Família revela causa da morte de Diane Keaton
Atriz vencedora do Oscar por “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” faleceu em 11 de outubro, aos 79 anos, em Los Angeles
Woody Allen publica homenagem a Diane Keaton: “Anos maravilhosos”
Cineasta relembra o relacionamento, as parcerias e a amizade com a atriz, que morreu aos 79 anos em Los Angeles
Diane Keaton, estrela de “O Poderoso Chefão” e “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”, morre aos 79 anos
Atriz premiada com o Oscar marcou o cinema americano e virou referência de estilo, com uma carreira que atravessou seis décadas
Tony Roberts, ator de vários filmes de Woody Allen, morre aos 85 anos
Ele foi parceiro frequente do diretor nova-iorquino e teve carreira extensa no cinema, teatro e TV
Shelley Duvall, estrela de “O Iluminado” e “Popeye”, morre aos 75 anos
Premiada como Melhor Atriz no Festival de Cannes por "3 Mulheres", ela faleceu devido a complicações do diabetes em sua casa no Texas
Woody Allen lamenta cancelamento e títulos “terríveis” de filmes no Brasil
Mesmo que eles o odeiem, Woody Allen disse que gostaria de rever os filhos Dylan e Ronan Farrow antes de morrer. A revelação foi feita na estreia da temporada deste ano do programa “Conversa com Bial”, da TV Globo, exibido na madrugada desta terça-feira (9). Os dois filhos foram afastados do convívio de Allen por Mia Farrow quando ainda eram crianças, nos anos 1990, em meio às acusações de abuso sexual do diretor contra a filha adotiva. “Estou aberto a encontrar com eles, ficaria feliz”, disse Allen no programa sobre os filhos. O cineasta afirmou que não reconheceria a filha, que não vê há 25 anos. Sobre Ronan, único filho biológico que teve com Mia Farrow (apesar dela recentemente afirmar que o filho é de Frank Sinatra), relatou estar distante há 20 anos e ver apenas por fotos. No programa, Bial lembrou as acusações contra o cineasta, que surgiram após ele se envolver com outra filha adotiva de Mia Farrow (mas não dele), Soon-Yi. Os dois estão casados desde 1997 e adotaram duas meninas (hoje adultas), que nunca reclamaram do pai. Bial lembrou que o cineasta foi alvo de duas investigações rigorosas e independentes e ambas concluíram que não houve abuso por parte dele contra a filha. No entanto, o caso voltou à tona recentemente, em meio ao movimento #MeToo, que originou uma campanha visceral de cancelamento contra Allen, com direito a artistas renegando suas participações em filmes do diretor, uma campanha que ainda tem novos ataques previstos, como uma vindoura minissérie documental produzida com apoio de Mia Farrow para a HBO. A tentativa de calar Allen, sem deixá-lo se defender, foi tão forte que quando ele resolveu contar seu lado numa autobiografia, Ronan ameaçou a editora Hachette nas redes sociais, capacitando os funcionários da empresa a protestarem contra a publicação da obra, até a editora desistir do lançamento. O livro saiu por outra empresa. Segundo Allen, quem participa de boicote contra ele está cometendo um erro. “Eles têm a impressão errada, é o que posso dizer.” O diretor procura um meio-termo ao afirmar que o movimento feminista #MeToo fez bem para as mulheres, mas afirmou que elas precisam ter mais cuidado e certeza sobre os seus alvos. Na entrevista, Allen também abordou a pandemia de coronavírus. “Não estou fazendo nada há dez meses”, disse, sobre como está lidando com a covid-19 em Nova York. Também contou que segue as recomendações da ciência e não foi diretamente afetado pelo vírus. Ele inclusive já tomou a primeira dose da vacina. Mas lamentou ter a rotina afetada pela necessidade de distanciamento social, considerando terrível ver lojas e restaurantes fechados. Allen também comentou um antigo convite do prefeito Eduardo Paes, em seu primeiro mandato, para que viesse filmar no Rio de Janeiro. Ele repetiu o que disse na época, que tudo dependia de ter uma boa ideia que incluísse a cidade. O que é difícil, pois não conhece o Rio e tem na cabeça a imagem de um lugar charmoso e musical como nos filmes de Carmen Miranda. Ele, entretanto, revelou ser fã de Machado de Assis. O diretor contou que passou a admirar o escritor brasileiro após ganhar o livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas” de uma desconhecida. “Aquela moça me fez um grande favor.” A entrevista se encerrou com outro tema brasileiro: as traduções, nem sempre felizes, dos títulos de filmes no Brasil. A reação de Allen ao ouvir de Bial a tradução de “Annie Hall”, de 1977, como “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” chegou a virar meme nas redes sociais. “É um título terrível”, disse, entre desapontado e conformado. O programa também atraiu a ira dos canceladores do Twitter nacional, inconformados com o “palco” dado a Woody Allen – repetindo nas redes sociais o que atualmente se vê em rede nacional no “BBB 21”.
