Filmes: “O Menu” e as novidades de streaming pro fim de semana
O menu de filmes digitais da semana está sortido, começando pelo próprio terrir “O Menu”, que chega com exclusividade no streaming da Star+ após passar pelos cinemas. Tem ainda o escolhido para representar o Brasil na busca frustrada por indicação ao Oscar de Melhor Filme Internacional de 2023 e o finalista nacional na disputa de Melhor Documentário da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA. E, claro, não faltam opções de ação, comédia e drama. Confira abaixo o cardápio da semana, com 10 recomendações da casa para diferentes paladares. | O MENU | STAR+ A comédia de terror culinário segue convidados ricos (entre eles Anya Taylor-Joy, de “Os Novos Mutantes”, e Nicholas Hoult, de “X-Men: Fênix Negra”) que embarcam para uma ilha privada para participar de um banquete luxuoso preparado pelo prestigioso Chef Slowik (Ralph Fiennes, o Voldemort de “Harry Potter”). Mas ao chegarem no local, eles se deparam com um clima sinistro e descobrem que os pratos principais são eles mesmos. Com direção de Mark Mylod (“Game of Thrones”), o filme atingiu 89% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes. | MARTE UM | VOD* O filme escolhido para representar o Brasil no Oscar não conseguiu indicação. Mas encantou a crítica dos EUA, atingindo 100% de aprovação no Rotten Tomatoes ao ser exibido no Festival de Sundance. Também foi consagrado no Festival de Gramado deste ano, onde venceu os prêmios do Público, Especial do Júri, Melhor Roteiro e Melhor Trilha Sonora. Dirigido por Gabriel Martins (“Temporada”), acompanha uma família de periferia que tenta viver seus sonhos. Enquanto a mãe comemora mais trabalhos de faxina, o filho mais novo revela seu desejo de deixar de jogar futebol para virar astrofísico e ir à Marte. Rejane Faria (“Segunda Chamada”) e Carlos Francisco (“Bacurau”) vivem os pais. | IRMÃOS DE HONRA | VOD* O filme de aviação passado durante a Guerra da Coreia chega no vácuo do blockbuster “Top Gun: Maverick”, que é evocado não apenas pelas cenas de caças em voos rasantes, mas também pela presença do ator Glen Powell, um dos “irmãos de honra” do título, ao lado de Jonathan Majors (“Loki”). Com direção de J.D. Dillard (“O Mistério da Ilha”), a trama retrata o racismo sofrido pelo primeiro afro-americano a voar em combate pela Marinha dos Estados Unidos e sua parceria com um colega que o acompanha até o limite, enquanto os dois se tornam os melhores pilotos e os maiores amigos sob fogo. | JUNG_E | NETFLIX A nova ficção científica sul-coreana dirigida por Yeon Sang-ho, que ficou mundialmente conhecido pelo sucesso de “Invasão Zumbi” (2016), é a segunda produção do cineasta para a Netflix, após a criação da série “Profecia do Inferno”. A trama se passa no século 22, após as mudanças climáticas tornarem o planeta inabitável e forçarem os seres humanos a viverem em abrigos espaciais. Porém, a situação piora quando se inicia uma guerra, envolvendo robôs de combate. A protagonista é Jung-yi (Kim Hyun-joo, de “Profecia do Inferno”), a melhor soldado humana, que acaba levando a pior num combate mortal. Com o corpo preservado, ela é submetida a pesquisas científicas e militares para explorar o que a tornava superior. Depois de muitos anos, sua filha assume o comando da experiência, como a cientista que consegue transformar Jung-yi em Jung_E, uma combinação de clone da falecida e robô com Inteligência Artificial – uma combinação de “RoboCop” com “Soldado Universal”. Jung_E tem muitas cópias, mas uma delas manifesta sofrimento, o que