Olivia Hussey, estrela de “Romeu e Julieta”, morre aos 73 anos
Além do clássico de Zeffirelli, atriz argentina marcou o cinema com "Noite de Terror" e "Morte no Nilo"
Juíza rejeita processo por nudez com menores em “Romeu e Julieta” de 1968
O processo de abuso sexual e negligência relacionado ao filme “Romeu e Julieta” lançado há 55 anos, em 1968, será arquivado. A decisão foi estabelecida pela juíza Alison Mackenzie nesta quinta-feira (25/5). A justificativa foi de que o filme lançado pela Paramount é protegido pela Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que garante a liberdade de expressão. Em dezembro do ano passado, os protagonistas do filme, Olivia Hussey e Leonard Whiting, que deram vida ao casal principal, moveram uma ação legal contra o estúdio. Eles alegaram que foram coagidos pelo diretor Franco Zeffirelli a realizar uma cena de nudez no longa. Na época das filmagens, Hussey tinha 16 anos, enquanto Whiting tinha 17 anos. Como resposta, a Paramount solicitou o arquivamento do processo com base na lei anti-SLAPP da Califórnia, que tem o objetivo de eliminar processos judiciais incoerentes que restringem a liberdade de expressão. Apontando a indenização de US$ 100 milhões dos atores contra a Paramount, a juíza afirmou que a acusação de Hussey e Whiting contém uma “grosseira descaracterização” do ocorrido. Ela também rejeitou o argumento dos atores de que a cena de nudez poderia ser considerada “pornografia infantil”. “Os requerentes não apresentaram nenhuma evidência que comprove que o filme em questão pode ser considerado suficientemente sugestivo do ponto de vista sexual, a ponto de ser concluído que é ilegal”, escreveu a juíza. “O argumento dos requerentes se limita à interpretação seletiva de estatutos federais e estaduais, sem oferecer qualquer evidência sobre a interpretação ou aplicação dessas disposições legais a trabalhos artísticos de mérito, como o aclamado filme em questão”. Sob justificativa da emenda, a juíza concedeu a moção da Paramount para rejeitar o processo, concluindo que os requerentes não cumpriram as disposições de uma lei da Califórnia que suspende temporariamente o prazo de prescrição para alegações de abuso sexual infantil. “A moção especial do réu para eliminar toda a reclamação dos autores… é CONCEDIDA, pois cada causa de ação reivindicada surge de atividade protegida e os autores falharam em mostrar uma probabilidade de sucesso nos méritos dessas reivindicações”, declarou. Solomon Gresen, advogado representante de Hussey e Whiting, afirmou em entrevista que está consultando advogados especializados em apelações e planeja abrir um processo separado em um tribunal federal. Os atores planejam basear o novo processo em um Blu-ray lançado pela distribuidora Criterion em fevereiro, que inclui uma restauração digital em 4K. “As crianças não podem consentir com o uso dessas imagens”, defendeu Gresen. “Eles estão lucrando com essas imagens sem consentimento”. No filme, a cena polêmica mostra os dois atores em um quarto, com uma tomada prolongada das nádegas de Whiting e um breve vislumbre dos seios de Hussey quando ela sai da cama. Ambos prestaram depoimentos ao tribunal em 11 de maio, descrevendo sua experiência durante as filmagens. Segundo Hussey, durante a cena, Whiting “voltou para a cama, se cobriu com as cobertas, deitou-se em cima de mim e agimos como se estivéssemos tendo relações sexuais”. Já Whiting deu um relato semelhante, afirmando que “deitou-se embaixo das cobertas com a autora Hussey, subiu em cima dela e agiram como se estivessem tendo relações sexuais”. Em resposta, os advogados da Paramount chamaram esses depoimentos de “testemunhos completamente falsos e perjuros”. Eles afirmaram que o filme “representa uma cena e uma sequência de eventos completamente diferentes”. Já tendo enfrentado acusações de assédio sexual e agressão sexual no passado, o diretor Franco Zeffirelli faleceu em 2019, ficando incapaz de responder às acusações de Hussey e Whiting. Por outro lado, seu filho, Pippo Zeffirelli, comentou sobre o caso em seu nome. “É constrangedor ouvir que hoje, 55 anos após as filmagens, dois atores idosos que devem sua notoriedade essencialmente a este filme acordam para declarar que sofreram um abuso que lhes causou anos de ansiedade e desconforto emocional”, disse ele em janeiro de 2023. Lançado em 1968, “Romeu e Julieta” recebeu diversas indicações em premiações renomadas, incluindo nas categorias de Melhor Filme e Melhor Diretor no Oscar, onde o longa levou a estatueta por Melhor Fotografia e Melhor Figurino. Já no Globo de Ouro, a premiação reconheceu Hussey e Whiting como artistas revelação, com o longa vencendo na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
