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    “Aquaman 2” será inspirado no cult italiano “Planeta dos Vampiros”

    18 de agosto de 2021 /

    O diretor James Wan revelou que a continuação de “Aquaman”, atualmente em produção, será “pesadamente inspirado” em um cult do cinema fantástico italiano dos anos 1960: “Planeta dos Vampiros”. O longa dirigido pelo mestre do terror italiano Mario Bava em 1965 mostrava o contato de uma tripulação espacial com criaturas alienígenas num planeta inexplorado. Considerado uma das maiores influências do primeiro “Alien” (de 1979), o filme original foi estrelado por uma atriz brasileira, ninguém menos que a diva Norma Bengell. Ao mencionar esta referência durante uma entrevista à revista Total Film, Wan brincou: “Você pode tirar o garoto do horror, mas não o horror do garoto”. Vale lembrar que Wan já tinha conseguido incluir um pouco de sua estética de horror (ele criou as franquias “Invocação do Mal”, “Sobrenatural” e “Jogos Mortais”) no primeiro “Aquaman” (2018), quando explorou as criaturas do Fosso (Trench). Ele explicou que agora terá mais liberdade para explorar o gênero, graças ao sucesso do primeiro filme. “O primeiro filme surpreendeu muita gente, certo? E isso foi porque eles não eram familiarizados com os quadrinhos, que lidam com esse mundo sinistro e estranho. Mas eu senti que não seria o certo ser mais sombrio naquele momento. Então, com o segundo filme, acho que será mais fácil que o público aceite para onde estamos indo, pois já estabeleci os alicerces”, disse Wan. Além de trazer Jason Momoa de volta como o herói-título, a continuação, batizada em inglês de “Aquaman and the Lost Kingdom”, também contará com os retornos Amber Heard como Mera, Patrick Wilson como Mestre do Oceano, Yahya Abdul-Mateen II como Arraia Negra e Temuera Morrison como Tom Curry, o pai de Aquaman. Outro retorno confirmado é do roteirista David Leslie Johnson-McGoldrick, que ajudou a escrever o primeiro “Aquaman” e também colaborou com James Wan na criação de “Invocação do Mal 2”. A estreia está marcada para 16 de dezembro de 2022. Veja abaixo o trailer comentado de “Planeta dos Vampiros” para absorver melhor a referência. Quem comenta é ninguém menos que o cineasta Joe Dante (“Gremlins”, “Grito de Horror”), com muitas informações sobre a produção e seu impacto no cinema – apesar de se equivocar ao mencionar a nacionalidade do elenco (não eram “atores portugueses”, mas a estrela carioca de “Noite Vazia” e do filme vencedor da Palma de Ouro “O Pagador de Promessas”)

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    John Richardson (1934 – 2021)

