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    STF derruba censura ao Especial de Natal do Porta dos Fundos

    9 de janeiro de 2020 /

    O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli derrubou nesta quinta (9/1) a liminar que censurava a exibição do Especial de Natal do Porta dos Fundos, “A Primeira Tentação de Cristo”. Em sua decisão, Toffoli avaliou que “uma sátira humorística” não teria o “condão de abalar valores da fé cristã”, como alegado pelo desembargador Benedicto Abicair, do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) para justificar sua ordem de censura. Foi a Netflix que acionou o STF para manter o especial no ar. O vídeo, que não chegou a sair do ar, é indexado no serviço como sátira e possuiu classificação indicativa para maiores de 18 anos. A plataforma também se manifestou sobre o caso em seu Twitter oficial. “Sobre o especial do Porta dos Fundos: apoio fortemente a expressão artística e vou lutar para defender esse importante princípio, que é o coração de grandes histórias”, postou a empresa. Um pouco antes de Toffoli proibir a censura, o autor confesso do atentado incendiário contra a sede do Porta dos Fundos, Eduardo Fauzi Richard Cerquise, chegou a comemorar a atitude “de homem” do desembargador carioca. “O Brasil tem homem, o Brasil tem macho para defender igreja de Cristo e a pátria brasileira”, ele exclamou em vídeo gravado na Rússia, onde encontra-se escondido, após fugir do país para não ser preso. Cerquise já assumiu a autoria do atentado e também sua participação na gravação de um vídeo em que mascarados identificados como uma célula integralista revolucionária assumiam a responsabilidade pelo ataque. “Alguém tinha que tomar alguma atitude”, disse, numa entrevista publicada no início do ano pelo site Projeto Colabora. Em sua decisão em favor da censura, Benedicto Abicair praticamente defendeu o ataque contra os comediantes, que seria justificado pela “agressividade e deboche” com que eles reagiram às críticas da direita. “Toda ação provoca uma reação”, ele considerou, e o autor do crime se disse “muito feliz” no vídeo, completando o agradecimento ao desembargador carioca com a saudação “Anauê”, a versão dos integralistas (grupo fascista brasileiro) para o “Heil Hitler” nazista. Mas a censura permanece proibida pela Constituição do Brasil, assim como a justiça dos coquetéis molotov.

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    Autor confesso do atentado contra o Porta dos Fundos comemora censura do Especial de Natal

    9 de janeiro de 2020 /

    Autor confesso do atentado incendiário contra a sede do Porta dos Fundos, Eduardo Fauzi Richard Cerquise comemorou a decisão do desembargador Benedicto Abicair, do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), de censurar o Especial de Natal do grupo na Netflix. Em vídeo publicado na plataforma Vimeo, ele declarou: “Essa vitória é a vitória de todo o povo brasileiro”. A manifestação foi gravada numa rua na Rússia (possivelmente em Moscou), à noite, para onde o procurado fugiu após participar do ataque com bombas incendiárias à sede do Porta dos Fundos. “O Brasil tem homem, o Brasil tem macho para defender igreja de Cristo e a pátria brasileira”, ele exclamou, deixando claro como vê a decisão de Abicair. Crequise ainda felicitou o Centro Dom Bosco, instituição responsável pela ação que levou à suspensão da exibição do programa, e faz a saudação “Anauê”, a versão dos integralistas (grupo fascista brasileiro) para o “Heil Hitler” nazista. Ele assumiu a autoria do atentado e também sua participação na gravação de um vídeo em que mascarados identificados como uma célula integralista revolucionária assumiam a responsabilidade pelo ataque. “Alguém tinha que tomar alguma atitude”, disse, numa entrevista publicada no início do ano pelo site Projeto Colabora. Em sua decisão em favor da censura, Benedicto Abicair praticamente defendeu o ataque contra os comediantes, que seria justificado pela “agressividade e deboche” com que eles reagiram às críticas da direita. “Destaco, ainda, que a primeira Agravada não foi centrada e comedida ao se manifestar, nas redes sociais, conforme transcrito nas razões da ora Agravante, pois, ao meu ver, poderiam justificar sua ‘obra’ através de dados técnicos e não agindo com agressividade e deboche. Maior comedimento possibilitaria, talvez, debate em nível mais elevado, sem ferir, acintosamente, suscetibilidades”, afirmou, acrescentando que “toda ação provoca uma reação”, numa aparente alusão ao ataque à sede da produtora no Rio. Difícil entender de outra forma que não uma defesa do ataque terrorista contra o Porta dos Fundos. Até o autor do crime parece ter entendido assim.

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    Suspeito assume ataque ao Porta dos Fundos e diz ter escapado porque foi avisado da ação policial

