WiFi Ralph assume liderança das bilheterias no Brasil
Em sua primeira semana em cartaz no Brasil, “WiFi Ralph – Quebrando a Internet” arrecadou R$ 17,3 milhões e tirou “Aquaman” da liderança das bilheterias nacionais. A nova animação da Disney levou mais de 1 milhão de pessoas aos cinemas entre quinta e domingo (6/1), enquanto o filme do super-herói fez mais de R$ 12 milhões e ultrapassou a marca dos R$ 100 milhões no país. A comédia nacional “Minha Vida em Marte”, estrelada por Mônica Martelli, ficou em 3º lugar, com uma arrecadação estimada em R$ 10 milhões. Desde seu lançamento, o longa ridicularizado pela crítica acumula bilheteria de R$ 27,8 milhões, consolidando-se como o primeiro grande sucesso brasileiro de 2019. Já a outra estreia animada do fim de semana, “Dragon Ball Super: Broly”, levou 412 mil espectadores e rendeu R$ 6,3 milhões, ocupando o 4º lugar. O Top 5 é encerrado por “Bumblebee”. O prólogo da franquia “Transformers” levou 286 mil pessoas aos cinemas e fez R$4,5 milhões.
Destaque nas estreias, Deadpool tenta convencer o público a ver seu filme pela segunda vez
A programação de cinema desta quinta (27/12) prevê a ampliação de dois filmes que sofreram com o excesso de estreias na quinta passada – ou tentaram se antecipar com “pré-estreias” pagas. “Bumblebee” e “Minha Vida em Marte” chegarão em mais salas, respondendo pela maioria das renovações de telas desta semana. Com isso, o principal destaque “inédito” é o relançamento de “Deadpool 2”, que foi censurado e recebeu cenas extras para compensar, e desembarca com título diferente, “Era uma Vez um Deadpool”, capaz de causar confusão entre o público. Porém, não se trata realmente de um filme novo. É um caça-níquel descarado, mas criativo. Na nova versão, Deadpool (Ryan Reynolds) rapta o ator Fred Savage e o amarra numa cama para reencenar “A Princesa Prometida”. No filme dos anos 1980, Savage ainda era um menino e ouvia um conto de fadas lido por seu avô. Desta vez, Deadpool conta o filme “Deadpool 2” para o ator, cortando os palavrões e a violência vistas no lançamento original. O segundo filme americano da lista é a comédia dramática “A Pé Ele Não Vai Longe”, em que Joaquin Phoenix (“Ela”) vive um cartunista quadriplégico. Cinebiografia de John Callahan, o filme narra como ele superou abusos sexuais, vícios e um acidente de carro que o deixou confinado numa cadeira de rodas para virar cartunista nos anos 1970. De estilo inconfundível, seus quadrinhos cheios de humor negro – e por vezes controversos – o tornaram famoso. Com o projeto, Joaquin Phoenix volta a ser dirigido por Gus Van Sant, após os dois trabalharam juntos em “Um Sonho sem Limites” (1995), segundo filme do ator, então com 21 anos. O elenco também inclui Jonah Hill (“Anjos da Lei”), Jack Black (“Jumanji”) e Rooney Mara (“Lion”) com figurinos e penteados de 40 anos atrás. Completam as estreias três produções europeias. A melhor é o suspense dinamarquês “Culpa”, que venceu vários prêmios no circuito dos festivais, inclusive em Sundance, Zurique, Valladolid, Torino e Roterdã. Primeiro longa escrito e dirigido por Gustav Möller, o filme acompanha a reação de um policial de plantão nos serviços de emergência quando atende a ligação de uma mulher sequestrada. Repleto de reviravoltas, tem 99% de aprovação no Rotten Tomatoes. A coprodução alemã-israelense “O Confeiteiro” venceu sete prêmios da Academia Israelense e foi o filme indicado por Israel para concorrer ao Oscar – mas não passou na peneira inicial. A trama acompanha um confeiteiro gay alemão que, sem conseguir processar a perda do amor, vai para Jerusalém trabalhar na padaria da viúva de seu amante, formando um vínculo com ela, que de nada desconfia. Bem avaliado, atingiu 98% no Rotten Tomatoes. Por fim, o italiano “Emma e as Cores da Vida” é bem mais convencional, ao mostrar como um fanfarrão mulherengo tem sua vida virada do avesso ao se apaixonar por uma médica osteopata cega. Mas, convenhamos, quem não se apaixonaria por Valeria