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Mylène Demongeot, estrela de clássicos franceses, morre aos 87 anos
A atriz francesa Mylène Demongeot, dona de uma carreira que durou quase 70 anos, morreu nessa quinta (1/12) em um hospital de Paris. Ela tinha 87 anos de idade. Entre seus principais papéis, destacam-se suas participações nos clássicos “Bom Dia, Tristeza” (1958), dirigido por Otto Preminger, e “A Vingança de Milady” (1961), onde vive a famosa vilã Milady de Winter, criada por Alexandre Dumas no livro “Os Três Mosqueteiros”. Nascida em 29 de setembro de 1935, em Nice, na França, ela despontou para as premiações desde cedo, quando foi indicada ao BAFTA de Melhor Estreante por “As Virgens de Salem” (1957), filme baseado numa peça de Arthur Miller adaptada para as telas por ninguém menos que o filósofo Jean-Paul Sartre. Desde então, estrelou mais de 100 produções europeias, incluindo duas trilogias: os filmes de “Fantomas” na década de 1960, e a trilogia “Camping” nos anos 2000. Outros trabalhos de destaque de sua longa trajetória foram “Um Amor em Roma” (1960), “O Marujo Tremendão” (1968), “Surprise Party” (1983), “36” (2004), “Victoire” (2004), “Ela Vai” (2013) e “O Reencontro” (2017). Ela se manteve popular até o fim, estrelando “Retirement Home” ao lado de Gerard Depardieu, filme que se tornou um dos maiores sucessos de bilheteria de 2022 na França. Demongeot era frequentemente comparada à sua contemporânea Brigitte Bardot na sua juventude. Além da similaridade física, as duas partilhavam da paixão por causas sociais, de defesa ambiental e de defesa dos animais.
William Hurt (1950–2022)
William Hurt, vencedor do Oscar de Melhor Ator por “O Beijo da Mulher-Aranha” (1985), morreu de causas naturais neste domingo (13/3), aos 71 anos. O ator foi diagnosticado com um câncer de próstata em 2018 e continuou trabalhando enquanto fazia o tratamento. Muito reservado na vida pessoal, ele foi casado por três vezes e teve quatro filhos. O Oscar de “O Beijo da Mulher-Aranha” foi o primeiro entregue pela Academia para celebrar um personagem abertamente gay. No filme rodado em São Paulo por Hector Babenco e com Sônia Braga no elenco, Hurt viveu um prisioneiro gay alienado que se apaixonava por um militante político (Raul Julia) encarcerado pela ditadura militar brasileira. “O Beijo da Mulher-Aranha” também lhe rendeu o prêmio de Melhor Ator no Festival de Cannes. Ele ainda era um ator em início de carreira quando recebeu essas consagrações, tendo estreado cinco anos antes como protagonista de “Viagens Alucinantes” (1980), de Ken Russell. Hurt não demorou a se firmar em Hollywood, destacando-se em seguida em dois filmes cultuados do diretor Lawrence Kasdan: “Corpos Ardentes” (1981) e “O Reencontro” (1983). E se tornou um dos atores mais respeitados dos anos 1980 com mais duas indicações ao Oscar naquela década: por “Filhos do Silêncio” (1986) e “Nos Bastidores da Notícia” (1987). Ainda voltou a disputar o Oscar duas décadas mais tarde por “Marcas da Violência” (2005). Mas ultimamente era mais visto em pequenos papéis. A lista inclui filmes importantes, desde “Na Natureza Selvagem” (2007) até os blockbusters da Marvel. Seu desempenho como o general Thaddeus “Thunderbolt” Ross em “O Incrível Hulk” (2008) acabou lhe rendendo aparições em mais quatro filmes do MCU (Universo Cinematográfico da Marvel, na sigla em inglês): “Capitão América: Guerra Civil” (2016), “Vingadores: Guerra Infinita” (2018), “Vingadores: Ultimato” (2019) e “Viúva Negra” (2021), com seu personagem promovido a Secretário de Estado. Além de filmes de sucesso, ele também estrelou séries como “Duna” (em 2000), “Damages” (2009), “Humans” (2015), “Beowulf: Return to the Shieldlands” (2016), “Condor” (2018-2020) e “Goliath” (2016-2021). Ele deixou dois trabalhos póstumos finalizados: o filme “The Fence” e a dublagem da série animada “Pantheon”, do canal pago americano AMC. Veja abaixo o registro de sua vitória no Oscar, em que ele homenageia o Brasil com a palavra que mais se adequa ao momento: “Saudade”.
