Morre Mitzi Gaynor, estrela de musicais clássicos, aos 93 anos
A atriz e cantora estrelou filmes como “O Mundo da Fantasia” com Marilyn Monroe, "Les Girls" com Gene Kelly e o sucesso "Nos Mares do Sul"
Casa onde Marilyn Monroe morreu é declarada monumento histórico cultural
Decisão das autoridades de Los Angeles salva imóvel de demolição após batalha judicial
Billy Wilder vira tema de exposição inédita no MIS-SP
Mostra relembrará a carreira do aclamado diretor com ambientes imersivos e exibição de clássicos do cinema
Don Murray, astro de “Nunca Fui Santa” e “Twin Peaks”, morre aos 94 anos
Don Murray, que estreou em Hollywood em “Nunca Fui Santa” (1956) ao lado de Marilyn Monroe, faleceu aos 94 anos na sexta-feira (2/2). Seu filho, Christopher, confirmou a notícia ao New York Times, embora detalhes sobre a causa e o local da morte não tenham sido imediatamente divulgados. Uma estreia santa Nascido em Hollywood, Califórnia, Murray começou sua carreira no teatro, onde chamou a atenção do diretor Joshua Logan. Sua estreia no cinema em “Nunca Fui Santa” foi logo como par romântico de Marilyn Monroe, interpretando Bo Decker, um ingênuo cowboy cuja paixão pela loira cativou o público. Nos bastidores, a dedicação de Murray impressionou Monroe que, apesar de suas conhecidas inseguranças, ajudou-o a enfrentar o nervosismo de seu primeiro grande filme, o que rendeu uma parceria memorável na tela. A performance não só estabeleceu Murray como um talento emergente em Hollywood, mas também demonstrou sua capacidade de trazer profundidade e vulnerabilidade a seus personagens, que seria explorada ao longo de sua carreira. Os bastidores da produção também aproximaram Murray da coadjuvante Hope Lange, com que ele se casou no mesmo ano. O casal teve dois filhos, Christopher e Patricia, mas se separou em 1961. Versatilidade em Hollywood Em seu segundo filme, “Despedida de Solteiro” (1957), ele demonstrou sua capacidade de mergulhar em personagens emocionalmente complexos, interpretando um jovem noivo que enfrenta uma série de dilemas pessoais e sociais na véspera de seu casamento. A comédia de Delbert Mann destacou a habilidade do ator em retratar vulnerabilidades masculinas, uma capacidade rara em Hollywood na época. Murray não se limitou a papéis de jovem galã. Ele rapidamente expandiu seu repertório com personagens desafiadores em filmes como “Cárcere Sem Grades” (1957), de Fred Zinnemann, onde interpretou um veterano da Guerra da Coreia lutando contra o vício em drogas. Em “Almas Redimidas” (1961), de Irvin Kershner, viveu um padre às voltas com gangues de rua. E em “Tempestade Sobre Washington” (1962), de Otto Preminger, explorou o drama político, retratando um senador idealista confrontado com a corrupção e os dilemas morais na capital dos Estados Unidos. Murray não se restringiu a dramas intensos. Seu talento também brilhou em westerns como “Caçada Humana” (1958), de Henry Hathaway, vivendo um cowboy fugitivo, em thrillers de ação como “Fuga de Berlim Oriental” (1962), de Robert Siodmak, em que tentou escapar do regime comunista por um túnel sob o Muro de Berlim, e “O Gênio do Mal” (1964), de Robert Mulligan, no papel de um delegado, em aventuras de época, como “A Rainha dos Vikings” (1967) e até na sci-fi, como “A Conquista do Planeta dos Macacos” (1972), onde interpretou o antagonista. Esses filmes destacaram sua capacidade de adaptar-se e brilhar em diferentes estilos narrativos. Carreira televisiva Depois de trabalhar com alguns dos maiores diretores de sua época, Murray sentiu uma queda na qualidade dos projetos e no destaque de seus papéis e decidiu apostar em filmes feitos para a TV, um formato que ganhava popularidade nos anos 1970. Ele estrelou diversos desses filmes, assumindo papéis principais que lhe permitiram explorar temas complexos