Charlie Sheen revela experiências sexuais com homens: “É libertador”
Ator de “Two and a Half Men” fala sobre passado em livro de memórias e no documentário “a.k.a. Charlie Sheen”, que estreia em 10 de setembro na Netflix
Tony Roberts, ator de vários filmes de Woody Allen, morre aos 85 anos
Ele foi parceiro frequente do diretor nova-iorquino e teve carreira extensa no cinema, teatro e TV
Gena Rowlands, estrela de “Gloria” e “Diário de uma Paixão”, morre aos 94 anos
A atriz ficou conhecida por suas colaborações com o marido John Cassavetes, que lhe renderam duas indicações ao Oscar
Terence Davies, diretor de “Vozes Distantes” e “Amor Profundo”, morre aos 77 anos
Terence Davies, cineasta britânico renomado por suas obras autobiográficas e dramas de época, faleceu aos 77 anos. A informação foi confirmada neste sábado (7/10) pela conta oficial do diretor no Instagram, que informou que ele morreu pacificamente em casa após uma breve doença. Início promissor e premiado Davies ganhou notoriedade internacional a partir do final dos anos 1980 com seus primeiros longas-metragens, “Vozes Distantes” (1988) e “O Fim do Longo Dia” (1992), ambientados em sua cidade natal, Liverpool. Ambos exploram, em diferentes graus, sua experiência pessoal com a família e de crescer como um homem gay e católico em Liverpool nas décadas de 1950 e 1960. Bem-recebidos pela crítica e muito premiados, inclusive no Festival de Cannes, os filmes criaram grande expectativa sobre a carreira do cineasta. A predileção por dramas de época Ao mudar de cenário com “Memórias” (1995), sobre a vida de um menino no interior dos EUA dos anos 1940, o diretor não teve tão boa recepção quanto com seus predecessores, mas isso não o desestimulou. De fato, Davies não parou de produzir obras significativas ao longo de sua carreira, optando por adaptar diversos romances de época. Sua entrada nos anos 2000 se deu com “A Essência da Paixão”. uma adaptação do romance de Edith Wharton, que rendeu o prêmio de Melhor Atriz para Gillian Anderson no BIFA (premiação do cinema independente britânico). Ao explorar as complexidades e armadilhas da sociedade da elite de Nova York no início do século 20, o filme foi bastante elogiado por sua representação incisiva das distinções de classe e da crueldade social. A volta a Liverpool Ele deu um grande hiato na carreira após o longa, voltando com um documentário, “Do Tempo e da Cidade”, em que voltou à cidade de sua infância e de seus primeiros filmes. “Voltei à minha igreja paroquial durante as filmagens”, Davies revelou ao The Hollywood Reporter na época. “Orei para ser perdoado até meus joelhos sangrarem, e eu não tinha feito nada. Você não pode se livrar da culpa. Você é, ipso facto, um pecador porque tem o pecado original em sua alma. Isso é errado.” O sucesso comercial Em sua volta aos dramas de ficção, ele fez seu maior sucesso comercial, “Amor Profundo” (2011), uma adaptação da peça de Terence Rattigan, em que Tom Hiddleston e Rachel Weisz vivem um caso de amor tumultuado no pós-guerra em Londres. O filme foi elogiado por sua representação emocionalmente carregada de amor e perda. Sua adaptação seguinte foi uma obra que levou 18 anos para sair do papel, com busca de financiamento iniciada ainda nos anos 1990. “A Canção do Pôr do Sol” (2015) levou às telas o romance clássico de Lewis Grassic Gibbon sobre a vida difícil de uma jovem em uma fazenda escocesa no início do século 20, mantendo-se fiel ao espírito do livro enquanto explora temas universais como amor, perda e a passagem do tempo. Os poetas finais Acostumados com a demora entre seus filmes, os cinéfilos foram surpreendidos com um novo lançamento em tempo recorde, após apenas um ano. Primeira biografia da carreira do diretor, “Além das Palavras” (2016) foi um retrato da vida da poeta Emily Dickinson, interpretada por Cynthia Nixon, e também recebeu aclamação da crítica por sua abordagem íntima e meticulosa da vida da escritora. Depois disso, ele levou mais cinco anos para realizar novo filme, e foi para sua despedida. “Benediction” (2021), a derradeira de Davies, foi outro drama biográfico sobre poeta, o britânico Siegfried Sassoon. O filme explora a vida de Sassoon, sua experiência na 1ª Guerra Mundial e sua vida amorosa. Apesar da vasta carreira, com filmes sempre muito elogiados, Davis não conquistou o reconhecimento institucional devido para seu trabalho na Grã-Bretanha. Em uma entrevista de 2021 ao jornal britânico The Guardian, ele desabafou: “Teria sido bom ser reconhecido pela BAFTA. Mas nunca fui. Por outro lado, também há uma parte de mim que pensa: não é apenas vaidade? Se um filme vive toda vez que é visto, essa é a verdadeira recompensa.”
