Paul Reubens, ator conhecido por Pee-wee Herman, morre aos 70 anos
O ator Paul Reubens morreu no último domingo (30/7) aos 70 anos de idade. Conhecido por seu personagem infantil Pee-wee Herman, o ator enfrentava em segredo um diagnóstico de câncer há seis anos. Em nota publicada nesta segunda-feira (31/7), a assessoria do comediante lamentou a despedida de Reubens. “Ontem à noite nos despedimos de Paul Reubens, um icônico ator, comediante, escritor e produtor americano cujo amado personagem Pee-wee Herman encantou gerações de crianças e adultos com a sua positividade, capricho e crença na importância da bondade”, escreveu. “Paul lutou corajosamente e privadamente contra o câncer durante anos com a sua tenacidade e sagacidade. Um talento prolífico, viverá para sempre no panteão da comédia e nos nossos corações como um amigo precioso e homem de caráter notável e generosidade de espírito.” A publicação também adicionou um texto escrito por Paul, onde ele pedia perdão por ter ocultado seu estado de saúde. “Por favor, aceite minhas desculpas por não tornar público o que tenho enfrentado nos últimos seis anos. Sempre senti muito amor e respeito de meus amigos, fãs e apoiadores. Eu amei muito todos vocês e gostei de fazer arte para vocês”, finalizou. Começo da carreira Paul Reubens nasceu em uma família judia em Peekskill, no interior de Nova York, nos Estados Unidos, e desde criança quis trabalhar como ator. Ele estudou teatro da Universidade de Boston e se mudou para Los Angeles para estudar atuação no California Institute of the Arts. Sau carreira começou nos anos 1970 com apresentações em clubes de comédia, juntando-se à trupe de improviso The Groudlings. Já nesta época se tornou uma figura querida entre as crianças por seu humor leve e entre adultos por sua sagacidade anárquica. Em 1980, o comediante teve um pequeno papel como garçom em “Os Irmãos Cara de Pau” (The Blues Brothers) e também apareceu na comédia “Loucuras em Plena Madrugada”, iniciando sua carreira nas telas. O sucesso com Pee-wee Herman A vida de Reubens virou do avesso já no ano seguinte, quando virou a estrela do programa infantil “Pee-wee Herman Show”. O sucesso foi tanto que, durante um bom período, o ator se tornou o personagem, batizado com o nome de uma marca de gaitas, em tempo integral, fazendo participações em séries, desenhos animados e até filmes como Pee-wee. O auge veio com o lançamento de seu primeiro filme como protagonista, que também foi o primeiro longa de Pee-wee em 1985: “As Grandes Aventuras de Pee-wee”, dirigido por ninguém menos que Tim Burton (“Wandinha”) em sua estreia no cinema. Em 1986, Reuben ganhou um novo programa infantil, “Pee-wee’s Playhouse”, que tinha maior apelo comercial e ganhou 22 prêmios Emmy. Também viveu Pee-wee no filme “De Volta à Praia” (1987) e na continuação de seu sucesso, “Pee-Wee: Meu Filme Circense” (1988). Até que tudo desmoronou de forma abrupta. O escândalo Em junho de 1991, Reuben foi preso por atentado ao pudor num teatro adulto de Sarasota, na Flórida, ao tentar se masturbar. O escândalo levou ao cancelamento de seu programa e de todo o merchan do personagem, e quase acabou com a carreira do ator. Embora a maior parte da indústria do entretenimento tenha lhe virado as costas, Reuben contou com a ajuda de Tim Burton para reaparecer nas telas após o escândalo, num pequeno papel como o pai do Pinguim (Danny DeVito) em “Batman: O Retorno” (1992) e como dublador da animação “O Estranho Mundo de Jack” (1993). Depois disso, ele conseguiu algumas figurações em filmes infantis, incluindo os sucessos “Matilda” (1996) e “Dr. Doolitle” (1998), até ganhar maior destaque na comédia “Heróis Muito Loucos” (1999). A partir daí, porém, começou a se afastar de sua imagem infantil. Fez o drama policial “Profissão de Risco” (2001), estrelado por Johnny Depp e Penélope Cruz, como um cabeleireiro traficante. E foi ainda mais longe em “A Vida Durante a Guerra” (2009), vivendo um suicida transformado em assombração depressiva. A volta de Pee-wee Apesar da guinada na carreira, ele nunca esqueceu Pee-wee. Duas décadas depois do escândalo, Reubens decidiu retomar o personagem em uma série de vídeos, novas participações especiais e em seu terceiro filme, “The Pee-Wee Herman Show on Broadway” (2011), desta vez feito para a HBO. Cinco anos depois, ainda fez mais um longa, “Pee-wee’s Big Holiday” (2016). Lançado na Netflix, marcou a despedida do personagem e o último filme do ator. Após reabilitar Pee-wee, Reubens se dedicou à dublagens de animações e participações recorrentes em séries, com destaque para “Lista Negra” (The Blacklist) e diversas produções relacionadas aos quadrinhos da DC Comics, como “Gotham” e “Legends of Tomorrow”. Seu último trabalho foi dublagem no desenho “O Show de Tom & Jerry”, em 2021. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Pee-wee Herman (@peeweeherman)
Inga Swenson, atriz de “O Poderoso Benson”, morre aos 90 anos
