Mulher-Maravilha leva mais de 1 milhão de brasileiros aos cinemas
Conforme adiantado no fim de semana, “Mulher-Maravilha” estreou no topo das bilheterias em seu primeiro fim de semana no Brasil. O filme levou 1,3 milhão de espectadores aos cinemas, arrecadando R$ 23 milhões, segundo dados da empresa de monitoramento ComScore. O desempenho nacional representou a quinta maior bilheteria mundial de estreia da produção da Warner, atrás de Estados Unidos/Canadá, China, Coreia do Sul e México. Em todo o mundo, o filme fez US$ 225,5 milhões, somados ao longo de quatro dias de exibição. Dirigido por Patty Jenkins e estrelado por Gal Gadot, “Mulher-Maravilha” também atingiu média de 93% de aprovação da crítica, contabilizada no site Rotten Tomatoes. É disparado o lançamento que mais agradou público e crítica do Universo Expandido da DC Comics, em franco contraste com as críticas negativas obtidas por “Batman vs. Superman” e “Esquadrão Suicida” no ano passado. Com o sucesso de “Mulher-Maravilha”, “Piratas do Caribe – A Vingança de Salazar” (R$ 9,7 milhões) caiu para 2º lugar, seguido por “Rei Arthur – A Lenda da Espada” (R$ 1 milhão) em 3º. Os dois filmes foram líderes nas semanas anteriores. Além do filme da super-heroína, outros três lançamentos de quinta (1/6) também acabaram entrando no Top 10: “As Aventuras de Ozzy” (R$ 742 mil) em 5º, “Amor.com” (R$ 552 mil) em 7º e “Z – A Cidade Perdida” (R$ 338 mil) em 8º lugar. A lista das 10 maiores bilheterias dos cinemas brasileiros entre quinta (1/6) e domingo (4/6) também inclui as sessões especiais da transmissão da final da Liga dos Campeões da UEFA, disputada entre os times de futebol Real Madrid e Juventus. Confira abaixo as atrações mais vistas nos cinemas no último fim de semana. 1. “Mulher-Maravilha” 2. “Piratas do Caribe – A Vingança de Salazar” 3. “Rei Arthur – A Lenda da Espada” 4. “A Cabana” 5. “As Aventuras de Ozzy” 6. “Final da UEFA Champions League 2017” 7. “Amor.com” 8. “Z – A Cidade Perdida” 9. “Corra!” 10. “Guardiões da Galáxia Vol. 2”
Estrelas e cineastas de Hollywood rasgam elogios à Mulher-Maravilha nas redes sociais
“Mulher-Maravilha” não é um sucesso apenas entre os espectadores comuns, é também é um fenômeno entre estrelas e cineastas de Hollywood. A imagem mais bacana ficou por conta da atriz Jessica Chastain (“A Colina Escarlate”), que posou de braços cruzados como a heroína, comprando uma camiseta com a imagem de Lynda Carter no papel, e ainda escreveu uma crítica elogiosíssima do “filme que tem tudo” em seu Instagram . A mesma foto foi repercutida por Anne Hathaway, que foi a Mulher-Gato em “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge”. “Deem apoio a Gal Gadot, Patty Jenkins e ‘Mulher-Maravilha’ neste final de semana, para que Hollywood se sinta confiante em relação a filmes focados em mulheres!!! Compre um ingresso, mude o mundo”, a atriz escreveu em seu Instagram. No Twitter, diretores como M. Night Shyamalan (“Fragmentado”), James Gunn (“Guardiões da Galáxia”), Ava DuVernay (“Selma”), Joss Whedon (“Vingadores”), Elizabeth Banks (“A Escolha Perfeita 2”), James Wan (“Velozes e Furiosos 7”), Scott Derrickson (“Doutor Estranho”), James Mangold (“Logan”) e Zack Snyder (“Batman Vs. Superman”), entre outros, também parabenizaram a diretora Patty Jenkins por seu trabalho. “A diretora Patty Jenkins está quebrando recordes nas bilheterias e fazendo sua história! ‘Mulher-Maravilha’ está nos cinemas agora! Uma vitória! Bravo!”, aplaudiu DuVernay. “Parabéns para Patty Jenkins e sua incrível ‘Mulher-Maravilha’, pelo que parece ser uma abertura de US$ 100 milhões no fim de semana!”, escreveu Gunn. “Parabéns para Patty Jenkins”, ecoou Derrickson. “É incrivelmente um deleite”, definiu Whedon. “Sou um grande fã de Patty Jenkins. Sua direção do piloto de ‘The Killing’ é um dos melhores episódios já feitos na TV”, lembrou Shyamalan. “Eu acredito em amor e ‘Mulher-Maravilha’ de Patty Jenkins arrasou”, elogiou Banks. “Saboreie o momento, Gal Gadot. Não apenas a bilheteria, mas criativamente você entregou uma performance universal e ainda assim pessoal. Só poderia ser você”, declarou-se Mangold. “Que filme Magnífico! Gal Gadot e Patty Jenks, vocês são uma inspiração. Ah, e Chris Pine está cheio de charme e carisma. Que grande química com Gal Gadot”, rasgou Wan, que vai dirigir a seguir o filme do Aquaman. “Orgulhoso”, sintetizou Snyder, responsável pela introdução de Gal Gadot como Mulher-Maravilha em “Batman vs. Superman”.