Elliot Page diz ter ficado com atriz nos bastidores de “Juno”: “Desejo avassalador”
O ator Elliot Page (“The Umbrella Academy”) revelou ter mantido relações sexuais com a atriz Olivia Thirlby durante as gravações do filme “Juno”, lançado em 2007. A confissão foi feita na sua recente autobiografia, “Pageboy”, lançada nesta semana (inclusive no Brasil). O livro relata a jornada de Elliot, cuja fama aumentou significativamente após sua atuação neste filme. Na época das filmagens, Elliot ainda não havia feito sua transição de gênero e era conhecido como a atriz Ellen Page. Sua personagem era a Juno do título, uma adolescente grávida em busca de pais adotivos para seu bebê. A presença de Olivia no set o surpreendeu, e ele descreve a química entre eles como “palpável”. O livro relata um “desejo avassalador” por Olivia, “que me fazia querer de uma forma nova, esperançosa”. “Foi uma das primeiras vezes que alguém me fez atingir o clímax, a primeira vez que me permiti ser vulnerável com alguém”, revelou. A química teria sido tão forte que eles transaram várias vezes durante as filmagens, de acordo com Elliot. Os encontros aconteceram em quartos de hotel, trailers de trabalho e até mesmo num restaurante. “Achávamos que estávamos sendo discretos”, ele jurou. O fato é que ninguém realmente comentou o caso na época. Olivia Thirlby ainda não comentou as alegações de Page, mas ela se assumiu bissexual em 2011 – atualmente é casada com o técnico de som Jacques Pienaar, que conheceu em “Dredd” (2012). Em seu livro, Elliot Page também revelou ter vivido um romance secreto com Kate Mara, com quem contracenou no drama lésbico “Meus Dias de Compaixão” (2017). Veja abaixo o trailer de “Juno” e a capa nacional de “Pageboy”, lançado na terça-feira (6/6) pela editora Intrínseca.
Viola Davis vai lançar livro de memórias
A atriz Viola Davis está escrevendo um livro de memórias, intitulado “Finding Me”, que será lançado em abril de 2022 nos EUA, A editora HarperOne, parte do conglomerado editorial HarperCollins Publishers, descreveu a obra como uma “jornada de verdadeiro herói”. Segundo a sinopse, “Finding Me” vai percorrer toda a vida de Davis, desde sua infância pobre e violenta em Rhode Island, o início de sua carreira como atriz no teatro, até seus vários prêmios e papéis de destaque, incluindo o Oscar por “Fences” (muito mal batizado de “Um Limite Entre Nós” no Brasil). “Acredito que nossas histórias e a coragem de compartilhá-las são a ferramenta empática mais poderosa que temos”, disse ela no comunicado do projeto. “Esta é a minha história… direta, sem rodeios.” Antes do lançamento chegar às livrarias, o público poderá ver Viola Davis novamente no papel de Amanda Waller em “O Esquadrão Suicida”, que tem estreia marcada para 5 de agosto nos cinemas brasileiros.