    7 de janeiro de 2021 /

    O ator britânico John Richardson, que contracenou com algumas das atrizes mais icônicas dos anos 1960 em produções clássicas, morreu na terça-feira (5/1) de complicações resultantes de infecção por covid-19, aos 86 anos. Richardson começou sua carreira com pequenos papéis em filmes britânicos notáveis ​​como “Somente Deus por Testemunha” (1958), drama sobre o naufrágio do Titanic, o remake do suspense “Os 39 Degraus” (1959), o noir jazzista “Safira, a Mulher Sem Alma” (1959) e a popular comédia criminal “Os Sete Cavalheiros do Diabo” (1960). Mas só foi se destacar após trabalhar no cinema italiano. Ele participou do filme de estreia oficial do mestre do terror italiano Mario Bava, “A Maldição do Demônio” (1960), como um assistente de médico cujo sangue inadvertidamente traz uma bruxa vampírica (Barbara Steele) de volta à vida. O filme se tornou cultuadíssimo e chamou atenção do lendário estúdio britânico especializado em terror, Hammer Films, que lhe deu seus primeiros papéis de protagonista. Escalado como arqueólogo galã em “Ela”, Richardson se aventurou em busca de uma cidade perdida governada por uma rainha imortal e deslumbrante (Ursulla Andress). A mescla de fantasia e terror fez tanto sucesso que ganhou continuação (sem Andress), “A Vingança da Deusa”, que o ator também estrelou em 1968. Entre os dois lançamentos, ele ainda vestiu tanga em “Mil Séculos Antes de Cristo” (1966), aventura da Hammer com dinossauros que é mais lembrada pelo biquíni pré-histórico de Rachel Welch. Embora tenha estreado em Hollywood em 1970, como coadjuvante de “Num Dia Claro de Verão” (1970), com Barbra Streisand, ele passou o resto da carreira na Itália, onde protagonizou os spaghetti westerns “John, o Bastardo” (1967) e “Execução” (1968), o drama criminal “A Candidate for a Killing” (1969), com Anita Ekberg, o terror trash “Frankenstein ’80” (1972) e a sci-fi trash “Batalha no Espaço Estelar” (1977), entre muitos outros filmes. A lista melhora com seus papéis de coadjuvante, no terror cult “Torso” (1973), de Sergio Martino, e na comédia “Pato com Laranja” (1975), com Monica Vitti, culminando no último título de sua filmografia, o terror “A Catedral” (1989), do mestre Dario Argento. John Richardson foi casado com a também atriz Martine Beswick, que interpretou duas Bond girls (em “Moscou contra 007” e “Contra a Chantagem Atômica”) entre 1967 até seu divórcio em 1973. Curiosamente, ele também esteve cotado a assumir o papel de James Bond no final dos anos 1960, após a breve desistência de Sean Connery. Após sair do cinema, ele virou fotógrafo profissional.

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    Daria Nicolodi (1950–2020)

    26 de novembro de 2020 /

    A atriz italiana Daria Nicolodi morreu nesta quinta (26/11) aos 70 anos. A informação foi confirmada pela sua filha, Asia Argento. A causa da morte não foi divulgada. “Descanse em paz, amada mãe”, escreveu Argento no Instagram junto com fotos dos dois. “Agora você pode voar livre com seu grande espírito e não terá que sofrer mais. Tentarei continuar por seus amados netos e especialmente por você que nunca iria querer me ver tão triste.” “Mesmo sem você, eu sinto falta do chão sob meus pés e sinto que perdi meu único verdadeiro ponto de referência. Estou perto de todos aqueles que a conheceram e a amaram. Sempre serei sua Ária, Daria.” Nicolodi nasceu em 1950, em Florença, na Itália e estreou no cinema aos 20 anos, no filme de guerra “A Vontade de um General” (1970). Seu começo de carreira foi marcado por clássicos como “Salomé” (1972), uma versão psicodélica da história bíblica, e a comédia “A Propriedade Não é Mais um Roubo” (1973), de Elio Petri. Em 1975, ela estrelou “Prelúdio Para Matar”, um dos melhores giallos do diretor Dario Argento. Os dois iniciaram um romance nos bastidores da produção e Asia Argento nasceu três meses depois de o filme chegar aos cinemas. A relação teve várias idas e vindas, que se refletiram no prazer quase sádico de Argento de matar a atriz de forma brutal em seus filmes. A parceria entre o casal se estendeu a mais seis filmes de terror: “Suspiria” (1977), “A Mansão do Inferno” (1980), “Tenebre” (1982), “Phenomena” (1985), “Terror na Ópera” (1987) e “O Retorno da Maldição: A Mãe das Lágrimas” (2007), onde contracenou com a filha. O gênero acabou marcando a carreira de Nicolodi, que também estrelou “Schock” (1977), último filme do mestre italiano do gênero Mario Bava, além de títulos como “Paganini Horror” (1989), de Luigi Cozzi, e “A Filha do Demônio” (1991), de Michele Soavi. Ela também foi dirigida pela filha em “Scarlet Diva” (2000), primeiro longa de Asia Argento como cineasta. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por asiaargento (@asiaargento)

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    John Saxon (1935 – 2020)

