Yudi Tamashiro deixa o Brasil para realizar missão religiosa no Japão
Yudi Tamashiro revelou que está deixando o Brasil para realizar missões religiosas no Japão. Desta vez, a jornada espiritual será acompanhada pela esposa do cantor, Camila Braga. No X, Yudi publicou um desabafo, falando sobre a situação tensa do mundo atual inspira seu trabalho como missionário. “Eu já fui várias vezes para o Japão, mas dessa vez nós estamos indo como missionários, realmente estamos indo fazer a obra lá! […] Todos os lugares que ministramos os pastores sentaram e conversaram com a gente e nos falaram a mesma coisa. […] Nos alertaram: ‘Vocês vão viver grandes batalhas, vocês vão viver grandes guerras espirituais. Estejam fortes e firmes na palavra do Senhor! Estejam preparados, peçam oração por onde vocês passarem’.” O cantor ainda reforçou que a viagem passou por uma provação antes de ser concretizada: “E assim a gente tem feito. E todo lugar que a gente passa eles tem orado demais pela a nossa vida. Só que essas batalhas têm sido muito mais forte”, avaliou Yudi, que quase teve sua agenda adiada no Japão. “Mas deu tudo certo. É mão de Deus mesmo e a gente está firme e forte!” Motivações de Yudi Ainda no relato, Yudi Tamashiro comentou um incêndio de grandes proporções que atingiu o Aeroporto de Heathrow, na Inglaterra, além das guerras entre a Rússia e Ucrânia e em Israel e Palestina. “Vai ser benção! Mas eu sei que nós vamos enfrentar muitas batalhas e vocês que vivem pelo espiríto, assim como nós, têm visto muitas coisas acontecendo né? É guerra seja na Ucrânia, Israel e acabamos de ver também o Aeroporto de Londres pegando fogo. E ontem (9/10) a gente ia por Doha e hoje (10/10) a gente vai por Estados Unidos. Mas a gente já não sabe mais o que que está acontecendo. Eu só sei que está o próximo a vinda de Cristo e eu sei também que eu preciso continuar pregando, continuar alertando todos vocês que ele está chegando”, ele argumentou. Mas como assim Yudi? A gente vive pelo o espirito. Então durante essas duas semanas a gente tinha visto várias coisas acontecendo sobre a nossa vida, mas a gente tinha certeza que isso iria acontecer né, porque essa viajem é uma viajem muito importante pra gente. — Yudi Tamashiro (@yuditamashiro) October 11, 2023 A mesma coisa, nos entregaram a mesma palavra que o senhor revelou através da vida deles. Nos alertaram, vocês vão viver grandes batalhas, vocês vão viver grandes guerras espirituais estejam fortes e firmes na palavra do senhor. — Yudi Tamashiro (@yuditamashiro) October 11, 2023 Essa semana que antecederam a viajem pro Japão, porque estamos indo realmente para uma viajem missionária, então tem sido muito forte o que a gente tem vivido. Quase não embarcamos e enfim estamos aqui hoje.. — Yudi Tamashiro (@yuditamashiro) October 11, 2023 Todo mundo que segue a gente nas redes sociais e que acompanha diaramente e entende o nosso propósito de vida. Orem muito, porque eu tenho certeza que Deus vai fazer grandes coisas nessa viajem lá no Japão! Vai ser benção. — Yudi Tamashiro (@yuditamashiro) October 11, 2023 E ontem a gente ia por Doha e hoje a gente vai por Estados Unidos, mas a gente já não sabe mais o que que está acontecendo. Eu só sei que tá o próximo a vinda de cristo e eu sei também que eu preciso continuar pregando, continuar alertando todos vocês que ele está chegando. — Yudi Tamashiro (@yuditamashiro) October 11, 2023
Bruno Mars abriu mão de equipamentos da turnê para deixar Israel
Bruno Mars conseguiu deixar Israel na tarde de sábado (7/10) após cancelar um show que faria à noite no país atingido pelos ataques do grupo extremista Hamas. Mas na pressa, o cantor e sua equipe, composta por cerca de 60 pessoas, deixaram os equipamentos musicais da turnê para trás antes de embarcar para Atenas, na Grécia. A Billboard informou que Mars também teve que cancelar a apresentação final da turnê, em Doha, no Catar. Essa era a primeira tour do cantor em Israel, e ele chegou a se apresentar na quarta (4/10) no Yarson Park, em Tel Aviv, quando cantou uma música em hebraico em homenagem à festa judaica de Sucot. Bruno Mars estava prestes a entrar na lista de artistas que fizeram dois shows no local israelense com ingressos esgotados, assim como Madonna e Michael Jackson, mas foi impedido pelos ataques do grupo extremista Hamas. Guerra no Oriente Médio O cenário em Israel é de tensão elevada desde a manhã de sábado (7/10), quando o Hamas lançou 5 mil foguetes contra o país e invadiu o território israelense pela Faixa de Gaza, fazendo reféns e incendiando residências. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou guerra ao grupo em vídeo: “O inimigo pagará um preço que nunca conheceu”. Nesta quarta-feira (11/10), Israel afirmou ter conseguido destruir um sistema de defesa para detecção de aeronaves desenvolvido pelo Hamas. Este é o quinto dia de conflito na região, que já deixou mais de 2 mil mortos entre israelenses e palestinos. Os ataques do Hamas ocorrem no aniversário de 50 anos da Guerra do Yom Kippur, conflito que resultou em mais de 10 mil mortes e durou 20 dias. A situação atual traz à memória o impacto duradouro desse evento histórico na região.