e personagens profundos, muitas vezes com um pano de fundo social, como “The Intruders” (1970), na pele de um veterano da Guerra do Vietnã que retorna à sua cidade natal no Texas, apenas para se deparar com conflitos de terra e tensões raciais. Ele também participou da minissérie “A Conquista do Oeste” (1976), premiada com dois Emmys, e fez parte do elenco de “Knots Landing”, spin-off da popular série “Dallas” lançada em 1979. Seu personagem em “Knots Landing”, Sid Fairgate, era o patriarca amável e sensato da família Fairgate nas primeiras temporadas da série, que se passava numa comunidade suburbana fictícia na Califórnia. Marido e pai dedicado, Sid oferecia um contraponto estável às várias intrigas e dramas que permeavam a série. Entretanto, teve uma morte trágica na 3ª temporada, em um acidente de carro que teve um impacto profundo tanto nos personagens da atração quanto nos espectadores. O ator voltou ao cinema em 1986 a convite de Francis Ford Coppola, para interpretar o pai de Kathleen Turner, protagonista de “Peggy Sue – Seu Passado a Espera”. Mas a participação no filme foi uma rara exceção, já que Don Murray se dedicou principalmente à televisão nos últimos anos, onde atuou sem parar até 2001. O retorno em Twin Peaks Ele já estava aposentado quando ressurgiu 16 anos depois no revival de “Twin Peaks”, onde interpretou Bushnell Mullins, o chefe e mentor de Dougie Jones, uma das personas de Dale Cooper (Kyle MacLachlan). O personagem se tornou um favorito dos fãs e demonstrou que o talento do ator não havia diminuído com o tempo. A decisão de abandonar a aposentadoria em 2017 foi motivada pela oportunidade única de trabalhar com David Lynch, retomando sua trajetória inicial de trabalhar com grandes mestres. Murray foi atraído pela chance de mergulhar no universo único de Lynch, aos 88 anos. E as últimas palavras do protagonista Dale Cooper para o personagem de Murray na série serviriam perfeitamente de despedida para o ator: “Você é um bom homem, Bushnell Mullins. Não esquecerei tão cedo sua gentileza e decência.”
Kim Kardashian lança vestido inspirado em roupa de Marilyn Monroe que ela danificou
Kim Kardashian decidiu reproduzir o vestido “Feliz Aniversário, Sr. Presidente” de Marilyn Monroe, que ela danificou no tapete vermelho do MET Gala de 2022. A peça foi lançada na terça-feira (7/11) em colaboração com a grife Swarovski. O vestido longo e justo, que foi inspirado na peça cravejada de Marilyn, é feito de tecido de seda com “cristais Swarovski cuidadosamente colocados por toda parte”, segundo a descrição disponível no site da marca Skims. O traje está sendo vendido por R$ 1.050 na plataforma, mas encontra-se esgotado e sem informações de reposição. Vestido de Marilyn Monroe A peça original foi utilizada por Marilyn Monroe em 1962, enquanto ela cantava para o presidente John F. Kennedy numa festa de arrecadação de fundos no Madison Square Garden, nos Estados Unidos. O vestido custava US$ 12 mil e virou parte do acervo do museu Ripley’s Believe It or Not após ser comprado num leilão de 2016 por US$ 4,8 milhões. Em 2022, Kim Kardashian insistiu em utilizá-lo no tapete vermelho do MET Gala. A socialite chegou a pedir para que sua mãe, Kris Jenner, entrasse em contato com o museu para obter a peça histórica emprestada. Ela teve que perder 7kg para “entrar” no vestido cravejado, o que danificou o vestuário. Possivelmente arrependida, decidiu vestir uma réplica depois de posar para fotógrafos do eventos. “Foi tomado muito cuidado para preservar este pedaço da história da cultura pop. Com a contribuição de conservacionistas, avaliadores e arquivistas do vestuário, a condição da peça era prioridade máxima. Acredite ou não! Nenhuma alteração deveria ser feita no vestido”, detalhou o perfil do museu no Instagram sobre a situação.