Dan Aykroyd culpa o diretor pelo fracasso da versão feminina dos Caça-Fantasmas
O fim de semana em que “Mulher-Maravilha” fez história para as heroínas femininas também trouxe à tona a lembrança de sua contrapartida: o fracasso de outra franquia recente estrelada por mulheres, a versão feminina de “Caça-Fantasmas”. Em entrevista ao Channel 4 britânico neste domingo (4/6), o ator Dan Aykroyd foi direto ao culpar o diretor Paul Feig pelo prejuízo nas bilheterias. O filme foi bastante criticada por ser um caça-níquel com um truque banal: substituir o grupo original de Caça-Fantasmas por mulheres. Mas Aykroyd, um dos astros e roteirista do filme original de 1984, não viu problema na inversão sexual dos papéis. “As garotas estavam ótimas”, ele disse ao canal britânico. “Kate McKinnon, Melissa McCarthy, Kristen Wiig e Leslie Jones, que time talentoso temos aqui. Eu gostei muito do filme, mas ele custou caro e a Sony não gosta de perder dinheiro. O filme fez um bom dinheiro ao redor do mundo, mas também custou muito. A receita não foi suficiente para um novo filme”. Para o ator, o fracasso – US$ 229 milhões de bilheteria mundial para um orçamento de US$ 144 milhões – se deve exclusivamente a decisões de Feig. Ele acusa o diretor de não querer ouvir a opinião dos produtores, o próprio Aykroyd entre eles, e exagerar no orçamento dos efeitos visuais, o que tornaria obrigatório seu sucesso mundial. “Ele não quis gravar as cenas que sugerimos, coisas que eram necessárias. Ele simplesmente dizia: ‘Não, nós não precisamos disso.’ E isto custou caro, porque precisávamos delas. Nós fizemos uma primeira exibição do filme dele e a recepção foi ruim, então tivemos que regravar diversas cenas, o que acabou custando mais US 40 milhões para o estúdio. Provavelmente, nós não o veremos de volta na Sony tão cedo.” Aykroyd tem acesso às informações dos bastidores de “Caça-Fantasmas” porque foi um dos produtores do filme. Don't hold back, Dan. #Ghostbusters pic.twitter.com/WtZ0MbRsmk — Ross Maclean (@ross_maclean) June 4, 2017
Vídeo mostra reação transtornada de Batman ao sucesso de crítica da Mulher-Maravilha
Um canal do YouTube postou um vídeo divertido da reação de Batman ao sucesso de crítica do filme “Mulher-Maravilha”. O vídeo é uma montagem de cenas de “Batman vs Superman: A Origem da Justiça”, que traz Ben Affleck como Bruce Wayne diante de um computador. Na tela, estão as críticas positivas ao filme estrelado por Gal Gadot. O ponto alto fica por conta de sua cara desconsolável quando chega à página do Rotten Tomatoes, onde “Mulher-Maravilha” registra 94% de aprovação. Além das críticas positivas, “Mulher-Maravilha” também se tornou um sucesso de público, registrando a maior estreia de um filme dirigido por mulher na América do Norte, ao faturar US$ 100,5 milhões em seu primeiro fim de semana. O filme da diretora Patty Jenkins estreou em 1º lugar em vários países, incluindo o Brasil, cujos números oficiais serão conhecidos na segunda-feira.
