José Padilha se arrepende de retratar Sergio Moro como herói em “O Mecanismo”
O cineasta José Padilha, que acertou o tom nos dois filmes de “Tropa de Elite”, assume ter errado feio na narrativa da série “O Mecanismo”, que retratou o ex-juiz Sergio Moro como herói. Na série, o juiz da Lava-Jato foi representado pelo personagem juiz Paulo Rigo, interpretado por Otto Jr. O desabafo veio à tona durante uma entrevista à revista Veja. “Ele não iria trabalhar para um presidente sem pesquisar um pouco sobre a vida dele. Em suma, eu fui naïve. Fui ingênuo. Mas não só eu, um monte de gente caiu na mesma ilusão”, disse Padilha sobre Moro e Jair Bolsonaro. “O cara se associou aos milicianos, aos mafiosos, é inacreditável essa trajetória. Realmente, eu fui um idiota de ter acreditado em Sergio Moro”, acrescentou Padilha. O diretor confirmou ter até se afastado de Wagner Moura por causa de discordâncias políticas, e mandou um recado para o ator: “Os dois estavam errados, na minha opinião. Mas é uma burrice você criar picuinha e estresse com um amigo por divergências em torno de política. Eu dou meu braço a torcer, e digo aqui: Wagner, você tinha toda a razão sobre a Lava-Jato. Sem problema nenhum”. Hoje, ele diz que faria a série “O Mecanismo” sem heróis. “Ia ter só bandido dos dois lados. Um roubando os cofres públicos, o outro deturpando as leis processuais para atingir objetivos – que depois viraram objetivos políticos, sim. Ficou bem claro que teve uma perseguição”, destacou. “Não estou dizendo que Lula não sabia da corrupção. Evidente que sabia. Mas ficou óbvio que houve uma exacerbação dos casos contra Lula para tirá-lo da eleição. Se refizesse O Mecanismo, não é que o PT seria melhor, é que seria tudo ruim. O PT, o Ministério Público, o Sérgio Moro. Estava tudo errado ali”, aponta o cineasta. E embora afirme não ter mudado de opinião sobre o Partido dos Trabalhadores, se o segundo turno da eleição presidencial for entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL), votará no petista com a consciência tranquila. “Voto nele sem pestanejar. Pois não adianta viver no mundo ideal, abstrato, descolado do que ocorre. A escolha está dada para o brasileiro”, acrescentou, antes de comentar a alternativa. “Bolsonaro é um sujeito que traz em si todas as características do miliciano do ‘Tropa de Elite 2’. O final do ‘Tropa 2’, que mostra os milicianos chegando à política, foi profético de uma maneira que eu gostaria que não tivesse sido”, completou.
Léo Rosa (1984 – 2021)
O ator gaúcho Léo Rosa, intérprete do repórter César na novela “Amor de Mãe”, morreu nesta terça-feira (9/3) após uma longa batalha contra o câncer. Depois de fazer algumas peças de teatro, ele se tornou nacionalmente conhecido em 2006 ao estrelar “Vidas Opostas”, uma das novelas mais bem-sucedidas da rede Record, onde fez par romântico com Maytê Piragibe. A boa audiência impulsionou sua carreira e o tornou um dos principais astros da emissora. Ele atuou em seguida em “Amor e Intrigas” (2007), “Promessas de Amor” (2009), “Rei Davi” (2012), “Balacobaco” (2012), “Milagres de Jesus” (2015) e “Escrava Mãe” (2016), que vem sendo reprisada atualmente todas as tardes. Além dos trabalhos na Record, ele participou de três filmes, “Podecrer!” (2007), “Faroeste Caboclo” (2013), “Por Trás do Céu” (2016), e da série “O Mecanismo” (2018-2019), da Netflix. O último papel foi a estreia na Globo, na primeira fase de “Amor de Mãe”, exibida em 2019. Léo Rosa também se destacou atrás das câmeras, dirigindo um videoclipe da cantora Maria Gadú, “Axé Accapella”, e feito assistência de direção em longas-metragens do cineasta Caio Sóh a partir de “Teus Olhos Meus” (2011). O convite para fazer a última novela veio logo após ele descobrir o câncer. O ator vinha lutando contra a doença desde 2018. Depois de passar por sessões de quimioterapia, ele adotou um estilo de vida mais saudável, vivendo longe da metrópole, em contato com a natureza, e chegou a afirmar que estava em processo de cura. Em entrevista do ano passado à Patricia Kogut, do jornal O Globo, ele contou como foi parar na Globo. “Estava em casa no Natal e a Manuela (Dias, a autora) me ligou perguntando se eu teria condições de fazer este trabalho. Nem pensei, aceitei na mesma hora. A minha preparação foi basicamente conseguir chegar de pé e disposto ao estúdio. Quando a gente passa por algo tão forte como essa doença, meio que fica preparado para encarar qualquer outro desafio de peito aberto. Em meio a tanto sofrimento, sou muito grato por todo o aprendizado de vida que o câncer me deu. Hoje, por exemplo, eu não faço planos para o futuro. Eu vivo o hoje, o agora”, contou.