faz sua filha adulta (interpretada por Kang Soo-youn, de “Hanbando”) lhe transmitir uma ordem para se libertar, dando início a um novo conflito entre homens e máquinas. | REFÉM DA VERDADE | NETFLIX Um jornalista desesperado pela notícia capaz de fazer seu site bombar resolve ajudar a fuga de um assassino famoso em troca de uma entrevista exclusiva. Reconhecendo a possibilidade de limpar seu nome, o criminoso, que é um atleta popular, fecha um acordo para o jornalista cobrir e ajudar sua busca pela verdade. E isto geral uma espiral de acontecimentos inesperados, que arrastam o jornalista numa jornada muito além da ética. O thriller taiwanês destaca Chang Hsiao-chuan (“O Jogo da Vítima”) e Edward Chen (“Seu Nome Gravado em Mim”) nos papéis principais. | KOMPROMAT – O DOSSIÊ RUSSO | VOD* Baseado numa história real, o suspense de Jérôme Salle (“A Odisséia de Jacques”) acompanha um diplomata francês que se vê incriminado num complô do FSB, o serviço secreto russo. Acusado de pedofilia com provas plantadas, ele recebe a informação de que passará décadas na prisão e decide arriscar uma fuga espetacular, perseguido pelas autoridades russas. O filme ficou por duas semanas consecutivas em 1ª lugar nas bilheterias da França e tem 88% de aprovação no Rotten Tomatoes. | AJUSTANDO O AMOR | AMAZON PRIME VIDEO A comédia estrelada por Kaley Cuoco (a Penny de “The Big Bang Theory”) e Pete Davidson (“A Arte de Ser Adulto”) transforma uma fórmula romântica numa relação tóxica, com ajuda da sci-fi. Na trama, os dois interpretam Sheila e Gary, um casal que se apaixona à primeira vista e passa uma noite perfeita juntos. Mas nem tudo é o que parece. Na verdade, Sheila tem uma máquina do tempo e a usa para reviver aquela noite várias vezes, com o intuito de transformar Gary no homem perfeito. A direção é de Alex Lehmann (“Paddleton”). | NOVE DIAS | HBO MAX Uma das boas surpresas de 2020 (89% no Rotten Tomatoes), que venceu o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Sundance, é trabalho de um cineasta brasileiro. Estreia do paulista Edson Oda, “Nove Dias” conta com produção do americano Spike Jonze (“Ela”) e um elenco hollywoodiano, encabeçado por Winston Duke (“Pantera Negra”), Zazie Beetz (“Coringa”), Bill Skarsgård (“It: A Coisa”), Benedict Wong (“Doutor Estranho”) e Tony Hale (“Veep”). Eles interpretam uma trama metafísica, em que o personagem de Duke entrevista almas candidatas a nascer na Terra. | DIÁRIO DE VIAGEM | VOD* Manoela Aliperti (de “As Five”) vive uma adolescente dos anos 1990, que volta de uma viagem de intercâmbio na Irlanda com transtorno alimentar e precisa encarar os desafios da idade e do corpo. Roteiro e direção são de Paula Un Mi Kim (“Família Perfeita”). | THE TERRITORY | DISNEY+ O documentário finalista ao Oscar é coproduzido pela National Geographic, o diretor Darren Aronofsky (“Noé”) e cineastas indígenas brasileiros. A produção acompanha a luta do povo Uru-Eu-Wau-Wau contra agricultores e mineradores que invadiram sua área protegida na floresta tropical. A obra foi duplamente premiada no Festival de Sundance deste ano, com o Prêmio do Público e um Prêmio Especial do Júri na competição internacional do evento. E o diretor Alex Pritz foi consagrado com o prêmio Cinema Eye de Melhor Estreia do ano em documentário. * Os lançamentos em VOD (video on demand) podem ser alugados individualmente em plataformas como Apple TV, Claro TV+, Google Play, Loja Prime, Microsoft Store, Vivo Play e YouTube, entre outras, que funcionam como locadoras digitais sem a necessidade de assinatura mensal.