    26 de julho de 2020 /

    O ator John Saxon, que enfrentou Bruce Lee em “Operação Dragão” e Freddy Krueger em três filmes de “A Hora do Pesadelo”, morreu neste sábado (25/7), de pneumonia aos 83 anos. Ítalo-americano do Brooklyn, o ator interpretou personagens de várias etnias durante sua longa carreira, iniciada em 1954 com figurações nos clássicos “Demônio de Mulher” e “Nasce uma Estrela”, ambos dirigidos por George Cukor. Mas seu nome verdadeiro não era John, muito menos Saxon. Ele nasceu Carmine Orrico em 5 de agosto de 1936. Filho mais velho de um imigrante italiano, teve seu destino decidido num dia em que decidiu faltar à aula e ir ao cinema. Na saída da sessão, foi parado por um agente de modelos que lhe deixou um cartão e convite para testes. E começou a fazer fotonovelas. Aos 17 anos, já tinha agente – o mesmo que lançou as carreiras de Rock Hudson e Tab Hunter – e pseudônimo. Decidido a fazer cinema, estudou atuação e voou para Hollywood, onde participou de um workshop da Universal e foi contratado para aparecer nos filmes do estúdio. Depois das primeiras figurações, conseguiu seu primeiro papel de coadjuvante no drama de delinquentes “Running Wild” (1955), com Mamie Van Doren – a Marilyn Monroe dos filmes B. A estreia como protagonista aconteceu logo em seguida, em “Curvas e Requebros” (1956), em que tinha uma banda de rock com Sal Mineo (“Juventude Transviada”). Ele também foi roqueiro em “Estação do Amor” (1957) e namorou Sandra Dee no drama “Corações em Suplício” (1958), enquanto estrelava comédias de diretores famosos, como “Tudo Pelo Teu Amor” (1958), de Blake Edwards, e “Brotinho Indócil” (1958), de Vincente Minnelli. Os papéis de adolescente chegaram ao fim no começo dos anos 1960, mas Saxon se reinventou. Ele integrou o elenco dos westerns “O Passado Não Perdoa” (1960), de John Huston, “Os Destruidores” (1960), com Jeff Chandler, e “Quadrilha do Inferno” (1961), com Audie Murphy, e protagonizou o drama de guerra “Obsessão de Matar” (1962), como um dos psicopatas mais realistas de Hollywood, até o fim de seu contrato com a Universal o levar a filmar na Itália. Entre títulos de spaghetti western e guerra, Saxon acabou descobrindo o terror no cinema italiano, ao estrelar “Olhos Diabólicos” (1963), do mestre Mario Bava, primeiro filme de um gênero em que acabou se especializando. A lista de terrores de sua filmografia inclui vários títulos cultuados, como “Queen of Blood” (1966), produção de Roger Corman sobre uma vampira espacial que inspirou o primeiro “Alien” (1979), e “Noite do Terror” (1974), que já ganhou dois remakes – o mais recente no ano passado. Mas houve uma fase, ao voltar da Europa, que ele viu sua carreira restrita a trabalhos televisivos. Saxon apareceu em vários episódios de séries clássicas, como “Cimarron”, “Bonanza”, “Winchester 73”, “O Rei dos Ladrões”, “Os Audaciosos”, “Têmpera de Aço”, “O Homem de Virgínia”, “Gunsmoke”, “Arquivo Confidencial”, “Galeria do Terror”, “Kung Fu” e chegou até a viver Marco Polo em “Túnel do Tempo”. Felizmente, Saxon conseguiu encaixar papéis de cinema entre os capítulos da semana. E alguns dos filmes que estrelou a seguir acabaram entrando para a história do cinema. Ele começou sua volta por cima ao aparecer como bandido mexicano caçado por Clint Eastwood no western “Joe Kidd” (1972), de John Sturges. E, principalmente, ao enfrentar e se aliar a Bruce Lee no cultuadíssimo “Operação Dragão” (1973), um dos mais influentes filmes de artes marciais de todos os tempos. O sucesso internacional de “Operação Dragão” lhe rendeu um segundo ciclo italiano, desta vez praticamente restrito ao gênero policial, trabalhando com os especialistas Alberto De Martino e Humberto Lenzi. Mas o retorno aos EUA não foi diferente da primeira vez. Saxon retornou ao universo das séries, mas por estar mais conhecido, foi escalado como o vilão do crossover de 1976 entre “O Homem de Seis Milhões de Dólares” e a “Mulher Biônica”, lutou contra Linda Carter em um episódio duplo de “Mulher-Maravilha” – como nazista! -, viveu um poderoso magnata do Oriente Médio que namorou Alexis Colby (Joan Collins) num arco de “Dinastia” e ainda apareceu em 32 episódios como pai de Lorenzo Lamas em “Falcon Crest”. Saxon fez mais uma tentativa de retornar a Hollywood com “O Cavaleiro Elétrico” (1979), estrelado por Robert Redford, e na “Guerra nas Estrelas” barata de Roger Corman, chamada “Mercenários das Galáxias” (1980). Mas acabou retornando mesmo foi ao cinema italiano, desta vez ao mondo bizarro de “Canibais do Apocalipse” (1980), de Antonio Margheriti, e ao célebre giallo “Tenebre” (1982), de Dario Argento. Esta fase de terror culminou em sua escalação na obra-prima do gênero “A Hora do Pesadelo” (1984), de Wes Craven, em que viveu o pai policial da protagonista Nancy Thompson (Heather Lagenkamp). Saxon voltou em mais duas continuações: na única sequência escrita por Craven, “A Hora do Pesadelo 3: Os Guerreiros dos Sonhos” (1987), e na versão metalinguística da saga, “O Novo Pesadelo: O Retorno de Freddy Krueger” (1994), em que viveu a si mesmo, o ator John Saxon, que interpretava o Tenente Thompson. Este também foi o terceiro e último filme de Craven na franquia. O renascimento como astro de terror o inspirou até a virar diretor. Ele comandou um único filme na carreira, “Corredor da Morte” (1988), similar às produções baratas que estrelou na Itália. Foi um fracasso tão grande que nunca mais se arriscou. Após uma fase de muitos filmes ruins lançados direto em vídeo, Saxon reapareceu como vilão de blockbuster em “Um Tira da Pesada III” (1994) e como policial num terror cultuado, “Um Drink no Inferno” (1996), dirigido por Robert Rodriguez e escrito e estrelado por Quentin Tarantino. Ele também coestrelou “Genghis Khan: The Story of a Lifetime” (2010), último trabalho do mestre britânico Ken Anakin, codirigido por Antonio Margheriti. E continuava ativo, com dois projetos em desenvolvimento no momento de sua morte. John Saxon foi casado três vezes, com a roteirista Mary Ann Murphy, a comissária de bordo que virou atriz Elizabeth Saxon e, desde 2008, com cosmetóloga Gloria Martel. Os sobreviventes incluem dois filhos, um neto e um bisneto batizado com seu nome.

