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    Festival de Cannes começa com polêmica, volta de brasileiros e recorde de cineastas femininas

    16 de maio de 2023 /

    O 76º Festival de Cannes inicia nesta terça-feira (16/5), em meio a críticas e mudanças. Após uma versão simbólica em 2020 e uma mais enxuta em 2021, o festival reconquista neste ano o seu posto como a maior e mais glamourosa plataforma da indústria no planeta. Saudado por sua importância na revelação de grandes obras, que pautarão o olhar cinematográfico pelo resto do ano, o evento francês também costuma enfrentar críticas por elencar personalidades envolvidas em escândalos. Neste ano, o evento abrirá com a exibição do drama histórico “Jeanne du Barry” (fora de competição), estrelado por Johnny Depp (“Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindewald”), que está recuperando sua imagem após ser acusado de agredir e violentar sua ex-esposa, Amber Heard. Em relação às críticas, o diretor do evento, Thierry Fremaux, afirmou não se importar com o julgamento do ator. “Não conheço a imagem de Johnny Depp nos Estados Unidos. Não sei o que é, Johnny Depp só me interessa como ator. Sou a pessoa menos indicada para falar de tudo isso, porque se há alguém que não se interessou por este mesmo julgamento midiático, sou eu”, declarou Frémaux. Esta não é a primeira vez que o evento é criticado por ignorar pautas femininas. O festival, que estendeu tapete vermelho para Woody Allen exibir “Meia-Noite em Paris” e “Café Society” (durante o auge do #MeToo), também “perdoou” o cineasta Lars von Trier (“Melancolia”), acusado pela cantora Björk de assédio sexual. Neste ano, porém, há uma pequena mudança: dentre os 19 filmes competindo pela Palma de Ouro (premiação máxima), seis deles são dirigidos por mulheres – um recorde para o festival. São eles: “Club Zero” de Jessica Hausner; “Les Filles D’Olfa” de Kaouther Ben Hania; “Anatomie D’une Chute” de Justine Triet; “La Chimera” de Alice Rohrwacher; “L’Ete Dernier” de Catherine Breillat e “Banel Et Adama” de Ramata-Toulaye Sy. O Festival de 2023 também bateu recorde de mulheres selecionadas fora da competição principal – ou seja, incluindo mostras alternativas como a Un Certain Regard e exibições especiais. São 14 títulos dirigidos por mulheres entre os 51 anunciados. Depois da ausência no ano passado, o cinema brasileiro também retorna em grande estilo em 2023. O país está sendo representado por quatro longas-metragens na programação: “A Flor do Buriti” , dirigido por João Salaviza (“Russa”) e Renée Nader Messora (“Chuva e Cantoria na Aldeia dos Mortos”), na mostra Um Certo Olhar; “Levante”, de Lillah Halla (“Menarca”), na Semana da Crítica; “Nelson Pereira dos Santos — Uma Vida de Cinema”, dirigido por Aída Marques (“Estação Aurora”) e Ivelise Ferreira (“A Música Segundo Tom Jobim”), na Cannes Classics; e “Retratos Fantasmas”, de Kleber Mendonça Filho (“Bacurau”), nas Sessões Especiais. Para completar, o cineasta cearense Karim Aïnouz (“A Vida Invisível”) dirige a produção britânica “Firebrand”, que está competindo pela Palma de Ouro. Aïnouz comentou sobre a importância da exibição de longas brasileiros no festival. “É lindo ter essa presença brasileira em Cannes este ano. É importante estarmos de volta à arena cinematográfica internacional”, disse ao jornal O Globo. “Confesso que ficaria mais feliz ainda se ‘Firebrand’ fosse inteiramente brasileiro. Mas tudo bem, a alma dele é brasileira, tem muito calor, independentemente de falar sobre a família real inglesa do século XVI”, completou. O programa apresenta ainda uma seleção de destaque do cinema internacional, incluindo