“Fantástico” vai recriar Chico Anysio com inteligência artificial
Em uma celebração inovadora de seu 50º aniversário, o programa “Fantástico”, da Globo, vai usar inteligência artificial para recriar momentos marcantes de sua edição de estreia, que foi ao ar em 5 de agosto de 1973. As imagens originais desses momentos se perderam em um incêndio que atingiu a Globo em 1976. Participação de Chico Anysio Entre os destaques do material recriado está uma participação digital do humorista Chico Anysio. Nizo Neto, filho do humorista, regravou um monólogo do pai e teve seu rosto transformado no dele por meio de tecnologia. A caracterização de Nizo Neto foi realizada para que ele ficasse mais parecido com Anysio, segundo informações da coluna Play do jornal O Globo. Outras homenagens Além de recriar o monólogo de Chico Anysio, a equipe do “Fantástico” também utilizou a inteligência artificial para rejuvenescer os jornalistas Léo Batista e Cid Moreira e trazer de volta a atriz Sandra Bréa, que faleceu em 2000. Ele teve um número musical recriado, uma homenagem à Marilyn Monroe. A equipe do programa também preparou uma edição inédita do “Retrato falado”, quadro de sucesso de Denise Fraga nos anos 2000, e ainda reunirá modelos que participaram do quadro “A garota do Fantástico”, além de promover o reencontro de Cid Moreira com Mister M, o ilusionista que fez sucesso na atração em 1999 revelando truques de mágica. Presença de Anitta A produção também contará com uma nova trilha. A cantora Anitta regravou o tema de abertura original do programa para o encerramento do especial. A programação especial, que integra a comemoração de 50 anos do “Fantástico”, irá ao ar a partir do próximo domingo (6/8) e se estenderá até o final do mês.
Kenneth Anger, pai do cinema queer, dos clipes e literatura de fofoca, morre aos 96 anos
O cineasta Kenneth Anger, um dos pioneiros do cinema de vanguarda e diretor do cultuado e influente “Scorpio Rising” (1963), morreu aos 96 anos. A notícia foi confirmada em uma nota no site da galeria de arte Spruth Magers, administrada pelas negociantes de arte alemãs Monika Sprüth e Philomene Magers. A causa e a data da morte não foram divulgadas. No texto, Monika e Philomene homenagearam o profissional. “Kenneth foi um pioneiro. Sua genialidade cinematográfica e influência perdurarão e continuarão a transformar todos aqueles que se deparam com seus filmes, palavras e visão”, afirmaram. Elas ainda mencionaram que Anger “considerava a projeção cinematográfica um ritual psicossocial capaz de liberar energias físicas e emocionais”. Para a galeria Spruth Magers, o trabalho de Kenneth Anger “moldou a estética das subculturas dos anos 1960 e 1970, o léxico visual da pop, dos videoclipes e da iconografia queer”. Nascido em Santa Mônica em 1927, Anger produziu mais de 30 curtas-metragens entre 1927 e 2013, e fez o primeiro deles aos dez anos de idade. Um dos primeiros cineastas americanos abertamente gays, ele ficou conhecido por explorar temas eróticos e homossexualidade várias décadas antes do sexo gay ser descriminalizado nos Estados Unidos. Anger ganhou reconhecimento por “Fireworks” (1947), considerado o primeiro filme gay dos EUA. Filmado em sua terra natal Beverly Hills enquanto seus pais estavam ausentes em um final de semana, a obra foi um escândalo e o levou aos tribunais acusado de obscenidade. Mais tarde, o cineasta se mudou para a França e teve uma imersão no cenário avant-garde, que inspirou seus trabalhos “Eaux d’Artifice” (1953) e “Rabbit’s Moon” (1950). Depois de voltar para os Estados Unidos em 1953, ele produziu os filmes “Inauguration of the Pleasure Dome” (1954) e principalmente “Scorpio Rising” (1963), estrelado por Bruce Byron (“O Retorno da Múmia”). O filme mais conhecido de Anger era uma visão fetichista de uma gangue de motociclistas do Brooklyn, filmada sem diálogos e entrecortada por colagens – de quadrinhos a filmes – , tudo ao som de uma trilha sonora de sucessos pop, que tocava sem parar – hits de Elvis Presley, Ricky Nelson e Ray Charles, entre outros. Seu impacto hipnótico provou que música e imagem podem ser combinados para criar algo diferente do cinema comercial. E, por conta disso, “Scorpio Rising” tornou-se amplamente considerado como o início da era dos videoclipes. Além disso, a influência de seu uso pioneiro de trilha