Neuza Amaral (1930 – 2017)
Morreu a atriz Neuza Amaral, com mais de 60 anos de carreira em novelas, séries, filmes e peças de teatro. Segundo parentes, a atriz sofreu uma embolia pulmonar e faleceu nesta quarta (19/4) no Hospital São Vicente de Paula, no Rio, aos 86 anos. Neuza nasceu no interior de São Paulo e começou a atuar na década de 1950, trabalhando na recém-inaugurada TV Tupi e na Excelsior, onde participou da telenovela diária da televisão, “2-5499 Ocupado”, em 1963 (ao lado de Tarcísio Meira, Glória Menezes e Lolita Rodrigues). Mas foi na Globo, no Rio de Janeiro, que construiu sua trajetória de sucesso. Seu primeiro papel na emissora carioca foi na novela “A Sombra de Rebecca” (1967), na qual interpretou o papel-título. Mas acabou chamando mais atenção na novela seguinte como principal antagonista da mocinha (Myriam Pérsia), vivendo a primeira grande vilã da TV brasileira, Veridiana Albuquerque Medeiros, em “A Grande Mentira” (1968). Ela esteve em algumas das principais novelas das décadas de 1970 e 1980, como “Selva de Pedra” (1972), “Os Ossos do Barão” (1973), “Fogo Sobre Terra” (1974), “O Casarão” (1976), “Estúpido Cupido” (1976), “O Pulo do Gato” (1978), “Pecado Rasgado” (1978), “Cabocla” (1979), “Plumas e Paetês” (1980), “Ciranda de Pedra” (1981), “Paraíso” (1982), “Elas por Elas” (1983), “Sinhá Moça” (1986) e “Brega & Chique” (1987). Ficou tão famosa que até participou como ela mesmo de alguns capítulos de “A Gata Comeu” (1985). Mas a partir de “A Rainha da Sucata” (1990), fez apenas pequenas participações, tendo apenas mais um papel fixo em “Pé na Jaca” (2007). O afastamento das novelas coincidiu com sua entrada na política. Neuza Amaral chegou a ser vereadora do Rio de Janeiro na década de 1990, o que acabou afastando-a dos trabalhos na TV. Ela também trabalhou para a prefeitura da cidade Araruama, na Região dos Lagos, onde morou. A atriz também teve uma filmografia expressiva, com mais de 20 filmes, desde a estreia em “A Lei do Cão” (1967), de Jesse Valadão, até “O que É Isso, Companheiro?” (1997), de Bruno Barreto.
Denúncia de assédio contra José Mayer ganha repercussão internacional
A denúncia da figurinista Susllem Totani por assédio contra José Mayer ganhou o mundo. O jornal americano The New York Times publicou um longo artigo nesta quinta (13/4) que repercute a punição recebida pelo ator, afastado indefinitivamente das produções da rede Globo. “Uma vitória contra o machismo no Brasil: Uma estrela de novelas é punida por assédio”, diz o título da publicação. O texto compara a situação vivida pela figurinista de 28 anos à trama de uma novela. “Pode não ter sido exatamente o final feliz que encerra os melodramas da Globo, mas foi aplaudido por um movimento feminista cada vez maior.” Apesar de chamar atenção, o artigo do New York Times não foi o primeiro publicado num jornal estrangeiro sobre o caso. Na semana passada, o Washington Post já havia comentado o assunto. O jornal de Washington deu destaque ao pedido de desculpas de Mayer e observou que o ator tem mulher e filha. Além destes, o Daily Mail, do Reino Unido também noticiou o pedido de desculpas do ator, enquanto o canadense The Globe and Mail relatou a “grande agitação” causada pela denúncia de assédio.