Inga Swenson, atriz versátil mais conhecida por suas interpretações memoráveis de mulheres combativas nos sucessos televisivos “Soap” e “O Poderoso Benson”, faleceu aos 90 anos. Ela começou sua carreira no teatro, fazendo sua estreia na Broadway em “New Faces Of 1956” (entre os novos rostos do ano estavam Maggie Smith, Billie Hayes e Jane Connell). Ao todo, apareceu em seis produções da Broadway ao longo dos anos, incluindo “110 in the Shade” em 1963 e “Baker Street” em 1965, que lhe renderam duas indicações ao Tony (o Oscar do teatro). Após o sucesso nos palcos, passou a trabalhar no cinema, participando de filmes como “Tempestade sobre Washington” (1962) de Otto Preminger, “O Milagre de Anne Sullivan” (1962) de Arthur Penn, o polêmico “A Violentada” (1976) de Lamont Johnson, e “Os Homens da Montanha” (1980) de Richard Lang. Mas foi por seu trabalho na TV que se tornou nacionalmente conhecida. Consagração televisiva Após aparecer em episódios de várias séries entre os anos 1960 e 1970, Swenson se projetou com um arco de vários episódios em “Soap” em 1978, como a vingativa Ingrid Svenson, mãe biológica sueca de Corinne Tate (Diana Canova). Isso levou a um novo papel em “O Poderoso Benson”, spin-off do programa lançado em 1979, como Gretchen Kraus, uma cozinheira alemã autocrática e combativa. Ao longo da segunda série, a personagem de Swenson estava frequentemente em desacordo com Benson (Robert Guillaume), muitas vezes trocando insultos com o protagonista enquanto ele tentava administrar os assuntos domésticos do Governador Eugene X. Gatling (James Noble). Apesar de sua rivalidade, Benson e Kraus mais tarde se tornaram amigos próximos no programa. A atriz estrelou todas as sete temporadas da série e foi indicada três vezes ao Emmy pelo papel, em 1980, 1982 e 1985. Final da carreira Após “O Poderoso Benson”, ainda se destacou como Maude Hazard na minissérie “North and South” em 1985 e na sua continuação, “North and South, Book II”, baseada na trilogia da Guerra Civil de John Jakes. Ela também apareceu em episódios de “Hotel”, “Supergatas” (The Golden Girls) e “Newhart” no final dos anos 1980, antes de se aposentar da atuação. Swenson casou-se com o engenheiro de som Lowell Harris em 1953 e o casal teve dois filhos. Um deles, Mark Harris, tornou-se editor de cinema e trabalhou na pós-produção de “Star Wars: A Ascensão Skywalker”, “Viúva Negra” e “Jurassic World: Domínio”.
Lelia Goldoni, atriz de “Sombras” e “Um Golpe à Italiana”, morre aos 86 anos
A atriz Lelia Goldoni, que brilhou como protagonista em “Sombras” (1958), de John Cassavetes, foi comparsa de Michael Caine em “Um Golpe à Italiana” (1969) e amiga de Ellen Burstyn em “Alice Não Mora Mais Aqui” (1974), morreu no sábado numa residência para atores atores em Englewood, Nova Jersey, aos 86 anos. Nascida em Nova York em 1º de outubro de 1936, Goldoni era prima de segundo grau do famoso jogador do New York Yankees, Phil Rizzuto, e começou a carreira de atriz na infância. Seus primeiros papéis em Hollywood foram como figurante em dois clássicos de 1949: o noir “Sangue do Meu Sangue” de Joseph L. Mankiewicz, e o thriller “Resgate de Sangue” de John Huston. Papéis marcantes Aos 19 anos, ela retornou a Nova York, onde estudou em uma oficina de teatro dirigida por John Cassavetes e Burt Lane em Manhattan. Cassavetes então a escalou em seu principal papel, como Lelia, a mulher independente que é negra, mas passa por branca, em sua obra-prima “Sombras” (1959). Ela recebeu uma indicação ao BAFTA como estreante mais promissora do ano por sua atuação. No cultuado thriller “Um Golpe à Italiana” (1969), de Peter Collinson, ela interpretou a viúva de um criminoso que contrata Michael Caine para o golpe do filme. Já em “Alice Não Mora Mais Aqui” (1974), foi uma das pessoas que a personagem-título, vivida por Ellen Burstyn, encontra em sua jornada em busca de uma vida melhor. A amizade entre as duas oferece um retrato de solidariedade feminina e apoio mútuo, elementos centrais na narrativa do drama de Martin Scorsese. Outros títulos importantes de sua filmografia incluem o suspense hollywoodiano “O Dia do Gafanhoto” (1975), de John Schlesinger, o drama “Irmãos de Sangue” (1978), de Robert Mulligan, e o remake de “Invasores de Corpos” (1978), de Philip Kaufman. A partir dos anos 1980, ela passou a se dedicar a trabalhos televisivos, mas voltou ao cinema em 2012 para um último longa-metragem, o terror bem-sucedido “Filha do Mal”. Mais que atuação Além de sua carreira como atriz, Goldoni também dirigiu e produziu o documentário “Genius on the Wrong Coast”, sobre o coreógrafo Lester Horton. Membro vitalício do The Actors Studio, Goldoni também ensinou técnica de atuação e análise de roteiro no The Lee Strasberg Theatre Institute e nas universidades UCLA e Hampshire College, além de ser palestrante em Stanford, CalArts e na Universidade de Massachusetts. Ela foi casada com o ator Ben Carruthers, seu parceiro de tela em “Sombras”, e com o escritor Robert Rudelson.