renomados diretores como Wim Wenders (“Papa Francisco: Um Homem de Palavra”), Wes Anderson (“A Crônica Francesa”), Ken Loach (“Eu, Daniel Blake”), Nuri Bilge Ceylan (“A Árvore dos Frutos Selvagens”), Todd Haynes (“Carol”), Nanni Moretti (“Habemus Papam”), Pedro Almodóvar (“Mães Paralelas”), Steve McQueen (“12 Anos de Escravidão”) e Marco Bellocchio (“O Traidor”), juntamente com jovens cineastas de diferentes origens. Além disso, duas aguardadas superproduções de Hollywood estão programadas para terem sua estreia na pequena cidade da Riviera Francesa: “Indiana Jones e a Relíquia do Destino”, o quinto e último capítulo da famosa franquia estrelada por Harrison Ford (“Falando a Real”), e “Assassinos da Lua das Flores”, dirigido por Martin Scorsese (“As Últimas Estrelas do Cinema”) e estrelado por Leonardo DiCaprio (“Não Olhe para Cima”). A recém-empossada presidente do festival Iris Knobloch comentou sobre o evento ao anunciar o programa. “Poderíamos falar de uma volta às origens, mas eu prefiro dizer que Cannes está de volta para o futuro. Cannes oferece uma fotografia do presente cinematográfico, e a seleção dá uma ideia do que agita o cinema neste momento. É um programa estética e geograficamente abrangente. Os filmes e o público estão de volta aos cinemas”, destacou. Confira abaixo a lista atualizada dos títulos em competição nas principais mostras do evento. Concorrentes à Palma de Ouro Club Zero – Jessica Hausner The Zone of Interest – Jonathan Glazer Fallen Leaves – Aki Kaurismaki Les Filles D’Olfa – Kaouther Ben Hania Asteroid City – Wes Anderson Anatomie d’Une Chute – Justine Triet Monster – Kore-Eda Hirokazu Il Sol dell’Avvenire – Nanni Moretti L’Été Dernier – Catherine Breillat Kuru Otlar Ustune – Nuri Bilge La Chimera – Alice Rohrwacher La Passion de Dodin Bouffant – Tran Anh Hun Rapito – Marco Bellocchio May December – Todd Haynes Jeunesse – Wang Bing The Old Oak – Ken Loach Banel e Adama – Ramata-Toulaye Sy Perfect Days – Wim Wenders Firebrand – Karim Aïnouz Filmes indicados ao prêmio Un Certain Regard Le Règne Animal – Thomas Cailley Los Delincuentes – Rodrigo Moreno How to Have Sex – Molly Manning Walker Goodbye Julia – Mohamed Kordofani Kadib Abyad – Asmae El Moudir Simple Comme Sylvain – Monia Chokri A Flor do Buriti – João Salaviza e Renée Nader Messora Los Colonos – Felipe Gálvez Augure – Baloji Tshiani The Breaking Ice – Anthony Chen Rosalie – Stéphanie Di Giusto The New Boy – Warwick Thornton If Only I Could Hibernate – Zoljargal Purevdash Hopeless – Kim Chang-hoon Terrestrial Verses – Ali Asgari e Alireza Khatami Rien à Perdre – Delphine Deloget Les Meutes – Kamal Lazraq Filmes que serão exibidos no Festival de Cannes 2023 Jeanne Du Barry – Maïwenn (abertura do festival) Indiana Jones e o Chamado do Destino – James Mangold (fora de competição) Cobweb – Kim Jee-woon (fora de competição) The Idol – Sam Levinson (fora de competição) Killers of the Flower Moon – Martin Scorsese (fora de competição) Kennedy – Anurag Kashyap (sessão da meia-noite) Omar la Fraise – Elias Belkeddar (sessão da meia-noite) Acide – Just Philippot (sessão da meia-noite) Kubi – Takeshi Kitano (Cannes Première) Bonnard, Pierre et Marthe – Martin Provost (Cannes Première) Cerrar Los Ojos – Victor Erice (Cannes Première) Le Temps d’Aimer – Katell Quillévéré (Cannes Première) Man in Black – Wang Bing (sessões especiais) Occupied City – Steve McQueen (sessões especiais) Anselm (Das Rauschen der Zeit) – Wim Wenders (sessões especiais) Retratos Fantasmas – Kleber Mendonça Filho (sessões especiais)

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    Festival de Cannes celebra volta ao cinema