Allen v. Farrow: Série documental é processada por editora de Woody Allen
O conteúdo polêmico da série documental “Allen v. Farrow” está motivando um processo na Justiça. E não é de Woody Allen, alvo de denúncias demolidoras da produção, que o acusa de ter abusado sexualmente de sua filha adotiva de 7 anos, Dylan Farrow, nos anos 1990. A Skyhorse Publishing, editora responsável pelo lançamento do audiobook do recente livro de memórias de Woody Allen, “A Propósito de Nada”, revelou que planeja processar a HBO e os cineastas responsáveis pela atração por violação de direitos autorais. A série utiliza trechos do audiobook sem permissão. “Nem os produtores nem a HBO abordaram a Skyhorse para solicitar permissão para usar trechos do audiobook”, disse a editora em nota oficial. “A Skyhorse recebeu informações de segunda mão apenas no final da semana passada de que cada um dos quatro episódios do documentário faz uso extensivo de trechos do audiobook”, acrescenta o texto. “Prontamente na sexta-feira (19/2), nosso advogado notificou o advogado da HBO por carta que se o uso do audiobook fosse próximo ao que estávamos ouvindo, isso constituiria violação de direitos autorais. A HBO não respondeu à nossa carta”. “Tendo visto agora o primeiro episódio, acreditamos que o uso não autorizado do audiobook é uma violação clara e intencional de precedente legal existente, e que os outros episódios também infringirão, ao se apropriarem do audiobook de maneira semelhante”, continuou a Skyhorse. “Tomaremos as medidas legais que considerarmos necessárias para reparar nossos direitos e os de Woody Allen sobre sua propriedade intelectual.” A Skyhorse não entrou em detalhes sobre seus planos futuros além desta declaração. Uma nota da defesa dos diretores do documentário, Amy Ziering e Kirby Dick, alega que “os criadores de ‘Allen v. Farrow’ usaram legalmente trechos limitados de áudio das memórias de Woody Allen, sob a doutrina do uso justo”. A “Fair Use Doctrine”, referida acima, permite que material protegido por direitos autorais seja usado sem permissão em certas reportagens, críticas e outros formatos específicos. Mas essa permissão geralmente é restrita a menos de 10 segundos do referido material. Trechos do livro de memórias narrado por Allen estão previstos para todas as quatro partes da série. Apenas o primeiro episódio apresentou mais de três minutos extraídos diretamente da publicação. A HBO não se manifestou sobre a violação dos direitos autorais. Vale destacar uma ironia no uso do livro no documentário que tem apoio da família Farrow. Ronan Farrow, irmão de Dylan, chegou a lançar campanha nas redes sociais para impedir a publicação do livro, chegando a chantagear a editora original, a Hachette, por quem também publica sua obras. Ele chamou a iniciativa de lançar o livro de “falta de ética” e teve uma vitória parcial após funcionários da Hachette ameaçarem greve contra a publicação – a primeira vez que funcionários de uma editora fizeram campanha a favor da censura de um livro. Aceitando a pressão, a Hachette desistiu da publicação, que foi simplesmente lançada por outra editora. Agora, esta editora, a Skyhorse, alega crime de violação de direitos – além de “falta de ética” – no uso do livro pela equipe do documentário, em que Ronan aparece com proeminência.
Novo filme de Woody Allen vai abrir o Festival de San Sebastián
O novo filme de Woody Allen, “Rifkin’s Festival”, vai abrir o Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, em 18 de setembro. Produzido pela espanhola Mediapro Studio, o filme foi rodado no verão de 2019 e tem como cenário justamente San Sebastián e outras localidades próximas. A trama gira em torno de um casal americano que comparece ao Festival de San Sebastián e se apaixona pela cidade. Escrito e dirigido por Woody Allen, “Rifkin’s Festival” tem no elenco os espanhóis Elena Anaya (“A Pele que Habito”) e Sergi López (“O Labirinto do Fauno”), o francês Louis Garrel (“O Oficial e o Espião”), a americana Gina Gershon (“Riverdale”) e o austríaco Christoph Waltz (“007 Contra Spectre”). O filme será exibido fora da mostra competitiva do festival, que acontecerá até o dia 26 de setembro. O evento de San Sebastián também projetará em sua competição uma seleção de filmes do Festival de Cannes, que foi adiado devido ao coronavírus. Com a reabertura lenta das atividades e o fim da quarentena na Europa, a organização do evento segue adiante com os preparativos. Esta será a segunda vez que Allen será responsável por inaugurar o Festival de San Sebastián, depois de abrir a edição de 2004 com o longa-metragem “Melinda e Melinda”. Naquele ano, ele recebeu o prêmio Donostia em reconhecimento por sua carreira. A estreia também será o primeiro lançamento do cineasta após ter sua carreira interrompida por campanhas negativas que tentam “cancelá-lo” devido a alegações que o perseguem desde os anos 1990 – e que foram revigoradas na era do movimento #MeToo. O diretor de 84 anos é acusado pela ex-mulher Mia Farrow e também por sua filha Dylan de ter abusado sexualmente da menina quanto ela tinha sete anos de idade. São denúncias fortes, que já foram investigadas e constaram o oposto do que a opinião pública acredita. O caso foi investigado duas vezes em 1992, uma pela Agência Estadual de Bem-Estar Infantil e outra pela Clínica de Abuso Sexual Infantil do Hospital Yale-New Haven, e ambas concluíram que Dylan não havia sido abusado. Uma das investigações concluiu, inclusive, que a menina tinha sofrido lavagem cerebral da mãe, motivada por ódio de Woody Allen. O cineasta acabou se envolvendo e, posteriormente, casando-se com a filha adotiva de Mia, Soon-Yi Previn. Casados até hoje, os dois são pais de duas filhas já adultas, que, assim como todas as atrizes que trabalharam com o diretor, jamais reclamaram do comportamento de Allen. Apesar disso, o dano a sua reputação causado pelo resgate da denúncia pelo #MeToo fez com que seu filme anterior, “Um Dia de Chuva em Nova York”), não fosse exibido nos Estados Unidos. O longa-metragem foi lançado em vários países europeus, assim como na Argentina e Brasil. Nos últimos dois anos, o cineasta também viu uma série de atores se declararem arrependidos dos filmes que fizeram com ele. Ele ainda teve que processar a Amazon, que rompeu unilateralmente o contrato de produção e distribuição de seus filmes. E enfrentou uma campanha do próprio filho, Ronan Farrow, contra a publicação da sua autobiografia. Ronan conseguiu, com cúmplices das redes sociais, que a editora original cancelasse o lançamento. Felizmente, outra editora assumiu o projeto e o livro se tornou um dos mais elogiados do ano. Intitulado “A Propósito de Nada”, a obra chega ao Brasil no segundo semestre. Com o anúncio do Festival de San Sebastián, é possível imaginar que Ronan, Dylan ou Mia coordenem novo ataque contra o diretor nas redes sociais.