Morre Randy Meisner, co-fundador da banda Eagles, aos 77 anos
Randy Meisner, co-fundador da banda Eagles e responsável pelo vocal em vários dos maiores sucessos do grupo, morreu aos 77 anos. A morte foi confirmada pela banda em seu site oficial, que atribuiu o falecimento a complicações decorrentes da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Uma voz inesquecível Meisner formou os Eagles em 1971, juntamente com Glenn Frey, Don Henley e Bernie Leadon. Ele tocou baixo e cantou em vários dos álbuns mais amados da banda de rock, incluindo “Eagles”, “Desperado”, “On The Border”, “One of These Nights” e “Hotel California”. Ele co-escreveu uma das canções de maior sucesso da banda, “Take It to the Limit”, que também cantou. Em uma declaração, a banda lamentou a perda: “Randy era uma parte integral dos Eagles e instrumental no sucesso inicial da banda. Seu alcance vocal era surpreendente, como é evidente em sua balada de assinatura, ‘Take It to the Limit'”. Trajetória musical Nascido em Scottsbluff, Nebraska, Meisner decidiu virar músico aos dez anos, após assistir a uma apresentação de Elvis Presley no programa “The Ed Sullivan Show”. Inicialmente, tocava guitarra, mas um de seus professores sugeriu que ele se dedicasse ao baixo, instrumento que acabou se tornando sua marca registrada. Meisner mudou-se para a Costa Oeste em busca de sucesso. Antes de seu sucesso com os Eagles, ele foi baixista da banda Poco, com os ex-membros do Buffalo Springfield, Richie Furay e Jim Messina, e foi vocalista da Stone Canyon Band, de Rick Nelson. Meisner aparece no “In Concert at the Troubadour” da Canyon Band (que co-produziu), e “Rudy The Fifth”, além de participar de “Easy to Be Free”, documentário da turnê de 1969 da Stone Canyon Band. No entanto, uma ligação que o convidou para se juntar à banda de apoio de Linda Ronstadt mudou o rumo de sua carreira. Na banda, estavam também Glenn Frey, Don Henley e Bernie Leadon, que mais tarde se tornariam com Meisner os membros fundadores do Eagles. Sucesso dos Eagles Com o Eagles, Meisner alcançou o estrelato. A banda assinou com a Asylum Records e lançou uma série de álbuns de sucesso, incluindo “Desperado”, “One of These Nights” e “Hotel California”. Meisner co-escreveu e cantou a música “Take It to the Limit”, que se tornou o primeiro single de ouro do Eagles. No entanto, a pressão de cantar a música ao vivo – algo que o tímido baixista não gostava – levou a tensões dentro da banda. Em 1977, após um desentendimento com Frey sobre a performance da música durante um show em Knoxville, Tennessee, Meisner decidiu deixar o Eagles. Por curiosidade, ele foi substituído por Timothy B. Schmit – o mesmo músico que o sucedeu no Poco. Carreira não tão solo Sua carreira solo não teve a mesma visibilidade. Ele lançou seu primeiro disco homônimo em 1978, seguido por “One More Song” em 1980, mas em 1985 e uniu a Jimmy Griffin (ex-Bread) e Billy Swan para formar a banda de country rock Black Tie. O grupo lançou seu primeiro álbum, “When the Night Falls”, em 1990, mas dois anos depois já sofreram reformulação, transformando-se em Meisner, Swan & Rich, com a saída de Griffin e a entrada de Charlie Rich Jr. O músico também voltou a se juntar com o Poco para uma turnê de reencontro em 1990, e lamentou ter sido excluído da reunião dos Eagles em 1994. Entretanto, voltou a se juntar à banda em 1998 na cerimônia de indução dos Eagles ao Rock and Roll Hall of Fame em Nova York, quando tocou “Take It Easy” e “Hotel California” com os antigos parceiros. Ele também foi convidado pelos Eagles para participar de sua turnê mundial “History of the Eagles” em 2013, mas não pôde se juntar a eles devido a seus problemas de saúde contínuos. Vida pessoal, saúde e problemas legais Meisner casou-se duas vezes. Sua primeira esposa foi Jennifer Lee Barton, com quem teve três filhos. O casal se divorciou em 1981. Em 1996, Meisner casou-se com Lana Rae. Em 2016, Lana foi morta acidentalmente por um disparo de arma de fogo em sua casa. Meisner foi detido para interrogatório, mas foi liberado após as gravações de vigilância mostrarem que ele estava em outra parte da casa no momento do disparo. Antes da morte da esposa, amigos de Meisner haviam solicitado uma tutela temporária para proteger o músico, alegando que Lana estava se aproveitando de suas dependências para mantê-lo bêbado e complacente. Após a morte de Lana, Meisner solicitou sua própria tutela, alegando que estava “mal conseguindo aceitar a perda repentina e trágica de sua amada esposa”. Ele foi enviado à força para uma clínica psiquiátrica, devido a pensamentos suicidas. Meisner lutou contra a dependência do álcool desde o final dos anos 1960. Na década de 2000, sua saúde começou a deteriorar-se, levando a uma série de pequenos ataques cardíacos que o forçaram a reduzir as turnês. Em 2008, ele se afastou completamente das performances ao vivo.