    4 de janeiro de 2020 /

    O suspeito de ter cometido o atentado incendiário contra a sede do Porta dos Fundos, Eduardo Fauzi Richard Cerquise, contou ter recebido informação privilegiada de que seria alvo de mandato de prisão e por isso conseguiu fugir do país antes da polícia agir. “Achavam que fui muito estúpido pra não cobrir o rosto e não alterar a voz, mas fui conectado o suficiente pra ser avisado do mandado a tempo de viajar pra fora do país”, afirmou, em sua primeira entrevista após chegar na Rússia. Ao vangloriar-se de sua inteligência, ele também praticamente confessou o crime. Não, ele realmente confessou: “O atentado é pífio do ponto de vista militar – sem baixas ou danos – e foi pensado e perfeitamente executado para ser puramente simbólico e gerar reflexão na sociedade”, afirmou, deixando de ser suspeito para se tornar criminoso confesso. Disse mais: “Era inevitável que algo ocorresse. Alguém tinha que tomar alguma atitude”. Ele resume assim sua motivação para realizar o atentado: “Quando um cristão não tem possibilidade de ser ouvido, quando não há possibilidade de debate, quando não há formas de responder aos ataques feitos à fé, e, sobretudo, a Deus, além de nos depararmos com autoridades completamente inertes omissas ou até coniventes, que têm o poder de solucionar a questão e cessar a ofensa, mas não o fazem e se recusam a fazer, ou até mesmo defendem os atos criminosos e blasfemos, não resta outra forma do que responder com as próprias mãos.” Falando pelo Whatsapp com o repórter Lauro Neto, do site Projeto Colabora, Cerquise mostrou-se corajoso à distância. Embora tenha fugido, disse não temer ser preso. E afirmou que, apesar de não temer a prisão, vai pedir asilo na Rússia para evitar “o evento”. “Evidentemente, cadeia é uma experiência complexa e que tem potenciais desdobramentos terríveis, mas eu não me assusto com a ideia. Eu já fui preso antes e pude extrair algum aprendizado do evento”, afirmou na fase valente da entrevista, antes de contar que tem uma namorada na Rússia com quem tem um filho e que pretende pedir asilo no país. Embora tenha se definido como revolucionário – “as sementes que estamos plantando germinarão inevitavelmente a revolução brasileira” – ele esvaziou sua própria “revolução” ao afirmar que o Comando de Insurgência Popular Nacionalista da Grande Família Integralista Brasileira, grupo que assumiu o atentado em tom terrorista ameaçador, não existe e foi só “estratégia de marketing”. “Não existe enquanto grupo organizado. É apenas uma estratégia de marketing, uma peça midiática, uma roupagem que abusa de elementos pastiche e de uma estética agressiva e simbólica para gerar impacto, polarizar atenções e causar discussão. Numa análise mínima, se vê que o próprio nome do suposto movimento é clichê demais para ser levado a sério, e a identidade estética é totalmente defasada, tendo sido elaborada para evocar os movimentos de libertação nacional do século 20. É apenas uma roupagem. Eu militei na FIB (Frente Integralista Brasileira) por 10 anos. Tenho vários amigos no movimento e, de lá, extraí muito aprendizado”, afirmou. Ironicamente, Cerquise foi expulso da FIB após surgir como suspeito do atentado, mesmo sendo presidente da sucursal carioca do grupo de extrema direita inspirado pelo nazi-fascismo. Ele diz lamentar pela expulsão ter se dado “de forma desonrosa” e ataca os ex-colegas: “Não são revolucionários e a farda verde que envergam é vazia de significado militar e guerreiro e, por isso mesmo, têm algo de ridícula. Eu acho mesmo que usarem o epíteto de soldados de Deus para si, quando não são soldados e não lutam contra nada de opressor, é cruel, é pecado e equivale a usar o Seu Santo nome em vão. É o integralismo que o sistema precisa: manso, não contestador, passivo e assexuado. Não são um movimento político, mas apenas um clube social de debate e confraternização”. Além do ataque à produtora, Fauzi possui uma longa ficha criminal, que inclui crimes como ameaça, lesão corporal, desacato, extorsão e Lei Maria da Penha (agressão contra mulher). Mas na versão dele “são todas anotações de baixo potencial ofensivo como ameaça e agressão”. Ele garante que não é criminoso e sim “combativo” e que todas as investigações contra ele são de situações onde ele foi vítima da violência policial. “A minha única condenação é pelo episódio da agressão contra o então secretário de Ordem Pública, Alex Costa. Fora este, eu não tenho nenhum outro processo criminal contra mim. Nenhum. Nada. Zero”, diz. Ele cumpria pena de quatro anos e meio em liberdade condicional pelo caso mencionado e, ao fugir do Brasil, passou a ser considerado foragido. A Polícia Civil encaminhou pedido de inclusão do nome dele na lista internacional de procurados da Interpol.

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    Suspeito do atentado ao Porta dos Fundos fugiu para a Rússia

    2 de janeiro de 2020 /

    A Polícia Civil do Rio apurou que Eduardo Fauzi Richard Cerquise, suspeito do atentado incendiário contra o grupo Porta dos Fundos, fugiu para a Rússia. Ele viajou na tarde do dia 29 de dezembro, um dia antes da expedição do mandado de prisão. Imagens obtidas pela rede Globo mostraram o momento em que ele chegou ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Zona Norte do Rio. Ao comprovar a fuga, a polícia pediu nesta quinta (2/1) a inclusão do nome dele na lista internacional de procurados pela Interpol. Caso seja preso na Rússia, deverá ser extraditado para o Brasil. Segundo a polícia, Cerquise tem uma namorada que mora em Moscou e fez três viagens à Rússia somente em 2019. Desta vez, ele embarcou num voo da Air France, com conexão em Paris, e está com passagem de volta comprada para o dia 29 de janeiro. Mesmo foragido, Cerquise divulgou um vídeo na quarta em que atacou verbalmente o Porta dos Fundos. Invertendo as acusações do processo criminal, ele chamou os humoristas de “intolerantes”, “marginais”, “criminosos” e “bandidos” pela produção do Especial de Natal “A Primeira Tentação de Cristo”, que retrata Jesus como gay. O ataque à produtora aconteceu no dia 24 de dezembro. Os investigadores afirmam que cinco pessoas participaram do ataque e que o suspeito foi o único que fugiu com o rosto descoberto. A polícia vai agora quebrar o sigilo do celular do suspeito e usar novas imagens das câmeras da região, que já ajudaram a identificar Cerquise, para chegar nos demais cúmplices do crime.