pop pode ser sentida em filmografias tão diferentes quanto as de Martin Scorsese, Quentin Tarantino e David Lynch – por sinal, o hit de Bobby Vinton que batiza o filme “Veludo Azul” de Lynch fazia parte da seleção musical de “Scorpio Rising”. Pai dos clipes, do cinema queer e, em seus últimos anos, aclamado também como pai da cultura do remix, as inovações de Anger, que hoje fazem parte do mainstream, causaram choque e revoltaram os conservadores de sua época. Mas chocar sempre foi seu objetivo, o que o tornou uma figura conhecida e controversa do movimento contracultural dos anos 1960. Anger era um satanista assumido, que organizava rituais com celebridades – e fez até um filme em homenagem ao diabo, “Lucifer Rising” (1972). Mas também foi uma figura pop, íntimo de outras personalidades contraculturais da época, incluindo Mick Jagger e Keith Richards dos Rolling Stones, Jimmy Page do Led Zeppelin e a cantora Marianne Faithfull, que por sinal atuou em “Lucifer Rising”. Para completar, ele também inaugurou a literatura de fofocas ao lançar em 1959 o clássico “Hollywood Babylon”, no qual desvendou supostos escândalos envolvendo estrelas de Hollywood, desde Marilyn Monroe (“Os Homens Preferem as Louras”) até Judy Garland (“Nasce uma Estrela”) e Charlie Chaplin (“Tempos Modernos”). A obra enfrentou processos, sofreu descrédito e chegou a ser proibida logo após sua publicação. Mas ele lançou uma continuação do livro em 1984, após anunciar sua aposentadoria como cineasta. Kenneth voltou ao meio cinematográfico em 2000 e permaneceu dirigindo curtas-metragens até 2013. Anger afirmou em uma entrevista de 2010 ao The Guardian que havia concluído a redação de uma terceira parte do livro, porém estava adiando sua publicação devido ao receio de possíveis repercussões. “A principal razão pela qual não o publiquei foi por ter uma seção inteira sobre Tom Cruise e os cientologistas”, disse ele. “Não sou simpático aos cientologistas”. Em 2019, o podcast “You Must Remember This”, apresentado por Karina Longworth (do “The Rotten Tomatoes Show”), examinou as narrativas retratadas em “Hollywood Babylon” e pesquisou em outras fontes para obter relatos mais precisos. E muito do que tinha sido desacreditado acabou se provando verdadeiro. Veja abaixo as versões integrais de “Fireworks”, “Scorpio Rising” e “Lucifer Rising”.
3ª temporada de “Only Murders in the Building” terá episódio musical
Tudo indica que a 3ª temporada de “Only Murders in the Building” terá um episódio musical. Foi o que deram a entender os empresários e escritores da Broadway Marc Shaiman e Scott Wittman em conversa com a revista americana Variety nesta terça-feira (23/5). “Nós trabalhamos na próxima temporada de ‘Only Murders in the Building'”, afirmou Shaiman. “Não podemos divulgar mais do que isso, mas você provavelmente já pode deduzir”, provocou, evocando a especialização da dupla em musicais. A mais recente obra da Broadway de Shaiman e Wittman, uma adaptação musical de “Quanto Mais Quente Melhor” (1959), conquistou o maior número de indicações ao Tony deste ano, com 13 nomeações, incluindo Melhor Musical. Além disso, J. Harrison Ghee (“Accused”) foi indicado como Ator Principal em um Musical. O espetáculo tem músicas de Shaiman, letras dele e de Wittman, e já ultrapassou US$ 1 milhão em vendas nas bilheterias em apenas uma semana. “Only Murders in the Building” acompanha três fãs de “true crime” que resolvem criar um podcast ao se depararem em seu prédio com um mistério igual aos que amam assistir, o que também, por azar, os transforma em principais suspeitos do crime real. O final da 2ª temporada encerrou o mistério original, mas também avançou no tempo para dar início a um novo “quem matou”, envolvendo o ator de uma peça. A obra é criada por Steve Martin (“Doze é Demais”) e John Robert Hoffman (“Grace and Frankie”), com produção de Dan Fogelman (criador de “This Is Us”). O elenco principal traz Steve Martin, Martin Short e Selena Gomez, e na nova temporada foi reforçada por Paul Rudd (o Homem-Formiga da Marvel), Jesse Williams (“Grey’s Anatomy”) e Meryl Streep (“Não Olhe para Cima”). A estreia está prevista para o dia 8 de agosto no Star+. A propósito, Shaiman e Wittman estão atualmente desenvolvendo a peça musical “Smash”, inspirada na série de televisão homônima de 2012 da rede americana NBC.