Viper Club: YouTube divulga trailer de seu primeiro filme dramático original
O YouTube divulgou o pôster e o trailer de seu primeiro filme dramático original, “Viper Club”, estrelado por Susan Sarandon (“A Intrometida”). Na trama, ela interpreta uma enfermeira que tem seu filho jornalista capturado durante a cobertura do conflito na Síria. Diante da falta de ação do governo americano, ela se junta a uma rede clandestina para pagar por sua libertação. Com a produção, o YouTube mostra que pretende ampliar seu investimento para se fortalecer no mercado de streaming. Após lançar suas primeiras séries, o portal de vídeos do Google ensaiou os primeiros passos em longa-metragem por meio de documentário musical (“Demi Lovato: Simply Complicated”) e um produto baseado em YouTuber (Logan Paul em “The Thinning”). “Viper Club” aumenta as apostas, com investimento em produção de apelo cinematográfico e elenco conhecido. Além de Susan Sarandon, há os atores Matt Bomer (de “American Horror Story”), Edie Falco (“Nurse Jackie”), Lola Kirke (“Mistress America”), Damian Young (“House of Cards”) e Julian Morris (“Pretty Little Liars”). Vale observar que o modelo é mais próximo dos projetos da Amazon que da Netflix, com previsão de lançamento no cinema e janela de três meses antes da disponibilização na internet. O filme é um antigo projeto da diretora e roteirista Maryam Keshavarz (“Circunstância”), nova-iorquina descendente de iranianos, preocupada com a situação no Oriente Médio. “As pessoas não se sensibilizam mais com notícias da Síria. Eu acho que elas deveriam ficar mais revoltadas com o que está acontecendo com jornalistas e médicos por lá”, contou a cineasta à revista Entertainment Weekly. “Eu já rodei filmes no Oriente Médio, e sempre foi um grande risco. Eu pensava: ‘Se algo der errado, como minha família vai lidar com isso?'”. “Viper Club” tem sua première mundial marcada para esta segunda (10/9) no Festival de Toronto e chegará aos cinemas norte-americanos em 26 de outubro. A previsão para a internet é para três meses depois. Como não há lançamento marcado para o Brasil, o mais provável é que o público nacional o assista direto no YouTube em janeiro.
Cinegrafista do documentário Human Flow é assassinado por militares de Israel
Um cinegrafista palestino que trabalhou no documentário de Ai Weiwei “Human Flow”, foi assassinado enquanto cobria os confrontos entre manifestantes em Gaza e militares israelenses na sexta-feira (6/4). De acordo com autoridades locais, Yasser Murtaja, de 30 anos, foi baleado na lateral do estômago por militares israelenses enquanto cobria as manifestações ao longo da fronteira entre Israel e Gaza e morreu mais tarde no hospital. Murtaja era uma figura conhecida na comunidade local de filmes e mídia. Além do filme sobre a crise mundial de refugiados, “Human Flow”, que abriu a última Mostra de São Paulo, ele trabalhou na série “Ouroboros”, de Basma Alsharif, em 2017, exibida nos festivais de Locarno e Londres, bem como na BBC. O cineasta Ai Weiwei se manifestou em protesto, retuitando uma série de postagens relacionadas ao incidente, incluindo várias em que artistas e a grande mídia questionam por que um cinegrafista, que usava um colete de proteção com as palavras “Press” (imprensa) foi atingido em cheio por uma bala em uma parte desprotegida de seu corpo. As autoridades isralenses se pronunciaram com uma declaração à agência de notícias Reuters. “As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) não alvejam intencionalmente jornalistas. As circunstâncias em que os jornalistas foram supostamente atingidos pelo fogo da IDF não são familiares para a IDF e estão sendo investigadas”, diz o comunicado. O jornalista da Ain Media foi o 29º palestino morto nos protestos ao longo de uma semana, segundo a Reuters.
