Globo enxuga verba de viagens e complica produção de novelas
A Globo decidiu reorganizar sua vida financeira e emitiu uma ordem para enxugar gastos em todos os setores. A decisão não só afetou a contratação de atores, como também estaria impactando o planejamento de novelas com redução de viagens e externas. Com os cortes de orçamento, os autores Ricardo Linhares (“Paraíso Tropical”) e Maria Helena Nascimento (“Cara & Coroa”) terão que alterar detalhes na sinopse de “O Grande Golpe”, já que a história previa gravações feitas fora do Brasil. A emissora também vetou as gravações italianas de “O País de Alice”, trama das seis de Lícia Manzo (“Sete Vidas”), que teria gravações do núcleo principal em Milão. Agora, as cenas serão registradas dentro do estúdio do Rio de Janeiro para reduzir os custos do projeto. Além disso, a TV Globo prevê maior controle de externas das produções de novelas. Os autores poderão escrever suas sequências, mas as gravações serão feitas em locais determinados pela direção e produção. Acabou a mordomia A nova ordem da emissora dará prioridade às novelas da nove que, historicamente, têm custo e retorno financeiro mais alto. Contudo, a emissora poderá abrir exceções para tramas de sucesso, como aconteceu com “Vai na Fé” (2023). Vale destacar que a medida da TV Globo não terá impactos no remake de “Renascer”, que vai estrear em janeiro de 2024. A trama terá suas cenas gravadas no Nordeste, assim como aconteceu na exibição de 1993. Até então, a TV Globo não continha gastos de produção. A autora de “Um Lugar ao Sol” (2021), por exemplo, teve autorização para rodar cenas do folhetim em Praga, na República Tcheca.
Joe Turkel: Ator de “O Iluminado” e “Blade Runner” morre aos 94 anos
O ator Joe Turkel, lembrado por participações marcantes nos filmes “O Iluminado” (1980) e “Blade Runner” (1982), morreu aos 94 anos durante a última segunda-feira (27/6) na Califórnia. A notícia foi revelada na noite de sexta (1/7) por um representante do artista em nota à imprensa. A causa da morte não foi revelada, mas o ator estava internado no Hospital St. John em Santa Monica. Ele participou de mais de 100 filmes e séries, numa carreira iniciada no auge do ciclo do cinema noir no final da década de 1940, quase sempre no papel de capanga secundário. Foi num noir que Turkel iniciou sua parceria com Stanley Kubrick, vivendo um atirador no tiroteio climático de “O Grande Golpe” (1956). Seu desempenho no pequeno papel agradou e ele foi convocado a ter uma participação maior no drama de guerra “Glória Feita de Sangue” (1957), como um soldado enviado para o pelotão de fuzilamento. Este foi o trabalho favorito de Turkell, que considerava a obra de Kubrick o melhor filme de sua carreira. O magricela nascido em 1927 no Brooklyn, Nova York, continuou fazendo filmes noir até o gênero sair de moda e daí foi viver gângsteres na televisão. Interpretou cinco capangas diferentes só na série “Os Intocáveis”, entre 1960 e 1963. E então foi lembrado por Roger Corman para ser um dos mafiosos de “O Massacre de Chicago” (1967). Outro diretor famoso com quem trabalhou foi Robert Wise, que o escalou em “O Canhoneiro do Yang-Tsé” (1965), ao lado de Steve McQueen, e no filme de desastre “O Dirigível Hindenburg” (1975). Kubrick voltou a chamá-lo em 1980 para viver o papel do barman fantasma de “O Iluminado” (1980), que servia bebidas imaginárias para o alucinado personagem de Jack Nicholson. Com essa participação, Turkel se tornou um dos poucos atores a trabalhar três vezes com o celebrado diretor. Turkel participou apenas de duas cenas de “O Iluminado”, mas disse 96 palavras e ficou semanas trabalhando na produção, às vezes mais de 13 horas por dia. No livro “Science Fiction Film Directors” (2000), de Dennis Fischer, ele contou que perguntou a Kubrick por que ele pediu uma 17ª tomada de um ator simplesmente andando por um corredor. “Eu trabalhei quatro anos preparando este filme, eu quero que seja perfeito pra caral*o”, foi a resposta. O impacto de “O Iluminado” nos cinemas convenceu Ridley Scott que Turkel seria o ator perfeito para viver o gênio da cibernética Eldon Tyrell, fundador da Tyrell Corporation e responsável pela criação dos replicantes na sci-fi “Blade Runner” (1982). Foi novamente uma participação breve, mas muito mais emblemática, com frases marcantes e uma morte memorável, esmagado após um beijo pelo replicante Roy Batty (Rutger Hauer). Ele voltou ao papel no videogame de “Blade Runner”, lançado em 1997. A dublagem de Tyrell no jogo foi seu último trabalho como ator.