Bo Goldman, roteirista premiado de “Um Estranho no Ninho”, morre aos 90 anos
O roteirista Bo Goldman, vencedor do Oscar por “Um Estranho no Ninho” (1975) e “Melvin e Howard” (1980), faleceu na terça-feira (25/7) em Helendale, Califórnia, aos 90 anos. A notícia foi confirmada por Todd Field, diretor e genro de Goldman. Nascido em Nova York, o escritor era filho de Julian Goldman, proprietário da cadeia de lojas de departamento Goldman, que perdeu sua fortuna durante a Grande Depressão dos anos 1930. Desde cedo, ele frequentou apresentações teatrais com seu pai, um apoiador de shows da Broadway, e foi educado nas melhores escolas. Primeiros passos no teatro e televisão Enquanto estudava em Princeton, Goldman escreveu um musical, “Ham ‘n Legs”, que acabou sendo apresentado no “The Ed Sullivan Show”, programa de TV mais popular da época – onde Elvis e os Beatles cantaram. Após a faculdade e o serviço militar, Goldman começou sua carreira na televisão, onde editou, escreveu roteiros e atuou como produtor associado para a prestigiosa série de antologia “Playhouse 90” da CBS no final dos anos 1950. Ele também foi produtor associado em “The Philco-Goodyear Television Playhouse” e produtor do breve “The Seven Lively Arts” da CBS. Em 1959, ele se lançou na Broadway, assinando tanto as letras quanto a música para uma adaptação musical de “Orgulho e Preconceito”, chamada “First Impressions”, que entretanto fracassou na bilheteria. A experiência negativa o levou de volta à TV, onde finalmente se especializou em roteiros, escrevendo uma adaptação do suspense “Agonia de Amor” (1947), de Alfred Hitchcock, transformada num telefilme de 1962 na rede NBC, e um episódio de 1964 da série “Os Defensores”. “Um Estranho no Ninho” A transição para o cinema foi marcada por seu trabalho em “Um Estranho no Ninho” (1975), que lhe rendeu seu primeiro Oscar, compartilhado com Lawrence Hauben. O drama psicológico, baseado no romance de Ken Kesey, girava em torno de Randle McMurphy (interpretado por Jack Nicholson), um prisioneiro que finge insanidade para ser transferido para uma instituição mental, acreditando que será um lugar mais confortável para cumprir sua sentença. No entanto, ele logo se depara com a rígida enfermeira Ratched (interpretada por Louise Fletcher), que governa o hospital com punho de ferro. McMurphy desafia a autoridade de Ratched e tenta inspirar os outros pacientes a se rebelarem contra as regras opressivas da instituição, resultando em um confronto emocional e trágico. Filme mais celebrado de 1975, “Um Estranho no Ninho” foi o grande vencedor do Oscar, conquistando as estatuetas de Melhor Filme, Melhor Diretor para Milos Forman, Melhor Roteiro Adaptado para Goldman, Melhor Ator para Jack Nicholson e Melhor Atriz para Louise Fletcher, respectivamente. O feito foi considerado impressionante, pois a última vez que um filme ganhou todos esses troféus tinha sido há mais de 40 anos, com “Aconteceu Naquela Noite” (1934). “A Rosa” e “Melvin e Howard” Seu roteiro seguinte foi “A Rosa” (1979), drama sobre uma roqueira autodestrutiva, inspirado na vida de Janis Joplin, que catapultou Bette Midler ao estrelato, indicada ao Oscar de Melhor Atriz pelo papel. Em 1980, Goldman ganhou seu segundo Oscar, desta vez de Roteiro Original, por “Melvin e Howard”, uma sátira do Sonho Americano que contava a história de Melvin Dummar. O homem alegava ter conhecido Howard Hughes e ser um dos beneficiários de um testamento suspeito, que surgiu após a morte do excêntrico bilionário. “Perfume de Mulher” Com o reconhecimento da Academia, Goldman se tornou bastante requisitado para trabalhar em projetos dos grandes estúdios ao longo dos anos 1980 e 1990. Os destaques de sua filmografia incluem ainda o drama “A Chama que Não Se Apaga” (1982), de Alan Parker, “Espiões sem Rosto” (1988), de Richard Benjamin, “Perfume de Mulher” (1992) e “Encontro Marcado” (1998), ambos de Martin Brest, além de trabalho não creditado em filmes como “Segundo Turno” (1984), “Jogo da Vida” (1984) e “Dick Tracy” (1990). Seu roteiro para “Perfume de Mulher”, adaptado do filme homônimo italiano de 1974, rendeu a Al Pacino um Oscar de Melhor Ator, além de render a Goldman uma última indicação na categoria de Melhor Roteiro Adaptado. Final de carreira e legado Seu último filme foi “Regras Não Se Aplicam” (2016), de Warry Beatty, em que voltou ao universo explorado em “Melvin Howard”. Apesar do sucesso que alcançou, Goldman fez muitos filmes apenas por dinheiro. Pela qualidade de seus textos mesmo nos projetos mais comerciais, ele chegou a ser considerado um dos melhores roteiristas de sua geração. Em 1998, Eric Roth prestou homenagem a sua filmografia, dizendo ao jornal New York Times que o “grande Bo Goldman” era “o roteirista preeminente – em minha opinião, o melhor que existe. Ele tem os créditos mais variados e inteligentes, de ‘Um Estranho no Ninho’ a ‘A Chama que Não Se Apaga’, o melhor filme de divórcio já feito, à ‘Perfume de Mulher’, à grande sátira ‘Melvin e Howard’. Ele raramente comete erros, e consegue manter uma voz americana distinta. E ele consegue se manter atual”.