Woody Allen diz que atores que o criticam são bobos e querem apenas seguir moda
Woody Allen diz ter poucas esperanças de que as pessoas acreditem que ele nunca molestou sua filha Dylan, graças à campanha de cancelamento que sofre. Ele imagina que a alegação será lida até no início de seu obituário. Em uma entrevista ao jornal The Guardian, publicada na sexta-feira (1/5), o cineasta abordou mais uma vez as alegações que o perseguem desde os anos 1990 e que foram revigoradas na era do movimento #MeToo. “Acredito que, pelo resto da minha vida, um grande número de pessoas pensará que eu fui um predador”, disse Allen. “Qualquer coisa contrária que eu disser soará egoísta e defensiva, por isso é melhor que eu apenas siga meu caminho e trabalhe”. Mas até trabalhar tem sido difícil. Ele teve que processar a Amazon, que rompeu unilateralmente o contrato de produção e distribuição de seus filmes – deixando “Um Dia de Chuva em Nova York” inédito nos EUA. E enfrentou uma campanha do irmão de Dylan, Ronan Farrow, contra a publicação da sua autobiografia. Ronan conseguiu, com cúmplices das redes sociais, que a editora original cancelasse o lançamento. Felizmente, outra editora assumiu o projeto e o livro se tornou um dos mais elogiados do ano. Intitulado “A Propósito de Nada”, a obra chega ao Brasil no segundo semestre. Ao longo dos últimos tempos, Woody Allen também viu uma série de atores se declararem arrependidos dos filmes que fizeram com ele, por conta das acusações de que teria abusado sexualmente da sua filha, quanto ela tinha sete anos de idade. Mas a verdade é que o caso chegou a ser investigado duas vezes em 1992, uma pela Agência Estadual de Bem-Estar Infantil e outra pela Clínica de Abuso Sexual Infantil do Hospital Yale-New Haven, e ambas concluíram que a garota não havia sido abusado. Uma das investigações concluiu, inclusive, que Dylan tinha sofrido lavagem cerebral da mãe, Mia Farrow, por ódio de Woody Allen. O cineasta acabou se envolvendo e, posteriormente, casando-se com a filha adotiva de Mia, Soon-Yi Previn. Casados até hoje, os dois são pais de duas filhas já adultas, que, assim como todas as atrizes que trabalharam com o diretor, jamais reclamaram do comportamento de Allen. Allen lamentou as críticas dos atores, que o renunciaram como se ele fosse o capeta, como Greta Gerwig, Rebecca Hall, Colin Firth, Marion Cotillard e Timothée Chalamet. “É muito bobo. Os atores não têm ideia dos fatos e decidiram adotar uma posição segura, pública e egoísta. Quem no mundo não é contra o abuso sexual de crianças?”, observou o diretor. “É assim que atores e atrizes são, e me denunciar se tornou a coisa mais na moda pra se fazer, como todo mundo de repente comendo couve”. Na entrevista, o diretor de 84 anos pontuou que sabe que nunca vai se livrar desse assunto. “É assim que as coisas são e tudo o que posso fazer é torcer para que as pessoas voltem a si em algum momento. Mas se não voltarem, tudo bem. Existem muitas injustiças no mundo muito piores que isso. Então você vive com isso”, completou.