Golino, ainda linda, 30 anos depois de ser namorada de Tom Cruise em “Rain Man” (1988). A direção é do veterano Silvio Soldino, que apesar de 35 anos de carreira, só teve um filme lançado no Brasil anteriormente, “Que Mais Posso Querer” (2010). Confira os trailers e as sinopses das estreias abaixo. Era uma Vez um Deadpool | EUA | Super-Heróis Determinado a provar que “Deadpool 2” é um filme para toda a família, Wade Wilson (Ryan Reynolds) limpa todos os palavrões e sangue da narrativa e sequestra o ator Fred Savage para reencenar uma cena de “A Princesa Prometida”. Sem poder se desvencilhar das amarras, Savage é obrigado a ouvir o “conto de fadas” do Mercenário Tagarela, incluindo sua luta com Cable (Josh Brolin) e a formação da X-Force. A Pé Ele Não Vai Longe | EUA | Comédia John Callahan (Joaquin Phoenix) é um homem conturbado que, bêbado, bate de carro e sofre um grave acidente. Tetraplégico, ele transforma sua vida, tornando-se um dos cartunistas mais improváveis, ácidos e perseverantes do mundo, usando as limitações físicas para desenvolver uma carreira artística com a ajuda de sua namorada e de um simpático padrinho. Culpa | Dinamarca | Suspense O policial Asger Holm (Jakob Cedergren) está acostumado a trabalhar nas ruas de Copenhague, mas devido a um conflito ético no trabalho, é confinado à mesa de emergências. Encarregado de receber ligações e transmitir às delegacias responsáveis, ele é surpreendido pela chamada de uma mulher desesperada, tentando comunicar o seu sequestro sem chamar a atenção do sequestrador. Infelizmente, ela precisa desligar antes de ser descoberta, de modo que Asger dispõe de poucas informações para encontrá-la. Começa a corrida contra o relógio para descobrir onde ela está, para mobilizar os policiais mais próximos e salvar a vítima antes que uma tragédia aconteça. O Confeiteiro | Alemanha, Israel | Drama Thomas (Tim Kalkhof) é um alemão dono de uma confeitaria que viaja para Jerusalém em busca da esposa e o filho de Oren (Roy Miller), seu amante morto. Ao chegar lá ele começa a trabalhar para a viúva de seu amante, que não tem ideia de que eles compartilham uma tristeza sem nome sobre o mesmo homem. Emma e as Cores da Vida | Itália | Romance Teo (Adriano Giannini) é um publicitário mulherengo que divide seu tempo entre a amante, a namorada e a elaboração de mentiras. Um dia seu caminho cruza com o de Emma (Valeria Golino), uma osteopata cega, e o que começa como mais um mero jogo de sedução se transforma numa relação inesperadamente íntima.
Filmes de Bumblebee, Mary Poppins e Detetives do Prédio Azul estreiam nos cinemas
Três lançamentos para o público infantil dominam os cinemas neste fim de semana, oferecendo sequências/prólogos/reboots de personagens conhecidos. “Bumblebee” é o melhor de todos os “Transformers”, quase um sacrilégio com 94% de aprovação no site Rotten Tomatoes. “O Retorno de Mary Poppins” serve de continuação ao clássico musical dos anos 1960, repleto de cantoria e coreografia à moda antiga – e 78% de aprovação. E “Detetives do Prédio Azul 2 – O Mistério Italiano” coloca mais um capítulo na franquia derivada da TV paga brasileira. O filme nacional é o que tem a maior distribuição. É também o mais fraco do trio, graças à diferença gritante de orçamento, além da trama mais infantilizada. A sequência de “Detetives do Prédio Azul: O Filme”, lançado em 2017, tem temática musical, com os três detetives mirins disputando um concurso de calouros, que se revela uma armadilha de bruxos. Então, prepare seus ouvidos. A direção é de Vivianne Jundi, que também está à frente da série do canal pago Gloob A continuação de “Mary Poppins” aspira ser um espetáculo da Broadway no cinema. Não por acaso, conta com participação de Lin-Manuel Miranda, conhecido pelo musical “Hamilton”. O objetivo do diretor Rob Marshall (“Caminhos da Floresta”) é ser cafona mesmo, apelando para coreografias teatrais e nostalgia até na interação dos atores com desenhos animados bidimensionais, como no