Retrospectiva: Os 10 melhores filmes brasileiros de 2022
Os filmes brasileiros tiveram mais dificuldades que nunca para chegar aos cinemas em 2022, graças ao descaso do governo Bolsonaro com cota de tela e incentivos. Não é por acaso que os melhores filmes foram pouco vistos. Afinal, se até as produções da Globo Filmes penaram para encontrar espaço no circuito, o que dizer de lançamentos independentes. Outro efeito colateral da passagem de Bolsonaro por Brasília foi o renascimento do cinema engajado, que marcou o ano com produções de temáticas sociais com denúncias de racismo, violência policial, misoginia, transfobia, descaso com a saúde pública e extermínio indígena, que refletem o aumento da preocupação com essas questões durante o governo finado. Mas nem por isso o cinema nacional perdeu o romantismo e a imaginação exacerbada, como pode ser verificado na seleção abaixo, que aponta os melhores títulos do ano. Confira os 10 melhores filmes brasileiros lançados em 2022, organizados por ordem alfabética e com indicações de onde assistir (se disponíveis em streaming). | A MÃE | O drama de Cristiano Burlan (“Mataram o Meu Irmão”) rendeu um novo troféu para a premiada Marcélia Cartaxo (“Pacarrete”), como Melhor Atriz no Festival de Gramado deste ano. Ela vive Maria, migrante nordestina e vendedora ambulante em busca de seu filho, supostamente assassinado por policiais militares durante uma ação na vila onde mora. Numa jornada para descobrir o paradeiro do jovem desaparecido, ela enfrenta diversas adversidades, mas não consegue nenhuma notícia que a ajude a encontrá-lo. Essa tragédia deixa uma ferida profunda na sua personalidade. Burlan também venceu o Kikito de Melhor Direção pelo filme em Gramado, colocando nas telas a discussão cada vez mais necessária sobre a violência policial no país. | CARRO REI | GLOBOPLAY, VOD* Vencedor do último festival de Gramado, o filme de Renata Pinheiro combina fantasia e realismo para contar a história de Uno (o novato Luciano Pedro Jr), que tem esse nome em referência ao carro em que nasceu, a caminho da maternidade. O automóvel é considerado como um melhor amigo pelo jovem, e quando uma nova lei proíbe a circulação de carros antigos, Uno busca uma solução com seu tio, um mecânico com ideias mirabolantes, vivido por Matheus Nachtergaele (“Trinta”). Juntos, os dois transformam o antigo automóvel num carro novo, o Carro Rei, tão avançado que interage com humanos, comunicando-se e demonstrando sentimentos, além de fazer seus próprios planos. Além de levar o Kikito de Melhor Filme, “Carro Rei” também foi contemplado em Gramado com as estatuetas de Melhor Trilha Musical (DJ Dolores), Melhor Direção de Arte (Karen Araujo), Melhor Desenho de Som (Guile Martins) e um Prêmio Especial do Júri para Matheus Nachtergaele. | CARVÃO | A estreia da diretora Carolina Markowicz se passa numa pequena cidade do interior, onde uma família recebe uma proposta rendosa, mas também perigosa: hospedar um estrangeiro (o argentino César Bordón, de “Relatos Selvagens”) em sua casa. Antes mesmo da chegada dele, no entanto, arranjos precisarão ser feitos, e a vida em família começa a se transformar. Porém, nenhum dos familiares, e muito menos o próprio hóspede, vê suas expectativas cumpridas. Todos tem conflitos e a hipocrisia logo é questionada. Foi vencedor de três troféus no Festival do Rio, incluindo Melhor Roteiro (Markowicz) e Atriz Coadjuvante (Aline Marta Maia, de “Casa de Antiguidades”). O elenco ainda inclui Rômulo Braga (“Natureza Morta”), Maeve Jinkings (“Aquarius”) e Camila Márdila (“Que Horas Ela Volta?”). | EDUARDO E MONICA | GLOBOPLAY, VOD* O casal que ficou conhecido pela música cantada por Renato Russo em 1986 é vivido por Gabriel Leone (“Dom”) e Alice Braga (“A Rainha do Sul”), um par tão diferente que jamais poderia dar certo. Ao mesmo tempo em que romantiza as