Pietro Mário Bogianchini (1939 – 2020)
O ator e dublador Pietro Mário Bogianchini, que foi o primeiro apresentador de programa infantil da TV Globo, morreu na manhã de segunda (31/8), aos 81 anos, no Rio de Janeiro. Pietro estava internado desde maio, após sofrer sucessivos acidentes vasculares cerebrais, e tinha passado por uma breve melhora antes de sofrer uma parada cardíaca. O artista também pegou covid-19, mas teria se curado – embora a doença afete o coração. Italiano naturalizado brasileiro, Bogianchini ficou famoso ao interpretar o Capitão Furacão, protagonista de um programa infantil de sucesso apresentado pela TV Globo entre os anos de 1965 e 1970. O programa do “Capitão Furacão” estreou junto com a Globo, no dia 26 de abril de 1965. Na atração, o ator vivia cercado de crianças e, enquanto girava o leme de seu navio, lia as cartas enviadas pelos telespectadores, promovia gincanas, contava histórias do mar, dava conselhos aos marinheiros iniciantes e apresentava desenhos animados. Após o fim do programa, continuou trabalhando no universo infantil como dublador, tendo feito a voz do Capitão Caverna, na série da Hanna-Barbera, além de vários personagens emblemáticos da Disney, como Rafiki, de “O Rei Leão”, o Governador, em “Pocahontas”, Maurice em “A Bela e a Fera”, o Coruja em “Bambi” e o Sultão de “Aladdin”. Bogianchini também atuou em filmes clássicos, como “Os Machões” (1972), “A Noite do Meu Bem” (1968) e “Engraçadinha Depois dos Trinta” (1966), e em várias novelas da Globo, desde “O Espigão” em 1974. Entre as mais recentes estão “Novo Mundo” (2017), “Pega Pega” (2017) e “Deus Salve o Rei” (2018), na qual interpretou Patriarca da Fé. Nos últimos anos, tinha sido redescoberto pelo cinema brasileiro, aparecendo em “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (2001), “Copacabana” (2001), “Meteoro” (2006), “Chico Xavier” (2010), “O Duelo” (2015) e “M8: Quando a Morte Socorre a Vida” (2019), ainda inédito em circuito comercial. Além disso, fez papel importante na série “O Mecanismo”, da Netflix, como o Dr. Mário Garcez Britto, personagem inspirado no ex-Ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos.
Lula nega entrevista a José Padilha para documentário sobre a Lava-Jato
O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva recusou um pedido de entrevista do diretor José Padilha (“Tropa de Elite”), que queria inclui-lo num documentário sobre a Lava-Jato. O cineasta tem procurado diversas personalidades para falar sobre o tema e Lula está entre elas. Lula recusou-se a falar com Padilha por causa da série “O Mecanismo”, feita pelo diretor, que o retrata como criminoso e conspirador. A informação foi dada pela assessoria de imprensa de Lula, que afirmou que ele não atenderá o pedido porque “José Padilha não é honesto, como demonstrou na maneira que tratou o ex-presidente na série ‘O Mecanismo’”. Lula avalia que “O Mecanismo” é a versão chapa-branca dos procuradores e do então juiz Sergio Moro, hoje ministro, sobre os fatos que envolvem a investigação da Lava-Jato e que tem sido desmascarados pelas reportagens conhecidas como Vaza-Jato. Segundo a coluna de Bela Megale no jornal O Globo, o ex-presidente teria dito a um interlocutor que “esses caras são bons em cobrar autocrítica do PT e na hora de fazer a própria, nada”. Padilha chegou a fazer mea-culpa sobre a forma como retratou a atuação de Moro como juiz, mas não sobre Lula. Em entrevista a BBC Brasil, o diretor afirmou que “cometeu um erro de julgamento sobre Moro”, mas não sobre o petista, dizendo considerar “o ex-presidente Lula um picareta”. O cineasta também pediu entrevista para José Dirceu, que, assim como Lula, está preso em Curitiba. O ex-ministro petista ainda não decidiu se aceitará o pedido.