Mulher-Maravilha estreia com bilheteria histórica de US$ 100 milhões na América do Norte
“Mulher-Maravilha” laçou o 1º lugar nas bilheterias da América do Norte (EUA e Canadá) com a arrecadação histórica de US$ 100,5 milhões no fim de semana. A quantia é recorde para um filme dirigido por uma mulher, superando com folga o antigo detentor da marca – “Cinquenta Tons de Cinza” (2015), com US$ 85 milhões. A façanha é ainda maior por se tratar do lançamento da primeira franquia bem-sucedida estrelada por uma super-heroína dos quadrinhos – após os fracassos de “Mulher-Gato” e “Elektra” na década passada, e “Supergirl” nos anos 1980. O filme dirigido por Patty Jenkins e estrelado por Gal Gadot ainda conquistou nota A do público, no levantamento feito pelo CinemaScore, e média de 93% de aprovação da crítica, registrada no Rotten Tomatoes. É disparado o lançamento que mais agradou público e crítica do Universo Expandido da DC Comics, em franco contraste com as críticas negativas obtidas por “Batman vs. Superman” e “Esquadrão Suicida” no ano passado. Seu sucesso também foi uma maravilha no mercado internacional, onde liderou a arrecadação em 55 mercados, somando mais US$ 123 milhões para um total de US$ 223 milhões mundiais no primeiro fim de semana de exibição. De acordo com a Warner, a China respondeu pela segunda maior bilheteria internacional, com US$ 38 milhões, seguida pela Coreia do Sul (US$ 8,5 milhões), México (US$ 8,4 milhões) e Brasil (US$ 8,3 milhões). O resultado representa uma vitória importante para a Warner após o enorme prejuízo causado por “Rei Arthur: A Lenda da Espada”, produção orçada em US$ 175 milhões, que atualmente está em 10º lugar no ranking doméstico, tendo rendido apenas US$ 37,1 milhões na América do Norte. Também reforça os planos de investimento do estúdio nos quadrinhos da DC Comics. A própria Mulher-Maravilha voltará aos cinemas em novembro, no longa da “Liga da Justiça”. Mais importante ainda são os reflexos culturais e econômicos do bom desempenho do filme. Reticentes em contratar mulheres para dirigir grandes produções, os estúdios de Hollywood deverão ser mais pressionados com o sucesso de Patti Jenkins. O mesmo também vale em relação a superproduções centradas em heroínas fortes. O êxito de “Mulher-Maravilha” só aumenta a vergonha da Marvel por ainda não ter feito um filme centrado na Viúva Negra de Scarlett Johansson. Vale observar que a Warner já tem mais dois filmes de personagens femininas da DC Comics em produção, “Batgirl” e “Sereias de Gotham”, enquanto a Marvel só planeja um, “Capitã Marvel”. E isto que até a Sony projeta um longa com duas coadjuvantes femininas do Homem-Aranha – Gata Negra e Sabre de Prata. Por conta da expectativa em torno de “Mulher-Maravilha”, o fim de semana teve apenas outra estreia ampla na América do Norte: “As Aventuras do Capitão Cueca”, da DreamWorks Animation. O lançamento abriu em 2º lugar com US$ 23,5 milhões. Curiosamente, a trama da animação também foca o mundo dos super-heróis. A divertida premissa, extraída dos livros da franquia infantil do escritor Dav Pilkey, gira em torno de dois estudantes arruaceiros que conseguem hipnotizar o terrível diretor da escola e fazê-lo acreditar que é super-herói. “As Aventuras do Capitão Cueca” também agradou à crítica, com 86% no Rotten Tomatoes. Sua estreia no Brasil, porém, vai demorar horrores. Está marcada apenas para outubro, quando o Blu-ray estará em promoção nas lojas dos Estados Unidos. Com isso, “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar” caiu do 1º lugar para o 3º em sua segunda semana em cartaz. A bilheteria de US$ 23,5 milhões representa uma queda de 66% em relação à arrecadação doméstica da semana passada. Mas apesar dos lamentáveis 29% de aprovação no Rotten Tomatoes, a produção da Disney ultrapassou em 10 dias a marca de US$ 500 milhões em sua bilheteria mundial. Ou seja, não dará prejuízo para a empresa dos parques de diversões. BILHETERIAS: TOP 10 América do Norte 1. Mulher-Maravilha Fim de semana: US$ 100,5 milhões Total EUA: US$ 100,5 milhões Total Mundo: US$ 223 milhões 2. As Aventuras do Capitão Cueca Fim de semana: US$ 23,5 milhões Total EUA: US$ 23,5 milhões Total Mundo: US$ 23,5 milhões 3. Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar Fim de semana: US$ 21,6 milhões Total EUA: US$ 114,67 milhões Total Mundo: US$ 501,2 milhões 4. Guardiões da Galáxia Vol. 2 Fim de semana: US$ 9,7 milhões Total EUA: US$ 355,4 milhões Total Mundo: US$ 816,5 milhões 5. Baywatch Fim de semana: US$ 8,5 milhões Total EUA: US$ 41,7 milhões Total Mundo: US$ 67,2 milhões 6. Alien: Covenant Fim de semana: US$ 4 milhões Total EUA: US$ 67,2 milhões Total Mundo: US$ 168,2 milhões 7. Tudo e Todas as Coisas Fim de semana: US$ 3,3 milhões Total EUA: US$ 28,3 milhões Total Mundo: US$ 28,3 milhões 8. Snatched Fim de semana: US$ 1,3 milhão Total EUA: US$ 43,89 milhões Total Mundo: US$ 53,6 milhões 9. Diário de um Banana: Caindo na Estrada Fim de semana: US$ 1,2 milhão Total EUA: US$ 17,8 milhões Total Mundo: US$ 21,7 milhões 10. Rei Arthur: A Lenda da Espada Fim de semana: US$ 1,1 milhão Total EUA: US$ 37,1 milhões Total Mundo: US$ 129,4 milhões
Continuação de Mulher-Maravilha será passada nos dias atuais
O sucesso de “Mulher-Maravilha” já era previsto pela Warner, que contratou a protagonista Gal Gadot e a diretora Patty Jenkins para dois filmes. Segundo o site The Hollywood Reporter, a continuação já está sendo discutida. Rascunhos do roteiro apontam que a história vai trazer Diana Prince em um cenário contemporâneo. Assim, a história fugirá do estilo do primeiro longa, que é ambientado durante a 1ª Guerra Mundial. A continuação de “Mulher-Maravilha” ainda não tem previsão de estreia. Antes disso, Gal Gadot poderá ser vista novamente como Mulher-Maravilha no filme da Liga da Justiça, que estreia em 16 de novembro no Brasil.
Saiba que outras super-heroínas podem seguir a Mulher-Maravilha nos cinemas
Com a expectativa criada pelo desempenho de “Mulher-Maravilha”, que já quebrou um recorde em sua pré-estreia e deve bater outros no fim de semana, Hollywood pode embarcar numa onda de filmes de super-heroínas dos quadrinhos. A própria Warner já tem dois outros projetos do gênero em desenvolvimento: “Batgirl”, de Joss Whedon (“Os Vingadores”), e “Sereias de Gotham”, centrado na Arlequina vivida por Margot Robbie, com direção de David Ayer (“Esquadrão Suicida”). Até a Sony planeja juntar duas anti-heroínas num mesmo filme, “Silver & Black”, com Gata Negra e Sabre de Prata. Já a Marvel possui apenas “Capitã Marvel”, com Brie Larson, em seu cronograma de lançamentos. Mas há pelo menos mais cinco heroínas que poderiam sustentar um filme, sozinhas ou na companhia de coadjuvantes. A Viúva Negra, interpretada por Scarlett Johansson na franquia dos Vingadores, é o exemplo mais óbvio. A trama poderia, inclusive, diferenciar-se do padrão adotado para os filmes de super-heróis ao assumir um tom de thriller de espionagem, já que Natasha Romanoff era originalmente uma espiã russa, antes de ser recrutada pela SHIELD. A Marvel ainda poderia aproveitar a estreia de Valquíria em “Thor: Ragnarok” para lançar um spin-off, quem sabe formando uma dupla com a deusa Sif, misteriosamente ausente da publicidade do terceiro filme do herói asgardiano – após aparecer até na série “Agents of SHIELD”. Com o destaque obtido em “Logan”, a pequena X-23 também se tornou candidata a ganhar seu próprio filme. Dafne Keen surpreendeu no papel e o sucesso da série “Stranger Things” aponta que o público está pronto para uma super-heroína pré-adolescente. Um filme da mutante Mística, estrelado por Jennifer Lawrence, seria outra barbada, caso a Fox conseguisse convencer a atriz. Uma alternativa seria uma pequena participação da estrela, já que a personagem tem a capacidade de assumir qualquer identidade, podendo inclusive virar homem. Das personagens inéditas no cinema, Zatanna, da DC Comics, é a que tem história mais cinematográfica, como filha de um mágico que decide usar os poderes da família para combater o crime. E ela ainda é parente de Leonardo Da Vinci! Com o sucesso da franquia “Truque de Mestre”, uma super-heroína mágica poderia facilmente apelar ao grande público.
