemos num acampamento. Harrison e eu ficamos um pouco derretidos no set”, disse a atriz na época do lançamento. A atriz não teve outros papéis que atingissem a mesma repercussão, mas apareceu em alguns filmes importantes, como “Os Irmãos Cara de Pau” (1980), no qual viveu a mulher misteriosa que perseguia os Blues Brothers para matar Jake Blues (John Belushi), “Hannah e Suas Irmãs” (1986), um dos melhores filmes da carreira de Woody Allen, e “Harry & Sally: Feitos um para o Outro” (1989), comédia romântica que se tornou cultuada. Ela fez diversas outras comédias nos anos 1980, incluindo duas com Tom Hanks, “O Homem do Sapato Vermelho” (1985) e “Meus Vizinhos São um Terror” (1989). Também apareceu na comédia sci-fi “As Amazonas na Lua”, de Joe Dante, e no mistério “Encontro Marcado com a Morte” (1988), adaptação de Agatha Christie, antes de sumir em papéis cada vez menos importantes a partir dos anos 1990. Acabou virando uma figurante de luxo, vista em produções tão diferentes quanto “Hook: A Volta do Capitão Gancho” (1991), “Austin Powers” (1997), “Pânico 3” (2000) e “As Panteras: Detonando” (2003), e logo se especializou em viver a si mesmo, surgindo como Carrie Fisher nos filmes “Gente Famosa” (2000) e “Mapas para as Estrelas” (2014), além das séries “Sex and the City” e “The Big Bang Theory”, entre outras. Enquanto desaparecia de vista, Carrie passou a acumular outras funções nos bastidores, trabalhando como roteirista de diversas produções, da série “O Jovem Indiana Jones” às cerimônias de entrega do Oscar. Ela também ficou conhecida por debater publicamente seus problemas pessoais, como o transtorno bipolar e o alcoolismo, que transformou numa peça/livro/especial da HBO “Wishful Drinking”, indicado ao Emmy em 2011. Entre seus últimos trabalhos, destacava-se um papel recorrente na série britânica “Catastrophe”. Ela vinha justamente da gravação de dois episódios da 2ª temporada da atração, viajando de Londres para sua casa em Los Angeles, quando sofreu o ataque cardíaco que a matou. Ela ainda deixou finalizada sua participação no filme “Star Wars: Episódio VIII”, sua derradeira aparição numa galáxia distante. E, mais importante, deixa uma filha, Billie Lourd, fruto de seu relacionamento com o empresário Bryan Lourd, que também virou atriz e segue seu legado, como parte do elenco da nova trilogia “Star Wars”.
Os Blues Brothers vão virar série animada
A clássica comédia musical “Os Irmãos Cara-de-Pau” (Blues Brothers, no original) vai virar uma série animada. O anúncio foi feito pela produtora Bento Box Entertainment (responsável por “Bob’s Burger”), que firmou parceria com o ator Dan Aykroyd, o blues brother sobrevivente, para desenvolver a atração. Os Blues Brothers eram cantores de uma banda fictícia de soul, criados em 1976 pelos comediantes Dan Aykroyd e John Belushi como personagens do programa “Saturday Night Live”. Mas seu sucesso foi tanto que não coube na TV. Eles fizeram turnês e até gravaram um disco em 1978, culminando sua fama com um longa-metragem em 1980. O filme virou cult, graças ao roteiro inspirado de Aykroyd e do diretor John Landis, mas principalmente pela participação de diversas lendas (então vivas) da soul music, como James Brown, Aretha Franklin, Ray Charles, a banda Booker T and the MGs e até o lendário jazzista Cab Calloway. O sucesso continuou mesmo após a morte de Belushi, que faleceu em 1982, estendendo-se por novas turnês até ganhar uma continuação cinematográfica, “Os Irmãos Cara de Pau 2000” (2000), co-estrelada por John Goodman (“Caçadores de Obras-Primas”) e novamente com diversos artistas da música soul. A série animada vai apresentar os antigos hits dos filmes e novas gravações, feitas especialmente para o projeto, que contará com vários convidados musicais. Aykroyd vai produzir a série animada e também dublar seu personagem clássico, Elwood Blues. Não há informação sobre quem vai dublar Jake, o personagem de Belushi, que também aparecerá na produção. O projeto será oferecido para serviços de streaming e canais de TV antes de começar a ser produzido.