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    Suspeito do atentado contra o Porta dos Fundos ataca o grupo nas redes sociais: “intolerantes” e “marginais”

    2 de janeiro de 2020 /

    Eduardo Fauzi Richard Cerquise, suspeito do atentado incendiário contra o grupo Porta dos Fundos, que se encontra foragido da Justiça em paradeiro desconhecido, postou um vídeo nas redes sociais na quarta-feira (1/1), em que ataca os humoristas. No mesmo dia, seu nome apareceu no Portal dos Procurados, com uma recompensa pela identificação de seu esconderijo (veja acima). Diferente de um vídeo anterior, em que uma aparente célula terrorista, identificada como num Comando de Insurgência Popular Nacionalista da Grande Família Integralista Brasileira, assumiu a autoria do atentado e pregou a revolução armada, o novo material não trouxe locução distorcida por efeito digital nem manifestantes mascarados. Fauzi inclusive se identificou para o público. Ele também usou uma saudação integralista, fortalecendo a ligação com o nome do Comando, os uniformes e as bandeiras usadas no vídeo anterior. Fauzi era presidente da seção carioca da Frente Integralista Brasileira (FIB), organização legalmente constituída, que reúne seguidores da extrema direita do pais em torno de símbolos e ideário associados ao nazi-fascismo, mas foi expulso nesta semana, logo após a Polícia Civil identificá-lo como principal suspeito do atentado com coquetéis molotov. Desde 2001, Cerquise também é filiado ao PSL, partido que elegeu o Presidente Jair Bolsonaro e que até o momento, ao contrário do integralistas que condenaram prontamente seu ato, ainda não se pronunciou sobre o caso. No vídeo reproduzido por sites de direita, Fauzi classificou os humoristas como “intolerantes”. E acrescentou: “são criminosos, são marginais, são bandidos” por terem feito o Especial da Natal em que mostram Jesus Cristo como gay, demonstrando grande dificuldade de discernimento e a motivação que facilitará bastante o caso da promotoria. “Quando o Porta dos Fundos escarnece do nome de nosso senhor Jesus Cristo, ele pisa na esperança de milhões de pessoas que só têm Jesus Cristo como riqueza. Quem fala mal do nome de Cristo prega contra o povo brasileiro. Esse é um crime de lesa-pátria. Eles são criminosos, são marginais, são bandidos”, acusou o integralista. O suspeito finalizou o vídeo pedindo orações: “Meu nome é Eduardo Fauzi, eu sou guardador de veículos, eu sou povo brasileiro. Se você crê, compartilhe, diga seu amém, me coloque em suas orações. Por Deus, pela pátria e pela família brasileira. Anauê.” “Anauê” é a saudação equivalente a “Heil Hitler” usada pelos integralistas desde a década de 1930. Além de ser um “guardador de veículos” e “povo brasileiro”, Cerquise também foi investigado por suspeita de integrar uma “milícia de estacionamentos”, que controla estacionamentos ilegais no Rio. Ele tem mais de uma dúzia de passagens pela polícia, principalmente por casos de coação, agressão e lesão corporal – inclusive na Lei Maria da Penha (agressão contra mulher) – , que pintam um perfil extremamente violento. Seu nome foi parar no noticiário carioca pela primeira vez em 2013, quando ele agrediu ao vivo na TV o então secretário de Ordem Pública Alex Costa, que dava uma entrevista à Globo durante uma operação da Prefeitura para fechar estacionamentos irregulares na região da Zona Portuária do Rio. Preso em flagrante, Fauzi foi condenado a quatro anos de prisão em fevereiro passado e cumpria a pena em liberdade condicional. Cerquise também tem ligações com a Associação Cívica e Cultural Arcy Lopes Estrella (ACCALE), batizada com o nome de um integralista histórico, que num post do Facebook afirmou não ter se surpreendido com o atentado contra o humoristas, porque “o Porta dos Fundos atacou deliberadamente e de forma calculista os maiores e mais cultuados símbolos sagrados nacionais, entre eles a figura de Jesus Cristo. Ao fazer isso, o Porta dos Fundos se indispôs com milhões de brasileiros”. Esse mesmo tipo de discurso apareceu no vídeo da suposta célula revolucionária de direita, que assumiu o atentado, e em várias outras bocas e locais. A ação de inspiração terrorista, que quase resultou na morte do vigia da sede do Porta dos Fundos, aconteceu após os humoristas sofrerem ataques virtuais de diversos militantes da extrema direita, condenações de políticos conservadores, inclusive da família Bolsonaro e de outros integrantes do PFL, pedidos de explicações do Congresso, campanha de boicote de líderes religiosos, repúdio televisivo da rede Record e até processo judicial. Antes do ataque com coquetéis molotov na véspera do Natal, o Porta dos Fundos chegou a ser alvo de sete ações judiciais devido ao Especial. Mas a tentativa de censura foi rejeitada pela Justiça.

