Larissa Nunes vai protagonizar nova série da Star+ “Americana”
A atriz Larissa Nunes (“Coisa Mais Linda”) foi confirmada no elenco principal da série “Americana”, da Star+. Em novembro do ano passado, Caco Ciocler (“Elis: Viver é Melhor que Sonhar”) já havia sido anunciado como protagonista. A produção é descrita como um thriller histórico que se passa na cidade que dá o título da obra. Falada em inglês e em português, “Americana” se baseia em fatos históricos do século XIX, com a chegada dos confederados da Guerra Civil dos Estados Unidos ao Brasil. Ciocler vai ser Tobias, um investigador que busca solucionar o assassinato de um menino no interior de São Paulo. Já Nunes vai interpretar Sebastiana, uma mulher inteligente e talentosa que foi escravizada. Nas redes, a atriz se manifestou sobre o papel, que chamou de “protagonismo com propósito”. “Uma missão chegou em forma de personagem por aqui. Dou as boas vindas à Sebastiana, a mulher que estou vivendo na série ‘Americana’”. Além de Ciocler e Nunes, André Ramiro (“Tropa de Elite”) foi confirmado no elenco e, em registros nas redes sociais, é possível ver o ator David Júnior caracterizado na produção. Com direção e roteiro de Maurílio Martins (“Marte Um”), a série já tem duas temporadas confirmadas, cada uma com seis episódios. Apesar do nome, a produção está sendo gravada na capital paulista. Ainda não há previsão de estreia. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por LARISSA NUNES (@1larissanunes) Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Caco Ciocler (@cacociocler)
Festival Sesc Melhores Filmes disponibiliza sucessos da crítica de graça
Principal endereço do cinema de arte de São Paulo, o Cinesesc começou a 46ª edição de seu Festival Sesc Melhores Filmes, que este ano acontece online e de graça, na plataforma Em Casa com Sesc. A seleção reúne 13 dos melhores principais títulos lançados nos cinemas brasileiros em 2019, como o polonês “Guerra Fria”, Melhor Direção em Cannes e indicado ao Oscar de Filme Estrangeiro, o dinamarquês “Rainha de Copas”, prêmio do público em Sundance, e o sueco “Border”, igualmente premiado em Cannes. A maioria, porém, são títulos nacionais, entre eles dois longas também premiados em Cannes, “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, e “Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos”, de João Salaviza e Renée Nader Messora. Alguns títulos ficarão disponíveis por 30 dias na plataforma digital, mas outros, como o citado “Bacurau”, terão sessão única – neste caso, no domingo (23/8). O acesso aos filmes estão disponíveis no site oficial: https://melhoresfilmes.sescsp.org.br/. A lista de títulos pode ser conferida abaixo. “Bacurau”, de Juliano Dornelles e Kleber Mendonça Filho. “Border”, de Ali Abbasi. “Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos”, de Renée Nader Messora e João Salaviza. “Cine São Paulo”, de Ricardo Martensen e Felipe Tomazelli. “Divino Amor”, de Gabriel Mascaro. “Elegia de um Crime”, de Cristiano Burlan. “Greta”, de Armando Praça. “Guerra Fria”, de Pawel Pawlikowski. “Inferninho”, de Pedro Diogenes e Guto Parente. “Los Silencios”, de Beatriz Seigner. “No Coração do Mundo”, de Gabriel Martins e Maurílio Martins. “Rainha de Copas”, de May El-Toukhy. “Torre das Donzelas”, de Susanna Lira.
No Coração do Mundo é ponto alto do ótimo cinema feito em Contagem
Se há uma cidadezinha que se tornou presente com bastante frequência no cinema brasileiro contemporâneo é Contagem, localizada próximo a Belo Horizonte. E não à toa. É lá que se localiza produtora Filmes de Plástico, que rendeu obras importantes como “Ela Volta na Quinta” (2015), “Temporada” (2018) e vários curtas de sucesso de crítica, com participação em festivais nacionais e internacionais. Neste ano, a produtora está comemorando uma década de existência. E o filme de comemoração desses 10 anos é um dos melhores da safra da turma de Contagem. “No Coração do Mundo”, da dupla Gabriel Martins e Maurílio Martins, parece um trabalho de cineastas veteranos, tal a segurança narrativa. E não é fácil ter que dar conta de tantos personagens, lhes dar dimensões suficientemente profundas, trabalhando tanto com atores experientes quanto com iniciantes. Mas “No Coração do Mundo” vai além de ser apenas um filme bem-feito. É um trabalho que lida com questões sociais, econômicas e existenciais dos moradores de uma pequena cidade, feito por gente com intimidade na geografia humana do local. Até temos alguns momentos em que o sotaque e o jeito naturalista com que os atores/personagens dialogam soam um pouco difícil para ouvidos não-mineiros, mas aos poucos nos acostumamos. A trama básica gira em torno de um golpe – que até lembra um pouco “Como É Cruel Viver Assim”, de Julia Rezende – , mas o golpe em si não é o mais importante. O filme constrói bases firmes para que nos importemos com personagens, mesmo sabendo que estão fazendo uma burrada atrás da outra. Um personagem como Marcos (Leo Pyrata), por exemplo, é incrivelmente interessante, mesmo sendo questionável do ponto de vista de seu caráter. O filme começa com a comemoração do aniversário de Marcos. Sua noiva, a trocadora de ônibus Ana (Kelly Crifer), o surpreende com uma daquelas declarações de amor constrangedoras com carros de som. Isso já dá o tom do ambiente de periferia, que se explicita ainda mais quando adentramos as casas e os estabelecimentos comerciais daquelas pessoas. Todos os personagens vivem em função de trabalhos que rendem muito pouco para sua subsistência, enquanto outros tentam uma saída através de golpes, como é o caso do já citado Marcos. O grande golpe, no entanto, terá como mentor intelectual Selma (Grace Passô), que, consciente de sua condição de negra, acredita que, para o melhor sucesso de seu plano, será necessária a presença ativa de Ana, a namorada de Marcos, que até então nunca havia participado das tretas dele. As cenas de suspense da tal cena do golpe são de prender a respiração. No mais, como não destacar as cenas da cantora e ativista MC Carol, em suas conversas com Marcos, e a presença de personagens tão carismáticos como Beto (Renato Novaes), Miro (Robert Frank) e Rose (Bárbara Colen)? Não é todo dia que vemos um filme como este. Não é sempre que vemos o cinema brasileiro tão pulsante, surgindo em um momento de tanto desmanche cultural.