diferenças entre eles, o filme também mostra que a realidade é dura para os românticos incorrigíveis. Premiado como Melhor Filme Internacional no Festival de Edmonton, no Canadá, o romance moderno tem direção de René Sampaio, que já tinha levado outra música da Legião Urbana para o cinema, “Faroeste Caboclo” (2013). Por sinal, o elenco coadjuvante inclui um integrante da adaptação anterior, Fabricio Boliveira – além de Victor Lamoglia (“Socorro! Virei uma Garota”), Otávio Augusto (“Hebe”), Bruna Spinola (“Impuros”) e Ivan Mendes (“Me Chama de Bruna”). | MARTE UM | O filme escolhido para representar o Brasil no Oscar não conseguiu indicação. Mas encantou a crítica dos EUA, atingindo 100% de aprovação no Rotten Tomatoes ao ser exibido no Festival de Sundance. Também foi consagrado no Festival de Gramado deste ano, onde venceu os prêmios do Público, Especial do Júri, Melhor Roteiro e Melhor Trilha Sonora. Dirigido por Gabriel Martins (“Temporada”), o filme acompanha uma família de periferia que tenta viver seus sonhos. Enquanto a mãe comemora mais trabalhos de faxina, o filho mais novo revela seu desejo de deixar de jogar futebol para virar astrofísico e ir à Marte. Rejane Faria (“Segunda Chamada”) e Carlos Francisco (“Bacurau”) vivem os pais. | MEDIDA PROVISÓRIA | GLOBOPLAY, VOD* A estreia de Lázaro Ramos é uma trama distópica passada num futuro não muito distante, em que uma nova lei do governo federal de direita manda deportar todos os brasileiros de “melanina acentuada” para o continente africano. Com a desculpa de se tratar de uma reparação histórica, a iniciativa também visa acabar de vez com o racismo no Brasil, deixando o país só com brancos. Aplaudido pela crítica mundial, o filme foi comparado a “Corra!” e “The Handmaid’s Tale” nos EUA, atingindo 92% de aprovação no site americano Rotten Tomatoes. Mas apesar de exibido e premiado em festivais internacionais desde 2020, levou dois anos para chegar ao Brasil por enfrentar dificuldades envolvendo a Ancine, a Agência Nacional do Cinema – problema semelhante ao que também atrasou “Marighella”, de Wagner Moura, outro filme politizado com protagonista negro. Atacado por bolsonaristas, acabou tendo sua mensagem reforçada. O elenco destaca Alfred Enoch (“How to Get Away with Murder”), Seu Jorge (“Marighella”), Taís Araújo (“O Roubo da Taça”), Mariana Xavier (“Minha Mãe É uma Peça”), Adriana Esteves (“Benzinho”), Luís Miranda (“Crô em Família”), Renata Sorrah (“Árido Movie”), Jéssica Ellen (“Três Verões”) e o rapper Emicida. | PALOMA | GLOBOPLAY O novo filme de Marcelo Gomes (“Joaquim”) destaca uma performance consagradora de Kika Sena, que se tornou a primeira artista trans a receber o Troféu Redentor de Melhor Atriz no Festival do Rio. Ela dá vida à personagem-título, uma mulher trans que vive com seu amor e trabalha como agricultora no sertão de Pernambuco. Paloma dá duro numa plantação de mamão para guardar dinheiro e realizar um sonho: casar-se na Igreja com o homem que ama, de véu e grinalda. Mas a recusa do padre em aceitar seu pedido a obriga a enfrentar a sociedade rural e sofrer violência, traição, preconceito e injustiça. “Paloma” também venceu o troféu Redentor de Melhor Filme no Festival do Rio deste ano e foi premiado no Festival de Chicago, nos EUA. | PACIFICADO | VOD* Coprodução entre Brasil e EUA rodada no Rio de Janeiro, o drama de favela venceu o troféu Concha de Ouro como Melhor Filme do prestigioso Festival de Cinema de San Sebastián, na Espanha. O longa acompanha a história de uma garota de 13 anos (Cassia Gil) que tenta se reconectar com o pai (Bukassa Kabengele), libertado da prisão no momento turbulento das Olimpíadas do Rio. Enquanto a polícia “pacificadora” batalha para ocupar as favelas ao redor da cidade, a família (que inclui a mãe vivida por Débora Nascimento) precisa navegar entre as forças que ameaçam suas