Estrelas do clássico “Romeu e Julieta” processam estúdio por abuso infantil
A atriz Olivia Hussey e o ator Leonard Whiting, estrelas da versão cinematográfica mais famosa de “Romeu e Julieta”, lançada em 1968, estão processando o estúdio Paramount sob a acusação de abuso infantil, devido à filmagem e uso de imagens dos dois nus no longa, quando eles eram menores de idade. O processo foi aberto na última sexta-feira (30/12) no Tribunal de Santa Mônica, na Califórnia. Hussey e Whiting, que hoje tem mais de 70 anos de idade, acusam a Paramount de explorá-los sexualmente. Dirigido por Franco Zeffirelli, “Romeu e Julieta” foi um enorme sucesso no seu lançamento e recebeu quatro indicações ao Oscar. Mas o filme também foi alvo de polêmicas por causa de uma cena em que é possível ver a bunda de Whiting e os seios de Hussey. Eles tinha 16 e 15 anos na época, respectivamente. No processo, a dupla alega que Zeffirelli – que morreu em 2019 – havia garantido aos atores que não haveria nenhuma cena de nudez no filme, e que eles usariam algum tipo de proteção nessa cena em questão. Porém, nos últimos dias de filmagem, o diretor teria implorado aos dois que filmassem a cena nus, “ou o filme iria ser um fracasso”. Eles disseram, ainda, que o diretor lhes mostrou onde a câmera ficaria posicionada, e garantiu que nenhum tipo de nudez seria captada pelas imagens e mostrada no filme. Desta forma, o processo alega que o diretor foi desonesto e que, por conta disso, Whiting e Hussey foram filmados nus sem o consentimento deles. “O que eles ouviram e o que aconteceu foram duas coisas diferentes”, disse Tony Marinozzi, empresário dos atores. “Eles confiavam em Franco. Aos 16, como atores, eles assumiram que ele não violaria a confiança que eles tinham. Franco era amigo deles e, francamente, aos 16 anos, o que eles fariam? Não havia opções. Não havia #MeToo.” Hussey e Whiting alegam que sofreram angústia mental e sofrimento emocional nos 55 anos desde o lançamento do filme e que perderam oportunidades de emprego por conta disso. Apesar de suas atuações de destaque, os dois tiveram carreiras relativamente curtas depois de “Romeu e Julieta”. Eles estão buscando uma indenização “que se acredita ser superior a US$ 500 milhões”. “Imagens de menores nus são ilegais e não devem ser exibidas”, disse o advogado dos atores, Solomon Gresen. “Eles eram crianças muito jovens e ingênuas nos anos 1960, que não entendiam o que estava prestes a atingi-los. De repente, ficaram famosos em um nível que nunca esperaram e, além disso, foram violados de uma forma que não sabiam como lidar”. O processo foi protocolado agora porque uma lei da Califórnia suspendeu a prescrição para acusações mais antigas de abuso sexual infantil. Após esta iniciativa, os tribunais viram um aumento de acusações contra a associação dos Escoteiros da América e contra a Igreja Católica, entre outras organizações. A Paramount não se manifestou publicamente em relação ao processo. Em uma entrevista de 2018 para a Variety, Hussey defendeu a cena de nudez. “Ninguém da minha idade tinha feito isso antes”, disse ela, acrescentando que Zeffirelli filmou tudo com bom gosto. “Era necessário para o filme.” Em outra entrevista de 2018 à Fox News, ela disse que a cena era “tabu” na América, mas que a nudez já era comum nos filmes europeus da época. “Não foi grande coisa”, disse ela. “E Leonard não era nada tímido! No meio da filmagem, esqueci completamente que não estava de roupa.” Veja abaixo o trailer e um making of do filme original.