    6 de julho de 2021 /

    O Festival de Cannes começa sua edição de 2021 nesta terça (6/7), estendendo seu tapete vermelho inaugural para a projeção de “Annette”. A ópera rock de Leos Carax, estrelada por Adam Driver, Marion Cotillard e com trilha da banda Sparks, abre a programação do evento, que seguirá com muitas exibições até o dia 17 de julho. Após o cancelamento do ano passado, devido à pandemia de covid-19, o clima deste ano é de celebração. Cannes quer aproveitar a participação presencial do público, astros e cineastas para comemorar a reabertura dos cinemas e a volta do público às sessões. Mas é bastante simbólico que esta festa esteja acontecendo sem a presença da Netflix ou de longas brasileiros em seu Palácio. Em plena pandemia, o festival francês manteve seu veto aos filmes de streaming, embora toda a indústria cinematográfica, incluindo o Oscar e festivais rivais de igual prestígio, tenham aberto suas portas às formas alternativas de exibição cinematográfica. A situação levou o chefe do festival, Thierry Fremaux, a ter que se justificar, citando “regras” da competição – mas até o Oscar mudou suas regras durante a pandemia. Ele também reiterou convite para a Netflix apresentar seus filmes fora de competição no festival, uma condição que a plataforma já recusou anteriormente, por considerar desrespeitoso com os cineastas de suas produções. Premiado na última competição presencial do festival com “Bacurau”, o Brasil, por sua vez, está representado na disputa da Palma de Ouro de 2021 somente pela participação nos bastidores de um dos diretores daquele filme, Kleber Mendonça Filho, convidado a integrar o júri presidido por Spike Lee. Mendonça é um dos artistas que escolherão os melhores trabalhos do evento. A ausência de longas brasileiros na competição do Palácio dos Festivais já é reflexo do desastre cultural do governo Bolsonaro, que implodiu o cinema nacional com o fim de patrocínios e financiamentos, retendo até o dinheiro arrecadado do próprio mercado, cerca de R$ 2 bilhões em taxas cobradas via Condecine e Fistel que deveriam alimentar o inativo Fundo Setorial do Audiovisual. Mesmo assim, dois curtas brasileiros foram selecionados para a disputa da Palma de Ouro de sua categoria: “Sideral”, de Carlos Segundo, e “Céu de Agosto”, de Jasmin Tenucci. Produção do Rio Grande do Norte, “Sideral” contou com ajuda financeira da Lei Aldir Blanc, solução encontrada pelo Congresso para apoiar parcialmente projetos paralisados pela inoperância da Ancine sob o governo Bolsonaro, enquanto “Céu de Agosto” teve première no Festival de Tiradentes deste ano. Já a programação de longas da competição destaca “A Crônica Francesa” (The French Dispatch), de Wes Anderson, que segue a linha de “O Grande Hotel Budapeste” e reúne um grande elenco para viver repórteres de um jornal francês de expatriados, e “Benedetta”, drama erótico do veterano diretor holandês Paul Verhoeven (de “Instinto Selvagem”) sobre uma freira do século 17 que sofre com visões místicas e tentação sexual. Ambos deveriam ter integrado a edição do ano passado, que não aconteceu devido à pandemia. Além desses, outros títulos com première mundial em Cannes incluem os novos trabalhos do americano Sean Penn (“Na Natureza Selvagem”), do