Desculpas de José Mayer por assédio teriam sido escritas por assessoria
Muita gente elogiou a sinceridade da carta aberta de José Mayer, em que ele assumiu ter assediado a figurinista Sus Tonani nos bastidores da novela “A Lei do Amor”. Mas, segundo o colunista Léo Dias, do jornal O Dia, não foi o ator quem escreveu o texto. Após a união de funcionárias e atrizes da emissora, que vestiram a camisa do movimento “Mexeu Com Uma, Mexeu Com Todas”, amplamente compartilhado nas redes sociais, José Mayer procurou uma assessoria para limpar sua imagem e o primeiro passo, feito pelos profissionais com autorização do ator, teria sido a carta. “Eu errei. Errei no que fiz, no que falei, e no que pensava. A atitude correta é pedir desculpas. Mas isso só não basta. É preciso um reconhecimento público que faço agora”, afirma um trecho do texto atribuído ao artista. Só que, de acordo com Léo Dias, não foi ele quem se arrependeu, mas o funcionário contratado para dizer isso. No mesmo dia que o pedido de desculpas foi divulgado, o ator foi suspenso das produções de Globo por tempo indeterminado.
Caio Blat revê postura após considerar assédio de José Mayer “brincadeira”
O ator Caio Blat tentou se explicar nas redes sociais, após a reação negativa causada por sua defesa de José Mayer, acusado de assédio por uma figurinista da Globo. A rejeição veio após ele tentar minimizar a situação do companheiro de emissora, dizendo não achar “certa” a decisão da Globo de afastar Mayer por tempo indefinido, elogiar o pedido de desculpas do ator e chamar o assédio de “uma brincadeira fora de tom”. Bastou para ser hostilizado. “Gostaria de deixar claro que sou totalmente contra qualquer tipo de assédio e provocação machista, e que apoio e admiro o movimento corajoso das mulheres contra essa covardia. Diferente do que alguns veículos publicaram, distorcendo minha declaração, jamais defendi ou relativizei a violência de uma assédio, apenas elogiei a capacidade de um acusado de se desculpar a assumir seu erro publicamente, que é a única atitude cabível. Espero que esse movimento traga uma nova consciência sobre os resquícios de machismo que ainda existem na nossa sociedade, e que ninguém mais seja constrangido em seu local de trabalho ou em qualquer ambiente”, disse o ator ao lado da imagem de uma obra de Barbara Kruger. A artista norte-americana Barbara Kruger é conhecida por trabalhos que questionam temas como o machismo em campanhas de publicidade. A imagem exibe a frase “Your body is a battleground” (“o seu corpo é um campo de batalha”, em português). Mulheres criticaram o ator na postagem. “Não cabe elogios ao Zé por ter assumido. Foi O MÍNIMO. E vc, casado com uma mulher inteligentíssima, ainda reproduz posições machistas como achar que assédio é uma brincadeira fora do tom”, disse uma seguidora. Blat chegou a ser questionado sobre o que pensaria se a situação tivesse ocorrido com a sua esposa, a também atriz Maria Ribeiro, e afirmou que isso faz parte da cultura e hierarquia. “A Maria passa por isso diversas vezes, me conta. Ainda faz parte da nossa cultura. Ainda mais quando existe uma relação hierárquica. Existe essa tomada de consciência e a mobilização de hoje foi importante. Uma brincadeira que talvez as pessoas estejam acostumadas porque sempre foi assim. A campanha foi muito legal, todo mundo se engajando. Existe essa questão de outras gerações”, completou. A denúncia da figurinista foi feita através de uma postagem num blog do jornal Folha de S.Paulo, em 31 de março, onde a profissional de 28 anos relatou a situação, que começou há oito meses, nos bastidores da novela “A Lei do Amor”. No primeiro momento, José Mayer negou as acusações, mas depois admitiu ter cometido o assédio e foi afastado pela Globo por tempo indeterminado. Gostaria de deixar claro que sou totalmente contra qualquer tipo de assédio e provocação machista, e que apóio e admiro o movimento corajoso das mulheres contra essa covardia. Diferente do que alguns veículos publicaram, distorcendo minha declaração, jamais defendi ou relativizei a violência de uma assédio , apenas elogiei a capacidade de um acusado de se desculpar a assumir seu erro publicamente, que é a única atitude cabível. Espero que esse movimento traga uma nova consciência sobre os resquícios de machismo que ainda existem na nossa sociedade, e que ninguem mais seja constrangido em seu local de trabalho ou em qualquer ambiente. Arte de Barbara Kruger. Uma publicação compartilhada por Caio Blat (@caio_blat) em Abr 5, 2017 às 8:29 PDT