Autobiografia de Woody Allen é lançada sem alarde nos EUA
Pouco mais de duas semanas após ter sido “cancelada” por pressão de politicamente corretos, a autobiografia de Woody Allen, “Apropos of Nothing”, foi publicada nos EUA. Chantageada pelo filho do diretor, Ronan Farrow e sob protesto de seus próprios funcionários, que abandonaram o trabalho para manifestar sua contrariedade o projeto, a editora Hachete devolveu os direitos da obra ao cineasta. E Allen negociou, sem alarde, com uma nova editora, chamada Arcade Publishing, selo da Skyhorse Publishing, responsável por lançar a autobiografia nesta segunda-feira (23/3). “O livro é um relato pessoal sincero e abrangente de Woody Allen e de sua vida desde a infância no Brooklyn até sua aclamada carreira em cinema, teatro, televisão e stand-up, além de explorar seus relacionamentos com a família e os amigos”, diz uma nota oficial da Arcade Publishing, sediada em Nova York. Com 400 páginas, as memórias de Allen investigam sua infância em Nova York, seus filmes, seu caso de amor com sua primeira musa, Diane Keaton, e as alegações de abuso sexual contra sua filha de 7 anos, Dylan Farrow. Elas também abordam seu relacionamento com Mia Farrow. “Apropos of Nothing” é dedicado a Soon-Yi Previn, sua esposa e filha adotiva da atriz. O repúdio contra Woody Allen se deve à uma acusação de abuso sexual que ele teria cometido contra a filha Dylan Farrow nos anos 1990. As acusações foram verificadas por um tribunal de justiça na época, com direito a duas investigações diferentes de seis meses. Ambas concluíram não ter havido abuso sexual. Allen alega que a denúncia foi fruto de raiva da ex, numa batalha legal pela guarda dos filhos, vencida por Farrow, e se manteve viva com o passar dos anos por lavagem cerebral diária promovida em Dylan Farrow. E vale observar que, com mais de 50 anos de carreira, Allen nunca teve problema com uma atriz sequer. “Eu nunca encostei um dedo em Dylan, nunca fiz nada que pudesse sequer ser confundido com abuso. [A acusação] foi fabricada do começo ao fim”, declara o cineasta na obra. A capa é preta, trazendo apenas o título e o nome do autor em letras brancas. Já a contracapa é ilustrada com uma foto recente de Allen, tirada por Diane Keaton, que continua a manter amizade profunda com o diretor. Veja abaixo.
Imprensa internacional se manifesta contra cultura do cancelamento após censura de Woody Allen
A censura sofrida por Woody Allen, que teve o lançamento de seu livro de memórias cancelado após um tuíte de Ronan Farrow iniciar uma onda de protestos, mudou o relacionamento da imprensa internacional com movimentos do tipo #MeToo. Os últimos dias viram surgir diversos editoriais e artigos opinativos condenando a “cultura do cancelamento”, originada nas redes sociais no rastro dos resultados positivos do #MeToo. A nova patrulha ideológica, que age em nome do “politicamente correto”, vinha assumindo grandes proporções sem receber criticas contundentes, mas isso mudou após atacar a liberdade de expressão, no caso emblemático de Woody Allen. O jornal americano New York Post publicou um editorial condenando a pressão exercida por Ronan Farrow, que chantageou o grupo editorial Hachette, ameaçando trocar de editora, e insuflou as redes sociais para conseguir seu objetivo pessoal. “Ronan acredita nas alegações de sua irmã Dylan de que Woody a abusou quando criança em 1992, embora duas investigações (uma pela Agência Estadual de Bem-Estar Infantil, outra pela Clínica de Abuso Sexual Infantil do Hospital Yale-New Haven) concluíram que a garota não havia sido abusado. Tudo é complicado no caso de Woody pelo casamento posterior com Soon-Yi Previn, a filha adotiva da mãe de Ronan (e amante de longa data de Woody). Mas, aparentemente, Woody Allen não pode contar o seu lado da história – ou qualquer história”, escreveu o conselho editorial do jornal. “Ronan Farrow… está errado. Por mais profunda que seja sua raiva, é obsceno que um jornalista esteja silenciando alguém. Ele alega estar contra os abusadores do poder – mas ele flagrantemente abusou do seu próprio poder”, acrescenta o texto. O apresentador Bill Maher também se pronunciou, ao defender outra vítima da cultura do cancelamento – seu colega Chris Matthews. “A cultura do cancelamento é um câncer do progressivismo”, ele apontou. O jornalista britânico Damian Wilson, conselheiro do Parlamento Europeu, publicou um editorial aberto em que chamou atenção contra a seletividade