italiano Nanni Moretti (“O Quarto do Filho”), do iraniano Asghar Farhadi (“A Separação”), do russo Kirill Serebrennikov (“O Estudante”), do dinamarquês Joachim Trier (“Mais Forte que Bombas”), do tailandês Apichatpong Weerasethakul (“Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas”), do australiano Justin Kurzel (“Macbeth: Ambição e Guerra”) e dos franceses François Ozon (“Frantz”), Jacques Audiard (“Ferrugem e Osso”), Bruno Dumont (“Camille Claudel 1915”), Mia Hansen-Love (“Eden”) e Leos Carax (“Holy Motors”). E vale observar que a nova obra de Hansen-Love, “Bergman Island”, apesar de ter equipe totalmente europeia, foi feita com investimento da produtora paulista RT Features. Entre os destaques das premières fora da competição, Oliver Stone traz à Croisette uma versão retrabalhada de “JFK – A Pergunta que Não Quer Calar”, de 1991, com cenas inéditas, o cineasta Todd Haynes (“Carol”) apresenta seu documentário sobre a banda The Velvet Underground e a atriz Charlotte Gainsbourg (“Ninfomaníaca”) estreia na direção com um documentário sobre sua mãe, a icônica estrela de cinema Jane Birkin (“A Bela Intrigante”). São nas sessões especiais e paralelas que se encontram os únicos longas de diretores brasileiros de toda a programação. Com exibição fora de competição, “O Marinheiro das Montanhas” resgata a história de amor dos pais do diretor Karim Ainouz (“A Vida Invisível”), enquanto “Medusa”, segundo longa de Anita Rocha da Silveira (“Mate-me Por Favor”), foi incluído na Quinzena dos Realizadores – é a única produção 100% brasileira, da Bananeira Filmes, com incentivos que antecedem o advento de Bolsonaro. Também na Quinzena, “Murina”, da croata Antoneta Alamat Kusijanovic, e “O Empregado e o Patrão”, do uruguaio Manuel Nieto Zas (Manolo Nieto), são outras coproduções brasileiras no festival, assim como “Noche de Fuego”, da salvadorenha/mexicana Tatiana Huezo, selecionado na mostra Um Certo Olhar e coproduzido pelo cineasta brasileiro Gabriel Mascaro. Foram as últimas obras realizadas antes que sumissem os editais e linhas de financiamento que permitiam aos produtores brasileiros injetar recursos em produções estrangeiras. Além de projetar filmes inéditos, o evento francês ainda prestará homenagens à atriz e diretora americana Jodie Foster (“O Silêncio dos Inocentes”) e ao cineasta italiano Marco Bellocchio (“Em Nome do Pai”) com Palmas de Ouro honorárias pelas realizações de suas carreiras. Entretanto, quem parece ser o grande homenageado do 74º festival é Spike Lee. O rosto do diretor nova-iorquino, extraído de uma campanha da Nike com o personagem de seu primeiro longa, “Ela Quer Tudo” (1986), ocupa cartazes, a marquise do Palácio, a decoração da sala de imprensa e toda a divulgação do evento. Só que ele não vai ganhar uma Palma honorária nem lançar um novo filme. Spike Lee vai entregar a Palma de Ouro oficial ao melhor filme, como presidente do júri. Ele é o primeiro artista preto a ocupar a presidência do festival francês e terá a difícil tarefa de suceder o diretor mexicano Alejandro González Iñárritu (“O Regresso”), que presidiu a premiação com louvor em 2019, apresentando ao mundo “Parasita”, do sul-coreano Bong Joon Ho, vencedor da Palma de Ouro em 2019 e, posteriormente, do Oscar em 2020.