Atores da Globo são criticados nas redes sociais por defenderem José Mayer
Após a manifestação de atrizes e funcionárias da Globo contra o assédio sofrido pela figurinista Su Tonani, na última terça-feira (4/3), Caio Blat e Thiago Rodrigues resolveram defender o ator José Mayer e foram criticados nas redes sociais. A declaração mais polêmica veio de Caio Blat, que afirmou ao site Glamurama não achar “certa” a decisão da Globo de afastar o ator por tempo indefinido. “José Mayer é uma pessoa que a gente conhece. A declaração que ele deu hoje foi brilhante. A forma como ele se colocou foi perfeita. Ele não representa ameaça a ninguém. Fez uma brincadeira fora de tom, e na presença de outras pessoas. Não houve intimidação”. Bastou para Blat se tornar alvo de críticas. Em seu Instagram, vários internautas deixaram comentários afirmando que “assédio não é brincadeira”. Até sua mulher, a atriz Maria Riberio, foi cobrada no Twitter, fazendo-a se posicionar. “Estou do lado da Su, estou com as mulheres”, ela respondeu. O ator Thiago Rodrigues também foi criticado por reclamar da repercussão do caso. “Eu conheço o Zé. Eu gosto dele. Posso te garantir que ele está mal com tudo isso. Que ele pague se tiver que pagar. Apenas sou contra crucificação e ódio”, afirmou ele, nas redes sociais. Já a atriz Marcella Rica, que contracenou com Mayer em “A Lei do Amor”, disse que apoia o movimento “Mexeu com uma, mexeu com todas”, mas foi criticada por elogiar a resposta de Mayer à polêmica. “Fiquei muito triste quando soube de tudo, mas hoje lendo a carta do Zé e vendo toda essa manifestação latente, com tanta gente lutando por algo tão importante e fundamental, eu achei bonito. Não o que aconteceu, claro! Sou do time #MexeuComUmaMexeuComTodas, sempre. Mas o ato de reconhecer, se desculpar e buscar essa mudança. Que todos os muitos, que por pura cultura e costume, invadem e assediam – mesmo que através de leves piadas – em qualquer tipo de ambiente, comecem também a repensar e a lutar contra essa postura já natural. Que natural seja sempre o respeito. Obrigada, Su, pela coragem. E obrigada Zé, pela carta. Que ela provoque ainda mais mudanças”.
Figurinista assediada por José Mayer publica desabafo chocante
A figurinista Su Tonani, da TV Globo, publicou um desabafo chocante sobre o assédio sexual que sofreu em seu ambiente de trabalho, realizado repetidamente pelo ator José Mayer. A ação continuada e cada vez mais grave causou a suspensão do ator, por tempo indeterminado, das produções da emissora. A denúncia foi feita no blog #Agoraéquesãoelas, do jornal Folha de S.Paulo, na última sexta-feira (31/3), e chegou a ser tirada do ar, por conta da gravidade das acusações. Logo depois, foi republicado, com a resposta do ator. Na terça-feira (4/3), após ser afastado da emissora, Mayer admitiu o erro, através de uma carta aberta. “Eu errei. Errei no que fiz, no que falei, e no que pensava. A atitude correta é pedir desculpas. Mas isso só não basta. É preciso um reconhecimento público que faço agora”, ele disse em um trecho do texto. Abaixo, confira íntegra do texto feito pela figurinista, que recebeu o apoio de diversas colegas de emissora – entre elas, atrizes e apresentadoras que já contracenaram com Mayer – , cuja pressão ajudou a levar a Globo a afastar o ator. “Eu, Susllem Meneguzzi Tonani, fui assediada por José Mayer Drumond. Tenho 28 anos, sou uma mulher branca, bonita, alta. Há cinco anos vim morar no Rio de Janeiro, em busca do meu sonho: ser figurinista. Qual mulher nunca levou uma cantada? Qual mulher nunca foi oprimida a rotular a violência do assédio como “brincadeira”? A primeira “brincadeira” de José Mayer Drumond comigo foi há 8 meses. Ele era protagonista da primeira novela em que eu trabalhava como figurinista assistente. E essa história de violência se iniciou com o simples: “como você é bonita”. Trabalhando de segunda a sábado, lidar com José Mayer era rotineiro. E com ele vinham seus “elogios”. Do “como você se veste bem”, logo eu estava ouvindo: “como a sua cintura é fina”, “fico olhando a sua bundinha e imaginando seu peitinho”, “você nunca vai dar para mim?”