esperanças para o futuro, conforme o pai considera retomar seu lugar no tráfico, atualmente ocupado por um jovem (José Loreto). Além de Melhor Filme, “Pacificado” venceu mais dois troféus no festival espanhol. Bukassa Kabengele, congolês naturalizado brasileiro, foi premiado como Melhor Ator. Ele é conhecido da TV brasileira por atuações em séries como “Carcereiros”, “Os Dias Eram Assim” e até “Malhação”. O outro prêmio foi para Laura Merians Gonçalves, Melhor Direção de Fotografia por seu primeiro longa-metragem, após uma carreira de curtas, séries e clipes de pop islandês (Bjork, Sigur Ros). | OS PRIMEIROS SOLDADOS | VOD* Premiado no Festival de Tiradentes, o drama de Rodrigo de Oliveira (“Todos os Paulos do Mundo”) chegou simultaneamente no cinema e nas plataformas digitais para compensar a péssima distribuição que recebeu no circuito. A trama se passa em 1983 durante o começo da epidemia da Aids e acompanha um jovem biólogo, uma transexual e um videomaker, que tentam sobreviver à doença em meio ao desespero da falta de informação e do futuro incerto. Os papéis principais são vividos por Johnny Massaro (“Verdades Secretas”), Renata Carvalho (“Pico da Neblina”) e Victor Camilo (“A Mata Negra”). E tem algumas curiosidades: Carvalho viveu uma década como agente de prevenção de DSTs, trabalhando com travestis e transexuais na prostituição e Massaro se assumiu gay durante as filmagens. | O TERRITÓRIO | O documentário que venceu o Prêmio do Público e um Prêmio Especial do Júri na competição internacional do Festival de Sundance deste ano é uma coprodução brasileira e americana (do cineasta Darren Aronofsky, de “Noé”), dirigida pelo americano Alex Pritz, que retrata a luta do povo Uru-Eu-Wau-Wau contra agricultores e mineradores incentivados a invadir sua terra, uma área protegida na floresta amazônica, pela retórica de Jair Bolsonaro. Elogiadíssimo pela crítica estrangeira, o filme tem 97% de aprovação no site Rotten Tomatoes e está sendo considerado um dos melhores documentários da década. Adquirido pela National Geographic, é finalista do Oscar e forte candidato às premiações internacionais de 2023. * Os lançamentos em VOD (video on demand) podem ser alugados individualmente em plataformas como Apple TV, Claro TV+, Google Play, Loja Prime, Microsoft Store, Vivo Play e YouTube, entre outras, que funcionam como locadoras digitais sem a necessidade de assinatura mensal.
Brasil ainda pode conseguir uma vaga no Oscar
Embora tenha ficado de fora da corrida por uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional, obras brasileiras ainda podem aparecer no Oscar 2023. Entre as listas de pré-selecionados da premiação, divulgada na última quarta-feira (21/12), ainda há chances de indicações nas categorias de Melhor Documentário e Melhor Curta-Metragem. Entre os filmes que ainda estão na disputa pela indicação de Melhor Documentário está “O Território”, uma co-produção entre Brasil, Dinamarca e EUA, desenvolvida para a National Geographic. Dirigido pelo americano Alex Pritz, o filme acompanha jovens líderes indígenas e ativistas ambientais que montam uma equipe de filmagem para expor o desmatamento na sua região na Amazônia. “O Território” tem grandes chances de ficar entre os finalistas, visto que já venceu o Prêmio do Público e um Prêmio Especial do Júri no Festival de Sundance, e está na disputa pelo prêmio de Melhor Documentário do Sindicato dos Produtores dos EUA (PGA). Já o curta “Sideral” foi dirigido pelo paulista Carlos Segundo e rodado no Rio Grande do Norte. A trama de ficção científica é ambientada no futuro, mostrando o lançamento do primeiro foguete tripulado brasileiro da Base Aérea de Natal. O filme também destaca como este acontecimento afeta a vida de uma família da região. “Sideral” foi exibido no Festival de Cannes de 2021. Confira abaixo os trailers dos dois filmes.