Dégradé acompanha cotidiano de um salão de beleza da Palestina
Num salão de beleza cheio de mulheres, rola papo sobre os relacionamentos com os homens, as fofocas, notícias e amenidades. Num salão de beleza em dia de verão, na Faixa de Gaza, com a energia ligada, também. Entretanto, o clima é muito mais tenso e incerto. Para começar, porque a energia pode acabar a qualquer momento e aí tudo se complica. O salão de Christine tem até um precário gerador próprio, para amenizar a situação. Mas lá fora podem-se ouvir tiros, há um leão, o único do zoo local, que foi roubado e circula pela rua monitorado por bandidos. O exército israelense exerce um controle opressor sobre o pedaço. Imagine se o grupo terrorista Hamas decidir acertar as contas por lá. Tudo muito difícil. Só que um salão desses continua funcionando, ainda que nas condições aqui descritas. Uma noiva, uma grávida, uma religiosa, uma divorciada insatisfeita, uma viciada em remédios tarja preta e uma interessada demais na vida dos outros estão por lá, tentando se arrumar e se cuidar. Convivem num microcosmos que pretende refletir a realidade das mulheres daquela sociedade e o seu entorno infernal. É disso que trata o longa palestino “Dégradé”, dirigido pelos jovens irmãos gêmeos Tarzan e Arab Nasser (nomes artísticos de Ahmad e Mohammed Abou Nasser), que contou com a participação financeira da França e do Qatar, e teria se inspirado em fatos reais, ocorridos em 2007. É estranho, mas perfeitamente possível. A realidade, por vezes, supera a mais audaciosa ficção. O filme, sem ser nenhuma obra de arte, é um bom trabalho, com boas sequências e boas atrizes, com destaque para a excelente Hiam Abbass, que já estrelou muitas produções do Oriente Médio, como “A Noiva Síria” (2004), “Paradise Now” (2005), “Uma Garrafa no Mar de Gaza” (2007), “A Fonte das Mulheres” (2011) e até longas hollywoodianos, como “Munique” (2005), de Steven Spielberg, e “Êxodo: Deuses e Reis” (2014), de Ridley Scott. Não é todo dia que se pode ver um filme da Palestina, que consegue nos trazer as emoções do que se vive por lá, nessa zona conflagrada, onde parece não haver espaço para a vida comum do dia a dia. A vida a que todos têm o direito de ter.
Jake Gyllenhall será voluntário anarquista na guerra contra o Estado Islâmico
Jake Gyllenhall (“Evereste”) vai emendar um segundo filme com o diretor Daniel Espinosa (“Protegendo o Inimigo”), com quem filmou a sci-fi “Vida”, Os dois voltarão a trabalhar juntos no drama de guerra contemporânea “The Anarchists vs. ISIS”. Segundo o site Deadline, a produção será baseada numa reportagem da revista Rolling Stones sobre um grupo de voluntários americanos que se juntam a uma milícia curda para combater integrantes do Estado Islâmico na Síria. A ideia deles é estabelecer uma sociedade anarquista no país, caso vençam o combate. Ainda não há previsão de filmagens ou estreia. A primeira parceria do ator e do cineasta, “Vida”, estreou na sexta-feira (24/3) nos EUA, com 66% de aprovação no Rotten Tomatoes. O lançamento no Brasil está marcado apenas para daqui a um mês, em 20 de abril.