. Quantas vezes tivemos e teremos que nos sentir despidas pelo olhar de um homem, e ainda assim – ou por isso mesmo – sentir medo de gritar e parecer loucas? Quantas vezes teremos que ouvir, inclusive de outras mulheres: “ai que exagero! Foi só uma piada”. Quantas vezes vamos deixar passar, constrangidas e enojadas, essas ações machistas, elitistas, sexistas e maldosas? Foram meses envergonhada, sem graça, de sorrisos encabulados. Disse a ele, com palavras exatas e claras, que não queria, que ele não podia me tocar, que se ele me encostasse a mão eu iria ao RH. Foram meses saindo de perto. Uma vez lhe disse: “você é mais velho que o meu pai. Você tem uma filha da minha idade. Você gostaria que alguém tratasse assim a sua filha?” A opressão é aquela que nos engana e naturaliza o absurdo. Transforma tudo em aceitável, em tolerável, em normal. A vaidade é aquela que faz o outro crer na falta de limite, no estrelato, no poder e na impunidade. Quantas vezes teremos que pedir para não sermos sexualizadas em nosso local de trabalho? Até quando teremos que ir às ruas, ao departamento de RH ou à ouvidoria pedir respeito? Em fevereiro de 2017, dentro do camarim da empresa, na presença de outras duas mulheres, esse ator, branco, rico, de 67 anos, que fez fama como garanhão, colocou a mão esquerda na minha genitália. Sim, ele colocou a mão na minha buceta e ainda disse que esse era seu desejo antigo. Elas? Elas, que poderiam estar no meu lugar, não ficaram constrangidas. Chegaram até a rir de sua “piada”. Eu? Eu me vi só, desprotegida, encurralada, ridicularizada, inferiorizada, invisível. Senti desespero, nojo, arrependimento de estar ali. Não havia cumplicidade, sororidade. Mas segui na engrenagem, no mecanismo subserviente. Nos próximos dias, fui trabalhar rezando para não encontrá-lo. Tentando driblar sua presença para poder seguir. O trabalho dos meus sonhos tinha virado um pesadelo. E para me segurar eu imaginava que, depois da mão na buceta, nada de pior poderia acontecer. Aquilo já era de longe a coisa mais distante da sanidade que eu tinha vivido. Até que nos vimos, ele e eu, num set de filmagem com 30 pessoas. Ele no centro, sob os refletores, no cenário, câmeras apontadas para si, prestes a dizer seu texto de protagonista. Neste momento, sem medo, ameaçou me tocar novamente se eu continuasse a não falar com ele. E eu não silenciei. “VACA”, ele gritou. Para quem quisesse ouvir. Não teve medo. E por que teria, mesmo? Chega. Acusei o santo, o milagre e a igreja. Procurei quem me colocou ali. Fui ao RH. Liguei para a ouvidoria. Fui ao departamento que cuida dos atores. Acessei todas as pessoas, todas as instâncias, contei sobre o assédio moral e sexual que há meses eu vinha sofrendo. Contei que tudo escalou e eu não conseguia encontrar mais motivos, forças para estar ali. A empresa reconheceu a gravidade do acontecimento e prometeu tomar as medidas necessárias. Me pergunto: quais serão as medidas? Que lei fará justiça e irá reger a punição? Que me protegerá e como? Sinto no peito uma culpa imensa por não ter tomado medidas sérias e árduas antes, sinto um arrependimento violento por ter me calado, me odeio por todas as vezes em que, constrangida, lidei com o assédio com um sorriso amarelo. E, principalmente, me sinto oprimida por não ter gritado só porque estava em meu local de trabalho. Dá medo, sabia? Porque a gente acha que o ator renomado, 30 e tantos papéis, garanhão da ficção com contrato assinado, vai seguir impassível, porque assim lhe permitem, produto de ouro, prata da casa. E eu, engrenagem, mulher, paga por obra, sou quem leva a fama de oportunista. E se acharem que eu dei mole? Será que vão me contratar outra vez? Tenho de repetir o mantra: a culpa não foi minha. A culpa nunca é da vítima. E me sentiria eternamente culpada se não falasse. Precisamos falar. Precisamos mudar a engrenagem. Não quero mais ser encurralada, não quero mais me sentir inferior, não quero me sentir mais bicho e muito menos uma “vaca”. Não quero ser invisível se não estiver atendendo aos desejos de um homem. Falo em meu nome e acuso o nome dele para que fique claro, que não haja dúvidas. Para que não seja mais fofoca. Que entendam que é abusivo, é antigo, não é brincadeira, é coronelismo, é machismo, é errado. É crime. Entendam que não irei me calar e me afastar por medo. Digo isso a ele e a todos e todas que, como ele, homem ou mulher, pensem diferente. Que entendam que não passarão. E o que o meu assédio não vai ser embrulho de peixe. Vai é embrulhar o estômago de todos vocês por muito, muito tempo.”