Mulher-Maravilha tem maior pré-estreia de um filme dirigido por uma mulher nos EUA
A pré-estreia norte-americana de “Mulher-Maravilha”, realizada na noite de quinta-feira (1/6) estabeleceu um novo recorde de arrecadação. As sessões antecipadas renderam US$ 11 milhões, o que a torna a maior pré-estreia de um filme dirigido por uma mulher nos Estados Unidos. O recorde anterior pertencia a “Cinquenta Tons de Cinza” (2015), de Sam Taylor Johnson, que em sua primeira noite arrecadou US$ 8,6 milhões. O filme chegou aos cinemas acompanhados por notas bastante altas do site Rotten Tomatoes, que faz a média das principais críticas publicadas na América do Norte (EUA e Canadá). Após o fracasso de bilheteria de “Baywatch”, no fim de semana passada, os estúdios passaram a acreditar que o Rotten Tomatoes teria capacidade de quebrar um filme. Se for o caso, “Mulher-Maravilha” mostra o outro lado da moeda. A produção da Warner chegou a atingir 96% de aprovação, mas já caiu para 93%. Mesmo assim, é a segunda maior nota já compilada pelo Rotten Tomatoes para um filme de super-heróis, atrás apenas de “Homem de Ferro” (94%).
Mulher-Maravilha enfrenta clichês de super-heróis para vencer limites do gênero
“Mulher-Maravilha” é um filme cheio de senões. É longo demais, limpo demais (choro, suor e sacrifícios são sempre impecavelmente iluminados e maquiados para parecem lindos), exagerado nos efeitos e, como aventura, está longe de apresentar fluidez narrativa. A diretora Patty Jenkins nunca equilibra as dosagens de ação, humor e drama com harmonia e leveza. Disso, resulta um espetáculo todo compartimentado e truncado. Tem trechos que são só cômicos, outros só de ação, outros exclusivamente dramáticos. Neste sentido, a engenharia da Marvel é bem mais azeitada, as peças são melhor encaixadas e os filmes, mais divertidos e redondos. A mão pesada de Patty Jenkins na direção, contudo, não impede o filme de superar seus limites. “Mulher-Maravilha” triunfa ao trabalhar questões especificamente femininas, sem fazer do rancor ou do proselitismo o centro de seu olhar. O roteiro (curiosamente assinado por cinco homens) tem achados e a presença da atriz Gal Gadot ajuda a sustentar a produção. A Diana Prince de Gadot é uma mulher cheia de nuances. Forte e dedicada, com sensibilidade e inteligência para driblar as burrices e patadas dos brutamontes. Jenkins filma a beleza escultural de Gadot e suas amigas amazonas, no mesmo espírito altivo que Leni Riefensthal registrava os atletas nazistas no cinema dos anos 1930. As mulheres no filme são como deusas, superiores num primeiro momento, mas quando olhadas de perto, revelam traços de ingenuidade e fraqueza. Diana é a mais contraditória das Amazonas. Ela nasce num ilha chamada Themyscira, um lugar paradisíaco, de rochedos e cascatas que parecem esculpidos por sonhos. Filha do mitológico Zeus, Diana é cuidadosamente escondida dos olhos dos desafetos, para nunca ser usada como elemento de barganha. Mas apesar da proteção de uma tribo de guerreiras, Diana revela ter poderes para se virar muito bem sozinha. E embora ainda não saiba, seu destino ou maldição será usá-lo por toda sua existência. O mundo exterior invade a terra confortável da princesa de Themyscira, graças a um soldado norte-americano. É a 1ª Guerra Mundial e o avião de Steve Trevor (Chris Pine) está sendo perseguido pelos alemães. O soldado leva dois sustos: o primeiro, quando atravessa o portal entre os dois mundos, o segundo, quando encontra as mulheres, fortes e destemidas. As amazonas de Themyscira deixam Steve contrariado ao dispensar qualquer ajuda masculina. Numa cena bem humorada, Diana explica para o rapaz que os homens são indispensáveis para a procriação. E só. Para o prazer, ela frisa, há