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    Seleção do Festival de Cannes barra Netflix em plena pandemia

    3 de junho de 2021 /

    A organização do Festival de Cannes anunciou nesta quarta (3/5) os 24 filmes que vão disputar a Palma de Ouro em 2021. E a lista chama atenção por expressar a continuidade do boicote do evento à Netflix. Em plena pandemia, o festival francês manteve seu veto aos filmes de streaming, embora toda a indústria cinematográfica, incluindo o Oscar, e festivais rivais de igual prestígio tenham aberto suas portas às formas alternativas de exibições cinematográficas. Embora seja resultado de pressão dos exibidores franceses, a postura está sendo chamada abertamente de “elitista” por seu preciosismo, que contrasta com a realidade do coronavírus. A situação levou o chefe do festival, Thierry Fremaux, a ter que se justificar, citando “regras” da competição – de novo, até o Oscar mudou suas regras durante a pandemia. Ele também reiterou convite para a Netflix apresentar seus filmes fora de competição no festival, uma condição que a plataforma já recusou anteriormente, por considerar desrespeitoso com os cineastas de seus filmes. “O festival tem uma regra que estabelece que os filmes em competição devem ter um lançamento cinematográfico local”, disse Fremaux, citando o impasse. “A Netflix deseja ter seus filmes em competição e em sua plataforma.” Por conta disso, o próprio diretor do festival revelou que “havia dois filmes potenciais” de sua seleção que agora “podem ir para outros festivais”. “Lamentamos não ter sido possível negociar sua presença fora da competição”, acrescentou. Ao vetar a Netflix, Cannes deixou de fora os novos filmes da neozelandesa Jane Campion (“O Piano”) e do italiano Paolo Sorrentino (“A Grande Beleza”). No caso de Campion, a perda é especialmente sentida porque a competição deste ano tem menos cineastas femininas (apenas 4, contra 20 homens) que outros festivais. Já os filmes selecionados destacam “A Crônica Francesa” (The French Dispatch), de Wes Anderson, que segue a linha de “O Grande Hotel Budapeste” e reúne um grande elenco para viver repórteres de um jornal francês de expatriados, e “Benedetta”, drama erótico do veterano diretor holandês Paul Verhoeven (de “Instinto Selvagem”) sobre uma freira do século 17 que sofre com visões místicas e tentação sexual. Ambos deveriam integrar a edição do ano passado, que acabou cancelada devido à pandemia. Além deles, outros títulos com première mundial em Cannes incluem os novos trabalhos do americano Sean Penn (“Na Natureza Selvagem”), do italiano Nanni Moretti (“O Quarto do Filho”), do iraniano Asghar Farhadi (“A Separação”), do russo Kirill Serebrennikov (“O Estudante”), do dinamarquês Joachim Trier (“Mais Forte que Bombas”), do tailandês Apichatpong Weerasethakul (“Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas”), do australiano Justin Kurzel (“Macbeth: Ambição e Guerra”) e dos franceses François Ozon (“Frantz”), Jacques Audiard (“Ferrugem e Osso”), Bruno Dumont (“Camille Claudel 1915”), Mia Hansen-Love (“Eden”) e Leos Carax (“Holy Motors”). O evento será aberto com a projeção de “Annette”, um musical de Carax, estrelado por Adam Driver, Marion Cotillard e com trilha da banda de rock Sparks. Entre os títulos previstos para exibição fora da competição, Oliver Stone traz à Croisette uma versão retrabalhada de “JFK – A Pergunta que Não Quer Calar”, de 1991, com cenas inéditas, o cineasta Todd Haynes (“Carol”) apresenta seu documentário sobre a banda The Velvet Underground e a atriz Charlotte Gainsbourg (“Ninfomaníaca”) estreia na direção com um documentário sobre sua mãe, a icônica estrela de cinema Jane Birkin (“A Bela Intrigante”). Também nas sessões especiais haverá a projeção do único filme dirigido por brasileiro na programação, “O Marinheiro das Montanhas”, de Karim Ainouz (“A Vida Invisível”). O evento francês vai acontecer neste ano de 6 a 17 de julho, dois meses mais tarde que sua data tradicional, e também prestará uma homenagem à atriz e diretora Jodie Foster (“O Silêncio dos Inocentes”) com uma Palma de Ouro honorária pelas realizações de sua carreira. Confira abaixo a lista dos filmes que disputarão a Palma de Ouro oficial diante do júri presidido pelo cineasta Spike Lee (“Infiltrado na Klan”), as obras da principal mostra paralela e as sessões especiais, fora da competição de Cannes. COMPETIÇÃO “Annette”, de Leos Carax “Flag Day”, de Sean Penn “Tout S’est Bien Passé”, de François Ozon “A Hero”, de Asghar Farhadi “Tre Piani”, de Nanni Moretti “Titane”, de Julia Ducournau “A Crônica Francesa”, de Wes Anderson “Red Rocket”, de Sean Baker “Petrov’s Flu”, de Kirill Serebrennikov “France”, de Bruno Dumont “Nitram”, de Justin Kurzel “Memoria”, de Apichatpong Weerasethakul “Les Olympiades”, de Jacques Audiard “Benedetta”, de Paul Verhoeven “La Fracture”, de Catherine Corsini “The Restless”, de Joachim Lafosse “Lingui”, de Mahamat-Saleh Haroun “The Worst Person In The World”, de Joachim Trier “Bergman Island”, de Mia Hansen-Love “Drive My Car”, de Ryusuke Hamaguchi “Ahed’s Knee”, de Nadav Lapid “Casablanca Beats”, de Nabil Ayouch “Compartment No. 6”, de Juho Kuosmanen “The Story Of My Wife”, de Ildiko Enyedi FORA DE COMPETIÇÃO “De Son Vivant”, de Emmanuelle Bercot “Stillwater”, de Tom McCarthy “The Velvet Underground”, de Todd Haynes “Bac Nord”, de Cédric Jiminez “Aline”, de Valérie Lemercier “Emergency Declaration”, de Han Jae-Rim SESSÃO DA MEIA-NOITE “Bloody Oranges”, de Jean-Christophe Meurisse CANNES PREMIERES “Evolution”, de Kornel Mundruczo “Cow”, de Andrea Arnold “Mothering Sunday”, de Eva Husson “Love Songs For Tough Guys”, de Samuel Benchetrit “In Front Of Your Face”, de Hong Sang-soo “Hold Me Tight”, de Mathieu Amalric “Deception”, de Arnaud Desplechin “Val”, dirs: Ting Poo”, Leo Scott “JFK Revisited: Through The Looking Glass”, de Oliver Stone *”Jane By Charlotte”, de Charlotte Gainsbourg SESSÕES ESPECIAIS *”H6″, de Yi Yi “Black Notebooks”, de Shlomi Elkabetz “O Marinheiro das Montanhas”, de Karim Ainouz “Babi Yar. Context”, de Sergei Loznitsa “The Year Of The Everlasting Storm”, de Jafar Panahi, Anthony Chen, Malik Vitthal, Laura Poitras, Dominga Sotomayor, David Lowery, Apichatpong Weerasethakul MOSTRA UM CERTO OLHAR (UN CERTAIN REGARD) “The Innocents”, de Eskil Vogt “After Yang”, de Kogonada “Delo”, de Alexey German Jr “Bonne Mere”, de Hafsia Herzi “Noche De Fuego”, de Tatiana Huezo *”Lamb”, de Vladimar Johansson *”Un Monde”, de Laura Wandel *”Freda”, de Gessica Généus *”Moneyboys”, de CB Yi “Blue Bayou”, de Justin Chon “Commitment Hasan”, de Hasan Semih Kaplanoglu “Rehana Maryam Noor”, de Abdullah Mohammad Saad “Let There Be Morning”, de Eran Kolirin “Unclenching The Fists”, de Kira Kovalenko *”La Civil”, de Ana Mihai “Women Do Cry”, de Mina Mileva”, Vesela Kazakova Os filmes identificados com * são de diretores estreantes e por isso concorrem ao prêmio especial Câmera de Ouro (Camera d’Or) do festival.