hipócrita dos novos moralistas. “Um protesto contra os editores das memórias de Woody Allen e a proibição do novo filme de Roman Polanski nos EUA são aplaudidos, mas o alegadamente predador sexual Michael Jackson continua a faturar milhões com seu legado”, ele observou. “‘Leaving Neverland’, o documentário de quatro horas que alega que Jacko era um pedófilo que se disfarçava como um amigo de confiança, ganhou grande reconhecimento de uma audiência global. Entretanto, estranhamente, ninguém se mobilizou para queimar suas biografias, discos ou impedir que suas canções sejam cantadas. Mas se você quiser ler as memórias de Woody Allen, aqueles que protestam negarão o seu direito, porque Allen é um conden… er, espere um minuto. Ele não foi condenado por nada… O diretor aclamado pela crítica nunca enfrentou um tribunal criminal por alegações de abuso sexual de sua enteada Dylan”, continuou. “Então, o que valida o protesto, com direito a walk out de funcionários do escritório da editora literária? Os círculos liberais tem certeza que Allen é culpado e se safou. Mas se safou do quê? Nunca saberemos, a menos que seu filho, Ronan Farrow, decida escrever uma reportagem abrangente, semelhante ao seu trabalho para expor o vergonhoso Harvey Weinstein”. Ele ainda lembrou que “Charles Dickens largou sua esposa, mãe de seus 10 filhos, para se casar com uma atriz muito jovem. William Golding admitiu que tentou estuprar uma menina de 15 anos. Norman Mailer esfaqueou a esposa, quase a matando. Paul Gauguin teve relações sexuais com meninas menores de idade no Taiti e transmitiu sífilis antes que as complicações da DST o matassem. Mas, no que diz respeito ao exército politicamente correto, não há problema em ter estantes de livros cheias de Dickens, Golding e Mailer ou reproduções de Gauguin penduradas na parede da sala. Eles recebem um passe livre dos politicamente corretos, assim como Michael Jackson”. Num texto opinativo, publicado na edição dominical do jornal australiano The Sydney Morning Herald, o jornalista Mark Mordue descreve as pessoas que propõe cancelamentos como personagens de desenho animado, que só consideram duas opções, estar do lado certo ou estar do lado errado. “Esses absolutos de desenhos animados são o conteúdo de uma nova moralidade millennial impulsionada por noções como os ‘sem plataforma’ e ‘cancelamento da cultura’. Seus objetivos são cortar as vozes sexistas, racistas, homofóbicas e completamente desagradáveis. Mas o que começa nos domínios da decência rapidamente se transforma em exigências de máfia, com um leve cheiro de neo-stalinismo, mccarthismo e os expurgos forçados da Revolução Cultural da China empestando o ar, à medida que essa cultura cresce em influência”. “Em 1936, F. Scott Fitzgerald observou de passagem: ‘O teste de uma inteligência de primeira classe é a capacidade de manter na mente duas idéias opostas ao mesmo tempo e ainda reter a capacidade de funcionar’… E gostaria de pensar que, como leitor, sou capaz de ter a inteligência de oposição sugerida por Fitzgerald e a capacidade de ler nas entrelinhas, quando olho para os outros e para mim mesmo. Não há necessidade de uma cultura de cancelamento para decidir por mim”. O artigo mais relevante foi publicado pelo jornal The Guardian, escrito por Jo Granville, diretora do English Pen, uma associação internacional de escritores, empenhada em promover e defender a liberdade de expressão em todo o mundo. Para ela, a censura sofrida por Allen “é preocupante para escritores e leitores”. “Os funcionários de Hachette, que protestaram na semana passada, claramente pensavam que estavam fazendo a coisa certa moralmente – protestando contra a publicação de um livro por um homem que foi acusado de abusar de sua própria filha. Mas, como já foi repetido muitas vezes, Woody Allen foi investigado em duas ocasiões e nunca foi indiciado. Embora Dylan e Ronan acusem Woody Allen, ele nunca foi considerado culpado. Nada foi provado. De fato, não há razão aceitável para não publicar o livro de Woody Allen”, apontou Granville. “Os funcionários da Hachette não se comportaram como editores, mas como censores. Eu assisto a filmes de Woody Allen desde criança e gostaria de ler o livro dele. Eu até gostaria de ler o livro dele se ele fosse considerado culpado, porque estou interessada no homem, em seu trabalho e em sua vida. Não checo a pureza moral ou o registro criminal de um escritor antes de lê-lo. Eu teria que despir minhas estantes