métodos mais eficazes. Essa observação formidável, claro, acaba sendo acelerada, porque os produtores acreditam que é de ação que o público gosta. É preciso então que os personagem obedeçam a produção e comecem a correr. Como já mostraram muito a ilha, toca mudar o cenário para não cansar! Steve retorna às linhas aliadas e Diana espontaneamente decide acompanhá-lo. Ela tem uma espada e um escudo e a ideia ingênua de que, se puder localizar e matar Ares, deus da guerra, acabará com o conflito mundial. Essa motivação conduz à parte mais agradável do filme. Diana não sabe nada sobre os homens. Aliás, não sabe nada sobre a civilização moderna, e é divertido vê-la fazer suas descobertas. Na Londres de 1918, ela reage ao barulho e aos carros. Experimenta um sorvete e adora, e, como uma criança, grita de prazer ao descobrir o segredo de atravessar a porta giratória de um hotel. A mocinha também percebe que a opinião de uma mulher talvez não seja tão valorizada como em Themyscira. E, pra enlaçar o pacote de desilusões, um mundo cheio de destruição e miséria descortina-se para ela, numa escala inimaginável. É aqui que “Mulher Maravilha” torna-se mais do que apenas diversão e jogos de guerra. Este filme facilmente poderia ter sido outro exercício cansativo a definir o feminismo como a oportunidade de uma mulher ser tão ou mais violenta que o mais opressor de seus parceiros. Em vez disso, “Mulher-Maravilha” segue em direção oposta. Ele apresenta Diana como o princípio feminino que representa as artes da vida e, em última instância, o amor, em colisão com um mundo que homens tentaram coletivamente reprimir desde o começo da humanidade. Ao longo desta linha, “Mulher-Maravilha” atinge momentos emocionantes que são incomuns para um filme do gênero. Em particular, há uma cena em que Diana atravessa uma cidade que foi bombardeada com gás mostarda e todos os seus habitantes morreram. Vemos no rosto de Gadot a emoção da dor e da tristeza de deparar-se com o horror da guerra, e seu desencanto expressa algo muito além do que costumamos observar neste tipo de filme. Considerando que no centro desse quadro temos uma atriz israelense, que inclusive serviu no exército de Israel, fica patente que não temos apenas uma atriz representando, mas uma pessoa que com certeza já esteve mais próxima dos horrores de uma guerra química do que nós. Felizmente, nem todos os homens são ruins na história. Existem alguns bons, como Steve Trevor, que tem uma qualidade curiosa: ele está sempre tentando recuperar o atraso. Às vezes, Steve tem que evitar as conseqüências da ingenuidade de Diana, ele tenta argumentar, mas nem sempre consegue convencê-la. O rapaz tenta protegê-la, mas é ela quem o protege. Do elenco, sobressai também a atuação de David Thewlis como um parlamentar gentil, que encontra sempre nuances inesperadas para seu papel. E do outro lado das linhas, Danny Huston acrescenta mais um vilão odioso em sua extensa galeria, um general alemão à procura de vitória usando seu poderoso gás tóxico. Por vezes, os roteiristas baixam o nível e plagiam na cara de pau cenas de “Capitão América: O Primeiro Vingador” (2011). Há dois trechos que são quase decalques do filme do herói patriota, uma no momento em que Steve leva Diana a uma cantina para recrutar um pelotão particular, e outra em que a moça, com seu heroísmo, avança contra os inimigos e sensibiliza os acovardados soldados ingleses a saírem da trincheira. Ainda assim, entre mortos e feridos, o filme supera tudo graças ao carisma de Gal Gadot. O sentimento de esperança, que algum dia a racionalidade feminina ainda vai vencer a brutalidade masculina, está esculpido em cada close da atriz. Essa é parte empolgante que tira “Mulher-Maravilha” do lugar comum.