José Mayer é suspenso da Globo após atrizes se unirem em protesto contra assédio
A denúncia de assédio de uma figurinista da Globo, durante as gravações de “A Lei do Amor”, levou ao afastamento do ator José Mayer das próximas produções da emissora por tempo indeterminado. O caso veio à tona em relato de Susllen Tonani a um blog do jornal Folha de S. Paulo na semana passada. E, a princípio, a rede de TV soltou comunicado afirmando que iria apurar. Aguinaldo Silva chegou a confirmar o ator em sua próxima novela, “até segunda ordem”. Porém, atrizes da Globo se uniram em protesto, vestindo a camisa da rebelião. Literalmente. Uma camiseta branca, com os dizeres “Mexeu com uma, mexeu com todas” passou a ser usada por estrelas como Taís Araújo, Fernanda Lima, Tainá Müller, Bruna Marquezine, Fátima Bernardes, Sophie Charlotte, Drica Moraes, Tatá Werneck, Alice Wegmann, Bruna Linzmeyer, Luisa Arraes, Carla Salle, Julia Rabello e Cissa Guimarães, repercutindo uma campanha na web contra o assédio sexual. A hashtag #ChegadeAssédio também apareceu em posts de diversas outras atrizes da emissora. Como consequência, a Globo se solidarizou com o protesto e José Mayer, que vinha negando assédio, acabou confessando e pedindo desculpas. Leia abaixo a íntegra dos comunicados da emissora e do ator. “Em relação à denúncia de assédio envolvendo o ator José Mayer e a figurinista Susllen Tonani, a Globo reafirma o teor da nota divulgada na última sexta-feira, quando afirmou que o caso foi apurado e que as devidas providências estavam sendo tomadas. Naquela nota, a emissora enfatizou que repudia toda e qualquer forma de desrespeito, violência ou preconceito. E que zela para que as relações entre funcionários e colaboradores se deem em um ambiente de harmonia, de acordo com o Código de Ética e Conduta do Grupo Globo. Esta convicção da Globo foi reafirmada para um grupo de atrizes, diretoras e produtoras, reunidas no domingo à noite, quando a emissora informou que, apurado o caso, tomou a decisão de suspender o ator José Mayer de produções futuras dos Estúdios Globo por tempo indeterminado. O ator foi notificado na segunda-feira dessa decisão. Sobre a iniciativa de funcionários, colaboradores e executivos de usar hoje camisetas com os dizeres ‘Mexeu com uma, Mexeu com todas’, a Globo se solidariza com a manifestação, que expressa os valores da empresa. O ator José Mayer, de enorme talento e com grandes serviços prestados à Globo e às artes brasileiras, certamente terá oportunidade de expressar seus sentimentos em relação ao triste episódio e esclarecer que atitudes pretende tomar. A Globo lamenta que Susllen Tonani tenha vivido essa situação inaceitável num ambiente que a emissora se esforça cotidianamente para que seja de absoluto respeito e profissionalismo. E, por essa razão, pede a ela sinceras desculpas.” A carta de José Mayer: “Eu