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    Michel Piccoli (1925 – 2020)

    18 de maio de 2020 /

    Michel Piccoli, um dos atores mais importantes do cinema da França, morreu na semana passada (1/5), aos 94 anos de idade. A notícia só se tornou pública nesta segunda-feira (18/5), em comunicado da família à imprensa. Responsável por papéis inesquecíveis em dezenas de clássicos, Piccoli morreu de um acidente vascular cerebral, segundo declaração da família. Também produtor, diretor e roteirista, Michel Piccoli deixou uma obra com mais de 200 títulos em uma carreira que abrangeu sete décadas de cinema, além de papéis na televisão e teatro, ao longo das quais colaborou com mestres da estatura de Alfred Hitchcock, Henri-Georges Clouzot, Jacques Rivette, Costa-Gavras, Luis Buñuel, Jean Renoir, René Clément, Jean-Luc Godard, Alain Resnais, Agnès Varda, Jacques Demy, Marco Ferreri, Mario Bava, Manoel de Oliveira, Theodoros Angelopoulos, Nani Moretti, Marco Bellocchio e Louis Malle. O reconhecimento a seu talento foi atestado por uma profusão de prêmios, incluindo o de Melhor Ator no Festival de Cannes – pela atuação em “Salto no Escuro” (1980), de Bellocchio. Nascido em Paris em 27 de dezembro de 1925, ele era filho de músicos – a mãe era pianista e o pai um violinista suíço. Mas apesar de estrear nas telas aos 20 anos, em uma breve figuração em “Sortilégios” (1945), de Christian-Jaque, sua carreira demorou para engatar, o que só aconteceu depois de uma década, em filmes como “French Can Can” (1955), de Renoir, e “O Calvário de uma Rainha” (1956), de Jean Delannoy. Mas o que o tirou dos papéis de coadjuvantes foi sua amizade com Buñuel. “Escrevi para esse diretor famoso pedindo que ele viesse me ver em uma peça. Eu, um ator obscuro! Era a ousadia da juventude. Ele veio e nos tornamos amigos”, Piccoli contou, em uma entrevista antiga. O ator apareceu em seis filmes de Buñuel, geralmente representando uma figura autoritária. A primeira parceria se manifestou em 1956, como um padre fraco e comprometido, que viajava pelas florestas brasileiras em “A Morte no Jardim”. Em “O Diário de uma Camareira” (1964), viveu o preguiçoso e lascivo monsieur Monteil, obcecado sexualmente por Jeanne Moreau, intérprete da empregada do título. E num de seus principais desempenhos, deu vida a Louche, o cavalheiro burguês responsável pela transformação de Catherine Deneuve em “A Bela da Tarde” (1967). No filme, a atriz vivia a esposa de um médico respeitável que era convencida por Louche a passar as tardes trabalhando em um bordel de alta classe com clientes excêntricos. Piccoli reprisou o papel quase 40 anos depois, em “Sempre Bela” (2006), de Manoel de Oliveira. Para Buñuel, ainda encarnou um versão charmosa do Marquês de Sade em “Via Láctea” (1969), foi sutilmente dominador como secretário do Interior em “O Discreto Charme da Burguesia” (1972) e sinistro como chefe da polícia no penúltimo filme do diretor, “O Fantasma da Liberdade” (1974). Durante esse período, Piccoli fez parte da cena dos cafés filosóficos de Paris, que incluía os escritores Boris Vian, Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, além da cantora Juliette Gréco, com quem se casou em 1966 – separaram-se em 1977. Ele também se tornou um membro ativo do partido comunista francês. Os anos 1960 foram sua década mais criativa e variada, em que se juntou à novelle vague, atuando em obras memoráveis. Seu primeiro papel de protagonista no movimento que revolucionou o cinema francês foi como o marido de Brigitte Bardot em “O Desprezo” (1963), de Godard. No