“Blonde” recebe enxurrada de críticas e acusações de misoginia
“Blonde”, cinebiografia de Marilyn Monroe estrelada por Ana de Armas (“Entre Facas e Segredos”), está coletando críticas negativas e acusações de misoginia. Desde que estreou em 1ª lugar no ranking americano da Netflix na última quarta (28/9), o filme tem sido caracterizado como “sexista”, “cruel” e “não recomendável” pelos críticos e pelo público. Em sua análise publicada no jornal The New York Times, a crítica Manohla Dargis afirmou que “dadas todas as indignidades e horrores que Marilyn Monroe suportou durante seus 36 anos, é um alívio que ela não tenha que sofrer com as vulgaridades de ‘Blonde’, o mais recente entretenimento necrófilo a explorá-la.” Dirigido por Andrew Dominik (“O Assassino de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford”), “Blonde” é uma adaptação do livro de mesmo nome, de Joyce Carol Oates, que mistura realidade com o uso da imaginação (isto é, suposições de fatos) para contar a história da lendária estrela de cinema. O filme recebeu a classificação indicativa “NC-17” nos EUA (equivalente à proibição para menores de 18 anos no Brasil), mais alta que qualquer outro conteúdo disponível no serviço de streaming, devido ao seu extenso conteúdo sexual (incluindo cenas de violência sexual) e também pela maneira como apresenta uma cena de aborto em close-up. Foi essa cena que levou Steph Herold, uma pesquisadora sobre aborto na Universidade da Califórnia, a se manifestar negativamente a respeito do filme nas suas redes sociais. “Tive a extrema infelicidade de assistir ‘Blonde’ na Netflix ontem à noite e deixe-me dizer que o filme é muito anti-aborto, muito sexista, muito explorador. Não posso recomendar MENOS. Não assista.” “As cenas de aborto em particular são terríveis, mas o filme inteiro também é”, continuou ela. “O filme retrata Marilyn sendo coagida a fazer seu primeiro aborto, gritando que mudou de ideia na mesa de operação, e então ela alucina ao encontrar um bebê chorando em sua casa de infância, que está envolta em chamas.” Embora a atuação de Ana de Armas no papel de Monroe seja um destaque em praticamente todas as análises, muitos apontam que o filme não trata da personagem em si. “O filme não é realmente sobre Marilyn Monroe. É sobre fazê-la sofrer”, disse o crítico Justin Chang, do jornal Los Angeles Times. O público também tem se manifestado a respeito do filme, definindo-o como “um dos filmes mais detestáveis que já vi” ou afirmando que “talvez devêssemos parar de deixar homens misóginos tentar fazer filmes inovadores sobre mulheres das quais eles não sabem nada.” Andrew Dominik chegou a revelar anteriormente que a Netflix insistiu em contratar a montadora Jennifer Lame (“Tenet”) “para conter os excessos do filme”, mas se considera orgulhoso por ter mantido tudo o que quis. Ele também já esperava uma reação negativa do público. “É um filme exigente. Se o público não gostar, isso é problema do público. O filme não está concorrendo a nenhum cargo público”, disse o cineasta, em entrevista ao site Screen Daily. “É um filme ‘NC-17’ sobre Marilyn Monroe, e é meio que o que se quer, certo? Eu quero ver a versão ‘NC-17’ da história de Marilyn Monroe.” Além de Ana de Armas, o elenco destaca Adrien Brody (“A Crônica Francesa”) como o escritor Arthur Miller e Bobby Cannavale (“O Irlandês”) como o jogador de beisebol Joe DiMaggio, ex-maridos de Marilyn Monroe. Atualmente, “Blonde” está com apenas 44% de aprovação entre os críticos no Rotten Tomatoes. A nota entre o público é ainda menor: só 34%. Assista ao trailer.