errei. Errei no que fiz, no que falei, e no que pensava. A atitude correta é pedir desculpas. Mas isso só não basta. É preciso um reconhecimento público que faço agora. Mesmo não tendo tido a intenção de ofender, agredir ou desrespeitar, admito que minhas brincadeiras de cunho machista ultrapassaram os limites do respeito com que devo tratar minhas colegas. Sou responsável pelo que faço. Tenho amigas, tenho mulher e filha, e asseguro que de forma alguma tenho a intenção de tratar qualquer mulher com desrespeito; não me sinto superior a ninguém, não sou. Tristemente, sou sim fruto de uma geração que aprendeu, erradamente, que atitudes machistas, invasivas e abusivas podem ser disfarçadas de brincadeiras ou piadas. Não podem. Não são. Aprendi nos últimos dias o que levei 60 anos sem aprender. O mundo mudou. E isso é bom. Eu preciso e quero mudar junto com ele. Este é o meu exercício. Este é o meu compromisso. Isso é o que eu aprendi. A única coisa que posso pedir a Susllen, às minhas colegas e a toda a sociedade é o entendimento deste meu movimento de mudança. Espero que este meu reconhecimento público sirva para alertar a tantas pessoas da mesma geração que eu, aos que pensavam da mesma forma que eu, aos que agiam da mesma forma que eu, que os leve a refletir e os incentive também a mudar. Eu estou vivendo a dolorosa necessidade desta mudança. Dolorosa, mas necessária. O que posso assegurar é que o José Mayer, homem, ator, pai, filho, marido, colega que surge hoje é, sem dúvida, muito melhor”.
Jorge Fernando luta para se recuperar das sequelas de AVC
O ator e diretor Jorge Fernando, que sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) no final de janeiro, ficou com sequelas que envolvem o sistema motor e a fala. Em entrevista para o diário carioca Extra, sua mãe Hilda Rabello explicou que ele está cercado por profissionais para que sua recuperação aconteça o mais breve possível. “Ele está fazendo fono e fisioterapia todos os dias. Já está falando melhor. Ele é uma pessoa muito ativa e sente falta da rotina dele”, afirmou. Segundo a publicação, Jorge só tem saído de casa para se consultar com médicos. Em sua casa, ele é assistido por dois enfermeiros que se revezam e uma cozinheira que prepara uma dieta específica. “Ele já estava em um processo de emagrecimento, mas perdeu bastante peso”, conta Hilda. Um de seus últimos trabalhos antes do AVC, o musical “Vamp”, estreia no teatro no próximo dia 17. No entanto, quem está dando os ajustes finais é um assistente de Jorge Fernando. “Ele não está em condições de trabalhar como sempre fez. O que ele precisa, a Maria, irmã dele, faz. Ele diz que uma é a mãe de reza, que sou eu, e a outra é a mãe de fazer”, revela Hilda. Por conta das sequelas, ele também deixou a direção de “Deus Salve o Rei”, novela prevista para estrear na Globo em janeiro, na faixa das 19h.