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    Polícia identifica filiado do PSL como suspeito do ataque ao Porta dos Fundos

    31 de dezembro de 2019 /

    A Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou um dos responsáveis pelo atentado à bomba contra o grupo Porta dos Fundos. Por meio de monitoramento das câmeras de tráfego, os policiais acompanharam um dos suspeitos e cumpriram na manhã desta terça-feira (31/12) mandados de busca, apreensão e prisão provisória contra Eduardo Fauzi Richard Cerquise. Como ele não foi encontrado em seu endereço residencial, é considerado foragido. Fauzi é dono de estacionamento, presidente da Associação dos Guardadores Autônomos de Veículos São Miguel e filiado ao PSL (partido que elegeu o presidente Jair Bolsonaro) desde 2001, de acordo com informações disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Seu nome foi parar no noticiário carioca pela primeira vez em 2013, quando agrediu o então secretário de Ordem Pública Alex Costa, durante uma operação da Prefeitura para fechar estacionamentos irregulares na região da Zona Portuária do Rio. Ele foi condenado a quatro anos de prisão em fevereiro passado pela agressão, mas cumpria a pena em liberdade. Segundo a Polícia Civil, além desse processo, Fauzi tem mais uma dúzia de registros criminais, acusado de lesão corporação, ameaça, coação no curso do processo, agressão configurada na Lei Maria da Penha (violência contra mulher), desacato e exercício ilegal da profissão. Ele também foi investigado por suspeita de integrar uma “milícia de estacionamentos”, que controla estacionamentos ilegais no Rio. “Monitoramos a rota de chegada e de fuga dos veículos usados na conduta”, explicou o delegado Marco Aurélio Ribeiro, da 10ª DP, sobre como chegou ao suspeito. “A partir desse momento seguimos a trajetória que foi feita do veículo. No momento da conduta eles estavam encapuzados, mas pelas imagens foi possível identificar a fuga a pé de um dos participantes, e nesse momento ele não tinha mais o rosto coberto. Fizemos a rota da fuga a pé e conseguimos identificar imagens do rosto, o local onde ele usou um táxi, o motorista o reconheceu como o autor do delito. As imagens foram submetidas a exame pericial e essa perícia veio positiva”. No endereço do suspeito, um condomínio de classe média alta na Barra da Tijuca, foram apreendidos R$ 119 mil em dinheiro, munição, computadores, um simulacro de arma e uma camisa de entidade “filosófico-política”, segundo a polícia. O delegado disse ainda que investigações continuam com intuito de localizar e identificar os outros autores do crime. “Nenhuma linha de investigação está sendo descartada. Estamos apurando se é um ato isolado ou se há ligação com alguma entidade. As peças periciais estão sendo produzidas.” O atentado à sede do Porta dos Fundos aconteceu após o grupo humorístico retratar Jesus Cristo como gay no Especial de Natal “A Primeira Tentação de Cristo”, que estreou no dia 3 de dezembro no Netflix. Participaram do ataque quatro homens brancos encapuzados. Três atiraram coquetéis molotov incendiários, enquanto um quarto registrou a ação num celular. Esse vídeo posteriormente foi divulgado num manifesto em que os homens se identificaram como uma célula terrorista, chamada Comando de Insurgência Popular Nacionalista da Grande Família Integralista Brasileira, pregando a revolução armada pela “espada de Deus” contra os “marxistas culturais” do Brasil. Após o vídeo viralizar, a Frente Integralista Brasileira (FIB), organização legalmente constituída, que reúne seguidores da extrema direita do pais em torno de símbolos e ideário associados ao nazi-fascismo, disse em nota que não reconhecia o tal Comando e sugeriu que o vídeo poderia ser “forjado com o fim de incriminar os integralistas”. Levantamentos das atividades pregressas de Eduardo Fauzi Richard Cerquise, porém, contestam essa afirmação. Em setembro de 2018, uma nota no site integralista Notícias do Sigma apresenta o suspeito como presidente da divisão carioca da Frente Integralista Brasileira. O Comando, que reivindicou o ataque, é o mesmo grupo responsável por atacar a UniRio em 2018, quando roubou e queimou bandeiras antifascistas postas em frente à universidade de Direito. No dia 25 de novembro, Fauzi afirmou no Facebook que os responsáveis pelo roubo das bandeiras expostas na universidade eram alunos – e até um docente – da própria instituição. Fauzi também tem ligações com a Associação Cívica e Cultural Arcy Lopes Estrella (ACCALE), batizada com o nome de um integralista histórico, que num post do Facebook afirmou não ter se surpreendido com o atentado, porque “o Porta dos Fundos atacou deliberadamente e de forma calculista os maiores e mais cultuados símbolos sagrados nacionais, entre eles a figura de Jesus Cristo. Ao fazer isso, o Porta dos Fundos se indispôs com milhões de brasileiros”. A ação, que quase resultou na morte do vigia da sede do Porta dos Fundos, aconteceu após os humoristas sofrerem ataques virtuais de militantes da extrema direita, condenações de políticos conservadores, inclusive da família Bolsonaro e de outros integrantes do PFL, pedidos de explicações do Congresso, campanha de boicote de líderes religiosos, repúdio televisivo da rede Record e até processo judicial. Antes do ataque com coquetéis molotov na véspera do Natal, o Porta dos Fundos chegou a ser alvo de sete ações judiciais devido ao Especial. Mas a tentativa de censura foi rejeitada pela Justiça.