Cinematógrafo de filme indicado ao Oscar 2017 é proibido de embarcar para os EUA
O cinematógrafo Khaled Khatib, que fez parte da equipe do filme britânico “Os Capacetes Brancos”, indicado ao Oscar 2017 de Melhor Documentário em Curta-Metragem, foi proibido de embarcar para os EUA e não poderá assistir à premiação da Academia em Los Angeles, apesar de ter sido convidado. A proibição partiu diretamente do Departamento de Estado do governo americano. Khatib deveria embarcar em Istambul, mas nem sequer chegou ao Aeroporto. Ele foi detido por autoridades turcas, por motivos não revelados, embora possuísse o visto de viagem para os Estados Unidos, e encontra-se em paradeiro desconhecido. Documentos obtidos pela agência Associated Press indicam que o governo americano entrou em contato com as autoridades turcas para impedir sua viagem na véspera do embarque. Khatib nasceu na Síria e tem apenas 21 anos. Ele participou de um dos filmes mais elogiados do Oscar 2017, que registra o trabalho corajoso de voluntários que tentam ajudar as vítimas da guerra civil na Síria. Muitos destes voluntários morreram sob as bombas das forças do governo sírio, vítimas de ataques aéreos. “Os Capacetes Brancos” pode ser assistido na íntegra pela Netflix. Veja abaixo um depoimento do jovem desaparecido sobre o filme.
George Clooney quer transformar documentário Os Capacetes Brancos em longa de ficção
O astro George Clooney pretende transformar o documentário de curta-metragem “Os Capacetes Brancos”, produzidos pela Netflix, num filme de ficção. Segundo o site da revista Variety, Clooney e seu parceiro de produção, Grant Heslov, estão em busca de um roteirista para a adaptação. Além de produzir, o astro deve dirigir o longa. “Capacetes Brancos”, de Orlando von Einsiedel, é um dos finalistas na categoria de Melhor Curta de Documentário do Oscar 2017. Ao longo de 41 minutos, o filme acompanha três voluntários na zona de guerra da Síria, que tentam resgatar vítimas em meio a bombas que não param de cair dos céus, vindas das forças do governo, dos rebeldes, de tropas russas e até do Estado Islâmico. O diretor de “Os Capacetes Brancos” é o mesmo de “Virunga”, sobre a luta para preservar os últimos gorilas africanos, indicado ao Oscar de 2015. George Clooney está atualmente dando os toques finais em seu novo filme como diretor, “Suburbicon”, que ele escreveu em parceria com Heslov e os irmãos Coen. Já filmado, mas ainda sem previsão de estreia, o longa é estrelado por Matt Damon (“Jason Bourne”), Julianne Moore (“Para Sempre Alice”), Josh Brolin (“Sicario”) e Oscar Isaac (“Star Wars: O Despertar da Força”). Veja abaixo o trailer legendado de “Os Capacetes Brancos”.
Tyrant é cancelada ao final da 3ª temporada
O canal FX anunciou o cancelamento da série “Tyrant” após três temporadas. Assim, o final da 3ª temporada, exibida na quarta-feira (7/9) nos EUA, representou o fim da produção. “Os criadores de Tyrant fizeram seu melhor ao longo de três temporadas para contar ao público americano uma fração das histórias emocionantes e humanas que ocorrem no Oriente Médio atualmente”, comunicou o CEO da FX Networks, John Landgraf, no comunicado que anunciou o cancelamento. Os produtores, porém, ainda tentarão continuar a série em outro canal. E deixaram claro no próprio comunicado da FX. “Nós acreditamos que o programa é uma joia rara e adoraríamos encontrar uma maneira de mantê-lo em produção. Dito isto, queremos ser realistas sobre suas perspectivas. Para os fiéis telespectadores, o final desta 3ª temporada servirá como um fim satisfatório para a série, caso ela não encontre outra casa, mas também oferece possibilidades interessantes caso a gente consiga continuar a história em alguma outra plataforma”, assumiu Bert Salke, presidente da Fox 21 Television Studios, que produz “Tyrant”. Apesar da premissa instigante e equipe premiada, a série nunca obteve muito público, e já sofria com expectativa de cancelamento na temporada passada. “Tyrant” foi criada pelo israelense Gideon Raff (que concebeu “Prisioner of War”, a série que virou “Homeland” nos EUA) e produzida por Howard Gordon (um dos responsáveis por “Homeland”) e Craig Wright (roteirista de “A Sete Palmos”). Sua trama girava em torno do filho mais novo do ditador de um país árabe devastado pela guerra, que decide encerrar 20 anos de auto-exílio para retornar à sua terra natal, acompanhado por sua esposa e filhos americanos, para participar do casamento de seu sobrinho, mas logo se vê em meio a um confronto dramático de culturas, jogado de volta para os meandros da política explosiva do Oriente Médio. Com Adam Rayner (minissérie “Hunted”) no papel principal, o elenco ainda incluía Jennifer Finnigan (série “Better with You”), Moran Atias (“72 Horas”), Noah Silver (série “Os Bórgias”), Alexander Karim (“Vingança ao Anoitecer”), Ashraf Barhom (“O Reino”), Alice Krige (“Thor: O Mundo Sombrio”) e Chris Noth (“Sex and the City”).