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    Mia Madre exibe o talento de Nanni Moretti para retratar a vida e a morte

    17 de dezembro de 2015 /

    Nanni Moretti é um realizador italiano de grande talento e sensibilidade, capaz de mostrar o cotidiano da vida ao lado das questões políticas e filosóficas que o envolvem, no drama ou na comédia. Seu humor é inteligente, muito crítico, seu jeito de lidar com as emoções, muito verdadeiro. Não há perfumaria nos seus filmes, tudo é importante. Até o que não parece ser, o que é mais banal. A obra cinematográfica do cineasta relaciona o pessoal e o político em personagens como o próprio Papa, no seu filme anterior, “Habemus Papam” (2011). Ou o cinema e Berlusconi, em “O Crocodilo” (2006), a vida pessoal e a cidade de Roma, em “Caro Diário” (1993), entre outros. “Mia Madre”, seu mais recente trabalho, dialoga com um de seus melhores filmes anteriores, “O Quarto do Filho” (2001). Nos dois casos, é de perda e de luto que se trata. Tema difícil, doloroso, que exige cuidado no trato. Moretti transita muito bem nesse terreno e sem perder o humor. Margherita (Margherita Buy) é a protagonista da história. Diretora de cinema, está realizando um longa-metragem que discute questões políticas atuais, como a luta pela manutenção do emprego, o enfrentamento da repressão da polícia, os interesses econômicos do capital. Rigorosa e exigente, encontra problemas na atuação e no relacionamento com um astro internacional que incluiu em seu filme, Barry Huggins (John Turturro). Em meio à lida com seu ofício, Margherita tem de tratar de questões pessoais importantes: a mãe está muito doente, hospitalizada, exigindo cuidados. Ela compartilha essa tarefa, as decisões e os sentimentos que a envolvem, com seu irmão Giovanni (o próprio Moretti). Enquanto isso, sua filha vive a adolescência e tem um forte vínculo com a avó, que sempre a ajudou no estudo do latim. A proximidade da morte faz com que todos tenham de lidar com a perda de uma pessoa querida, que sempre foi forte, decidida, uma educadora e intelectual de mão cheia, sempre lembrada e procurada por ex-alunos. O filme explora a dimensão da realidade da cineasta, ao mesmo tempo em que traz à tona suas memórias e reflexões, suas inseguranças, medos e sonhos. Tudo tão amalgamado que chega a se confundir. A memória muitas vezes nos trai, a realidade dela é parcial, fragmentada. Nossos desejos se misturam com nossas percepções, os fatos, com a imaginação, tudo pode mesclar-se. E, no entanto, a vida exige de nós objetividade, quase o tempo todo. Essa dimensão fluída do real é muito bem captada pelo cinema de Nanni Moretti e é um dos pontos altos do filme. A atriz Margherita Buy (retomando a parceria de “O Crocodilo”) tem excelente atuação ao protagonizar essa trama. John Torturro (“Amante a Domicílio”) dá um ótimo toque de estranheza e humor ao personagem do ator-problema estrangeiro, que é também uma figura adorável, apesar de tudo. Moretti como ator tem agora um papel um pouco menor, mas igualmente importante na narrativa. A atriz veterana Giulia Lazzarini (“Grazie di Tutto”), no papel de Ada, a mãe doente, atua com uma placidez muito apropriada à figura retratada e aos seus momentos finais de vida. “Mia Madre” não tem a mesma força mobilizadora de grandes emoções de “O Quarto do Filho”, mas isso também tem a ver com a questão retratada. A perda de um filho jovem é mais importante e demolidora do que a perda de uma mãe já idosa. Aqui, algo da ordem natural das coisas segura o desespero da perda. Tudo acaba se dando de um modo mais sereno, ou um pouco menos perturbado. Mas são momentos decisivos na vida das pessoas. Sofridos e complexos. É o fluxo da vida. Que o cinema de Moretti retrata com dignidade e ajudar a compreender.

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    Nanni Moretti busca expiação com o tocante Mia Madre

    17 de dezembro de 2015 /

    O cinema de Nanni Moretti resiste à fraqueza da produção italiana atual, usando de sensibilidade para tratar de assuntos tão pessoais e ao mesmo tempo tão universais, como questões políticas e familiares. A política passa apenas de leve em “Mia Madre”, seu filme mais recente, mas as questões afetivas estão presentes com muita força na história. O filme segue uma cineasta que precisa lidar com a rotina difícil de sua profissão em um momento particularmente complicado de sua vida, em meio a uma separação e à doença de sua mãe, que se esvai aos poucos, internada em um hospital. Moretti já havia tratado a questão da perda de maneira até mais devastadora em “O Quarto do Filho” (2001). Por isso, é interessante que ele evite se repetir, abordando a perda de outro ente querido de forma mais distanciada – aqui, a protagonista é Margherita Buy e não o próprio cineasta, que interpreta um coadjuvante, o irmão da cineasta. “Mia Madre” é autobiográfico. O cineasta escreveu o roteiro enquanto sua mãe estava doente e ele filmava “Habemus Papam” (2011). E foi um acerto ele oferecer o papel principal para uma atriz com quem já havia trabalhado (em “Habemus Papam” e “O Crocodilo”), mantendo uma relativa distância. O seu personagem, o irmão companheiro Giovanni, talvez represente aquilo que ele gostaria de ter sido durante os últimos dias de vida da mãe: alguém que largou o emprego para ficar com ela. Por isso, o filme é também implacável, ainda que de maneira muito gentil, consigo mesmo, ou seja, com a protagonista, que é alguém que não dá a devida atenção às pessoas próximas a ela. Entretanto, é muita coisa para essa personagem processar e o ar sereno de Margherita passa sempre a impressão de que se trata de uma pessoa quase isenta de culpas. O estado de confusão mental da protagonista também é muito bem explorado por Moretti, que mistura sonho e realidade na tela, como na cena em que o apartamento de Margherita fica cheio de água, como se simbolizasse um transbordar de emoções que ela não consegue mais segurar. Mas tudo é muito bem conduzido e o filme flui como um belo e tranquilo rio. A presença de uma canção do Leonard Cohen (“Famous Blue Raincoat”) em uma dessas cenas oníricas é especialmente bela. E o final é tão delicadamente lindo, prestando tributo à personagem do título, que condensa uma obra de muito bom gosto. De fato, toda a história é bem conduzida, desde a relação conturbada de Margherita (a personagem tem o mesmo nome da atriz) com um ator americano (John Turturro, de “Amante a Domicílio”), passando pelas visitas ao hospital, até o relacionamento distante com a filha adolescente. O filme de Moretti é tão carregado de amor e suavidade, que parece ter sido feito para permitir ao diretor perdoar a si mesmo. E isso faz muito bem ao coração do espectador, também.