Cantora Sinéad O’Connor morre aos 56 anos
A cantora irlandesa Sinéad O’Connor, do hit “Nothing Compares 2 U”, morreu nesta quarta-feira (26/7) aos 56 anos, ainda sem causa confirmada. “É com muita tristeza que comunicamos o falecimento de nossa querida Sinéad. Família e amigos estão devastados e pediram privacidade neste momento tão difícil”, disse a família da cantora, em nota. No ano passado, a cantora passou por um período traumático ao perder seu filho Shane O’Connor. O jovem de 17 anos foi encontrado morto na cidade de Wicklow, na Irlanda, após travar uma luta contra a depressão e pensamentos suicidas. Ele fugiu de um hospital onde estava sob vigilância médica. História de Sinéad O’Connor Sinéad Marie Bernadette O’Connor nasceu em Dublin, na Irlanda, em 8 de dezembro de 1966. Ela era filha do engenheiro Sean O’Connor e de Marie O’Connor. Conhecida por sua voz doce e visual rebelde, a cantora teve sua vida marcada por abusos na infância, tentativa de suicídio e revelação de homossexualidade no meio da conturbada carreira musical. Ela chegou a ser excomungada por protestar contra abusos sexuais de padres e membros da igreja católica, antes que a polêmica se tornasse inegável. Seu primeiro álbum foi “The Lion and The Cobra”, lançado em 1987 em homenagem à mãe que falecera há pouco tempo. O disco, com músicas de pós-punk dançante, foi aclamado pela crítica e reproduzido em diversos países da Europa e nos Estados Unidos, atraindo atenção para o estilo rebelde da jovem, que buscava esconder a beleza ao se apresentar careca. Sua careca se tornou reconhecida mundialmente com o lançamento de “Nothing Compares 2 U”, música composta para ela pelo cantor Prince (1958-2016), que se tornou o hit mais ouvido do mundo em 1990. Ainda na década de 1990, Sinéad lançou seu terceiro disco “Am I Not Your Girl?”, onde ela interpretou novas músicas de sucesso, como “Don’t Cry For Me, Argentina” e “Gloomy Sunday”. A cantora também passou a chamar atenção por protestos religiosos nesse período, e acabou conquistando uma imagem negativa no meio conservador, chegando a ser vaiada num show em tributo a Bob Dylan nos EUA. Em 1994, a artista lançou mais um álbum de destaque, “Universal Mother”, que incluía a faixa “Fire on Babylon” sobre abuso sexual infantil. Já nos anos 2000, Sinéad anunciou sua conversão à Igreja Tridente Latino, da Irlanda, passando a dedicar-se apenas à religião. Pouco depois, ela anunciou sua despedida dos palcos para cuidar da família. Pouco mais de uma década depois, a cantora descumpriu sua própria promessa e, no final de 2011, lançou seu último álbum, intitulado “Home”. Ao todo, foram dez álbuns em 37 anos de carreira, incluindo discos dedicados a canções tradicionais irlandesas. Famosa por opiniões fortes sobre a igreja, a cantora se converteu ao Islamismo e trocou seu nome para Shuhada ‘Sadaqat em 2018. Ela chegou a “enfrentar” as autoridades religiosas em outros momentos, rasgando uma bíblia em um momento marcante da carreira. Em setembro de 2019, a artista voltou a causar polêmica ao fazer acusações contra o cantor Prince, que teria agredido várias mulheres. Ela teria sido uma das vítimas. No início deste ano, Sinéad foi aplaudida de pé ao receber o prêmio inaugural de Álbum Irlândes Clássico no RTÉ Choic Music Awards. A cantora dedicou seu prêmio, por “I Do Not Want What I Haven’t Got”, para a comunidade de refugiados da Irlanda. Sinéad O’Connor deixa três filhos.
Leny Andrade e Doris Monteiro terão despedida conjunta
Leny Andrade e Doris Monteiro, duas das maiores cantoras da música brasileira, serão veladas juntas no Theatro Municipal do Rio na terça-feira (25), das 10h às 13h. As cantoras, que eram amigas, faleceram nesta segunda-feira (24/7). Leny Andrade, aos 80 anos, após ser internada na última semana por conta de uma pneumonia. Doris Monteiro, aos 88, de causas naturais, em seu apartamento no Rio de Janeiro. Sempre que lhe perguntavam quem eram as suas cantoras preferidas, Leny Andrade citava Doris Monteiro, colocando a cantora, sua amiga, na mesma lista que também incluía Joyce, Elza Soares, Dolores Duran, Elizeth Cardoso, Barbra Streisand e Madonna. Quando Leny Andrade começou a cantar profissionalmente, em 1958, aos 15 anos, Doris já era consagrada e já havia alcançado o topo das paradas na rádio. Homenagens e Reconhecimento As duas cantoras foram homenageadas juntas em diversas ocasiões. Em 2015, ambas estiveram na Livraria da Travessa, em Ipanema, na noite de lançamento do livro “A Noite do Meu Bem”, de Ruy Castro. Em 2017, encontraram-se no palco por ocasião do show que celebrava o centenário de Dalva Oliveira, no qual Doris cantou “Zum zum” e Leny interpretou “Há um Deus”. Mais recentemente, em abril de 2019, elas receberam o Troféu Feira do Vinil do Rio. “Leny e Dóris representam muito do que foi prensado em vinil no país nas décadas de 1960 e 1970, e são ícones, mulheres à frente do seu tempo”, disse, à época, Marcello Maldonado, produtor da feira. Repercussão e Lamentações A notícia da morte das cantoras repercutiu entre os famosos, que usaram as redes sociais para lamentar a perda dupla. A cantora Alaíde Costa lamentou que “estamos cada dia mais só”. “A querida amiga e cantora Doris nos deixou hoje. Descanse em paz […] Que tristeza perder duas amigas em um mesmo dia. Que a querida Leny encontre luz e paz em sua nova morada”, afirmou no Instagram. O ator Ivam Cabral escreveu no Twitter: “Que dia mais triste! Morreram Leny Andrade e Doris Monteiro. Cresci em uma família muito musical e em casa havia muitos discos de Doris. ‘Doris Monteiro’, de 1969, um dos meus preferidos, é delicioso, cheio de bossa. Leny eu viria descobrir mais tarde, na minha juventude, quando comecei a ouvir jazz. Em algum momento, cheguei, inclusive, a colecionar sua obra. É… mais um capítulo que se encerra… Quanta saudade”.
