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    Irene Papas, maior atriz da Grécia, morre aos 93 anos

    14 de setembro de 2022 /

    A atriz grega Irene Papas, conhecida por clássicos como “Os Canhões de Navarone” (1961), “Zorba, o Grego” (1964) e “Z” (1969), morreu nesta quarta (14/9) aos 93 anos. O anúncio foi feito pelo Ministério da Cultura da Grécia sem divulgar a causa da morte, mas o estado de saúde da estrela estava frágil há anos. Em 2013, ela foi diagnosticada com Alzheimer. Atriz grega de maior renome internacional, Irene Papas estreou mais de 60 filmes ao longo da carreira e foi homenageada com um Leão de Ouro honorário do Festival de Veneza em 2009 por suas realizações. Filha de um professor de teatro, ela nasceu Eirini Lelekou em uma aldeia perto de Corinto, e frequentou a escola real de teatro em Atenas. Ela virou Papas em 1948, após se casar com o diretor de teatro Alkis Papas, que levou a então cantora ao cinema. Depois de dois filmes menores na Grécia, Erini Papas teve o nome latinizado para estrelar produções na Itália, tornando-se Irene em papéis coadjuvantes em várias produções do país, como as “As Infiéis” (1953), de Mario Monicelli, e “Uma Daquelas Mulheres” (1953), com Totó, além do épico de “espadas e sandálias” “A Invasão dos Bárbaros” (1954), no qual coadjuvou para Sophia Loren e Anthony Quinn. Papas logo viraria coestrela de Quinn em vários filmes, formando uma dupla lendária. Sua estreia em Hollywood aconteceu em 1956, no western “Honra a um Homem Mau”, de Robert Wise. Mas foi só quando viveu uma líder da resistência grega em “Os Canhões de Navarone”, que Hollywood reparou estar diante de uma estrela. Na aventura passada na 2ª Guerra Mundial, ela conduzia soldados britânicos interpretados por David Niven, Gregory Peck e Anthony Quinn numa incursão secreta para destruir uma fortificação nazista na costa da Grécia. Mas mesmo formando seu primeiro par romântico com Quinn no filme, revelava-se mais fria e heroica que os militares durante toda a missão. Ela ainda apareceu na aventura da Disney “O Segredo das Esmeraldas Negras” (1964), estrelada pela adolescente Hayley Mills, antes de ter uma participação marcante em “Zorba, o Grego” (1964), novamente ao lado de Quinn. Papas interpretou uma viúva solitária que, depois de fazer amor com um escritor inglês (Alan Bates), era apedrejado pelos aldeões cretenses. Apesar das produções internacionais, a estrela nunca largou o cinema de seu país. Ao contrário, virou o rosto oficial das grandes adaptações das tragédias gregas, protagonizando “Antigona” (1961) e “Electra, a Vingadora” (1962) nos papéis-títulos. Com “Electra”, a atriz iniciou uma duradoura parceria com o cineasta Michael Cacoyannis, com quem completou uma trilogia baseada nas peças de Eurípedes, formada ainda por “As Troianas” (1971), na qual viveu Helena de Tróia, e “Ifigênia” (1976). Tão famosa como sua trajetória como artista foi sua vida pessoal. Ela tinha apenas 21 anos quando se casou pela primeira vez com o diretor de cinema Alkis Papas, e o relacionamento durou apenas quatro anos, encerrado em 1951. Mas três anos depois, Irene encontrou o amor de sua vida, ninguém menos que Marlon Brando. “Desde então, nunca amei um homem como amei Marlon. Ele foi a grande paixão da