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    Frente Integralista Brasileira diz ser “contra terrorismo” e que está “todo mundo assustado” com atentado

    26 de dezembro de 2019 /

    Ao assumir em vídeo o atentado contra o Porta dos Fundos, o grupo terrorista autodenominado Comando de Insurgência Popular Nacionalista da Grande Família Integralista Brasileira, chamou atenção para um movimento que já tentou realizar um golpe de estado e até matar um presidente da República no Brasil. A Ação Integralista Brasileira, organização fascista e antissemita que atacou o Palácio da Guanabara para eliminar Getúlio Vargas em 1938, foi desmantelada durante o Estado Novo, mas seus integrantes migraram para novos partidos políticos e continuaram pregando suas ideias de extrema direita no Brasil. O grupo tentou voltar à ativa durante a ditadura militar. Mas a redemocratização impediu que sua mensagem divisiva de intolerância prosperasse, levando à fragmentação dos integralistas em vários grupelhos diferentes. Com as mudanças políticas mais recentes do país, o movimento voltou a assumir seu nome real e fazer aparições públicas com o uniforme militarizado das camisas verdes, inspirados nos camisas pretas do fascismo italiano, e restaurar sua saudação análoga ao cumprimento nazista – trocando o Heil Hitler por Anauê, pelo bem do Brasil, com o braço direito estendido ao alto. Seus símbolos também lembram o nazismo, ao fazer a substituição da suástica pela letra grega Sigma em suas bandeiras, distintivos e flâmulas, e a cor vermelha pela azul. Hoje, a Frente Integralista Brasileira (FIB) é uma organização legalmente constituída no país, resultante da união de diferentes agremiações integralistas existentes, que até 2005 eram autônomas. Segundo indica a página oficial da organização, a FIB foi fundada oficialmente em 22 de janeiro de 2005. Em comunicado oficial, a FIB afirmou não ter conexão com os terroristas. “O grupo em questão é desconhecido pelo FIB e não possuímos com ele qualquer relação”, diz a organização. “Não temos certeza sobre a autenticidade do vídeo e, por isso, não descartamos a possibilidade de ter sido um material forjado com o fim de incriminar os integralistas”, acrescenta a nota. Um dos líderes da FIB, o advogado Victor Emanuel Vilela Barbuy, diz contabilizar 8 mil adeptos do integralismo hoje no país, mas afirma que a atuação do movimento é restrita ao mundo virtual. Em entrevista ao jornal O Globo, Barbuy procurou se distanciar da ação radical do Comando terrorista. “O integralismo é contra o terrorismo. Só aceita algum nível de violência em situações extremas, como em legítima defesa, por exemplo. Cobrir o rosto também é algo que nunca fez parte da linha do integralismo. Plínio Salgado já deixava claro que toda nossa ação devia ser de peito aberto, sem máscaras. É até proibido pela FIB que se use o uniforme junto com máscara. Nós também, evidentemente, não concordamos com o vídeo do ‘Porta dos Fundos’. Mas não é este o caminho”. Barbuy, que está à frente da sede paulista do FIB, também contou que os integralistas cariocas ficaram assustados com as consequências do vídeo divulgado pelos terroristas. “Todo mundo assustado. E achando muito estranho, ninguém conhece esse pessoal, acha estranho terem conseguido o uniforme, isso não é fácil”, avaliou. Ele acredita que isso pode atrapalhar o movimento integralista, que vinha em ascendência desde a chegada de Bolsonaro ao poder. “O movimento tem crescido muito nos últimos anos. Primeiro, o próprio PRTB adotou o nosso lema, com nossa autorização, evidentemente, ‘Deus, pátria e família’. Agora o próprio Bolsonaro já pegou também o lema, com a proposta de ‘Aliança pelo Brasil’. Mas eles se consideram – acreditem – à direita de Bolsonaro, chamado a política econômica do governo de “muito liberal e a serviço dos grandes grupos econômicos internacionais” e a política externa “subserviente a certos interesses internacionais”. A Polícia Civil do Rio aparentemente não considera suspeita de envolvimento do grupo. Em entrevista coletiva realizada na manhã desta quinta (26/12), o delegado Marco Aurélio Ribeiro sugeriu que a nota da FIB já serve de prova ou depoimento sobre o caso. Ele afirmou: “O vídeo é verídico. Não se sabe se foi o grupo que fez. O grupo que se diz integralista diz que não é deles. Já negaram a autoria. Não se sabe se foram eles que colocaram o vídeo”, disse. Não há informações sobre depoimentos no inquérito, muito menos de quebra de sigilo telefônico da FIB. O caso corre em segredo de Justiça, então não está claro se essa linha de investigação foi realmente descartada, sem maior aprofundamento.

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    Vigilante quase morreu incendiado no atentado terrorista contra o Porta dos Fundos