Galã dos anos 1980, Mário Gomes hoje vende sanduíches na praia
Um dos maiores galãs da Globo da década de 1980, Mário Gomes hoje depende da venda de sanduíches numa barraca de praia na Zona Sul do Rio de Janeiro para conseguir pagar suas despesas. O ator atuou em cerca de 30 novelas, como “Gabriela”, “O Pulo do Gato”, “Guerra dos Sexos”, “Vereda Tropical”, “O Sexo dos Anjos”, “Sex Appeal”, etc. E também esteve em clássicos do cinema brasileiro, como “O Cortiço” (1978), “Tabu” (1982) e “O Escorpião Escarlate” (1990). “Estou fazendo uma experiência. Me preparando para investir em food truck”, disse ele, que tem a companhia do filho, João, que toca violão para os clientes. “Fico bebendo minha cachaça e vendo esse visual da praia”, contou ele ao jornal Extra. Sua última novela foi “Pecado Mortal”, na Record, em 2013. Na época, o ator já enfrentava problemas financeiros. “Construí ao longo da minha carreira um patrimônio que me mantém. Obviamente tenho minhas dificuldades, mas sempre tem um coco pra gente vender. Estou aí para o que der e vier. Estou de pé. Não tenho nada contra ninguém, não sou saudosista. Mas tenho consciência da minha trajetória e da força do meu nome. Já fui o Neymar da televisão”, ressalta. Apesar dos sanduíches – e batatas fritas – ele não abandonou a atuação. Aos 65 anos, voltou a fazer filmes, aparecendo em “TOC: Transtornada Obsessiva Compulsiva”, lançado em fevereiro – seu primeiro longa em mais de duas décadas. E integra o elenco da série “Magnífica 70”, que vai para a 3ª temporada no canal pago HBO. Para completar, ainda faz um trabalho voluntário no Retiro dos Artistas, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, onde criou uma horta com os moradores de lá. “Recebi até ligação de Fernanda Montenegro me parabenizando”.
Bruna Marquezine teria recusado novelas para focar em carreira internacional
A atriz Bruna Marquezine (minissérie “Nada Será Como Antes”) teria recusado papéis em duas novelas da Globo para tentar a carreira internacional. Segundo a coluna de Ricardo Feltrin, do portal UOL, ela foi encorajada pelo namorado, o jogador Neymar, a sonhar alto. A coluna apurou que, durante as gravações sua participação em “xXx: Reativado”, o craque do Barcelona levou o nome, currículo e fotos da namorada à produção do filme Vin Diesel. E também teria pedido ajuda a Samuel L. Jackson, com quem contracena no longa, para divulgar o trabalho da atriz de 21 anos. Bruna estava cotada para papéis em novelas de Walcyr Carrasco (ainda este ano) e/ou Aguinaldo Silva (2018), mas, em vez disso, anunciou uma pausa que pode durar até dois anos, para estudar artes cênicas na Europa e mergulhar em aulas particulares de inglês e espanhol, visando a carreira internacional.
Globo abre mão do premiado diretor de Dois Irmãos e Velho Chico
Diretor da elogiada minissérie “Dois Irmãos” (2017) e da novela “Velho Chico” (2016), Luiz Fernando Carvalho não é mais profissional exclusivo da rede Globo. A emissora informou, por meio de comunicado, que o profissional, responsável por visuais marcantes em alguns de seus maiores sucessos, como “Renascer” (1993), “O Rei do Gado” (1996), “Os Maias” (2001), “Esperança” (2002) e “Capitu” (2008), agora será contratado por obra. Segundo o comunicado, enviado pela assessoria de comunicação do canal, Globo e Luiz Fernando Carvalho decidiram em comum acordo por este novo modelo de contrato, o que vai permitir que o diretor desenvolva projetos também com outros parceiros, além de poder se dedicar ao cinema. Como cineasta, ele dirigiu apenas um longa: “Lavoura Arcaica” (2001), vencedor do Festival de Brasília, da Mostra de São Paulo, do Festival de Cartagena e de Guadalajara. “A Globo continuará contando com o trabalho de Luiz Fernando Carvalho numa dinâmica como a que hoje tem com outros grandes diretores do mercado. Sempre que houver uma grande história para ser contada por Luiz Fernando Carvalho na Globo, a emissora e o diretor trabalharão juntos para levar o projeto ao ar”, diz Sergio Valente, diretor de Comunicação da emissora. O diretor trabalhava para a rede Globo há 30 anos.