Tiger Raid: Atriz de Kingsman é raptada por mercenários em trailer violento
A Cinepeak divulgou o pôster e o trailer do drama de guerra britânico “Tiger Raid”, estrelado por Sofia Boutella (“Kingsman: Serviço Secreto” e “Star Trek: Sem Fronteiras”). A atriz argelina interpreta uma jovem muçulmana na trama, raptada por dois mercenários que cumprem uma missão violenta no Oriente Médio. Os atores Brian Gleeson (“Branca de Neve e o Caçador”) e Damien Molony (série “Suspects”) são seus raptores. Escrito e dirigido pelo estreante Simon Dixon, o filme foi exibido nos festivais de Tribeca e Edimburgo e ainda não tem previsão de estreia comercial.
Nós, Eles e Eu registra o conflito entre Israel e a Palestina de forma preciosa
Nicolás Avruj é argentino de origem judaica. Sua família, de perfil progressista, preserva tradições de ideais judaicos, como o sionismo, que fizeram parte de sua educação. Aos 16 anos de idade, Nicolás ganhou uma viagem para conhecer Israel e, anos mais tarde, quis aprofundar o conhecimento daquela realidade, ficando mais tempo por lá e explorando o que não tinha visto ou entendido. A oportunidade surgiu em 2000, a propósito de visitar um primo que estava vivendo temporariamente em Tel Aviv. Só que, enquanto ele voava para lá, o primo voltava para a Argentina. De modo que o plano não vingou. Nicolás não se deu por achado, ficou cerca de três meses em viagem exploratória, arrumando jeitos de se hospedar, realizando pequenos trabalhos para bancar a viagem e, empunhando permanentemente sua câmera, foi conhecer tudo o que podia, tanto de Israel quanto da Palestina. Para começar, não se apresentava como judeu, mas como argentino, simplesmente. Isso lhe permitiu conviver com palestinos na Faixa de Gaza, inclusive aceitando hospedagem na casa deles. Pôde conhecer as condições de vida, o cotidiano, os sentimentos e os valores que os movem. Entender o posicionamento da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), então regida por Yasser Arafat, e até filmar uma assembleia do Hamas. E também constatou o medo, a opressão, a revolta, o ódio, que estão presentes na vida daquele povo. Por outro lado, conviveu com judeus ortodoxos, com os de pensamento radical militarista, com os críticos da política do governo de Israel daquele momento, com uma jovem que visita casas de palestinos, como ele fez. Ou seja, de todos os matizes. Além dos pouco informados sobre a realidade dos palestinos. O que ele registrou ao longo desses meses é de uma preciosidade incrível, é um relato veraz de um conflito que parece eterno e insolúvel. As imagens passeiam por Tel Aviv, Jerusalém e seus diversos lados e contextos, Cisjordânia e Gaza, revelando a coragem e a audácia do cineasta argentino. Ele atravessou os muros da incompreensão e pôs em xeque a relação entre o bem e o mal, com uma honestidade admirável. De posse desse vasto material colhido, que chega a registrar a Segunda Intifada, ele não pôde trabalhar com isso de imediato. Era forte e impactante demais. Só quinze anos depois foi possível editar tudo isso, para produzir o documentário “Nós, Eles e Eu”, que acaba de ser lançado nos cinemas. É um trabalho incrível, que merece ser conhecido. Quando alguém pergunta hoje ao cineasta de que lado ele está, de Israel ou da Palestina, isso é o que mais o incomoda. As coisas não são assim e não é possível responder essa pergunta, é sua convicção. Vendo o filme, percebe-se o impacto que causou nele, e causa em nós, espectadores, tudo aquilo. Claro que só é possível desejar a paz, mas como, diante de tudo o que ele nos mostra?