de livros de alguns dos escritores que mais amo se fosse começar a aplicar os princípios dos funcionários da Hachette como parâmetro para o que pode ou não ser publicado. TS Eliot e Roald Dahl, para começar, eram anti-semitas. De fato, a maior parte do cânone inglês teria que ser jogada na fogueira com essa base”, explicou. “Os editores precisam ter coragem – a coragem de publicar livros que não se encaixem no clima moral e que expressem visões fora de moda. Nos anos 1970, os editores lutaram repetidamente pelo direito de publicar livros que atentavam a moral, enfrentando processos por obscenidade. Foram batalhas que testaram os limites da liberdade de expressão”, continuou. “Na sequência do #MeToo, passamos a ver a indignação moral como uma coisa boa – não a associamos a uma figura reacionária como a censora britânica Mary Whitehouse ou a enxergamos como uma barreira ao progresso. Cancelar as coisas, impedindo manifestações do tipo errado de visão, passou a ser admirado. É notável que um pequeno grupo de pessoas tenha conseguido convencer uma das maiores editoras do mundo a recuar, mas sua causa pode não ser tão moralmente correta quanto eles acreditam. Como editores, de fato, a conduta da equipe que protestou é altamente questionável”. “Não quero ler livros que sejam bons para mim ou que sejam escritos por pessoas cujas opiniões eu sempre concordo ou admiro. Eu sempre tenho medo quando uma multidão, por mais bem intencionada que seja, exerce poder sem qualquer responsabilidade, processo ou reparação. Isso me assusta muito mais do que a perspectiva de uma autobiografia de Woody Allen chegar às livrarias”, concluiu. Suzanne Nossel, diretora da sucursal americana da mesma organização, a PEN America, ainda avaliou, em comunicado, que “o resultado final é que este livro, independentemente de seus méritos, desaparece sem deixar vestígios, negando aos leitores a oportunidade de lê-lo e chegar a seus próprios julgamentos”. Em um balanço da cultura do cancelamento, o site The Post Millennial ainda lembrou que o livro de Woody Allen não foi a primeira vítima editorial das redes sociais. A turnê de divulgação de “American Dirt”, de Jeanine Cummins, foi cancelada devido a “preocupações de segurança”. E o livro “Blood Heir”, de Amélie Wen Zhao, foi recolhido depois que ela foi acusada de descrever a escravidão de forma “descaradamente racista”. O próprio Woody Allen já teve o lançamento de seu filme “Um Dia de Chuva em Nova York” cancelado nos EUA, junto com seu contrato de produção com a Amazon, sem que houvesse qualquer fato novo no caso de 30 anos atrás, do qual foi inocentado, apenas pressão das redes sociais. Quando o primeiro cancelamento aconteceu, porém, nenhum editorial foi escrito em protesto. Os artigos dessa semana são as primeiras reações à fogueira que arde nas redes sociais, onde milhares de posts são disparados por minuto para comemorar a decisão da Hachette de censurar Woody Allen. Eles representam uma mudança de paradigma, apontando que a cultura do cancelamento deixou de ser um movimento “legal”, ao assumir posições fascistas e comportamentos não aceitáveis diante da cultura. Vale observar que, em defesa de seus argumentos, a maioria dos censores voluntários tenta enganar seus seguidores e a si mesma alegando que sua pressão não é censura, já que não é exercida pelo estado. Mas a censura estatal não é a única forma de censura possível. Há censura econômica, quando uma corporação ou um magnata (digamos Harvey Weinstein) impede alguém de trabalhar ou reclamar – ou no mínimo prejudica a carreira para impedir bons contratos, como aconteceu com o diretor Orson Wells após a reação de William R. Hearst a “Cidadão Kane”. Há censura religiosa, autoexplicativa. E há a censura dos militantes, que pode ser violenta – como esquecer que fascistas brasileiros impediram a continuidade das apresentações da peça “Roda Vida” com agressões ao elenco nos anos 1960? – ou pode ser virtual, como a “cultura do cancelamento”. Os censores voluntários também tentam alegar que sua cruzada moral não é censura, porque Woody Allen poderia publicar seu livro em outra editora – como se não fossem fazer o mesmo tipo de pressão outra vez. Ou, então, poderia publicar o livro de graça na internet, garantindo a sua liberdade de expressão. Como se isso provasse ausência de censura. Na prática, impedir um artista de ganhar dinheiro com sua arte é censura. Ainda que Mao Tsé-Tung preferisse chamar de “expurgo”.