filme, ele interpreta um roteirista disposto a vender a própria esposa a um produtor (Jack Palance) para que seu roteiro saísse do papel e virasse filme dirigido por Fritz Lang (interpretado pelo próprio). Entre suas performances em clássicos da nouvelle vague ainda se destacam “A Guerra Acabou” (1966), de Alain Resnais, e “As Criaturas” (1966), de Agnès Varda. Mas Piccoli se projetou mais com sucessos de público, como “O Perigoso Jogo do Amor” (1966), de Roger Vadim, na qual contracenou com a americana Jane Fonda, o filme de guerra de René Clement “Paris Está em Chamas?” (1966), e principalmente o clássico musical “Duas Garotas Românticas” (1967), de Jacques Demy. A carreira do astro francês se internacionalizou após o filme de Demy, que chegou a ser indicado ao Oscar. Em 1968, ele estrelou a cultuada adaptação de quadrinhos italianos “Perigo: Diabolik” (1968), de Mario Bava, como o policial que tenta prender o criminoso do título. E no ano seguinte começou sua parceria de sete filmes com outro mestre italiano, Marco Ferreri – iniciada por “Dillinger Morreu” – , sem esquecer sua estreia em produções de língua inglesa, no suspense “Topázio”, de ninguém menos que Alfred Hitchcock. A consagração continuou nos anos 1970, marcada pelo principal e mais escandaloso filme de Ferreri, “A Comilança” (1973), e por uma das melhores obras de Chabrol, o noir “Amantes Inseparáveis” (1973). Com a fama adquirida, ele aproveitou para começar a produzir – a partir de “Não Toque na Mulher Branca” (1974), outra parceria com Ferreri. Piccoli também integrou a produção norte-americana de Louis Malle, “Atlantic City” (1980), estrelado por Burt Lancaster e Susan Sarandon, fez “Paixão” (1982), de Godard, e trabalhou com Marco Belocchio (em “Salto no Escuro” e “Olhos na Boca”) e Jerzy Skolimowski (“O Sucesso É a Melhor Vingança”), antes de viver o vilão que ajudou a lançar um dos principais nomes da geração de cineastas dos anos 1980. Premiado no Festival de Berlim, “Sangue Ruim” (1986) deslanchou a carreira de Leos Carax (então em seu segundo longa) e popularizou mundialmente a atriz Juliette Binoche. A lista de papéis clássicos não diminuiu com o tempo, rendendo “Loucuras de uma Primavera” (1990), de Malle, e “A Bela Intrigante” (1991), de Jacques Rivette, em que pintou – e consagrou – a nudez de Emmanuelle Béart. Sua trajetória teve muitas outras realizações, novas parcerias com Rivette, filmes com Édouard Molinaro, Jean-Claude Brisseau, Raoul Ruiz, Bertrand Blier, mais Manoel de Oliveira, dezenas mais. Tanta experiência o levou a escrever e dirigir. Ele assinou três longas, um segmento de antologia e um curta, mas apenas um repercutiu entre a crítica – “Alors Voilà” (1997). Como intérprete, porém, não lhe faltou consagração, incluindo o David di Donatello (o Oscar italiano) de Melhor Ator por um de seus últimos papéis, como papa em “Temos Papa” (2011), de Nani Moretti. Outros desempenhos importantes no final de sua carreira incluem o último longa do grego Theodoros Angelopoulos, “Trilogia II: A Poeira do Tempo” (2008). E após ser homenageado pela Academia Europeia de Cinema com um troféu pela carreira, ainda emplacou três lançamentos premiados em 2012: “Vocês Ainda Não Viram Nada!”, de Resnais, “Holy Motors”, de Carax, e “Linhas de Wellington” (2012), de Valeria Sarmiento. A despedida das telas se deu logo em seguida, com “Le Goût des Myrtilles” (2014), de Thomas De Thier. Ele deixa sua terceira esposa, a roteirista Ludivine Clerc, com quem se casou em 1978, e sua única filha, Anne-Cordélia, fruto de seu primeiro casamento com Eléonore Hirt.