Trailer legendado do remake de Noite de Terror estrega reviravoltas e revela quem é o assassino
A Universal divulgou o pôster e o trailer legendado do remake de “Noite de Terror” (Black Christmas). E não é pra ver, porque é spoiler do começo ao fim. O vídeo entrega as principais mortes e reviravoltas da trama, inclusive que é (são) o(s) assassino(s) e provavelmente até o desfecho. Impressionante. Esta já é a terceira filmagem de “Black Christmas”, sinalizando que a fase dos remakes começa a ser substituída por uma nova etapa: os remakes dos remakes. Apesar disso, a história é completamente diferente das versões anteriores. A produção canadense original de 1974, dirigida por Bob Clark (que depois fez “Porky’s”), foi precursora do slasher, subgênero dos psicopatas mascarados que atacam adolescentes, quatro anos antes de “Halloween” (1978) e seis antes de “Sexta-Feira 13” (1980). A trama acompanhava um grupo de amigas de faculdade (entre elas Margot Kidder, a futura Lois Lane de “Superman: O Filme”) que é atacada em sua irmandade por um assassino misterioso. Após vários telefonemas anônimos e o desaparecimento de uma das garotas, elas acionam a polícia, que só começa a se preocupar com o caso quando um cadáver é encontrado perto da casa. Logo, um assassino começa a matar uma por uma. O detalhe é que a identidade do criminoso nunca é revelada e ele escapa impune. Na segunda versão, intitulada “Natal Negro” no Brasil, os assassinos eram dois irmãos dementes, que morrem nas mãos da “final girl”. Com produção da Blumhouse, que também foi responsável pelo terceiro “Halloween”, a nova filmagem parece seguir a premissa da série “Screem Queens”, com vários assassinos e o envolvimento de uma fraternidade de estudantes masculinos. Além disso, há um viés feminista mais evidente de guerra dos sexos. O elenco é liderado pela atriz Imogen Poots (“Sala Verde”) e inclui alguns atores conhecidos de séries, como Aleyse Shannon (“Charmed”), Brittany O’Grady (“Star”), Lily Donoghue (“Jane the Virgin”), Caleb Eberhardt (“The Deuce”), Brittany O’Grady (“Star”), Simon Mead (“Golden Boy”) e Cary Elwes (“Stranger Things”). A direção está cargo de Sophia Takal, premiada por seu terror independente de estreia, “Always Shine” (2016), que tem 91% de aprovação no site Rotten Tomatoes. A estreia está marcada para 12 de dezembro no Brasil, um dia antes do lançamento nos Estados Unidos.
Precursor do gênero slasher, Noite de Terror vai ganhar segundo remake
O filme “Noite de Terror” (Black Christmas), originalmente lançado em 1974, vai ganhar sua terceira versão, após já ter sido refilmado em 2006 – quando recebeu o título nacional de “Natal Negro”. Sinal da passagem do tempo. A fase dos primeiros remakes se esgotou e agora começam os remakes dos remakes. A produtora Blumhouse, responsável pelo terceiro “Halloween”, vai fazer o terceiro “Black Christmas”. Assim como “Halloween”, o lançamento vai se aproveitar da temática típica de calendário macabro, no caso o Natal, para chegar aos cinemas americanos em 13 de dezembro deste ano – ainda não há previsão para o Brasil. A direção está cargo de Sophia Takal, premiada por seu terror independente de estreia, “Always Shine” (2016), que tem 91% de aprovação no site Rotten Tomatoes. O elenco é liderado pela atriz Imogen Poots (“Sala Verde”) e inclui alguns atores conhecidos de séries, como Aleyse Shannon (“Charmed”), Brittany O’Grady (“Star”), Lily Donoghue (“Jane the Virgin”) e Caleb Eberhardt (“The Deuce”). Considerada precursora do subgênero slasher de psicopatas que atacam adolescentes, como “Halloween” (1978) e “Sexta-Feira 13” (1980), a história de 1974, repetida em 2006, girava em torno dos sangrentos eventos das férias de Natal de um grupo de amigas de faculdade. Após vários telefonemas anônimos e o desaparecimento de uma das garotas, elas acionam a polícia, que só começa a se preocupar com o caso quando o corpo de uma menina de 13 anos é encontrado perto da casa. O roteirista original, Roy Moore, só assinou mais um filme após seu “clássico”, a sci-fi trash “The Last Chase” (1981). Mas o diretor Bob Clark acabou ficando bem famoso, embora num gênero muito diferente. Ele originou as franquias “Porky’s” nos anos 1980 e “Bebês Geniais” nos 1990, além de ter feito outro clássico natalino completamente diferente, a comédia “Uma História de Natal” (1983). Já as atrizes principais foram virar a Madre Teresa (Olivia Hussey, em “Madre Teresa de Calcutá”) e Lois Lane (Margot Kidder, na quadrilogia original de “Superman”).