Mulher-Maravilha estreia em mais de mil salas de cinema
“Mulher-Maravilha” é o maior lançamento da semana no Brasil, com uma distribuição em 1,2 mil salas. O longa chega precedido por críticas muito positivas, com 96% de aprovação no Rotten Tomatoes, que o apontam como uma das melhores adaptações de quadrinhos já feitas. Trata-se de uma mudança de percepção gigantesca em relação aos filmes de super-heróis da DC Comics, como “Batman vs. Superman” (2016), que introduziu a heroína. E isto acontece com a primeira superprodução de quadrinhos dirigida por uma mulher neste milênio. Patty Jenkins (do premiado “Monster: Desejo Assassino”) está fazendo História, mas também se destaca o desempenho de Gal Gadot, perfeita no papel. A segunda maior estreia é uma comédia nacional, “Amor.com”, com Ísis Valverde (“Faroeste Caboclo”) e Gil Coelho (“S.O.S.: Mulheres ao Mar 2”), que chega a 336 salas. Seu humor reflete o tema do reality show “As Gostosas e os Geeks”. Na trama, o geek conquista a gostosa, perde a gostosa e tenta reconquistá-la, com o diferencial de que boa parte disso é compartilhado nas redes sociais. Uma história convencional em tempos modernos. O filme marca a estreia solo na direção de Anita Barbosa, que foi diretora assistente de algumas das maiores bilheterias brasileiras do século – como “Se Eu Fosse Você 2” (2009), “De Pernas pro Ar” (2010) e “S.O.S.: Mulheres ao Mar 2” (2015). “As Aventuras de Ozzy” aparece em terceiro. Trata-se de uma animação espanhola sobre cachorros que, mesmo sem o pedigree de “Pets: A Vida Secreta dos Bichos” (2016), mostra que as alternativas no nicho da computação gráfica de bichos falantes estão se aprimorando. A premissa enfoca um dos grandes receios de quem tem cachorrinhos. Quando seus donos precisam viajar, Ozzy é deixado num hotel pet, cuja hospedagem de luxo se revela mera fachada para um regime carcerário, em que os cãozinhos são mal-tratadas e se vêem prisioneiros de ferozes cães de guarda. O drama épico “Z – A Cidade Perdida” completa a lista dos lançamentos de maior alcance. Com grande elenco, encabeçado por Charlie Hunnam (“Rei Arthur: A Lenda da Espada”), Robert Pattinson (“Mapas para as Estrelas”) e Tom Holland (o novo Homem-Aranha do cinema), conta a história do Indiana Jones da vida real, o Coronel Percy Harrison Fawcett (Hunnam), que deixou a carreira militar para se tornar explorador. Obcecado pela Amazônia, o britânico se embrenhou nas matas brasileiras para encontrar uma cidade que ele chamava de “Z” e acreditava ser El Dorado, a cidade de ouro. Sua última expedição aconteceu em 1925 no Mato Grosso, onde foi visto pela última vez. Há mais três filmes em circuito bastante limitado. “Inseparáveis” não é o que se poderia chamar de cinema de arte. Ao contrário, trata-se de uma comédia concebida como remake de um blockbuster internacional. Para resumir, é a versão argentina do francês “Intocáveis” (2014), que, curiosamente, elimina o elemento racial do original, alimentando o questionamento sobre a falta de negros no cinema argentino. A trama do paraplégico milionário que fica amigo de seu tratador pobre ainda ganhará remake americano em breve. O drama escandinavo “Ande Comigo” também lida com deficiência física e clichês. Após perder uma perna no Afeganistão, um ex-militar tem dificuldades para se reajustar à vida civil e é auxiliado em sua reabilitação por uma bailarina. Os opostos se atraem, como nos romances de cinema. Mas os cinéfilos podem minimizar os lugares-comuns por conta de mais uma boa performance do dinamarquês Mikkel Boe Følsgaard (o rei louco de “O Amante da Rainha”). Por fim, o documentário nacional “O Jardim das Aflições” tem lançamento apenas em sessões especiais, mas mesmo assim chega em cinco capitais (veja onde aqui). A obra do pernambucano Josias Teófilo é um passeio pelos pensamentos filosóficos de Olavo de Carvalho, o anticomunista que na juventude militou no PCB. Sem contraditórios, ele empilha discursos sobre a “autonomia da consciência individual” em oposição à “tirania da coletividade”, no conforto de sua residência nos Estados Unidos, mostrando-se culto e articulado. É bem feitinho com seu orçamento de R$ 300 mil, arrecadados em financiamento coletivo. Mas também um tédio, que se contrapõe à forma como eletrizou a esquerda, a ponto de cineastas provocarem o cancelamento do festival Cine-PE, ao se retirarem da programação num boicote coletivo contra sua inclusão no evento. As críticas ruidosas ao pensamento de Carvalho e a contrariedade com a ideia de se fazer um filme sobre ele são usadas, de forma inteligente, no material de marketing do lançamento. Mas as reações sobressaltadas dariam um filme bem melhor que o retrato plácido realizado. Clique nos títulos em destaque para ver os trailers de todas estreias da semana.
