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    Até o Fim enaltece a superação e a pluralidade no cinema brasileiro

    19 de julho de 2020 /

    O cinema brasileiro, todos sabem, é plural. Como o país. Há tempos deixou de ser exclusividade do Rio de Janeiro e de São Paulo. Cidades do interior, como Contagem-MG e agora também Cachoeira, no Recôncavo Baiano, aparecem no cinema brasileiro contemporâneo como áreas de explosão afetiva e artística. Os jovens cineastas baianos Ary Rosa e Glenda Nicácio têm chamado a atenção desde “Café com Canela” (2017), o lindíssimo filme sobre amizade, superação diante das adversidades e valorização da cultura afro-descendente. Isso dentro de uma estrutura que mistura experimentação com um pouco de classicismo. A descrição até faz lembrar seu mais novo filme, “Até o Fim”, exibido e premiado na 23ª Mostra Tiradentes, no começo do ano. O filme foi aplaudido de pé e, pelos testemunhos, dá-se a entender que foi a mais intensa recepção popular de um filme exibido no evento. Muito disso tem a ver com a aguardada expectativa de um novo filme da dupla, que ainda fez “Ilha” (2018), talvez seu trabalho mais arriscado. “Até o Fim” agrada mais por ser feminino e cheio de afetividade, como “Café com Canela”. Mas, em vez de se focar em amizades, aqui o elo que une as protagonistas, depois de tantos anos de distância, é o sangue. Pelo menos três das mulheres da trama são irmãs. O filme começa, curiosamente, na mesma barraca de “Ilha”, além de fazer uma referência direta e explícita a essa obra. Isso acaba por trazer uma familiaridade ao filme, apesar dos diretores ainda terem poucos trabalhos realizados. É nesta barraca que conhecemos Geralda (Wal Diaz), uma mulher de meia idade que é dona daquele espaço. Ela recebe a notícia da morte iminente de seu pai, que está internado no hospital. Essa situação será o elemento que reunirá as irmãs de Geralda. Primeiro aparece a simples e alegre Rose (Arlete Dias) e depois a bem-sucedida Bel (Maíra Azevedo, a Tia Má do YouTube). A quarta personagem aparecerá para balançar ainda mais a noite. Toda a narrativa acontece no espaço de uma noite, onde muitas feridas são expostas em uma discussão calorosa. A começar pelo desabafo de Geralda, que se sente abandona pelas irmãs. Elas deixaram a cidade sem muita explicação e Geralda ficou sozinha, cuidando do pai. Pautada em diálogos, a trama beira a verborragia teatral, mas isso não chega a incomodar, porque os diálogos são cheios de tensão, emoção e espontaneidade. A figura do pai também é importante, pois ele se revela o principal responsável pelos rumos distintos das vidas daquelas mulheres. Mesmo sem nunca aparecer em cena, é como um espírito ruim que paira no ambiente, cuja morte é esperada ansiosamente pela maior parte daquelas mulheres. Ele simboliza a questão do abuso sexual, do ataque ao candomblé, da homofobia, da transfobia, do machismo etc. Como opção estética, os diretores optaram por enquadrar a trama numa janela em formato quadrado, que faz com que haja uma aproximação maior daquelas personagens na tela – além de passar um ar claustrofóbico. Vez ou outra, vemos dois quadros. A movimentação e os ângulos de câmera também são bem atípicos e apontam para uma vontade de experimentar, sem cair no experimentalismo puro. O resultado é uma junção muito bem orquestrada de um racionalismo ditado pela forma e de um sentimentalismo ditado pelos traumas e situações de fragilidade das personagens. Além do mais, a presença da quarta personagem, Vilmar (Jenny Muller), faz com que essas emoções explodam em um convite às lágrimas, que nem sempre representam a tristeza, mas também a alegria da superação, de estar lidando com coragem com as dores do passado que seguem vivas no presente. Disponibilizado brevemente no YouTube, é um filme que deve crescer muito na telona.

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    Filme de terror LGBTQIA+ vence Mostra de Tiradentes

    2 de fevereiro de 2020 /

    A 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes premiou o filme de terror cearense “Canto dos Ossos”, da dupla Petrus de Bairros e Jorge Polo, como melhor longa-metragem da sua seção competitiva, a mostra Aurora, em cerimônia realizada na noite de sábado (1/2) na cidade mineira que lhe batiza. O filme vencedor acompanha um grupo de jovens LGBTQIA+ envolvidos com a presença de “vampiros” que sobrevivem através das gerações. Poderia ser um divertido trash. Mas, nas palavras do júri, parece algo bem mais intelectual, acadêmico e chato: o filme “aposta na imaginação como potência gestada coletivamente e acolhe seu caráter disjuntivo”. Como é que é? Sério, a justificativa do júri para o prêmio ainda inclui uma aulinha básica sobre o que pode nos dizer um filme: “Um filme pode nos dizer coisas pela metade, pode errar ou exagerar e, no entanto, pode, à sua maneira, revelar epifanias que nos oferecem o intempestivo cristal de um segmento de tempo, de gesto, de susto privilegiado”. Academicismo ululante, que todo bom estudante de Humanas trata de esquecer quando sai da faculdade para lidar com o resto da humanidade. A eleição de “Yãmiyhex: As Mulheres-Espírito”, de Sueli Maxacali e Isael Maxacali, como melhor longa da mostra paralela Olhos Livres, também inspirou o júri a adjetivar “a delirante efervescência da terra, a estética do estar, um manifesto de atravessamentos”, num jorro de crítica onanista do qual é preciso desviar para não ficar melecado. A diretora Sueli Maxacali foi muito mais efetiva ao dizer simplesmente: “Esse filme é importante para mostrar nossa realidade a vocês”, referindo-se à temática indígena, mas também ao fato de o longa ter sido rodado por nativos brasileiros e mostrar a força das mulheres nas aldeias. A mensagem precisa ser clara para ter potência. Não é por acaso que Tiradentes é o mais universitário dos festivais brasileiros, o único que expõe tema anual, sem deixar a crítica pensar por si mesma. Mas tem seu valor, ao revelar novas gerações de cineastas independentes, ainda que prefira premiar temáticas à realizações. Sobre isto, o júri também premiou o curta carioca “Egum”, de Yuri Costa, de temática racial. Já os vencedores do voto popular foram obras dirigidas por mulheres e com personagens femininas fortes: o longa baiano “Até o Fim”, de Glenda Nicácio e Ary Rosa e curta potiguar “A Parteira”, de Catarina Doolan. Confira abaixo a lista completa de premiados. Júri oficial Melhor longa-metragem: “Canto dos Ossos”, de Petrus de Bairros e Jorge Polo Melhor curta-metragem: “Egum”, de Yuri Costa Júri popular Melhor longa-metragem: “Até o Fim”, de Glenda Nicácio e Ary Rosa Melhor curta-metragem: “A Parteira”, de Catarina Doolan Prêmios paralelos Melhor longa-metragem da Mostra Olhos Livres: “Yãmiyhex: As Mulheres-Espírito”, de Sueli Maxacali e Isael Maxacali Prêmio Canal Brasil de Curtas: “Perifericu”, de Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira Prêmio Helena Ignez para destaque feminino: Lílis Soares, diretora de fotografia do longa “Um Dia com Jerusa” e dos curtas “Ilhas de Calor” e “Minha História É Outra”.

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