Walter Bernstein (1919 – 2021)
O roteirista Walter Bernstein, que transformou sua amarga experiência na lista negra de Hollywood na comédia “Testa-de-Ferro por Acaso”, morreu na sexta-feira (22/1) aos 101 anos. Nascido no Brooklyn, em Nova York, Bernstein ingressou no Partido Comunista enquanto estudava na universidade de Dartmouth, e esse ímpeto estudantil acabou lhe custando perseguição política e desemprego, mesmo tendo servido, de forma patriótica, no Exército dos Estados Unidos durante a 2ª Guerra Mundial. Depois de escrever um livro sobre suas aventuras na guerra, “Keep Your Head Down”, ele resolveu seguir para Hollywood, onde ajudou na adaptação do clássico noir “Amei um Assassino” (1948). Mas ao mesmo tempo o senador Joseph McCarthy e o Comitê de Atividades Não Americanas da Câmara estavam iniciando uma caça às bruxas para erradicar os comunistas do showbusiness, que atropelaria a carreira nascente do jovem roteirista. “Eu estava escrevendo uma série para a CBS, chamada ‘Danger’, escrevendo muito feliz para eles”, disse o roteirista numa entrevista ao site The Hollywood Reporter. “Até que, um dia, o produtor Charles Russell me disse: ‘Há um problema aqui, você tem que colocar outro nome no roteiro. Eu não sei [o que está acontecendo], eles me disseram lá em cima que não podem usar mais você.” O nome de Bernstein apareceu na lista negra, num boletim com nomes de supostos comunistas que trabalhavam em Hollywood, no verão de 1950. A única maneira de continuar sua carreira seria trair os colegas, testemunhar e apontar outros esquerdistas de Hollywood. Mas ele se recusou. Para sua sorte, o produtor de “Danger” e alguns de seus diretores, como o futuro cineasta Sidney Lumet, decidiram arriscar suas próprias carreiras para lhe oferecer uma saída. Eles permitiram que ele continuasse escrevendo secretamente com um pseudônimo. Um dos produtores da série – e outro futuro cineasta – Martin Ritt também foi mantido na atração desta forma. Charles Russell, inclusive, convidou Bernstein a escrever para outro programa, o jornalístico “You Are There”, apresentado pelo mais famoso telejornalista dos EUA, Walter Cronkite. E assim Bernstein sobreviveu ao desemprego nos anos 1950. Da mesma forma, ele desenvolveu roteiros de filmes sem receber créditos, incluindo o famosíssimo western “Sete Homens e um Destino” (1960). Até que Sidney Lumet resolveu acabar com aquele absurdo. O diretor convenceu o produtor italiano Carlo Ponti que Bernstein era o melhor roteirista para um filme que ele faria com Sofia Loren, “Mulher Daquela Espécie”. Sem se importar com política americana, Ponti autorizou a contratação e os créditos, acabando com o bloqueio da lista negra em 1959. Meses depois, Kirk Douglas fez o mesmo em “Spartacus”, revelando o nome do roteirista Dalton Trumbo, e uma página vergonhosa de cerceamento de direitos e perseguição às liberdades foi superada nos EUA. Livre para trabalhar, Bernstein fez parceria com o colega de lista negra Martin Ritt em “Paris Vive à Noite” (1961), uma ode ao jazz estrelada por Paul Newman, Joanne Woodward e Sidney Poitier. E entregou um de seus melhores roteiros para Sidney Lumet a seguir, “Limite de Segurança” (1964), clássico sobre o perigo nuclear da Guerra Fria, com Henry Fonda no papel de presidente dos EUA. Depois, escreveu o thriller de ação “O Trem” (1964), dirigido por John Frankenheimer, com quem também tinha trabalhado de forma incógnita na série “Danger”. E foi arriscar com Ritt um tema abertamente comunista em “Ver-te-ei no Inferno” (1970), estrelado por Sean Connery, sobre mineiros do século 19 em luta por melhores condições de trabalho. A parceria dos dois ex-integrantes da lista negra chegou ao auge em “Testa-de-Ferro por Acaso” (1976), no qual decidiram contar suas experiências durante o período da caça às bruxas. O filme ainda juntou ao grupo Zero Mostel, ator que sofreu a mesma perseguição política e sentiu o desemprego na pele – algumas das histórias que seu personagem vive, Mostel viveu na vida real. O plano original era apresentar o longa como uma grande tragédia, usando elementos da história de Philip Loeb, um ator na lista negra que cometeu suicídio após ser banido da indústria. Mas