minha vida, absolutamente o homem com quem eu mais me importava e também o que eu mais estimava, duas coisas que geralmente são difíceis de conciliar”, ela chegou a admitir numa entrevista. Irene também não tinha papas na língua. Liberal assumida – no Brasil de Bolsonaro, seria chamada de comunista – ela liderou a conclamação de um “boicote cultural” contra o “Quarto Reich”, como chamava a ditadura grega. Acabou exilada em 1967. No exterior, sua carreira continuou a florescer. Ela atuou no drama “Sangue de Irmãos” (1968) do americano Martin Ritt, no épico histórico “Ana dos Mil Dias” (1969) do britânico Charles Jarrott, em giallos dos italianos Umberto Lenzi (“Um Lugar Ideal para Matar”, 1971) e Lucio Fulci (“O Segredo do Bosque dos Sonhos”, 1972), e no grande clássico político “Z” (1969), de seu compatriota em exílio Costa-Gavras, proibidíssimo na Grécia – e até pela ditadura militar brasileira, por sinal. Mesmo com a queda da junta militar em 1974, quando pôde regressar ao seu país, Papas manteve os contatos internacionais, trabalhando em Hollywood com Terence Young (o primeiro diretor de “007”) em “A Herdeira” (1979) e com John Landis em “Um Romance Muito Perigoso” (1985), em dois dramas do italiano Francesco Rosi, “Cristo Parou em Éboli” (1979) e “Crônica de uma Morte Anunciada” (1987), e em dois épicos árabes do sírio Moustapha Akkad, “Maomé – O Mensageiro de Alá” (1976) e “O Leão do Deserto” (1980), ambos novamente ao lado de Anthony Quinn. Irene Papas também atuou em filmes falados em português, incluindo a produção brasileira “Erêndira” (1981), de Ruy Guerra, onde contracenou com Claudia Ohana, e em três longas do português Manoel de Oliveira, que a chamava de “a mãe da civilização ocidental” – “Party” (1996), “Inquietude” (1998) e “Um Filme Falado” (2003), o penúltimo lançamento da sua carreira no cinema. A atriz ainda estrelou “O Capitão Corelli”, do inglês John Madden, ao lado de Nicolas Cage e Penélope Cruz, e se despediu das telas com um filme que ela própria dirigiu, “Hécuba”, uma nova adaptação de Eurípedes, lançada em 2004. Além da carreira teatral, ela brilhou em superproduções épicas da televisão, incluindo duas minisséries baseadas na “Odisseia”, de Homero, vivendo Penélope em 1968 e Anticleia em 1997, e numa outra sobre o êxodo judeu, “A Terra Prometida – A Verdadeira História de Moisés”, como Zipporah em 1974. Também seguiu carreira nos palcos por várias décadas, adaptando seu favorito Eurípedes, mas também Shakespeare, Ibsen e vários outros clássicos teatrais. A sua carreira estendeu-se ainda à música. Em 1969, gravou um álbum de canções de outro artista grego exilado, o compositor Mikis Theodorakis (autor da trilha de “Zorba, o Grego”). E causou escândalo com a sua participação no álbum conceptual “666”, do grupo de rock progressivo Aphrodite’s Child, interpretando “orgasmos vocais”. Desse álbum nasceu sua parceria com o tecladista Vangelis, um dos integrantes da banda, com quem trabalhou em mais dois discos: “Odes” (1979), com canções populares gregas, e “Rapsodies” (1986), com hinos litúrgicos bizantinos. Uma artista completa, que, em 1995, foi condecorada com a insígnia da Ordem da Fénix, uma das maiores condecorações da Grécia, lhe conferida pelo então Presidente Konstantinos Stephanopoulos.