Saiba porque “Blonde” virou o filme mais proibido da Netflix
O filme “Blonde”, cinebiografia da atriz Marilyn Monroe, chegou à Netflix nessa quarta (28/9) com a classificação indicativa “NC-17” nos EUA (equivalente à proibição para menores de 18 anos no Brasil), mais alta que qualquer outro conteúdo disponível no serviço de streaming. Para se ter ideia, “Blonde” foi considerado mais impróprio que o drama erótico “365 Dias” (2020), que recebeu “apenas” a classificação indicativa “R” (equivalente a 16 anos no Brasil), devido ao seu forte conteúdo sexual. Embora a Motion Picture Association (MPA), associação responsável pela classificação, não divulgue as cenas específicas que motivaram a censura etária, é possível supor que isso se deva à combinação de diferentes temáticas e imagens mostradas no filme. Um dos motivos considerados foi o excesso de cenas de nudez, incluindo nudez frontal masculina e feminina. Marilyn, interpretada pela atriz Ana de Armas (“Águas Profundas”), é vista nua durante boa parte do filme. “Blonde” também apresenta cenas de violência contra mulheres e até contra criança. E, se isso ainda não fosse suficiente, há ainda uma cena de aborto mostrada em close-up. Mas o diretor Andrew Dominik (“O Assassino de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford”) acredita que uma cena em particular tenha impressionado mais os censores. Em determinado momento, a Marilyn de Ana de Armas aparece masturbando o presidente Kennedy (interpretado por Caspar Phillipson, de “Jackie”). Como não consegue atingir o clímax, o presidente então força a atriz a fazer sexo oral nele. A cena é filmada em close, mostrando o sofrimento e o desconforto da atriz. Em entrevista ao CinemaBlend, Dominik destacou que a cena “provavelmente” foi o fator determinante da classificação elevada. “Mas é difícil dizer, porque eles são um cofre. Eles não explicam, eles só dão dicas sobre o que pode ser problemático”, acrescentou. “Acho que tem muito a ver com quem está (na cena). Mas, por outro lado, as pessoas parecem estar chateadas com o filme ou sofrendo gatilhos com o filme. Então, talvez ele seja mais eficaz do que eu pensava.” “NC-17” foi uma classificação etária criada em 1990 para evitar que o lançamento de “Henry & June” recebesse a tarja “X”, mais elevada na época e usada para filmes pornográficos. Ela difere de “R” por proibir que menores vejam o filme mesmo se forem acompanhados dos pais e do hard “X” por ser mais que uma montagem de cenas explícitas. A partir de sua inclusão, o “NC-17” se tornou a censura máxima dos cinemas associados à MPA, entidade da indústria cinematográfica responsável pelo sistema de classificação dos EUA, empurrando o “X” para os vídeos adultos. Essa classificação é quase um certificado de óbito para um filme que precisa ser exibido nos cinemas, uma vez que limita demais o seu público. O filme “Showgirls” (1995) até tentou capitalizar em cima da curiosidade gerada por seu rótulo de “NC-17”, mas só arrecadou US$ 20 milhões nas bilheterias. Desde então, os realizadores normalmente optam por fazer cortes nas cenas polêmicas para conseguir uma classificação mais branda. Foi o que aconteceu com “Coração Valente” (1995), “Pânico” (1996), “American Pie — A Primeira Vez é Inesquecível” (1999), “Team America: Detonando o Mundo” (2004) e “King’s Man: A Origem” (2021), entre outros. Entre os filmes que receberam a classificação “NC-17” e ainda assim mantiveram a edição original, destacam-se “Crash – Estranhos Prazeres” (1996), de David Cronenberg, “Os Sonhadores” (2003), de Bernardo Bertolucci, e “Azul É a Cor Mais Quente” (2013), de Abdellatif Kechiche. Andrew Dominik chegou a revelar que a Netflix insistiu em contratar a montadora Jennifer Lame (“Tenet”) “para conter os excessos do filme”, mas se considera orgulhoso por manter tudo o que quis e por colocar seu filme na lista dos “proibidões”. “É um filme exigente. Se o público não gostar, isso é problema do público. O filme não está concorrendo a nenhum cargo público”, disse o cineasta, em entrevista ao site Screen Daily. “É um filme ‘NC-17’ sobre Marilyn Monroe, e é meio que o que se quer, certo? Eu quero ver a versão ‘NC-17’ da história de Marilyn Monroe.” Apesar disso, a atriz Ana de Armas não concordou com a classificação. “Eu posso listar várias séries ou filmes que são muito mais explícitos, com muito mais conteúdo sexual do que ‘Blonde’”, disse ela à revista francesa L’Officiel. “Mas para contar essa história era importante mostrar todos esses momentos da vida de Marilyn que a fizeram terminar daquele jeito. Precisava ser explicado. Todo mundo [no elenco] sabia que tínhamos que ir a lugares desconfortáveis. Eu não fui a única.” “Blonde” é uma adaptação do livro de mesmo nome, de Joyce Carol Oates, que mistura realidade com o uso da imaginação (isto é, suposições de fatos) para contar a história da lendária estrela de cinema. Mas apesar dos elogios à interpretação corajosa da atriz cubana, longamente aplaudida durante a première do filme no Festival de Veneza, o longa dividiu a crítica e chegou à Netflix com apenas 50% de aprovação da crítica, conforme a média calculada pelo portal americano Rotten Tomatoes. Além de Ana de Armas, o elenco destaca Adrien Brody (“A Crônica Francesa”) como o escritor Arthur Miller e Bobby Cannavale (“O Irlandês”) como o jogador de beisebol Joe DiMaggio, ex-maridos de Marilyn Monroe. Assista ao trailer.