Cantora Dóris Monteiro morre aos 88 anos
A música brasileira perdeu uma de suas mais expressivas vozes. Dóris Monteiro, a cantora que antecipou a bossa nova, faleceu nesta segunda-feira (24/7) aos 88 anos, em sua casa no Rio de Janeiro. A artista, que estreou ainda na década de 1940, ficou conhecida pela “voz pequena”, conforme ela mesma definia, e gravou mais de 60 álbuns ao longo de sua carreira. Dóris Monteiro, cujo nome de batismo era Adelina Dóris Monteiro, nasceu no Rio de Janeiro em 23 de outubro de 1934. Filha de Glória Monteiro Murta, portuguesa que trabalhava como empregada doméstica, Dóris nunca conheceu o pai biológico. Sua trajetória na música começou cedo, quando aos 16 anos estreou na Rádio Nacional, no programa de imitações “Papel Carbono”, de Renato Murce. A Precursora da Bossa Nova Dóris Monteiro foi uma das precursoras do grande movimento da música brasileira no século 20, a bossa nova. Com sua “voz pequena”, cantando coisas “mais mexidinhas”, como sugerira a ela o compositor Billy Blanco, já cantava no estilo da bossa nova em 1957, quando gravou “Mocinho Bonito”, de autoria de Blanco, a música mais tocada nas rádios brasileiras naquele ano. O espetáculo “O Encontro”, com João Gilberto, Tom Jobim e Vinícius de Moraes, que marcou o início da bossa nova, só aconteceria cinco anos depois. Dóris Monteiro teve uma carreira de sucesso tanto na música quanto no cinema. Seu primeiro disco, “Todamérica”, lançado em 1951, com a canção “Se Você Se Importasse”, fez um enorme sucesso. Além disso, a cantora estreou no cinema em 1953, em “Agulha no Palheiro”, de Alex Viany. Fez mais sete filmes, incluindo o premiado “De Vento em Popa”, de Carlos Manga, lançado em 1957, que lhe rendeu prêmios e reconhecimento, e “A Carrocinha” (1957), ao lado do comediante Mazzaropi. Nos anos 1970, ela embarcou na MPB, gravando composições de Erasmo Carlos (“Glória, Glorinha”, “Coqueiro Verde”), Caetano Veloso (“De Noite na Cama”), Antônio Carlos e Jocafi (“Mas que Doidice”) e Sidney Miller ( “É Isso Aí”, que foi redescoberta nos anos 1990, virando um hit das pistas da dança). Ao longo da carreira, ela gravou mais de 60 álbuns de estúdio, a maioria pela Odeon, e participou em coletâneas e reedições posteriores. Alguns de seus maiores sucessos, além de “Mocinho Bonito”, foram “Mudando de Conversa”, composta por Maurício Tapajós e Hermínio de Carvalho, “Conversa de Botequim”, de Noel Rosa, e “Dó-Ré-Mi”, de Fernando César e Nazareno de Brito. O Legado de Dóris Monteiro Dóris Monteiro deixou um legado inestimável para a música brasileira. Sua voz suave e delicada marcou a história do rádio e do cinema brasileiro e também alcançou o cenário internacional. Em 1990, a convite da cantora Lisa Ono, realizou shows em Tóquio, Osaka e Nagóia, no Japão. Também se apresentou no Cassino de Punta del Este, no Uruguai, e em Lisboa e Coimbra, em Portugal, ao lado de Dorival Caymmi. Essas apresentações internacionais reforçam a importância de Dóris Monteiro para a música brasileira e seu reconhecimento além das fronteiras do Brasil. A cantora, que nunca teve filhos, foi casada com o tecladista Ricardo Júnior, com quem manteve uma parceria artística que durou mais de 40 anos, só terminando com a morte do músico em março de 2017.
Cantora Leny Andrade morre aos 80 anos no Rio de Janeiro
Leny Andrade morreu na manhã desta segunda-feira (24/7) na zona oeste do Rio de Janeiro. A cantora de 80 anos estava internada no Hospital das Clínicas de Jacarepaguá há dois dias com pneumonia e teve sua morte confirmada pela assessoria do Retiro dos Artistas, onde ela vivia desde 2019. “A diva do Jazz Brasileiro foi improvisar no palco eterno. Leny faleceu nessa manhã, cercada de muito amor. […] A voz de Leny Andrade é eterna”, escreveu sua equipe no Instagram. O começo da carreira Filha de Dona Ruth, Leny Andrade aprendeu seus primeiros passos como pianista clássica aos 6 anos. Tempos depois, ganhou bolsa no Conservatório de Música e, com apenas 9 anos, foi levada pelo pai, o médico Gustavo da Silva, para uma apresentação no “Clube do Guri”, da Rádio Tupi. Na adolescência, passou a cantar em clubes, incluindo as boates do Beco das Garrafas, em Copacabana, onde surgiram a bossa nova e o samba-jazz. Em 1958, tornou-se crooner da orquestra de Permínio Gonçalves, mas cerca de três anos depois já estava estabelecida na carreira solo com seu primeiro LP, “A Sensação”, quando iniciou sua trajetória como porta-voz da ala do jazz da bossa nova. Afastando-se do estilo da maioria das cantoras do rádio, que privilegiavam voz potente, ela se destacou pelo suingue e o scat (emitir sons em vez de palavras), técnicas que aprimorou como cantora da noite. Os amores O estouro veio com “Estamos Aí”, um de seus principais discos, lançado em 1965. Na época, fez uma turnê no México com Peri Ribeiro, e só voltou após seis anos, apaixonando-se pelo país. Neste período, o Brasil viveu seu apogeu no México, com a conquista do tricampeonato de Futebol na Copa do Mundo de 1970. E Leny teve participação especial na comemoração, envolvendo-se com o artilheiro Jairzinho. Ela teve