Jorge Fernando sofre AVC e se afasta do trabalho
O ator e diretor Jorge Fernando sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) na semana passada. O profissional de 56 anos ficou internado no Hospital Samaritano, em Botafogo (zona sul do Rio de Janeiro), até a última sexta-feira (27/1) e já está se recuperando em casa. Por conta disso, encontra-se afastado do comando do vindouro musical “Vamp”. O derrame foi tratado pela família e por profissionais do musical com sigilo absoluto. O hospital Samaritano também não divulgou boletim médico sobre o estado de saúde e apenas confirmou a internação. A Globo, onde Fernando estrelou e dirigiu muitos projetos, limitou-se a dizer que ele já estava em casa. O UOL apurou que o diretor estava há quase três semanas afastado da peça, que estreia em 17 março no teatro Riachuelo, no Rio. Sem Jorge Fernando, o musical está sendo comandado pelo codiretor Diego Morais, que trabalhou com o colega em “Êta Mundo Bom”, novela das seis da Globo. Além do musical, inspirado na novela que ele próprio dirigiu em 1991, Fernando está escalado para “Anos Incríveis” (título provisório), novela das sete com previsão de estreia para janeiro de 2018. Como ator, seu último trabalho na Globo foi a série “Macho Man”, que ele protagonizou durante duas temporadas, entre 2011 e 2012. Já sua última direção de novela foi “Êta Mundo Bom”, da qual se afastou em junho do ano passado, por causa de uma forte crise renal. Pouco depois, em outubro, ele chegou a ficar 19 dias internado no Samaritano após sentir dores abdominais, sendo diagnosticado com pancreatite provocada por uma pedra na vesícula que havia se deslocado para o pâncreas.
Vic Militello (1943 – 2017)
A atriz Vic Militello, que marcou época na novela clássica “Estúpido Cupido” e conquistou novas gerações em “Florbella”, morreu neste sábado (28/1), aos 73 anos. Ela estava fazendo tratamento contra um câncer. Filha de artistas circenses, a paulistana Vicência Militello Martelli aprendeu a atuar no picadeiro, com os pais, Dirce Militello e Humberto Militello, apresentando-se em viagens pelo interior do Brasil. Não por acaso, firmou rapidamente sua carreira no teatro, destacando-se em “A Celestina” (1969) e “A Menina e o Vento” (1972), ao mesmo tempo em que dava os primeiros passos no cinema. A estreia na tela grande foi com participações em chanchadas de Fauzi Mansur, mas logo enveredou pelas pornochanchadas, sendo dirigida até por José Mojica Marin, o Zé do Caixão, no terror erótico “Como Consolar Viúvas (1976). Entre “O Poderoso Machão” (1974) e “Eu Faço… Elas Sentem” (1976), acabou encaixando um clássico do cinema brasileiro, “O Rei da Noite” (1975), de Hector Babenco, como uma das três irmãs apaixonadas pelo personagem-título, vivido por Paulo José. A repercussão do filme de Babenco lhe abriu as portas da rede Globo, onde foi logo escalada para viver seu papel mais famoso, como Joana D’Arc, a Daquinha, fazendo par romântico com Tony Ferreira na novela de época “Estúpido Cupido” (1976), sobre a juventude rebelde dos anos 1950. Sua carreira televisiva seguiu curiosa, indo enfrentar o Conde Drácula (ou melhor, Vladimir, vivido por Rubens de Falco) em “Um Homem Muito Especial” (1980), novela gótica romântica da Bandeirantes. Ao retornar para a Globo, conquistou destaque em parcerias com o autor de novelas Carlos Lombardi, que explorou seu lado cômico em papéis exóticos, como a enfermeira Theda Bara de “Vereda Tropical” (1984), a Dominatrix de “Uga Uga” (2000) e Vicky em “Kubanacan” (2003). Ela também participou das minisséries “Primo Basílio” (1988) e “Memorial de Maria Moura” (1994), antes de viver a governanta Helga da novela “Florbella” (na Band, em 2005) e a Mulher Barbada do “Sítio do Pica-Pau Amarelo” (2005-2007) Paralelamente, seguiu fazendo teatro e cinema, alternando dramas importantes como “Romance da Empregada” (1987), de Bruno Barreto, e “O Homem do Ano”, de José Henrique Fonseca, com projetos mais comerciais, entre eles “Xuxa e os Duendes 2: No Caminho das Fadas” (2002), e “Mais Uma Vez Amor” (2005), em que voltou a se reunir com Lombardi. Seu último trabalho foi na comédia “Amanhã Nunca Mais” (2011), de Tadeu Jungle. Como a sogra do protagonista, vivido por Lázaro Ramos, foi responsável pelas melhores tiradas da produção.