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    Mikis Theodorakis (1925–2021)

    2 de setembro de 2021 /

    O compositor grego Mikis Theodorakis, autor de trilhas icônicas como as dos filmes “Z” e “Zorba, O Grego”, faleceu em Atenas aos 96 anos, após ser hospitalizado com problemas cardíacos. “Mikis Theodorakis passa agora à eternidade. Sua voz foi silenciada e com ele todo o helenismo”, afirmou o primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, que decretou três dias de luto nacional. “Hoje perdemos uma parte da alma da Grécia. Mikis Theodorakis, nosso Mikis, o professor, o intelectual, o resistente, se foi. Ele, que fez com que todos os gregos cantassem os poetas”, declarou a ministra da Cultura, Lina Mendoni. A presidente da República, Eikaterini Sakellaropoulou, elogiou um “grande criador grego e universal, um valor inestimável para toda nossa cultura musical que dedicou sua vida à música, à arte, ao nosso país e a seus habitantes, às ideias de liberdade, justiça, igualdade e solidariedade”. Nascido em 29 de julho de 1925 em Chios, no Mar Egeu, em uma família de origem cretense, Mikis Theodorakis teve uma vida atribulada, participando na juventude da resistência contra os nazistas. Ele também também lutou ao lado dos comunistas durante o conflito civil que explodiu na Grécia após a 2ª Guerra Mundial, o que o fez ser deportado para a ilha prisão de Makronisos, onde foi torturado. Ao conseguir a liberdade, viajou a Paris para estudar no Conservatório. Mas não ficou muito longe da Grécia e do fervor político. Ao retornar a Atenas, começou a trabalhar em trilhas, assinando a música de “A Batalha dos Descalços” (1953), sobre a resistência do jovens gregos – como ele próprio – contra a invasão nazista. Depois de se firmar como referência musical do cinema grego, em obras como “Profanação” (1962), que Jules Dassin filmou na Grécia com Anthony Perkins, “Electra, a Vingadora” (1962), de Michael Cacoyannis, que consagrou Irene Papas, e “Uma Sombra em Nossas Vidas” (1962), que Anatole Litvak filmou na Itália com Sofia Loren, ele assinou sua obra mais conhecida, “Zorba, o Grego” (1963), do compatriota Cocoyannis, com elenco hollywoodiano encabeçado por Anthony Quinn. Sempre politizado, Theodorakis fez amizade com Grigoris Lambrakis, deputado do partido de esquerda EDA, assassinado em novembro de 1963 em Tessalônica pela extrema-direita, com a cumplicidade do Estado. Após musicar mais um filme de Cocoyannis com elenco internacional, “Quando os Peixes Saíram da Água” (1967), o próprio compositor foi detido no início da ditadura dos coronéis, que começou em 21 de abril de 1967. Anistiado um ano mais tarde, ele liderou um movimento clandestino e foi colocado em prisão domiciliar. Mas sua popularidade só aumentou, o que levou a ditadura militar a determinar nova detenção e a proibição completa de sua obra. A prisão e a censura renderam protestos internacionais, e a repressão apenas transformou Theodorakis num símbolo da resistência. Pressionados pela comunidade europeia, os militares optaram por exilá-lo. Em Paris, o compositor voltou à luta. Ele se juntou a um jovem cineasta para denunciar a ditadura e homenagear o amigo chacinado. O filme “Z” (1969), do cineasta Costa-Gavras, apontou a cumplicidade do governo grego no assassinato de Lambrakis e impactou o cinema político de forma definitiva, inspirando o engajamento de cineastas em pautas urgentes ao redor do mundo. Ele voltou a trabalhar em outra obra hollywoodiana do velho amigo Cocoyannis, “As Troianas” (1971), com Katharine Hepburn, Vanessa Redgrave e Geneviève Bujold, consagrando-se como o compositor das grandes tragédias gregas. Ao mesmo tempo, fortaleceu sua outra vertente musical, dobrando a aposta no cinema político de Costa-Gavras com a trilha de “Estado de Sítio” (1972), uma crítica à ditadura uruguaia, com paralelos claros a situação de seu próprio país. No exílio, também conquistou Hollywood, musicando “Serpico” (1973), clássico de Sidney Lumet estrelado por Al Pacino, que denunciava a violência e a corrupção policial dos EUA. Mas não perdeu o foco, assinando em seguida o clássico “O Ensaio” (1974), de Jules Dassin, sobre o impacto da censura e perseguição política entre os universitários gregos. Quando a ditadura finalmente caiu em 1974, Theodorakis voltou à Grécia sob aplausos, recepcionado por uma multidão no aeroporto de Atenas, que gritava seu nome como se fosse um herói da mitologia. Mas para decepção da esquerda, ele optou por usar sua popularidade para ajudar a eleger Constantin Caramanlis, um estadista de direita, que se tornou responsável pela volta da democracia grega. Theodorakis ainda alternou alguns filmes políticos, como “Acontecimentos de Marusia” (1975) e “The Man with the Carnation” (1980), com novas adaptações de tragédias gregas, como “Ifigênia” (1977), de Cocoyannis, antes de enveredar pelas trilhas de documentários, projetos televisivos, concertos, balés, óperas, peças teatrais, gravações de discos e até a carreira política no Parlamento, que tomaram a maior parte de seu tempo nos anos seguintes. Ele próprio ganhou um documentário em 2010, “Mikis Theodorakis. Composer”, que o descrevia como o artista mais importante para o estabelecimento da identidade grega em meio às lutas pela democracia no século 20. Mas isso não impediu que fosse alvo de gás lacrimogênio dois anos depois, quando protestava diante do Parlamento em Atenas contra as medidas de austeridade impostas pelos credores do país (Banco Central Europeu, União Europeia e Fundo Monetário Internacional) durante a crise financeira que abateu a Grécia. Nos últimos anos, Theodorakis militou em diversas campanhas de direitos humanos, como o conflito do Chipre, as tensões entre Turquia e Grécia, os ataques da OTAN contra a Sérvia e a disputa entre Israel e Palestina O compositor era casado com Myrto, sua companheira de toda a vida, e tinha dois filhos, Marguerite e Georges.

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