os executivos da Columbia Pictures acharam alguns trechos engraçados e decidiram que o filme funcionaria melhor como comédia. Para tanto, sondaram Woody Allen para o papel principal e ele surpreendentemente aceitou, tornando o filme um raro projeto que Allen estrelou sem escrever ou dirigir durante sua ascensão como autor – que lhe daria o Oscar um ano depois. “Testa-de-Ferro por Acaso” foi aclamado pela crítica e rendeu a Bernstein sua única indicação ao Oscar de Melhor Roteiro. O filme também foi indicado ao prêmio do Sindicato dos Roteiristas, assim como o trabalho seguinte do escritor, a comédia “A Disputa dos Sexos” (1977), estrelada por Burt Reynolds. Além disso, Woody Allen gostou tanto do texto de Bernstein que decidiu homenageá-lo, convidando-o a fazer uma participação especial em “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” (1977), grande vencedor do Oscar 1978. Bernstein ainda adaptou o drama de guerra “Os Yankees Estão Voltando” (1979) para o diretor John Schlesinger, antes de decidir dirigir seu próprio filme, a comédia infantil “A Garotinha que Caiu do Céu” (1980). Entretanto, sua carreira cinematográfica não passou dos anos 1980, encerrando-se com o suspense neo-noir “Pesadelo na Rua Carroll” (1987), novamente sobre a lista negra, e a comédia besteirol “Uma Alucinante Viagem” (1988), com Dan Aykroyd e Walter Matthau. Mas ele não se aposentou. Passou a dar aulas de roteiro em três universidades distintas e continuou trabalhando para a TV até ultrapassar os 90 anos de idade. O roteirista voltou a dirigir (o telefilme “Homens e Mulheres 2 – Um Jogo de Sedução”, de 1991), foi indicado ao Emmy (pelo roteiro de “Miss Evers’ Boys”, de 1997) e até criou uma série (“Hidden”, em 2011 no Reino Unido). Sua despedida das telas, porém, foi diante das câmeras. Ele atuou pela segunda vez na vida em “Indignação” (2016), de James Schamus, com 97 anos.
Charles Levin (1949 – 2019)
O corpo de Charles Levin, que atuou em séries dos anos 1980 e 1990, foi encontrado em um lugar remoto, numa estrada afastada e com pouco uso no estado do Oregon, onde seu carro atolou. O ator de 70 anos estava desaparecido. De acordo com a CNN, Levin estava em processo de mudança de casa na última semana, quando seu filho notificou seu desaparecimento na segunda-feira passada (8/7) às autoridades. Ele estava com seu cão, um pug chamado Boo Bear, que foi encontrado morto no carro. Levin estava a alguns metros de distância do veículo em um terreno acidentado, de difícil acesso. O ator apareceu em vários sucessos do cinema, sempre em papéis pequenos, que variavam de mero figurante mudo a coadjuvante secundário. Entre os títulos de sua filmografia encontram-se dois clássicos de Woody Allen, “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” (1977) e “Manhattan” (1979). Repleta de comédias, a lista também inclui o cultuado “Isto é Spinal Tap” (1984) e as Sessões da Tarde “O Homem do Sapato Vermelho” (1985) e “O Rapto do Menino Dourado” (1986). Ele conseguiu maior destaque na televisão, onde se alternou entre participações especiais e papéis recorrentes em diversos sucessos e audiência. Seus trabalhos mais relevantes aconteceram em produções da dupla David Milch e Steven Bochco, dois dos mais importantes criadores de séries americanas. Teve papel recorrente em “Chumbo Grosso” (Hill Street Blues), criação de Bochco que revolucionou as séries policiais entre 1981 e 1987, e chegou a integrar o elenco fixo de “Capital News”, sobre repórteres de Washington, lançada por Milch em 1990, que durou apenas uma temporada. Os dois produtores se juntaram famosamente para dar origem a um dos maiores fenômenos da TV, “Nova Iorque Contra o Crime” (NYPD Blue) em 1993, que contou com importante participação de Levin, no papel do promotor Maury Abrams, em suas três primeiras temporadas. Mas talvez o ator seja mais lembrado por uma curta e hilária aparição num capítulo de “Seifeld” de 1993, no qual interpretou um nervoso “mohel” – pessoa que executa a circuncisão, segundo a lei judaica. Levin deixou de atuar em 1998, após aparecer na série “Lei & Ordem” e no drama jurídico “A Qualquer Preço” (1998), estrelado por John Travolta, mudando-se para o Oregon.