    26 de dezembro de 2019 /

    Um vigilante que trabalhava na sede do grupo Porta dos Fundos quase foi atingido por um dos coquetéis molotov atirados contra a produtora na madrugada de terça-feira (24/12), véspera de Natal. Imagens reveladas das câmeras de segurança, que estão sendo analisadas pela Polícia Civil, mostram que o funcionário estava sentado em uma cadeira perto da porta quando foi surpreendido pelas labaredas da explosão. As chamas chegaram muito perto do corpo do rapaz, que controlou o fogo com um extintor. Graças à sua ação, o prédio não foi completamente incendiado. Imagens do ataque do lado de fora foram registradas por outras câmeras. Quatro homens foram flagrados chegando na sede da produtora no Humaitá, na Zona Sul do Rio, e lançando bombas incendiárias contra o prédio. Logo após, eles deixaram o local em uma moto e um carro. Posteriormente, o suposto grupo divulgou um vídeo em redes sociais, alegando motivação religiosa e ideológica para o ataque, assumindo, assim, a autoria do primeiro atentado terrorista no Brasil desde o fim da ditadura militar. No vídeo, três integrantes – o quarto poderia estar atrás da câmera – aparecem mascarados e uniformizados, em frente às bandeiras da Ação Integralista e do Brasil Império, apresentando-se como o Comando de Insurgência Popular Nacionalista da Grande Família Integralista Brasileira. Num manifesto lido com distorção de voz, o grupo fala em revolução armada. Eles afirmam que cometeram o atentado para “justiçar os anseios de todo povo brasileiro contra a atitude blasfema, burguesa e antipatriótica que o grupo de militantes marxistas Porta dos Fundos tomou quando produziu o Especial de Natal a mando da mega corporação bilionária Netflix”. O texto segue, afirmando que “quando a Revolução Integralista vier, todos estarão condenados ao justiçamento revolucionário. Nós integralistas não renegaremos nosso papel histórico e nos incumbiremos de ser a Espada de Deus”. A ação se enquadra de cabo (“usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos, gases tóxicos, venenos, conteúdos biológicos, químicos, nucleares ou outros meios capazes de causar danos ou promover destruição em massa”) a rabo (“por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião… com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública”) na Lei Antiterrorismo, sancionada em 2016 pela então presidente Dilma Rousseff, de forma tão clara que poderia até ser tema de redação do Enem. Entretanto, o secretário Marcus Vinícius Braga e outras autoridades da Polícia Civil se recusaram, em declarações dadas na manhã desta quinta (26/12), a fazer o enquadramento. “Terrorismo não é hipótese investigada”. O crime investigado, explosão sem o uso de dinamite ou explosivos análogos, tem pena relativamente branda, de 1 a 4 anos de prisão, além de multa. O agravante seria considerar também tentativa de homicídio, o que depende de uma série de fatores, apesar das imagens recolhidas nas câmeras de segurança mostrarem claramente que o ato colocou em risco a vida de um vigilante que trabalhava no local.

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    Ataque ao Porta dos Fundos é terrorismo na definição da lei, mas polícia carioca diz que não

    26 de dezembro de 2019 /

    A Polícia Civil do Rio não quer aplicar a Lei de Antiterrorismo na investigação do atentado à bomba contra o grupo Porta dos Fundos. Em entrevista à imprensa, o secretário estadual de Polícia Civil, Marcus Vinícius Braga, afirmou que o caso não será classificado como terrorismo e o delegado responsável pela investigação investiga crimes de explosão e tentativa de homicídio. A Lei Antiterrorismo, sancionada em 2016 pela então presidente Dilma Rousseff, diz que “o terrorismo consiste na prática por um ou mais indivíduos dos atos previstos neste artigo, por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública”. Num dos parágrafos que caracterizam os atos de terrorismo, está listado: “usar ou ameaçar usar, transportar, guardar, portar ou trazer consigo explosivos, gases tóxicos, venenos, conteúdos biológicos, químicos, nucleares ou outros meios capazes de causar danos ou promover destruição em massa”. É literalmente o caso do ataque explosivo à sede do grupo humorístico, justificado em nome de “Nosso Senhor Jesus Cristo” por três homens brancos encapuçados num vídeo ameaçador. Entre os crimes previstos na lei Antiterrorismo ainda estão “atentar contra a vida ou a integridade física de pessoa”, que rende pena de 12 a 30 anos de prisão, e “Promover, constituir, integrar ou prestar auxílio, pessoalmente ou por interposta pessoa, a organização terrorista”, com 5 a 8 anos de reclusão. No vídeo divulgado pelos criminosos, há até manifesto pela revolução armada: “quando a Revolução Integralista vier, todos estarão condenados ao justiçamento revolucionário. Nós integralistas não renegaremos nosso papel histórico e nos incumbiremos de ser a Espada de Deus”. Entretanto, o secretário Marcus Vinícius Braga e outras autoridades da Polícia Civil se recusaram, em declarações dadas na manhã desta quinta (26/12), a fazer o enquadramento. “Terrorismo não é hipótese investigada”. O crime investigado, explosão sem o uso de dinamite ou explosivos análogos, tem pena de 1 a 4 anos de prisão, além de multa. O agravante seria considerar também tentativa de homicídio, o que depende de uma série de fatores. Segundo o delegado Fábio Barucke, subsecretário Operacional da Polícia Civil, as imagens recolhidas em câmeras de segurança mostram claramente que o ato colocou em risco a vida de um vigilante que trabalhava no local. Outro detalhe curioso da entrevista desta quinta foi o questionamento da legitimidade do grupo terrorista auto-identificado como Comando de Insurgência Popular Nacionalista da Grande Família Integralista Brasileira, que assumiu a autoria do atentado, também literalmente, em vídeo que circula no YouTube e nas redes sociais. Apesar de confirmar que as imagens do vídeo que registram o ataque são verídicas, a polícia coloca a autoria em dúvida. O delegado Marco Aurélio Ribeiro afirmou: “O vídeo é verídico. Não se sabe se foi o grupo que fez. O grupo que se diz integralista diz que não é deles. Já negaram a autoria. Não se sabe se foram eles que colocaram o vídeo”, disse. (A posição da Frente Integralista Brasileira pode ser conferida aqui) O ator João Vicente, presente à entrevista coletiva, também fez um rápido pronunciamento como representante do Porta dos Fundos. Acompanhado por um advogado, ele classificou o caso como um “atentado à liberdade de expressão”. “Acho que a gente não está falando aqui sobre o Porta dos Fundos, mas sobre a liberdade de expressão. Estamos falando de um ato violento que a gente não vai permitir. O Rio não precisa de mais violência. Não precisa de mais grupos violentos. Precisa cortar esse mal pela raiz. O que aconteceu foi um atentado à liberdade de expressão” Segundo definição da ONU, ataques terroristas também são atentados à liberdade de expressão. Em sua Declaração sobre Medidas para Eliminar o Terrorismo Internacional, a ONU descreve terrorismo como “atos criminosos pretendidos ou calculados para provocar um estado de terror no público em geral, num grupo de pessoas ou em indivíduos para fins políticos são injustificáveis em qualquer circunstância, independentemente das considerações de ordem política, filosófica, ideológica, racial, étnica, religiosa ou de qualquer outra natureza que possam ser invocadas para justificá-los.”