poucos amores duradouros, como o compositor Claudionor Nascimento, de quem gravou três músicas, e só se casou uma vez, com o escultor espanhol Carmelo Senna, num casamento de apenas dois anos, entre 1980 e 1982. Mas se orgulhava de ter uma vida amorosa animada. Seus shows eram ainda mais animados, o que a tornou figura cultuada no exterior. Entre os anos 1980 e 1990, época do clássico “Luz Neon”, cativou até Tony Bennett – que costumava desenhá-la enquanto ela cantava – e Liza Minnelli. O final da carreira Ao todo, a cantora gravou 34 álbuns na carreira, em parceria com instrumentistas de renome, como Cristóvão Bastos, Romero Lubambo e César Camargo Mariano, com quem ela dividiu um Grammy Latino em 2007. Em 2018, a cantora celebrou seus 60 anos de carreira com apresentações no projeto “Clube do Choro Convida”, acompanhada pelo violinista Luiz Meira, ocasião em que relembrou suas músicas mais marcantes como “Estamos aí”, “Rio”, “Céu e Mar”, “Influência do Jazz” e “Contigo Aprendi”. A artista se mudou para o Retiro dos Artistas em janeiro do ano seguinte, pois estava com a saúde fragilizada, sofria perda de memória recente e não tinha filhos. A pandemia agravou seu quadro e ela chegou a pesar 45 quilos. Em novembro de 2019, ela fez sua última aparição no programa “Conversa com Bial”, rebateu sua fama de rigorosa e ainda levou Pedro Bial às lágrimas ao interpretar “Por Causa de Você”. Mesmo debilitada, ainda gravou aquela canção em agosto de 2022, acompanhada pelo pianista e parceiro de mais de três décadas Gilson Peranzzetta. “Por Causa de Você”, sua última gravação, foi lançada pela Mills Records em janeiro deste ano, quando ela celebrou seus 80 anos.
Josephine Chaplin, atriz e filha de Charles Chaplin, morre aos 74 anos
A atriz Josephine Chaplin, filha do mestre do cinema mudo Charles Chaplin, faleceu no último dia 13 de julho em Paris, aos 74 anos. A informação foi divulgada pela família da atriz ao jornal francês Le Figaro nesta sexta-feira (21/7). Entretanto, seus filhos Charlie, Julien e Arthur não revelaram a causa da morte. Josephine seguiu os passos do pai no mundo artístico e conquistou uma carreira própria nas telas. Sua primeira aparição foi justamente em um dos filmes de Chaplin, o drama musical “Luzes da Ribalta” (1952), como uma criança que aparece na cena de abertura. Ela também apareceu brevemente no último filme de Chaplin, o romance “A Condessa de Hong Kong” (1967), ao lado das irmãs Geraldine e Victoria. Josephine teve nada menos que 9 irmãos, e nasceu do quarto casamento de Chaplin, com a atriz britânica Oona O’Neill. Clássicos, cults e filmes trash Nascida na cidade de Santa Monica, na Califórnia, em 1949, a atriz ficou mais conhecida pelo seu trabalho em diversas produções na França, onde passou grande parte da sua vida. Após as duas aparições nos filmes do pai, ela participou do drama político “L’odeur des Fauves” (1972) (O cheiro de animais selvagens” em tradução livre), dirigido pelo francês Richard Balducci. No mesmo ano, ainda estrelou mais outras duas produções: o thriller anti-comunista “A Grande Fuga do Comunismo”, de Menahem Golan, e teve seu primeiro papel substancial no clássico “Os Contos de Canterbury”, dirigido por Pier Paolo Pasolini. A trama reunia contos eróticos sobre um grupo de peregrinos que viaja rumo à Catedral de Canterbury, na Inglaterra, em uma longa caminhada que dura dias. Josephine interpretou May, a esposa adúltera do idoso Sir January (Hugh Griffith). Em 1974, Josephine apareceu em duas adaptações francesas do clássico “Os Três Mosqueteiros”, dirigidas por André Hunebelle, no papel de Constance, confidente da rainha e interesse amoroso de D’Artagnan. E em seguida, enveredou pelos suspenses baratos, estrelando “Noites Vermelhas” (1974), de Georges Franju, e “Jack, O Estripador”, assinado pelo cultuado cineasta trash Jesús “Jess” Franco. Os filmes baratos a levaram à TV francesa, onde estrelou minisséries e telefilmes, voltando ao cinema apenas uma década depois na produção franco-canadense “Virando Adulto” (1984). Ela também foi escalada por Claude Chabrol em “Um Tira Amargo” (1985). Mas logo retomou os trabalhos televisivos, destacando-se pelo papel de Hadley Richardson, a primeira esposa do escritor Ernest Hemingway, na minissérie “Hemingway” (1988), estrelada por Stacy Keach. Fim da carreira Sua última aparição nas telas foi no longa de ação “Downtown Heat” (1994), novamente dirigida por Jesús Franco. Filme de vingança, girava em torno de um compositor de jazz que teve a esposa assassinada por traficantes de drogas. Em paralelo à carreira como atriz, Josephine administrou um escritório de Charles Chaplin em Paris em nome de seus irmãos ao longo dos anos e ainda patrocinou uma estátua do pai em Waterville, na Irlanda, onde sua família costumava passar as férias. Ela foi casada duas vezes, sendo a primeira união com o empresário grego Nikki Sistovaris, entre 1969 a 1977. Depois do divórcio, ela viveu com o ator francês Maurice Ronet até a morte dele em 1983, casando-se pela segunda vez em 1989 com o arqueólogo Jean-Claude Gardin, que faleceu em 2013.