José Padilha está fazendo documentário sobre a Operação Lava Jato
O cineasta José Padilha está fazendo um documentário sobre a Operação Lava Jato. O UOL apurou que o diretor esteve nesta quinta-feira (12/9) no Rio de Janeiro, para registrar imagens e entrevistas na redação do The Intercept Brasil, o site responsável pelos vazamentos de mensagens trocadas pelos integrantes da força-tarefa. O projeto é uma produção internacional, com participação da Concordia Studio, produtora do documentário “Uma Verdade Inconveniente” (2006), escrito e narrado pelo ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, que venceu dois Oscars em 2007. Diretor do documentário “Ônibus 174” e dos dois filmes da saga “Tropa de Elite”, Padilha também é o criador da série “O Mecanismo”, da Netflix, livremente inspirada na operação da Lava Jato. A produção de streaming retratava a Lava Jato como um feito histórico de enfrentamento à corrupção no Brasil. Mas, em maio, durante promoção da 2ª temporada da atração, Padilha começou a criticar abertamente Sérgio Moro, o juiz que sentenciou Lula à prisão às vésperas das últimas eleições, por aceitar cargo no ministério de Jair Bolsonaro. A previsão de estreia do documentário, que ainda não tem título oficial, é para o primeiro semestre de 2020.
O Mecanismo: José Padilha revê papel de Moro e diz preparar “algo sobre Bolsonaro”
“O Mecanismo” ainda não foi renovada para a 3ª temporada. Mas seu mentor e produtor, o cineasta José Padilha, já sabe o que os próximos capítulos da série devem contar. Ele pretende incluir o conteúdo da reportagem do site The Intercept, que revelou conversas vazadas do aplicativo Telegram entre o ex-juiz Sergio Moro e os integrantes da Lava-Jato. Em entrevista à BBC News Brasil, Padilha disse que “cometeu um erro de julgamento” sobre Moro, que inspira o personagem do juiz Paulo Rigo (vivido por Otto Jr) em “O Mecanismo”. O cineasta afirmou não ter dúvidas de que o juiz “cometeu um monte de erros”, já que a atitude de Moro de “ajudar a acusação” é “claramente estúpida” porque “juízes devem ser neutros” e porque “as evidências eram muito claras”. Para ele, a operação Lava Jato se revelou “um embate entre um juiz e alguns procuradores justiceiros e uma quadrilha de políticos corruptos”. Isto já estava começando a aparecer na série da Netflix, segundo o diretor. “‘O Mecanismo’ mostra, não via mensagens de celular, mas via reuniões entre os membros da Lava Jato, que Moro, a PF [Polícia Federal] e os procuradores tinham uma relação muito íntima e que debatiam, sim, a melhor maneira de encaminhar as acusações contra os réus. Isto está explícito na 1ª e na 2ª temporadas. A diferença é que, nas nossas cenas, a iniciativa nunca era de Moro. Era sempre dos procuradores. Agora, parece que Moro tomou a iniciativa de ‘ajudar’ a acusação… Uma atitude antiética e claramente estúpida. Primeiro, porque juízes precisam ser neutros. Segundo, porque as evidências eram muito claras. Ao se arvorar para além das suas funções, Moro pode terminar ‘soltando’ políticos que, claramente, depenaram o país em conluio com grandes bancos e construtoras.” Ele acrescenta que os roteiristas tiveram “o cuidado de não centrar a série na figura de Moro”, mas, mesmo assim, ele mudaria a forma como ele foi retratado, caso soubesse das mensagens. “O herói do ‘Mecanismo’ é Marco Ruffo [policial interpretado por Selton Mello]… Conte as cenas de Moro ou o tempo de Moro na tela… Não é muito grande. E o Moro que retratamos está longe de ser perfeito. Porém, não resta dúvida: Moro cometeu um monte de erros que mudariam a forma com que mostramos ele, sim. Aliás, não apenas a nossa forma de retratá-lo. Imagino que a forma de toda a mídia.” Entretanto, Padilha