filme de 1964. Emily Blunt (“A Garota no Trem”) vive a protagonista e o elenco também inclui Meryl Streep (“Mamma Mia!”), Colin Firth (“Kingsman: O Círculo Dourado”) e até Dick Van Dyke, intérprete do simpático limpador de chaminés Bert no filme original. Já “Bumblebee” é uma surpresa que ninguém esperava, considerando o baixo nível das produções de “Transformers”. Há dois grandes responsáveis pelo filme ter resultado numa aventura divertida e envolvente: o diretor Travis Knight, da aclamada animação “Kubo e as Cordas Mágicas” – indicada ao Oscar 2017 – , que assina seu primeiro trabalho com atores reais, e a atriz Hailee Steinfeld (“Quase 18”), boa demais em qualquer papel. Prólogo passado na Califórnia dos anos 1980, o spin-off traz Bumblebee como um fusca amarelo. Não por acaso, era assim que ele aparecia no desenho animado da época. Num paralelo à história do primeiro “Transformers”, em que Shia LaBeouf descobria que seu carro era capaz de se transformar, agora é Hailee Steinfeld (“Quase 18”) quem se surpreende com o motor robótico de seu veículo. A ideia também remete ao clássico filme da Disney “Se Meu Fusca Falasse” (1968). Mas essa fábula motorizada ainda é um “Transformers”, com as inevitáveis explosões, perseguições, lutas contra decepticons e a chegada de Optimus Prime. Quem se deu mal com o acúmulo de blockbusters foi a comédia brasileira “Minha Vida em Marte”, que não contará com tantas telas. Continuação-reprise de “Os Homens São de Marte… E é pra Lá que Eu Vou!” (2014), a trama desmonta tudo o que foi feito no primeiro filme para mostrar a personagem de Mônica Martelli novamente em busca de homem – sério, ainda que supostamente cômico. Esse replay é a explicação arranjada pelo roteiro para dar mais destaque ao amigo gay, vivido por Paulo Gustavo, chamariz de público. E se isso soa forçado, imagine que ainda tem a viagem compulsória dos protagonistas aos Estados Unidos, que toda continuação de comédia brasileira precisa ter – veja-se “De Pernas pro Ar 2”, “Até que a Sorte nos Separe 2” e “S.O.S.: Mulheres ao Mar 2”. Virou a fórmula-padrão. Com direção de Susana Garcia, irmã de Mônica, que estreia na função após ser co-roteirista do primeiro filme, “Minha Vida em Marte” tem estrutura de programa humorístico, com se fosse uma coleção de esquetes que se alternam sem muita explicação, o que permite incluir na trama até uma participação de Anitta (“Meus Quinze Anos”). O circuito limitado traz mais três estreias, com destaque para o filme português “Diamantino”, que conta com coprodução do Brasil e da França e venceu o Grande Prêmio da Semana da Crítica de Cannes. Segundo longa da dupla Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt (que antes colaborou em “Palácios de Pena”, de 2011), trata de maneira bem-humorada assuntos da atualidade, como o culto à celebridade, o crescimento da extrema direita e a crise dos refugiados na Europa. A trama gira em torno do personagem-título, o jogador de futebol Diamantino (Carloto Cotta). Depois de ser responsabilizado por um dos maiores fracassos da história recente do futebol português, o jogador resolve abandonar os campos. Em crise, decide fazer uma série de coisas em busca de um novo propósito na vida, entre elas adotar um refugiado. Mas enquanto embarca nessa odisseia, as irmãs gêmeas do jogador tramam para continuar lucrando às custas do seu talento nas quatro linhas. A participação brasileira na produção é da Syndrome Films, de Daniel van Hoogstraten. Veja os trailers e as sinopses de todos os lançamentos abaixo. Bumblebee | EUA | Fantasia 1987. Refugiado num ferro-velho numa pequena cidade praiana da Califórnia, Bumblebee, um fusca amarelo aos pedaços, machucado e sem condição de uso, é encontrado e consertado pela jovem Charlie (Hailee Steinfeld), às vésperas de completar 18 anos. Só quando Bee ganha vida é que ela enfim nota que seu novo amigo é bem mais do que um simples automóvel. O Retorno de Mary Poppins | EUA | Musical Numa Londres abalada pela