Veja o que chega aos cinemas nesta semana
Sabe aquela história de que os cinemas estão cada vez mais vazios porque não têm lançamentos? Só nesta semana são 11 estreias. Há muitos lançamentos, mas eles estão sendo muito mal distribuídos. A maioria dos cinemas exibem o mesmo punhado de títulos há semanas, sobrecarregando o circuito alternativo, que é obrigado a alterar semanalmente a programação em cartaz pelo excesso de produções recebidas. Esta semana, por exemplo, é dominada por estreias limitadas, fora dos shopping centers. As exceções são o terror “Men – Faces do Medo” e as comédia românticas “Ingresso para o Paraíso”, com Julia Roberts e George Clooney, e “Minha Família Perfeita”, com Rafael Infante e Isabelle Drummond. Veja abaixo tudo o que chega aos cinemas nesta quinta (8/9). | MEN – FACES DO MEDO | A atriz Jessie Buckley, indicada ao Oscar 2022 por “A Filha Perdida”, é perseguida por vários homens diferentes interpretados pelo mesmo ator, Rory Kinnear (“007: Sem Tempo para Morrer”), no terceiro longa dirigido por Alex Garland, cineasta de “Ex Machina” (2014) e “Aniquilação” (2018). No filme, ela sai de férias sozinha após a morte do ex-marido e é atormentada por visões e homens que buscam despertar seu sentimento de culpa. Para sua perplexidade, todos parecem ter o mesmo rosto. Embora seja o primeiro terror dirigido por Garland, ele tem experiência no gênero, tendo conquistado projeção como roteirista de “Extermínio” (2002), filme de zumbis dirigido por Danny Boyle. | INGRESSO PARA O PARAÍSO | A comédia romântica é a quinta parceria da carreira dos atores Julia Roberts e George Clooney e a primeira em que vivem um casal em 18 anos – desde “Doze Homens e Outro Segredo” (2004). Nesse reencontro nas telas, eles são divorciados que se odeiam, mas fazem uma trégua em nome de um objetivo comum: sabotar o casamento da filha, que decidiu se casar impulsivamente em Bali com um rapaz que recém conheceu. Foi o que aconteceu com eles próprios, 25 anos atrás, e a experiência faz com que decidam impedir que o pior se repita. O filme tem roteiro e direção de Ol Parker (“Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo”) e o elenco também inclui Kaitlyn Dever (“Fora de Série”) como a filha, além de Billie Lourd (“American Horror Story”), Lucas Bravo (“Emily em Paris”) e Maxime Bouttier (“Unknown”). | MINHA FAMÍLIA PERFEITA | A comédia farsesca gira em torno de um publicitário com um dilema. Com vergonha da própria família, ele namora a mulher dos seus sonhos, que só aceita virar noiva depois de conhecer os parentes dele. Mas quando ela vai visitá-lo no trabalho, acaba confundindo atores de um comercial de margarina com a família real do namorado, o que lhe dá uma ideia: contratá-los para fingirem ser seus pais. Ele só não podia esperar que a família de propaganda de margarina podia ser pior que seus parentes de verdade. Dirigido por Felipe Joffily (“Muita Calma Nessa Hora”), traz Rafael Infante (“Vai que Cola”) e Isabelle Drummond (“Turma da Mônica: Lições”) como o casal central. | A LUTA DE UMA VIDA | História real de um sobrevivente do Holocausto, o drama do veterano diretor Barry Levinson (“Raiman”) acompanha Harry Haft, que foi poupado das câmeras de gás por divertir nazistas vencendo lutas contra outros judeus. Ao fim da guerra, ele inicia uma carreira como pugilista nos EUA. Assombrado pelas memórias e a culpa por ter sobrevivido, ele se esforça para poder enfrentar a lenda do boxe Rocky Marciano, na esperança de chamar a atenção pública para sua história e reencontrar o seu primeiro e grande amor, de quem se separou na guerra. O elenco destaca Ben Foster (“A Qualquer Custo”) como protagonista, além de Billy Magnussen (“A Noite do Jogo”) e Vicky Krieps (“Trama Fantasma”). | AMIRA | A Amira do título é uma adolescente de 17 anos, que foi