garante que o escândalo do vazamento da troca de mensagens entre Moro e promotores não mudou sua visão de Lula, do PT e dos políticos do PMDB que estavam no poder. “Não fiz um erro de julgamento a respeito de Lula, de [Michel] Temer, de [Sergio] Cabral e de [Eduardo] Cunha. Os fatos apurados pela Lava Jato demonstram a desonestidade destes políticos corruptos”. Ele ainda destacou: “Considero o ex-presidente Lula um picareta. Qualquer pessoa razoável não consegue fingir que Lula é honesto”. E citou as palestras pagas por empreiteiras que renderam milhões ao ex-presidente, mas nenhum vídeo, foto ou menção em redes sociais de quem supostamente as presenciou. Questionado se ainda esperava por mais reviravoltas na Lava Jato, Padilha confirmou que teme o pior. “Sobretudo no que tange ao Judiciário. Olho para o STF [Supremo Tribunal Federal] com grande suspeição. Gilmar Mendes questionou as mensagens de Moro. Será que ele nos franqueia acesso às suas mensagens? Ao teor de suas conversas com Aécio [Neves] e demais ‘conhecidos’ que andou soltando?”, questionou. Diante de uma pergunta sobre que outros fatos recentes do Brasil dariam uma boa série ou filme, Padilha citou a ascensão do clã Bolsonaro ao poder. “A chegada de políticos ligados à PM [Polícia Militar] e às milícias do Rio à Presidência da República….”, descreveu. Mas não seria um “Tropa de Elite 3”, já que o segundo filme introduziu o tema das milícias. Seria algo diferente. “Pode esperar algo sobre Bolsonaro sim”, adiantou.
2ª temporada de O Mecanismo troca Lula por Temer como vilão da história
Criticada por petistas pela forma como tratou os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff em sua 1ª temporada, a série “O Mecanismo” mudou seu discurso e agora até elogia o PT. Numa guinada narrativa, a produção encontrou novo alvo em outro ex-presidente, Michel Temer, por meio de seu avatar Samuel Thames na trama da ficção. Chamado de “vampirão”, o político é descrito como o maior corrupto e o mais perigoso do Brasil. E seu partido, (P)MDB, seria o responsável por toda a corrupção após a ditadura militar no país. Numa das cenas que mais chama atenção nos novos episódios, o braço direito da delegada Verena (Caroline Abras) na Operação Lava Jato da série, o policial Vander (Jonathan Haagensen), tem uma crise de consciência quando é escalado para fazer a condução coercitiva de Lula (ou melhor, Gino, interpretado por Arthur Kohl). Ele revela que foi o primeiro membro de sua família a fazer faculdade, tudo por causa das políticas inclusivas do ex-presidente. Verena também começa a questionar as investigações ao perceber que a Lava Jato estava sendo usada por políticos para levar adiante seus próprios interesses. Para ilustrar esse questionamento, “O Mecanismo” voltou atrás até em um dos momentos mais polêmicos. No primeiro ano, a ficção botou na boca de Gino/Lula a frase “temos que estancar a sangria”, que na realidade foi dita por Romero Jucá, seu ex-ministro e um dos articuladores do impeachment de Dilma Rousseff. No segundo ano, o deslize é compensado com a repetição da frase por Lúcio Lemes (Michel Bercovitch), o Aécio Neves da trama, que ainda aparece cheirando cocaína. Mesmo Janete Ruscov (Sura Berditchevsky), a Dilma da história, vira vítima das manipulações de seu vice, embora também tropece na própria incompetência. Tudo culmina na descrição de sua queda como um “golpe”, a palavra mágica da narrativa petista, em vez de uma traição entre facções criminosas que até então saqueavam o país juntas. A 2ª temporada de “O Mecanismo” chegou à Netflix na sexta-feira (10/5), com mais oito episódios estrelados por Selton Mello, Caroline Abras, Enrique Diaz e Jonathan Haagensen.