Filme da Mulher-Maravilha é proibido no Líbano
Após pressão de grupos radicais, o Líbano anunciou a proibição do filme da “Mulher-Maravilha” no país. A decisão foi tomada a poucas horas da estreia do longa-metragem. A proibição não tem a ver com a minissaia da heroína ou mensagem de empoderamento feminino, que poderia contrariar crenças islâmicas, mas no fato de o filme ser estrelado por Gal Gadot. A atriz nasceu em Isreal, prestou serviço militar no país (obrigatório para homens e mulheres) e é grande incentivadora das forças israelenses, que estão em conflito com o Líbano há décadas. O Líbano tem uma lei que incentiva o boicote a produtos israelenses e impede que seus cidadãos viajem para Israel ou tenham contato com pessoas desse país. Um grupo denominado “Campanha para Boicote de Apoiadores de Israel-Líbano” foi responsável por pressionar o governo libanês a tomar medidas contra a produção. O grupo já havia tentado proibir anteriormente a estreia de “Batman vs Superman” com o mesmo argumento contra a atriz Gal Gadot, mas não tinha obtido sucesso na ocasião. Antes disso, porém, sua participação na franquia “Velozes e Furiosos” tinha sido encarada com indiferença. A Warner Bros. não se pronunciou sobre a decisão, mas o prejuízo não deve ser grande, já que a previsão era que o filme fosse exibido em apenas 15 cinemas do país, que não tem um grande parque exibidor. Por enquanto, a estreia de “Mulher-Maravilha” segue confirmada em outros países árabes. O filme tem lançamento marcado na Arábia Saudita, Kuwait, Qatar, Oman e Bahrein.
Diretora de Mulher-Maravilha diz que críticas à sensualidade da personagem são machistas
Apesar da mensagem de empoderamento feminino, Mulher-Maravilha não é uma personagem muito querida pelas feministas. Acusada de ser muito sexy e criticada até por – acreditem – depilar as axilas, muitas ativistas veem na heroína apenas uma pin-up, a encarnação de fantasias masculinas. Pois a diretora Patty Jenkins resolveu falar sobre o assunto, durante uma entrevista a um programa matinal da rede CBS. Perguntada pelo repórter como seria possível a heroína ser um ícone do feminismo trajando um uniforme sexy, ela respondeu que quem questiona isso é machista. Afinal, ninguém fala nada das roupas colantes dos heróis masculinos, que também tem suas belas formas ressaltadas nos quadrinhos, na TV e no cinema. “Eu acho que essa questão é machista. Acho machista pensar que você não pode ser os dois. Eu questiono se os outros super-heróis também não são bonitos e vestem roupas colantes. Isso é uma fantasia e faz sentido para quem quem embarca nela. Quando era uma garotinha, adorava a ideia de que o meu poder e minhas habilidades poderiam parar o valentão do parquinho e eu também poderia me parecer com a Lynda Carter enquanto fazia isso”, disse, referindo-se à intérprete da heroína na série dos anos 1970. Estrelado por Gal Gadot, o filme da Mulher-Maravilha foi bastante elogiado pela crítica norte-americana. A estreia no Brasil está marcada para quinta-feira (1/6).