Ana de Armas foi ao túmulo de Marilyn Monroe pedir permissão para interpretá-la
Elogiadíssima por sua performance em “Blonde”, cinebiografia sobre Marilyn Monroe, a atriz Ana de Armas contou que chegou a ir ao túmulo da lendária atriz, em Los Angeles, para pedir permissão para interpretá-la, antes do começo da produção. Ela deu os detalhes em entrevista à revista AnOther. “Nós compramos um grande cartão e todo mundo da equipe escreveu uma mensagem para ela”, disse a atriz cubana. “Então, fomos ao cemitério e colocamos no túmulo dela. Estávamos pedindo permissão, de certa forma”. “Todo mundo sentiu um grande senso de responsabilidade, porque sabíamos que estávamos mostrando um lado diferente da história: quem era Norma Jeane, a pessoa por trás da personagem Marilyn Monroe”, acrescentou. Produzido pela Plan B, produtora de Brad Pitt, “Blonde” é uma adaptação do livro de mesmo nome, de Joyce Carol Oates, que mistura realidade e ficção para contar a história da lendária estrela de cinema. Direção e roteiro são de Andrew Dominik (“O Assassino de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford”), que foi fundo nos momentos mais polêmicos da vida da estrela, do assédio de produtores de cinema a surtos nervosos, mas principalmente na síndrome do impostor. Além de Ana de Armas, o elenco destaca Adrien Brody (“A Crônica Francesa”) como o escritor Arthur Miller e Bobby Cannavale (“O Irlandês”) como o jogador de beisebol Joe DiMaggio, ex-maridos de Marilyn. “Blonde” tem estreia em streaming marcada para 28 de setembro na Netflix.
Ana De Armas, como Marilyn Monroe, é aplaudida de pé no Festival de Veneza
O filme “Blonde”, cinebiografia da atriz Marilyn Monroe, foi recebida com entusiasmo pela plateia do Festival de Veneza. Ao final da première do filme, ocorrida nessa quinta (8/9), a obra foi aplaudida de pé por mais de 11 minutos. Ao final da ovação, o cineasta Andrew Dominik (“O Assassino de Jesse James Pelo Covarde Robert Ford”), a protagonista Ana De Armas (“Águas Profundas”) e o restante do elenco estavam em lágrimas. Imediatamente o filme entrou nas apostas garantidas do Oscar 2023, especialmente na categoria de Melhor Atriz. Embora o reconhecimento do público seja importante, o foco de Dominik e De Armas sempre foi na figura ali retratada. Eles queriam prestar uma homenagem verdadeira a Marilyn Monroe. E o envolvimento deles com a obra foi tamanho que eles disseram que podiam sentir a presença dela no set. “Nós estávamos meio que perseguindo o fantasma dela. A poeira dela está por toda parte em Los Angeles”, disse Dominik horas antes, durante a entrevista coletiva do filme no festival italiano. “Eu realmente acredito que ela estava muito perto de nós, ela estava conosco”, completou Ana De Armas. “Ela era tudo em que eu pensava, ela era tudo que eu sonhava, ela era tudo o que eu conseguia falar. Ela estava comigo e foi lindo. Acho que ela estava feliz”, continuou a atriz. “Estando nos mesmos lugares que ela esteve, filmando em sua casa, foi uma sensação muito forte de que havia algo no ar, e acho que ela estava aprovando o que estávamos fazendo.” “Blonde” é uma adaptação do livro de mesmo nome, de Joyce Carol Oates, que mistura realidade e ficção para contar a história da lendária estrela de cinema. O projeto já estava sendo desenvolvido há mais de 10 anos, mas Dominik