Tony Bennett, ícone da música jazz romântica, morre aos 96 anos
Tony Bennett, ícone do jazz romântico, morreu nesta sexta-feira (21/7) aos 96 anos. A informação foi confirmada por Sylvia Weiner, sua representante pessoal. O cantor completaria 97 anos no próximo dia 3 de agosto. Sylvia não especificou a causa da morte, porém Bennett foi diagnosticado com Alzheimer em 2016. O artista fez sua última aparição em agosto do ano passado ao lado de Lady Gaga, na apresentação chamada de “One Last Time”. Tony Bennett Anthony Dominick Benedetto nasceu em Nova York, nos Estados Unidos, em 3 de agosto de 1926. Ele era filho de pais imigrantes italianos. A carreira de Tony Bennett teve início ainda na juventude, mas foi interrompida para lutar nos meses finais da 2ª Guerra Mundial. Logo em seu começo, sua carreira ficou marcada por sua voz forte e cheia de personalidade, disputando o favoritismo do público com Frank Sinatra. Dentre as suas principais faixas, ele cantou “Because of You”, “Rags to Riches”, “The Good Life”, “Fly Me to the Moon” e “I Left My Heart in San Francisco”. Durante a carreira, Bennett lançou mais de 70 álbuns e ganhou mais de 19 prêmios Grammy. Ele também fez duetos históricos com artistas clássicos e contemporâneos, entre eles Aretha Franklin, Elvis Costello, Amy Winehouse e Lady Gaga, além de parcerias com ícones latinos como Gloria Estefan, Thalía, e as brasileiras Maria Gadú e Ana Carolina. Comprovando que sua influência se estendeu a gerações, o cantor também gravou dois “Acústico MTV”. Numa das ocasiões, ele foi além de evitar equipamentos elétricos, cantando até sem microfone em determinando momento, para espanto da plateia que conseguiu ouvir claramente sua voz potente mesmo sem auxílio do equipamento. Seu último registro musical foi em 2021, , um novo dueto com a cantora Lady Gaga, chamado “I Get a Kick Out of Yout”. A artista apareceu visivelmente emocionada num vídeo registrado em estúdio. Esse foi o segundo projeto da dupla, que também havia gravado “Cheek to Cheek” em 2014. Além da música, Bennetr também ficou conhecido por sua atuação política, com participação na marcha pelos direitos civis da população negra, que aconteceu de Selma a Montgomery em 1965, por exemplo. Ele ainda cantou para Nelson Mandela, John Kennedy e Bill Clinton, além de se apresentar no jubilei do 50º aniversário da Rainha Elizabeth II.
João Donato, ícone da MPB, morre aos 88 anos
O cantor e compositor João Donato morreu aos 88 anos nesta segunda-feira (17/7), no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada através de um comunicado oficial, sem divulgar a causa da morte. No Instagram, a equipe do músico informou que o velório será realizado no Theatro Municiapl do Rio, “em horário a ser divulgado brevemente”. “Hoje o céu dos compositores amanheceu mais feliz: João Donato foi para lá tocar suas lindas melodias. Agora, sua alegria e seus acordes permanecem eternos por todo o universo”, escreveu a equipe. Saúde delicada João Donato enfrentava uma série de problemas de saúde e, recentemente, chegou a tratar uma infecção pulmonar. Em junho deste ano, o artista esteve internado, mas a família não divulgou detalhes da condição. No final do mês, o compositor recebeu a visita de seu filho Donatinho. “Vim passar uns dias para mimar o Big Donato, agora que ele teve alta do hospital. Ele pediu para eu cozinhar um dos pratos preferidos dele, o Spagabola (mais conhecido como Spaguetti a Bolognesa)”, publicou na ocasião. Carreira de João Donato João Donato de Oliveira Neto nasceu em Rio Branco, no Acre, em 1934. A paixão pela música começou ainda na infância, quando ganhou um acordeão de presente. Em 1945, a família de Donato se mudou para o Rio de Janeiro, onde ele realizou suas primeiras apresentações no palco em festas de colégio. A primeira gravação profissional aconteceu como integrante da banda do flautista Altamiro Carrilho. Tempos depois, João Donato passou a trabalhar com o violinista Fafá Lemos e tornou-se suplente de Chiquinho do Acordeom. Além disso, João Donato frequentou o Sinatra-Farney Fã Clube por 17 meses. O local fica na Barra da Tijuca e é considerado uma das principais escolas da geração conhecida como Bossa Nova. O artista teve contato com nomes como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, João Gilberto e Johnny Alf. No entanto, o pianista não obteve reconhecimento merecido e tampouco fez parte do “esquema”. “Eu não sou bossa nova, eu não sou samba, eu não sou jazz, eu não sou rumba, eu não sou forró. Na verdade, eu sou isso tudo ao mesmo tempo”, comentou o artista ao jornal O Globo. Apesar de não ser um medalhão midiático, João Donato moldou a Música Popular Brasileira (MPB) entre 1960 e 1970 com sua música de estilo único. Ele contribuiu com clássicos como “A Rã”, de Caetano Veloso, “A Paz”, de Leila IV, e “Emoriô”, de Gilberto Gil. Em 2010, João Donato foi reconhecido com um prêmio Grammy Latino na categoria de Melhor Álbum de Jazz, por seu trabalho em “Sambolero”. Oito anos depois, ele ainda foi reconhecido pelo Prêmio da Música Brasileira. O artista também foi indicado à premiação em 2016, na categoria de Melhor Álbum Instrumental com o projeto “Donato Elétrico”. No ano passado, ele disputou a categoria Melhor Álbum de Música Popular Brasileira com “Síntese do Lance”.