Grande Depressão, Mary Poppins (Emily Blunt) desce dos céus novamente com seu fiel amigo Jack (Lin-Manuel Miranda) para ajudar Michael (Ben Whishaw) e Jane Banks (Emily Mortimer), agora adultos trabalhadores, que sofreram uma perda pessoal. As crianças Annabel (Pixie Davies), Georgie (Joel Dawson) e John (Nathanael Saleh) vivem com os pais na mesma casa de 24 anos atrás e precisam da babá enigmática e o acendedor de lampiões otimista para trazer alegria e magia de volta para suas vidas. Detetives do Prédio Azul 2: O Mistério Italiano | Brasil | Infantil Durante a Expo-Bruxas, a maior feira de bruxos do mundo, Pippo (Pedro Henriques Motta), Bento (Anderson Lima) e Sol (Leticia Braga) viajam até a Itália para investigar o sumiço da feiticeira Berenice (Nicole Orsini), que foi sequestrada pelos bruxos Máximo e Mínima Buongusto. Com o trabalho em equipe e a ajuda da avó de Pipo, eles conseguirão desvendar esse mistério. Minha Vida em Marte | Brasil | Comédia Fernanda (Monica Martelli) está casada com Tom (Marcos Palmeira), com quem tem uma filha de cinco anos, Joana (Marianna Santos). O casal está em meio ao desgaste causado pelo convívio por muitos anos, o que gera atritos constantes. Quem a ajuda a superar a crise é seu sócio Aníbal (Paulo Gustavo), parceiro inseparável durante a árdua jornada entre salvar o casamento ou pôr fim a ele. Diamantino | Portugal, Brasil, França | Comédia Diamantino (Carloto Cotta) é uma estrela do futebol mundial, até que, de repente, perde todo o seu talento e se aposenta como um fracasso aos olhos da opinião pública. A partir disso, o ex-craque passa a procurar um novo propósito para a sua vida. Inicialmente, ele resolve confrontar o neo-fascismo, em seguida se envolve com a crise dos refugiados, chegando na questão da modificação genética até a busca pela origem do genial. Conquistar, Amar e Viver Intensamente | França | Comédia Jacques (Pierre Deladonchamps) é um escritor e dramaturgo que vive em Paris. Arthur (Vincent Lacoste) é um jovem estudando em Rennes. Eles se encontram na esquina entre um teatro e cinema. Eles vivem uma história em um período complicado dos anos 1990, onde o amor paira sobre a morte e a ternura luta contra o desespero. Porém, a vida continua contra todas as probabilidades. Asako I & II | Japão | Drama Asako (Erika Karata) tem 21 anos e mora em Osaka. Ela se apaixona por Baku (Masahiro Higashide), um rapaz de espírito livre e misterioso. Porém, ele desaparece de sua vida de repente. Passados dois anos, Asako agora vive em Tokyo. Ela acaba conhecendo Ryohei (Masahiro Higashide), um assalariado que se parece com Baku, mas com uma personalidade completamente diferente dele.
Trailer de Minha Vida em Marte repete fórmula das continuações brasileiras e leva história para os EUA
A Downtown Filmes divulgou o pôster e o primeiro trailer de “Minha Vida em Marte”, continuação de “Os Homens São de Marte… E é pra Lá que Eu Vou!” (2014). E dá tristeza ver que a trama desmonta tudo o que foi feito no primeiro filme para mostrar a personagem de Mônica Martelli novamente em busca de homem – sério, ainda que supostamente cômico. Essa reprise da mesma história é a explicação arranjada pelo roteiro para dar mais destaque ao amigo gay, vivido por Paulo Gustavo. Soa forçado, mas nem tanto quanto a viagem aos Estados Unidos que parece ser contratualmente obrigatória em toda continuação de comédia brasileira que se preze – repetindo “De Pernas pro Ar 2”, “Até que a Sorte nos Separe 2” e “S.O.S.: Mulheres ao Mar 2”. Virou a fórmula-padrão. Com direção de Susana Garcia, irmã de Mônica, que estreia na função após ser co-roteirista do primeiro filme, “Minha Vida em Marte” ainda traz no elenco Marcos Palmeira, com quem Mônica tinha ficado na história original, além do português Ricardo Pereira (da novela “Deus Salve o Rei”), Heitor Martinez (“Os Dez Mandamentos”), Fiorella Mattheis (“Vai que Cola”) e a ubíqua Anitta (“Meus Quinze Anos”). A estreia está marcada para 27 de dezembro.