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    Claudine Auger (1941 – 2019)

    20 de dezembro de 2019 /

    A atriz francesa Claudine Auger, que estrelou o filme “007 Contra a Chantagem Atômica” (1965), morreu na quinta-feira (19/12) aos 78 anos. Auger foi a primeira Bond girl francesa, ainda na época de Sean Connery como o agente secreto James Bond. Desde então, diferentes versões do espião viveram romances com Carole Bouquet (“007: Somente Para Seus Olhos”), Eva Green (“007: Cassino Royale”) e Léa Seydoux (“007 Contra Spectre” e “007: Sem Tempo para Morrer”). Consta, inclusive, que a atriz foi contra as recomendações do estúdio e dispensou dublês para as cenas de ação de sua personagem, a célebre Dominique “Domino” Derval. Nascida em Paris em 1941, Auger chamou atenção pela primeira vez ao ser vice-campeã do concurso Miss Mundo aos 17 anos. O sucesso a transformou em modelo e acabou levando-a ao cinema. Em seus primeiros papéis, chegou a participar do clássico “O Testamento de Orfeu” (1960), dirigida e estrelada por Jean Cocteau, e da coprodução hollywoodiana “Paris, Cidade das Ilusões” (1963), estrelada por Jean Seberg. Mas eram pequenas aparições. Tudo mudou após “007 Contra a Chantagem Atômica”. No ano seguinte, ela protagonizou nada menos que quatro filmes, entre eles dois novos thrillers de espionagem, “O Homem de Marrakesh” (1966), escrito e dirigido por Jacques Deray, e “Espionagem Internacional” (1966), do mesmo diretor do filme de 007, Terence Young. A projeção lhe abriu as portas do cinema europeu, com convites para filmar em vários países do continente. Ela acabou se especializando em produções italianas, que renderam à sua filmografia comédias de sucesso como “Operação San Genaro” (1966), de Dino Risi, “Os Amores de um Demônio” (1966), de Ettore Scola, e “As Doces Senhoras” (1968), de Luigi Zampa, em que contracenou com outra Bond girl famosa, Ursula Andress, além de giallos notórios, como “O Ventre Negro da Tarântula” (1971), de Paolo Cavara, e “Mansão da Morte” (1971), de Mario Bava. Auger também contracenou com a americana Goldie Hawn em “Viagem com Anita” (1979), de Mario Monicelli, e teve uma duradoura parceria com o cineasta francês Jacques Deray, que rendeu vários filmes e telefilmes entre 1966 e 1983. Um de seus últimos papéis importantes foi no drama romântico “A Pele do Desejo” (1992), do inglês Andrew Birkin, como a mãe da protagonista vivida por Greta Scacchi.