Stephen King lamenta censura à livro de Woody Allen: “O próximo é sempre mais fácil”
O escritor Stephen King lamentou a decisão do Hachette Book Group de cancelar o lançamento do livro de memórias de Woody Allen, cedendo aos grupos de pressão da internet. Ele publicou alguns posts sobre o assunto, dizendo que a decisão o fazia se sentir “muito desconfortável”. “A questão não é sobre ele. Não dou à minima para o Sr. Allen. Mas quem será o próximo é que me preocupa”, escreveu o autor de best-sellers. “Uma vez que você começa [a censurar], o próximo é sempre mais fácil”, acrescentou. A posição de King, claro, recebeu críticas. Muitas pessoas se manifestaram, defendendo um ponto de vista “politicamente correto” que justificaria a censura ao livro do cineasta e o cerceamento de sua liberdade de expressão. King respondeu a um dos comentários. “Se você acha que ele é pedófilo, não compre o livro. Não vá aos filmes dele. Não o ouça tocar jazz no Carlyle. Manifeste-se com sua carteira… mantendo-a fechada. Nos EUA, é assim que fazemos”, disse, defendendo o direito do cineasta de escrever e filmar, e também o do público de não pagar para ver. A Hachette anunciou na sexta-feira (6/3) que não lançaria mais o livro do diretor de cinema, previsto para abril, após sofrer pressão do filho do diretor, Ronan Farrow, que renegou seu contrato com a empresa, e protesto de seus funcionários, que abandonaram o trabalho na tarde de quinta para manifestar sua contrariedade com a decisão. A manifestação ganhou apoio de muitos escritores e até de editoras rivais. O caso representa uma importante manifestação no mundo real da prática do “cancelamento” virtual. O repúdio contra Woody Allen se deve à uma acusação de abuso sexual que ele teria cometido contra a filha Dylan Farrow nos anos 1990. As acusações foram verificadas por um tribunal de justiça na época, com direito a duas investigações diferentes de seis meses. Ambas concluíram não ter havido abuso sexual. Allen alega que a denúncia foi fruto de raiva da ex, numa batalha legal pela guarda dos filhos, vencida por Farrow, que a teria manteve viva com o passar dos anos por lavagem cerebral promovida em Dylan Farrow. Outro de seus filhos, Moses Farrow, confirma a versão do diretor. Dez anos mais velho que Ronan Farrow, ele diz se lembrar melhor dos fatos que os irmãos, que eram crianças na época. Dylan, por exemplo, tinha apenas sete anos quando o suposto abuso aconteceu, e Moses, que virou terapeuta de famílias, lembra os fatos de forma muito diferente. Para ele, sua irmã mais nova jamais foi molestada pelo pai, mas isso não a impediu de ter sido uma vítima – da manipulação da mãe, Mia Farrow. Tomando as dores da irmã, Ronan costuma comparar Woody Allen, jamais acusado de abuso ou assédio por nenhuma atriz com quem trabalhou em mais de meio século de carreira, com Harvey Weinstein, denunciado por mais de 100 mulheres e recentemente condenado por crimes sexuais pela justiça de Nova York. Ronan foi um dos responsáveis por essa condenação, ao publicar uma das primeiras reportagens sobre a atividade predadora de Weinstein na revista The New Yorker, que, inclusive, lhe rendeu o prestigioso prêmio Pulitzer e um contrato para livros com o grupo Hachete, que ele decidiu renegar após saber do livro do diretor – iniciando a campanha que resultou na censura. Muito do atual repúdio contra Allen se deve à campanha nas redes sociais comandada por Dylan, que resolveu retomar a acusação de abuso no final de 2017, aproveitando a repercussão da reportagem de seu irmão sobre Weinstein. No auge do #MeToo, ela fez questão de comparar Allen com Weinstein, e suas denúncias conseguiram criar uma reação de “cancelamento” contra o diretor, apesar de não trazerem nenhum fato novo à tona. Mia Farrow tomou ódio de Allen porque ele a trocou pela filha adotiva dela (mas não dele), Soon-Yi Previn. O diretor e Soon-Yi se casaram e estão juntos até hoje. O casal adotou duas filhas, que já são jovens adultas com 20 e 21 anos, e jamais denunciaram Allen por qualquer comportamento. Também vale observar que algumas mensagens raivosas, postadas nas redes sociais nos últimos dias contra a reputação do diretor, aludem ao fato de que uma nova reportagem-denúncia estaria prestes a emergir contra Woody Allen. Pode ser que sim, o que ajudaria a explicar a decisão inesperada da Hachette – o surgimento de fatos mudariam o entendimento da desistência. Entretanto, não seria a primeira vez que fake news viram munição de detratores de Allen, que acusaram até “Um Dia de Chuva em Nova York” de ser uma apologia à pedofilia, antes do mundo poder assistir ao filme. The Hachette decision to drop the Woody Allen book makes me very uneasy. It's not him; I don't give a damn about Mr. Allen. It's who gets muzzled next that worries me. — Stephen King (@StephenKing) March 6, 2020 Once you start, the next one is always easier. — Stephen King (@StephenKing) March 6, 2020 If you think he's a pedophile, don't buy the book. Don't go to his movies. Don't go listen to him play jazz at the Carlyle. Vote with your wallet…by withholding it. In America, that's how we do. https://t.co/znGZu0wJEF — Stephen King (@StephenKing) March 7, 2020