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    Porta dos Fundos sofre atentado à bomba no Rio de Janeiro

    24 de dezembro de 2019 /

    O grupo humorístico Porta dos Fundos foi alvo de um atentado à bomba na madrugada desta terça-feira (24/12), véspera de Natal. O prédio em que fica a sede do grupo, no Rio de Janeiro, foi atingido por dois coquetéis molotov às 4 horas da madrugada. Em comunicado, a assessoria de imprensa do Porta dos Fundos disse que o incêndio foi controlado por um dos seguranças e que nenhum de seus integrantes estava no local no momento do ataque. “Na madrugada do dia 24 de dezembro, véspera de Natal, a sede do Porta dos Fundos foi vítima de um atentado. Foram atirados coquetéis molotov contra nosso edifício. Um dos seguranças conseguiu controlar o princípio de incêndio e não houve feridos apesar da ação ter colocado em risco várias vidas inocentes na empresa e na rua”, diz a nota. Os integrantes do grupo também afirmam que estão “confiantes que o país sobreviverá a essa tormenta de ódio e o amor prevalecerá junto com a liberdade de expressão”. As imagens do ataque, captadas pelas câmeras de segurança do prédio, já foram enviadas para a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, que deve conduzir uma investigação em busca dos responsáveis pelo crime. O caso foi registrado na 10ª DP, no bairro de Botafogo como crime de explosão. “A perícia foi realizada no local e a equipe do Esquadrão Antibombas arrecadou fragmentos dos artefatos para análise. Diligências estão em andamento para esclarecer o caso”, informou a Polícia Civil à imprensa. A ação terrorista aconteceu após o grupo sofrer ataque virtual de militantes da extrema direita, condenações de políticos conservadores, pedidos de explicações do Congresso, campanha de boicote de líderes religiosos, repúdio da rede Record e até processo judicial por conta do “Especial de Natal Porta dos Fundos: A Primeira Tentação de Cristo”, da Netflix, que retratou Jesus Cristo como gay, além de fazer graça com um triângulo amoroso entre Maria, José e Deus. O ataque faz recordar o terrível atentado contra a revista francesa Charlie Hebdo, em 2015, quando outra controvérsia religiosa, a caricatura do profeta Maomé, foi usada como justificativa de terroristas para chacinar a equipe de humoristas da publicação. Vale lembrar ainda que o “Especial de Natal” anterior do Porta dos Fundos venceu o Emmy Internacional em novembro, como Melhor Comédia… do mundo. Além da polêmica envolvendo “A Primeira Tentação de Cristo”, Gregório Duvivier, intérprete de Jesus no especial, também foi atacado pela militância virtual após inquérito policial revelar que ele trocou mensagens com o hacker preso por invadir o Telegram de integrantes da Lava Jato, questionando “possíveis alvos” com a citação de nomes da rede Globo, do governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel e do juiz federal Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no estado. Duvivier apresentou sua defesa e não foi indiciado.

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  • Etc

    Humorista do Porta dos Fundos cria nova polêmica após contato com hacker da Lava Jato