encontrou muita dificuldade para tirá-lo do papel. “Algumas coisas têm um tipo de energia criativa emocional”, disse Dominik, explicando o motivo de não ter abandonado o projeto. “Alguns projetos você se envolve e eles podem prender sua atenção por um ano ou dois, mas ‘Blonde’ nunca me deixava ir embora. Mesmo quando desmoronou no passado, eu ainda ficava pensando em ‘Blonde’.” O atraso na produção causou uma mudança no elenco. O papel de Marilyn Monroe, que a princípio seria interpretado por Naomi Watts (“O Livro de Henry”), passou para De Armas depois que o diretor ficou impressionado com a atuação dela no terror “Bata Antes de Entrar” (2015). “Eu sabia que era ela. Foi um pouco como amor à primeira vista – quando a pessoa certa entra pela porta, você sabe disso. O filme ganhou vida quando a encontramos.” A escolha da atriz era essencial para o filme, visto que Dominik abordou os assuntos mais polêmicos da vida da estrela, do assédio de produtores de cinema a surtos nervosos, mas principalmente a síndrome do impostor. Falando sobre a composição da sua personagem, De Armas disse que sua abordagem foi baseada em “compreensão, empatia e em me conectar com sua dor e seu trauma. Eu sabia que tinha que me abrir e ir a lugares que seriam desconfortáveis, sombrios e vulneráveis. Foi aí que encontrei a conexão com essa pessoa.” “Senti que estava vivendo isso, senti aquele fardo, aquele peso nos ombros e aquela tristeza difícil de se livrar, mas acho que também não queria me proteger disso”, completou ela, descrevendo como se deixou levar pela personagem. Quando questionada sobre qual reação ela esperava receber da crítica, a atriz disse: “Fiz esse filme para me esforçar e porque achei que era um presente. Eu não fiz o filme para fazer outras pessoas mudarem suas opiniões sobre mim. Aconteça o que acontecer, eu levo a experiência comigo. Este filme mudou minha vida, o que será, será.” Por mais que Ana De Armas escolha ignorar as críticas, as críticas não conseguirão ignorá-la. Owen Gleiberman, do site Variety, definiu a atuação da atriz como “de tirar o fôlego”. “É uma peça deliciosa de atuação com um grito cru preso dentro de si.” Damon Wise, do site Deadline, foi ainda mais longe, dizendo que “Ana de Armas carrega o filme em seus ombros” e afirmou que a interpretação da atriz “é completa, ferozmente emocional, mas complexa em suas nuances e na maneira como explora muitos paradoxos de um símbolo sexual infantilizado.” Além de Ana de Armas, o elenco destaca Adrien Brody (“A Crônica Francesa”) como o escritor Arthur Miller e Bobby Cannavale (“O Irlandês”) como o jogador de beisebol Joe DiMaggio, ex-maridos de Marilyn. O filme, que tem produção do astro Brad Pitt, chega à Netflix em 28 de setembro. Veja abaixo vídeos da reação de Andrew Dominik, Ana De Armas e Brad Pitt aos aplausos do público. Standing ovation for Ana de Armas at the World Premiere of BLONDE #Venezia79 pic.twitter.com/j4UQUleY1L — Ana de Armas Updates (@ArmasUpdates) September 8, 2022 Ana de Armas reacting to the 11-minute standing ovation at #VeniceFilmFestival for #Blonde pic.twitter.com/2Y4Du3vjVj — Deadline Hollywood (@DEADLINE) September 8, 2022 Brad Pitt during #Blonde’s 11-minute standing ovation #VeniceFilmFestival pic.twitter.com/6N40bl9Fu4 — Deadline Hollywood (@DEADLINE) September 8, 2022