Filmes online: “Luca” e “Godzilla vs. Kong” são destaques do fim de semana
A lista de estreias de filmes online destaca o lançamento mais infantil da Pixar desde “Monstros S.A.”, e com premissa não muito distante daquela animação. Dirigida por Enrico Casarosa (indicado ao Oscar pelo curta “La Luna”), “Luca” se passa no litoral da Itália e acompanha dois meninos que decidem se divertir na praia, enquanto escondem um segredo: eles viram monstros marítimos quando entram em contato com a água. Para complicar, os pequenos “sereios” não podem revelar sua aparência meio peixe porque a região é repleta de pescadores. A diversão é garantida para as crianças e deve chegar ao Oscar, mas os fãs mais exigentes da Pixar podem achar leve demais. Adeptos de filmes de monstros mais tradicionais também contam com a estreia online do blockbuster “Godzilla vs. Kong”, disponibilizado por várias plataformas de locação digital. Fenômeno de bilheteria, o longa dirigido por Adam Wingard (“Você é o Próximo”) é um espetáculo visual que entrega o que promete, com batalhas entre as duas criaturas gigantes e também contra uma ameaça em comum, Mechagodzilla, outro kaiju importado dos filmes clássicos da produtora japonesa Toho. A lista ainda inclui uma comédia inédita “pra chorar” (isto é, repleta de momentos dramáticos): a “Paternidade” de Kevin Hart na Netflix, que segue uma fórmula bem convencional. Já quem prefere algo mais ousado ou pelo menos diferente pode se divertir com dois terrires com estética trash, ficar tenso com dois thrillers diferentes ou até se abalar com três dramas europeus premiados. Confira abaixo a seleção (com os trailers) das 10 melhores opções de filmes disponibilizadas em streaming nesta semana. Luca | EUA | Animação (Disney+) Godzilla vs. Kong | EUA | Fantasia (Apple TV, Google Play, Looke, NOW, SKY Play, Vivo Play, YouTube Filmes) Paternidade | EUA | Comédia (Netflix) Greenfield – Segredos Explosivos | Austrália | Thriller (Apple TV, Google Play, Looke, NOW, Vivo Play, YouTube Filmes) Minha Terra | Reino Unido, Paquistão | Thriller (NOW, Vivo Play) A Batalha dos Zumbis | Croácia, Sérvia | Terrir (Apple TV, Google Play, Looke, NOW, Vivo Play, YouTube Filmes) Delivery Macabro | EUA | Terrir (Apple TV, Google Play, Looke, NOW, Vivo Play, YouTube Filmes) Traídos pela Guerra | Noruega | Drama (Apple TV, Google Play, NOW, Vivo Play, YouTube Filmes) O Retorno | Reino Unido | Drama (Apple TV, NOW, Vivo Play) O Reencontro | Suécia | Drama (Supo Mungam Plus)
O Reencontro foi feito sob medida para os talentos das Catherine Frot e Deneuve
É com uma sequência de um parto que inicia “O Reencontro” (La Sage Femme), longa-metragem francês que traz duas Catherine veteranas no elenco: Catherine Frot (“Marguerite”) e Catherine Deneuve (“O Novíssimo Testamento”). Outros partos estarão na tela para ilustrar a profissão de Claire, a parteira vivida por Frot. Ela ama o que faz e ajuda, de forma maternal e ao mesmo tempo profissional, as mulheres grávidas darem à luz. Porém, a satisfação na clínica em que atua chega ao fim quando recebe a notícia de que ela vai fechar e ceder o espaço aos “hospitais modernos”, que pouco se importam com a natureza do parto e estão mais preocupados com o dinheiro que eles rendem. O nome original do longa, “La Sage Femme”, significa “obstetriz”, mas também pode ser um trocadilho no idioma de Molière. “Sage femme” quer dizer mulher sábia, o que cai perfeitamente para a personagem criada pelo diretor e autor do roteiro Martin Provost (“Séraphine”). Não é sempre que o distribuidor brasileiro acerta no nome da adaptação, principalmente quando resolve mudar completamente o nome e não apenas traduzi-lo literalmente – caso deste longa. No Brasil, não funcionaria um filme com o título “Obstetriz”. Nada contra o ofício, ao contrário, mas não é um nome forte o bastante para despertar interesse do público – talvez o fosse caso se tratasse de um documentário sobre a jornada de uma parteira. Mas não é o caso e aqui a adaptação do nome é feliz. O longa trata justamente do reencontro das duas personagens centrais, vividas pelas duas Catherine. Claire (Frot), a parteira, ao chegar em casa após mais um dia exaustivo de trabalho, recebe a ligação de Béatrice (Deneuve), ex-mulher de seu pai, que desapareceu havia 30 anos, pedindo para se verem. A contragosto, Claire vai ao seu encontro e recebe uma péssima notícia. Enquanto Claire é organizada e responsável, Béatrice, que tem um diagnóstico de saúde nada bom, fuma, bebe e joga (e perde) rios de dinheiro. Comportamentos contrários tão previsíveis como a fábula da “Formiga e da Cigarra”. E é enquanto tenta se entender e ajudar a ex-madrasta que Claire conhece Paul (Olivier Gourmet, de “A Garota Desconhecida”), um caminhoneiro internacional, capaz de despertar os desejos da mulher que estavam enterrados há muito. É quando ela deixa um pouco de lado sua vida de “caxias” para aproveitar e brindar “à la vie”. As interpretações são um verdadeiro deleite. Embora as personagens estejam se reencontrando, este foi o primeiro encontro das duas atrizes: elas nunca haviam trabalhado juntas. Provost explica, no material de divulgação para a imprensa, que escreveu os papéis pensando nas respectivas atrizes. E elas responderam muito bem à missão. A trama, inspirada no nascimento do realizador (não por completo, mas apenas alguns detalhes), vai bem e é capaz de emocionar o espectador. O fim, porém, é um tanto moralista, segue a fábula e não surpreende. De qualquer maneira, “O Reencontro” é um filme que homenageia as parteiras e inspira o espectador a valorizar cada vez mais a vida, dia após dia.
Dunkirk e Em Ritmo de Fuga são as principais estreias da semana
Dois dos filmes americanos mais elogiados de 2017 chegam simultaneamente aos cinemas brasileiros nesta quinta (27/7). “Dunkirk” desembarca após estrear em 1º lugar nas bilheterias dos EUA, acompanhado por críticas que o chamam de “filme do ano” e “obra-prima”. Dirigido por Christopher Nolan, responsável pela trilogia “Batman: O Cavaleiro das Trevas”, o filme retrata a batalha de Dunquerque, uma das maiores derrotas das forças aliadas na 2ª Guerra Mundial. Mas poderia ter sido muito pior. Acuados numa ponta de praia, os soldados aliados contaram com um esforço logístico sobre-humano para não serem exterminados durante uma ofensiva por terra e ar, embarcando em fuga, sob bombardeio, para dezenas de navios mobilizados para resgatá-los rumo ao Reino Unido, inclusive com a ajuda de pequenos barcos civis. Combinando atores famosos com iniciantes, destaca no seu elenco Tom Hardy (“Mad Max: Estrada da Fúria”), Cillian Murphy (“No Coração do Mar”), Kenneth Branagh (“Operação Sombra – Jack Ryan”), Mark Rylance (“Ponte dos Espiões”), Jack Lowden (“71: Esquecido em Belfast”) e até o cantor Harry Styles, ex-One Direction. Um dos filmes mais grandiosos de Hollywood neste século, é daqueles de que se diz que precisa ser visto numa tela grande. Por sinal, foi rodado com câmeras de IMAX. “Em Ritmo de Fuga” traz Ansel Elgort (“A Culpa É das Estrelas”) como um ás dos volantes, que tem de ouvir música o tempo todo para evitar um zumbido em sua cabeça. Capaz de escapar de qualquer perseguição, ele é utilizado por um chefão do crime para uma série de fugas espetaculares durante assaltos. Com muito rock e cenas intensas de perseguição, o filme consegue a façanha de superar “Dunkirk” nos elogios e adorações da crítica americana. Ansel Elgort esteve no fim de semana no Brasil para ajudar a promover o filme, que está se consolidando como o maior sucesso da carreira do diretor Edgar Wright (“Scott Pilgrim Contra o Mundo”). O elenco ainda inclui Lily James (“Cinderela”), Kevin Spacey (série “House of Cards”), Jamie Foxx (“Django Livre”), Jon Hamm (série “Mad Men”), Jon Bernthal (série “Demolidor”), Eiza González (série “Um Drink no Inferno/From Dusk Till Dawn”), Flea (baixista do Red Hot Chili Peppers) e a cantora Sky Ferreira (vista em “Canibais”). A programação ainda inclui mais duas produções americanas com distribuição em shopping centers. A comédia “Como se Tornar um Conquistador” traz o ator mexicano Eugenio Debez (“Não Aceitamos Devoluções”) como uma amante latino da terceira idade, que precisa se virar após sua coroa rica lhe trocar por um modelo mais jovem. Estreia na direção do ator Ken Marino (série “Childrens Hospital”), serve mais para rever a sumida Rachel Welch (“Legalmente Loira”), sex symbol dos anos 1960, que não estrelava um filme há mais de uma década. Novo terror de John R. Leonetti (de “Annabelle”), “7 Desejos” é uma coleção de clichês, que gira em torno de uma lição de moral: “cuidado com o que se deseja”. Na trama, uma caixa de música mágica dá a uma menina de 17 anos (Joey King, de “Independence Day: O Ressurgimento”) o direito de realizar sete desejos, mas nenhum deles surpreende, assusta ou ajuda o filme a evitar seu fracasso. Três filmes completam as estreias em circuito limitado, dois deles coproduções do Brasil com vizinhos sul-americanos. Exibido no Festival Varilux, o francês “O Reencontro” traz a veterana Catherine Deneuve (“Potiche”) como uma mulher extrovertida e descompromissada, que volta a procurar a filha de um ex-amante, 30 anos após sumir, em busca de companhia e apoio, ao ser diagnosticada com câncer. Apesar dessa premissa, o filme não é depressivo. Coprodução entre Brasil e Argentina, “Esteros” é um drama de temática gay falado em espanhol, que mostra o reencontro de dois velhos amigos de infância. Separados quando começavam a despertar suas sexualidades, voltam a se ver no mesmo cenário idílico, quando um deles chega com a namorada para passar férias. Coprodução entre Brasil e Colômbia, “Love Film Festival” acompanha uma roteirista brasileira, vivida por Leandra Leal (“O Lobo Atrás da Porta”), e um diretor colombiano, Manolo Cardona (“Macho”), numa filmagem que se estende por quatro anos – estilo “Boyhood” (2014), mas menos ambicioso. Os dois se conhecem nos bastidores de um festival europeu de cinema, vivem um relacionamento, separam-se e acabam voltando a se cruzar em novos eventos internacionais. Com roteiro de Manuela Dias (série “Justiça”), câmera na mão e um registro semi-documental, rodado em festivais reais de cinema por quatro diretores diferentes – entre eles Vinicius Coimbra (“A Floresta que se Move”) e Bruno Safadi (“Eden”) – , a produção contraria sua aparente ousadia ao assumir clichês de cinema em sua encenação. Mas vale como curiosidade cinéfila, e porque todo filme com Leandra Leal justifica a ida ao cinema.