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    Valentina Cortese (1923 – 2019)

    10 de julho de 2019 /

    Valentina Cortese, atriz italiana indicada ao Oscar por sua interpretação em “A Noite Americana” (1973), clássico de François Truffaut, morreu nesta quarta (10/7) em Milão, aos 96 anos. Nascida em Milão em 1923, Cortese foi uma das principais “mocinhas” do cinema italiano dos anos 1940, lançada à fama com o papel de Lisabetta em “A Farsa Trágica” (1942), de Alessandro Blasetti. Ela fez nada menos que 26 filmes em sua primeira década de atividade, boa parte deles aventuras de capa e espada, conquistando aclamação para além das fronteiras nacionais ao interpretar tanto Fantine quanto Cosette na versão italiana de “Os Miseráveis”, lançada como dois filmes diferentes em 1948. A repercussão rendeu um contrato com a 20th Century Fox, que a lançou nos Estados Unidos no clássico noir “Mercado de Ladrões” (1949), de Jules Dassin. Fez vários filmes americanos, entre eles “Terrível Suspeita” (1951), de Robert Wise, e “A Condessa Descalça” (1954), de Joseph L. Mankiewicz. Mas a ironia é que Hollywood a tornou ainda mais popular na Europa, o que a levou de volta à Itália. Em seu retorno triunfal, a atriz passou a trabalhar com os grandes mestres do cinema italiano. Os convites não eram mais para papéis de donzelas em aventuras ligeiras, mas para participar de obras dos mais variados gêneros, do drama ao terror, a maioria cultuadíssima, como “As Amigas” (1955), de Michelangelo Antonioni, “Olhos Diabólicos” (1963), de Mario Bava, “Julieta dos Espíritos” (1965), de Federico Fellini, e “Irmão Sol, Irmã Lua” (1972), de Franco Zeffirelli, A atriz ainda participou de filmagens americanas na Itália, como “Barrabás” (1961), passado na Roma antiga, o drama “A Visita” (1964) e o filme de guerra “O Segredo de Santa Vitória” (1969). E trabalhou em produções inglesas, francesas, alemãs, espanholas, etc, como “Onde o Mundo Acaba” (1956), de Luis García Berlanga, “O Assassinato de Trotsky” (1972), de Joseph Losey, e “O Primeiro Amor” (1970), de Maximilian Schell. O papel de Severine, uma estrela de cinema envelhecida e alcoólatra, no clássico francês “A Noite Americana” (1973), de Truffaut, foi um dos pontos mais altos de sua carreira. Além da indicação ao Oscar, o trabalho lhe rendeu indicação ao Globo de Ouro e o prêmio de Melhor Atriz da BAFTA, a Academia britânica. Ela ainda contracenou com Paul Newman no filme norte-americano de desastre “O Dia em que o Mundo Acabou” (1980) e foi dirigida pelo inglês Terry Gilliam na comédia de época “As Aventuras do Barão Munchausen” (1988), entre dois trabalhos de Zeffirelli, a minissérie “Jesus de Nazaré” (1977) e seu último longa, “Sonho Proibido” (1993), antes de aposentar das telas, com a fama de ter sido uma das maiores divas da história da Cinecittà.

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