concebida com o esperma contrabandeado de seu pai Nawar, preso por ser um herói da causa palestina. Embora seu relacionamento com o pai tenha se restringido a visitas à prisão, ela o admira e sua ausência na vida dela é compensada com amor e carinho daqueles que a cercam. Mas quando outra tentativa de conceber um filho revela a infertilidade de Nawar, o mundo de Amira vira de cabeça para baixo. Quem é ela, senão a filha do herói? Mas e se não for? O drama é o terceiro longa dirigido por Mohamed Diab, cineasta egípcio premiado, que se tornou mais conhecido do grande público como diretor da série “Cavaleiro da Lua”, da Marvel. | O PRÓXIMO PASSO | O diretor francês Cédric Klapisch, de “O Albergue Espanhol” (2005) e suas continuações, filma o drama de uma promissora bailarina clássica, que se machuca em uma apresentação após flagrar a traição do namorado. Apesar dos especialistas dizerem que ela nunca mais conseguirá dançar, a jovem luta para se recuperar, buscando se reinventar como artista, no mundo da dança contemporânea. | TROMBA TREM – O FILME | A animação brasileira, baseada na série homônima do Cartoon Network, acompanha Gajah, um elefante sem memória que, ao ficar célebre, acaba se afastando de seus velhos companheiros de viagem no Tromba Trem. O estrelato dura pouco, pois ele logo se torna o principal suspeito de misteriosos raptos. Desvendar o mistério só será possível com a ajuda dos amigos pré-fama: um grupo de cupins obstinados e Duda, uma empolgada e inocente tamanduá vegetariana. A direção é de Zé Brandão, criador dos personagens e produtor de “O Irmão do Jorel”. | O TERRITÓRIO | O documentário que venceu o Prêmio do Público e um Prêmio Especial do Júri na competição internacional do Festival de Sundance deste ano é uma coprodução brasileira e americana (do cineasta Darren Aronofsky, de “Noé”), dirigida pelo americano Alex Pritz, que retrata a luta do povo Uru-Eu-Wau-Wau contra agricultores e mineradores invasores de sua terra, uma área protegida na floresta amazônica, incentivados pela retórica de Jair Bolsonaro. Elogiadíssimo pela crítica estrangeira, o filme tem 97% de aprovação no site Rotten Tomatoes e está sendo considerado um dos melhores documentários da década. Adquirido pela National Geographic, é forte candidato às premiações de 2023. | 5 CASAS | Vencedor do Cine Ceará, o filme de Bruno Gularte Barreto conta a história de 5 casas em uma cidadezinha no extremo sul do Brasil. Cada uma delas tem seus próprios personagens, que entretanto se cruzam: uma velha professora lutando para manter seu lar e seus 36 gatos, um jovem que sofre agressões por ser gay, uma freira sendo transferida da escola que regeu com punho de ferro por décadas, um velho capataz numa fazenda mal-assombrada e um menino cujos pais morreram quando ainda era criança e que é hoje o diretor que volta para buscar as suas memórias de infância e reencontrar essas pessoas. | AQUILO QUE EU NUNCA PERDI | O documentário celebra a carreira da cantora sul-matogrossense Alzira Espíndola, a Alzira E, que começou a compor com seus irmãos, Geraldo e Tetê Espíndola. Nos anos 1980, emigrou para São Paulo onde construiu uma sólida carreira como instrumentista e compositora com parceiros como Itamar Assumpção e Ney Matogrosso. Ainda ativa aos 65 anos, Alzira E lidera atualmente uma banda de rock. | O GRANDE IRMÃO – O DIA QUE DUROU 21 ANOS 2 | Continuação de “O Dia que Durou 21 anos”, o documentário faz um registro histórico da participação do governo militar do Brasil, junto com a CIA e o Departamento de Estado dos EUA, no golpe militar que derrubou o presidente Salvador Allende no Chile. Com documentação confidencial inédita e vários depoimentos, o filme mostra os bastidores do dia 11 setembro de 1973, que iniciaram os 17 anos da ditadura sangrenta do general Pinochet.