    20 de dezembro de 2019 /

    Não bastasse ter virado alvo de religiosos e conservadores por viver o Jesus Cristo gay do Especial de Natal do Porta dos Fundos, “A Última Tentação de Cristo”, o humorista Gregório Duvivier entrou em nova polêmica nesta semana, quando as mensagens que trocou com o hacker da Lava Jato vieram à público. Perseguido na rede Record, que é propriedade do bispo Edir Macedo, pela blasfêmia humorística, ele agora virou persona non grata da rede Globo por conteúdo mais sério. Relatório da PF (Política Federal) sobre a chamada Operação Spoofing, encaminhado na quinta (19/12) à Justiça Federal, revelou conversas de Duvivier com o hacker Walter Delgatti Neto, o Vermelho, responsável por roubar mensagens privadas dos promotores da Lava Jato, em que o humorista sugeriu nomes de jornalistas importantes da rede Globo para novas interceptações. Na troca de mensagens entre Delgatti e Duvivier, em julho passado, o humorista recebeu a informação de que o teor das mensagens de autoridades hackeadas foi passado ao jornalista Glenn Greenwald por “livre e espontânea vontade” e, na sequência, estimulou o hacker, afirmando que ele iria “mudar o destino do país” ao revelar as conversas impróprias de procuradores da Lava Jato e do então juiz e atual ministro da Justiça Sergio Moro. Durante a conversa, Duvivier pergunta se haveria algo de comprometedor contra a família do presidente Jair Bolsonaro – a “família Bolso”. Diante de uma resposta negativa, questiona: “Tem algo da Globo?” Delgatti Neto responde que “tem bastante” informação envolvendo a emissora de televisão e afirma que “pega 50 por dia e acaba não lendo”. Em seguida, lamenta a falta de conteúdo. Diz que havia “pegado” o aplicativo do apresentador do Jornal Nacional William Bonner, mas não teve acesso a nada importante, porque tudo havia sido apagado. É neste momento que, segundo a PF, Duvivier sugere novos alvos da emissora, como o diretor-geral de Jornalismo Ali Kamel e o diretor-geral da Globo Carlos Henrique Schroder, dizendo que informação sobre a cúpula da emissora “poderia ser bem forte”. O humorista ainda sugere que o governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel e o juiz federal Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no estado, “poderiam ser alvos”. A PF também confirmou que não foram encontrados indícios de que Kamel, Schroder ou Witzel tenham sido vítimas de ações dos hackers. Marcelo Bretas e William Bonner, no entanto, acabaram sendo alvo de ataques, mas em data anterior às sugestões de Duvivier. Na conclusão do inquérito, não há imputação de crimes a Gregório Duvivier. Mas ele foi questionado pela polícia durante a investigação. No depoimento aos investigadores, ele negou que tenha solicitado ou sugerido a invasão das contas de Telegram da cúpula da Rede Globo ou de autoridades do Rio de Janeiro. Segundo ele, seus questionamentos ao hacker foram motivados por “curiosidade” em saber se o invasor tinha tido acesso às contas de uma série de personalidades do cenário nacional. Duvivier declarou que, durante a conversa com Delgatti, sugeriu diversos nomes de forma aleatória e disse que em nenhum momento recebeu mensagens ou qualquer informação das pessoas citadas por ele. Também afirmou que não tinha nenhum interesse em obter o conteúdo das mensagens de contas invadidas e em nenhum momento o hacker disse ter invadido a conta de Telegram de pessoas como Bonner ou Ali Kamel. O humorista apresentou à PF a cópia de um pendrive com todas as mensagens trocadas entre ele e o hacker Walter Delgatti Neto. Nelas, há a revelação de que ele teria recebido orientações do jornalista Gleen Greenwald para que não encomendasse o nome de nenhuma autoridade para ser hackeada. Duvivier é explícito sobre a orientação que recebeu: “Não tava pedindo pra investigar ninguém, tá?”. Menos de um minuto depois, fez nova ressalva: “Glenn me explicou que não posso nem falar nomes, haha”. Procurado pela revista Veja, o advogado Augusto de Arruda Botelho, que defende Duvivier, afirmou que o humorista disponibilizou espontaneamente para a Polícia Federal toda a troca de mensagens com o hacker e que “explicou detalhadamente em seu depoimento, no intuito de colaborar com as investigações, que aleatoriamente mencionou uma série de nomes, em uma conversa informal, sem qualquer intenção ou interesse de que tais nomes de fato fossem interceptados ou muito menos investigados”. A rede Globo acabou se pronunciando sobre o caso nesta sexta-feira (20/12), por meio de uma nota. “Os diálogos revelados no inquérito são claros. O público saberá julgar a atitude de Gregório Duvivier e suas explicações posteriores. Ali Kamel e Carlos Henrique Schroder, citados, preferem guardar para si suas opiniões a respeito. Apenas afirmam que se a quebra de sua privacidade tivesse sido levada adiante nada revelaria de desabonador. E nenhum contato com participantes da Operação Lava Jato.”

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  • Filme

    Lula nega entrevista a José Padilha para documentário sobre a Lava-Jato

    7 de outubro de 2019 /

    O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva recusou um pedido de entrevista do diretor José Padilha (“Tropa de Elite”), que queria inclui-lo num documentário sobre a Lava-Jato. O cineasta tem procurado diversas personalidades para falar sobre o tema e Lula está entre elas. Lula recusou-se a falar com Padilha por causa da série “O Mecanismo”, feita pelo diretor, que o retrata como criminoso e conspirador. A informação foi dada pela assessoria de imprensa de Lula, que afirmou que ele não atenderá o pedido porque “José Padilha não é honesto, como demonstrou na maneira que tratou o ex-presidente na série ‘O Mecanismo’”. Lula avalia que “O Mecanismo” é a versão chapa-branca dos procuradores e do então juiz Sergio Moro, hoje ministro, sobre os fatos que envolvem a investigação da Lava-Jato e que tem sido desmascarados pelas reportagens conhecidas como Vaza-Jato. Segundo a coluna de Bela Megale no jornal O Globo, o ex-presidente teria dito a um interlocutor que “esses caras são bons em cobrar autocrítica do PT e na hora de fazer a própria, nada”. Padilha chegou a fazer mea-culpa sobre a forma como retratou a atuação de Moro como juiz, mas não sobre Lula. Em entrevista a BBC Brasil, o diretor afirmou que “cometeu um erro de julgamento sobre Moro”, mas não sobre o petista, dizendo considerar “o ex-presidente Lula um picareta”. O cineasta também pediu entrevista para José Dirceu, que, assim como Lula, está preso em Curitiba. O ex-ministro petista ainda não decidiu se aceitará o pedido.

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