Trailer da 2ª temporada de O Mecanismo foca impeachment de Dilma
A Netflix divulgou o pôster e o trailer da 2ª temporada de “O Mecanismo”, série baseada na Operação Lava-Jato. A trama mostra a prisão de empreiteiros importantes e a traição política que levou ao impeachment de Dilma (chamada de Janete Ruscov na série), tirada da presidência numa tentativa de impedir os avanços da investigação de corrupção no governo federal. Mas, como no castelo de cartas montado pelo personagem de Selton Mello, quando um cai, caem todos os demais. A série estreou no ano passado e dividiu opiniões por conta da forma como optou por retratar os fatos da vida real. Grande parte da polêmica foi dedicada à decisão de atribuir ao personagem inspirado no ex-presidente Lula a frase “estancar a sangria”, dita por Romero Jucá em um áudio divulgado ao público em 2016. Ele se referia a esforços para deter os trabalhos da Operação Lava Jato. A ex-presidente Dilma Rousseff, inclusive, divulgou nota criticando a Netflix e, principalmente, o diretor José Padilha, produtor da série. Ela disse que, apesar de “O Mecanismo” se dizer “baseada em fatos reais”, o cineasta distorcia a realidade, propagava mentiras e praticava o “assassinato de reputações”. A estreia dos novos episódios foi marcada para 10 de maio. Data em que também devem ser emitidas novas notas de políticos bem conhecidos pelos brasileiros.
Netflix anuncia filmes de Maisa Silva, Larissa Manoela, Wagner Moura e 30 projetos nacionais
A Netflix anunciou nesta quarta-feira (24/4), durante o evento Rio2C, que passará a investir mais na produção de filmes brasileiros e que firmou contratos com Larissa Manoela e Maisa Silva, estrelas do SBT cobiçadas pela Globo, além do comediante Fábio Porchat, para estrelar algumas das obras. Mais popular do trio, Maisa será a protagonista de três longas nos próximos três anos. Porchat também fará três filmes e o mesmo deve valer para Larissa, que já tem o primeiro definido. Será “Modo Avião”, escrito e dirigido por César Rodrigues (“Vai que Cola – O Filme”), em que uma jovem influenciadora digital vai precisar ficar numa fazenda sem poder usar o celular – sim, lembra um reality da Record. A plataforma de streaming também anunciou que está atualmente investindo em nada menos que 30 projetos no Brasil, um de seus maiores mercados globais, entre séries, longas e documentários. Ted Sarandos, chefe de Conteúdo da Netflix, revelou no Rio de Janeiro que fechou parcerias também com a escritora Thalita Rebouças, com o diretor Fernando Meirelles e com o ator Wagner Moura, que vai estrear como produtor com “Sérgio”, cinebiografia do diplomata Sérgio Vieira de Mello (1948-2003). Thalita Rebouças, por sua vez, assina “Quem Nunca?”, seu primeiro roteiro original após seus livros best-sellers virarem filmes de sucesso. O projeto será sobre três adolescentes que vão a um acampamento escolar depois de fazer um pacto de permanecerem solteiras, mas as coisas se complicam quando ex-namorados aparecem – sim, lembra um reality da MTV. A maioria dos projetos são comédias e ainda incluem “Ricos de Amor”, de Bruno Garotti (“Cinderela Pop”), estrelado pela dupla Giovanna Lancellotti e Danilo Mesquita (da novela “Segundo Sol”), e “Carnaval, dirigido por Leandro Neri (“A Padroeira”). A empresa de streaming também trará de volta “O Menino Maluquinho”, do cartunista brasileiro Ziraldo, num desenho animado produzido pela Chatrone e previsto para 2021. Entre as séries, além das já anunciadas “Sintonia”, criada por Kondzilla, “Ninguém Tá Olhando”, de Daniel Rezende, “Irmandade”, com Seu Jorge, o terror “O Escolhido”, a 2ª temporada de “O Mecanismo” e a 3ª de “3%”, vem aí “Futebol”, um drama de Elena Soares que conta a história por trás da relação intensa entre dois jogadores, Toró e Pantera, dois meninos pobres de 15 anos que são escolhidos entre uma multidão para integrar a categoria júnior do maior time brasileiro. “O Brasil tem talentos extraordinários e uma longa tradição em contar grandes histórias. É por este motivo que estamos animados em aumentar nosso investimento na comunidade criativa brasileira. Esses 30 projetos, em vários estágios de produção em diferentes locais espalhados pelo país, serão feitos no Brasil e consumidos pelo mundo”, disse Sarandos em comunicado à imprensa. A investida da Netflix acontece no momento em que todos os novos projetos de filmes e séries estão paralisados no Brasil por conta da “política cultural” do governo Bolsonaro, fato que inclusive ganhou reportagem da revista americana Variety.