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    Revista Cahiers du Cinema divulga lista polêmica de melhores do ano

    29 de novembro de 2015 /

    A tradicional revista francesa Cahiers du Cinema, berço do movimento nouvelle vague, publicou sua lista de melhores filmes do ano, como sempre deixando de fora os lançamentos de dezembro. E esta pode ser a pior seleção já feita pela publicação, escancarando os cacoetes da crítica mais afetada, na tentativa de valorizar a produção cinematográfica francesa e os queridinhos superestimados de outros carnavais. O vencedor foi a produção “Mia Madre”, dirigida pelo italiano Nanni Moretti, seguido por “Cemetery of Splendour”, do tailandês Apichatpong Weerasethakul, e “L’Ombre des Femmes”, de Philippe Garrel. Todos os três são produções (ou coproduções) francesas. E, apesar de dirigidas por darlings da crítica, nenhum deles conquistou qualquer destaque no circuito dos festivais internacionais. Exibido em Cannes e no Festival do Rio, “Mia Madre” venceu apenas um prêmio paralelo, do júri ecumênico, no evento francês. Trata-se da velha história de uma cineasta em crise, que precisa lidar com um astro galanteador, o fim de um relacionamento e a doença da mãe. Mas o “ponto alto” da lista é o 4º colocado, “O Cheiro da Gente”, de Larry Clark, produção francesa do diretor de “Kids” (1995) que foi destruída pela crítica americana – chamado de “poser” pela revista Slant. O filme americano mais bem-colocado foi “Mad Max – Estrada da Fúria”, do australiano George Miller. E o único latino lembrado foi o argentino “Jauja”, uma coprodução francesa (claro) e das menos expressivas do ano em que o cinema latino-americano consagrou-se campeão dos festivais. A lista ainda traz “Vício Inerente”, de Paul Thomas Anderson, a obra-prima inevitável de Miguel Gomes “As Mil e uma Noites” e o superestimado “Para o Outro Lado”, de Kiyoshi Kurosawa, mas também a inclusão de uma boa surpresa do ano: “The Summer of Sangaile”, coprodução lituano-francesa premiada no Festival de Sundance, que tem motivos concretos para se tornar mais conhecida. [symple_divider style=”dashed” margin_top=”20″ margin_bottom=”20″] TOP 10 CAHIERS DU CINEMA: Melhores filmes de 2015 [symple_column size=”one-half” position=”first” fade_in=”false”] [/symple_column] [symple_column size=”one-half” position=”last” fade_in=”false”] 1. Mia Madre, de Nanni Moretti 2. Cemetery of Splendour, de Apichatpong Weerasethakul 3. L’Ombre des Femmes, de Philippe Garrel 4. O Cheiro da Gente, de Larry Clark 5. Mad Max: Estrada da Fúria, de George Miller 6. Jauja, de Lisandro Alonso 7. Vício Inerente, de Paul Thomas Anderson 8. As Mil e uma Noites, de Miguel Gomes 9. The Summer of Sangaile, de Alante Kavaite 10. Para o Outro Lado, de Kiyoshi Kurosawa [/symple_column]

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