Caio Junqueira (1976 – 2019)
O ator Caio Junqueira não resistiu e morreu na madrugada desta quarta-feira (23/1), aos 42 anos, uma semana após ter sofrido um grave acidente de carro no Rio de Janeiro. Ele bateu o carro que dirigia no Aterro do Flamengo, na altura do Monumento aos Pracinhas, na zona sul do Rio, no dia 16 de janeiro. Ele estava sozinho no veículo e foi levado ao Hospital Municipal Miguel Couto, onde passou por uma cirurgia de emergência. Caio era filho do ator Fábio Junqueira (1956-2008) e irmão de Jonas Torres, conhecido como o Bacana da série “Armação ilimitada” (1985-1988). Ele deu seus primeiros passos na carreira aos 9 anos, ao participar da série “Tamanho família” (1985-1986), da extinta Rede Manchete. Em 1990 estreou na Globo, participando da minissérie “Desejo” e da novela “Barriga de Aluguel”. Ele fez poucas novelas, entre elas “A Viagem” (1994) e “O Clone” (2001), mas se destacou em minisséries, como “Engraçadinha” (1995), “Hilda Furacão” (1998), “Chiquinha Gonzaga” (1999) e “Um Só Coração” (2004), antes de mudar de canal. Na Record, fez o remake de “Escrava Isaura” (2004), a série “A Lei e o Crime” (2009), protagonizou “Ribeirão do tempo” (2010) e atuou em obras bíblicas como “José do Egito” (2013) e “Milagres de Jesus” (2014). Paralelamente, fez teatro e ainda obteve bastante destaque no cinema, atuando em filmes marcantes como “O aue É Isso Companheiro” (1997), “Central do Brasil” (1998), “Abril Despedaçado” (2001), “Zuzu Angel” (2006) e “Tropa de Elite” (2007), onde viveu Neto, soldado do Bope. Os trabalhos mais recentes foram nas séries “O Mecanismo”, da Netflix, e “Um Contra Todos”, da Fox Brasil.
Primeira série indiana da Netflix, Jogos Sagrados” é renovada para 2ª temporada
A Netflix renovou sua primeira série indiana, “Jogos Sagrados” (Sacred Games) para a 2ª temporada. Baseada no livro homônimo de Vikram Chandra, a atração estreou na plataforma de streaming em julho de 2018. “Ficamos empolgados com a resposta positiva de fãs de todo o mundo a ‘Jogos Sagrados’, especialmente na Índia”, disse Erik Barmack, vice-presidente internacional de Conteúdo Original da Netflix, em comunicado. Propositalmente, o executivo deixou de mencionar a controvérsia suscitada pela trama na Índia. Assim como aconteceu com “O Mecanismo” no Brasil, a produção gerou protestos políticos. Integrante do partido Congresso Nacional Indiano, o advogado Nikhil Bhalla entrou com uma ação na justiça para obrigar a Netflix a remover cenas da série que mencionam o ex-primeiro ministro Rajiv Gandhi, assassinado em 1991. Em uma das cenas, Gandhi é chamado de “fattu”, um termo chulo do hindi para “covarde”. O ex-primeiro ministro também aparece em “Jogos Sagrados” em cenas de arquivo, apertando a mão de líderes mundiais, enquanto um narrador o acusa de ter cedido a grupos muçulmanos em um caso envolvendo o direito ao divórcio de mulheres adeptas da religião. A exploração do conflito entre hindus e muçulmanos foi outro ponto que despertou polêmica, assim como aconteceu com o segundo lançamento da Netflix no país, o terror “Ghoul”. A produção da Netflix, porém, está mais para “Narcos” que “O Mecanismo”, ao acompanhar a ascensão de um rei do crime enquanto reflete sobre acontecimentos históricos. Considerada uma das séries mais ambiciosas da Netflix em seu projeto de expansão global, “Jogos Sagrados” conta em seu elenco com algumas estrelas de Bollywood como o ator veterano Saif Ali Khan, e tem arrancado elogios da crítica internacional. Tem 86% de aprovação no site Rotten Tomatoes – um pouco menos que os 89% de “O Mecanismo”. Alheia aos protestos causados pela produção, a plataforma de streaming anunciou que a 2ª temporada retornará com Sartaj Singh (personagem de Saif Ali Khan) “continuando sua implacável batalha de salvar a cidade e Ganesh Gaitonde (Nawazuddin Siddiqui) enfrentando desafios maiores para manter sua posição como lendário chefão do crime de Mumbai”.
Primeira série da Netflix feita na Índia gera polêmica política no país
“Jogos Sagrados”, a primeira série indiana da Netflix, causou polêmica em seu país de origem. Assim como aconteceu com “O Mecanismo” no Brasil, a produção gerou protestos políticos. Integrante do partido Congresso Nacional Indiano, o advogado Nikhil Bhalla entrou com uma ação na justiça para obrigar a Netflix a remover cenas da série que mencionem o ex-primeiro ministro Rajiv Gandhi, assassinado em 1991. Em uma das cenas, Gandhi é chamado de “fattu”, um termo chulo do hindi para “covarde”. O ex-primeiro ministro também aparece em “Jogos Sagrados” em cenas de arquivo, apertando a mão de líderes mundiais, enquanto um narrador o acusa de ter cedido a grupos muçulmanos em um caso envolvendo o direito ao divórcio de mulheres adeptas da religião. “O programa ‘Jogos Sagrados’ tem diálogos inapropriados, ataques políticos e mesmo discursos que são depreciativos em sua natureza e afetam a reputação do ex-primeiro ministro Rajiv Gandhi”, afirma a petição enviada à alta corte de Dehli. “Não podemos aceitar que, em nome da liberdade de expressão, se permita que qualquer coisa seja transmitida em cada lar sem se preocupar com o seu impacto na sociedade”, diz outro trecho do texto. Gandhi virou primeiro-ministro depois que sua mãe, Indira, foi assassinada em 1984, quando comandava o país. O filho dele, Rahul Gandhi, é o atual presidente do Partido do Congresso, que faz oposição ao governo de Narendra Modi. A família não tem parentesco com Mahatma Gandhi. A produção da Netflix, porém, está mais para “Narcos” que “O Mecanismo”, ao acompanhar a ascensão de um rei do crime enquanto reflete sobre acontecimentos históricos. Considerada uma das séries mais ambiciosas da Netflix em seu projeto de expansão global, “Jogos Sagrados” conta em seu elenco com algumas estrelas de Bollywood como o ator veterano Saif Ali Khan, e tem arrancado elogios da crítica internacional. Tem 86% de aprovação no site Rotten Tomatoes – um pouco menos que os 89% de “O Mecanismo”. Alheia aos protestos causados pela produção, a plataforma de streaming já está preparando outra série indiana com potencial explosivo. Trata-se de uma adaptação de “Filhos da Meia-Noite”, romance premiado de Salman Rushdie, que se ancora no realismo fantástico para contar a história da independência da Índia. Rushdie teve a morte ordenada, graças à publicação de outro livro, “Os Versos Satânicos”, que é proibido no país. Por conta dessa fatwa, que se originou no Irã, é obrigação de todo muçulmano tentar assassiná-lo onde quer que o encontre.






