Ministério da Cultura lançará plataforma de streaming com foco em produções nacionais
Nova iniciativa busca promover a cultura e a educação através do acesso facilitado a obras do cinema brasileiro
Lula sanciona cota de telas para filmes brasileiros
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou sem vetos a lei que determina cotas para exibição de filmes brasileiros nos cinemas. A regra foi criada em 2001, no governo de Fernando Henrique Cardoso, por meio de uma medida provisória (MP), que expirou 20 anos depois, em 2021, e não foi renovada durante o governo de Jair Bolsonaro. A nova “cota de tela” terá validade até 2033. De acordo com a lei, as salas, espaços e locais usados para exibição pública comercial de filmes terão de exibir um número mínimo de filmes brasileiros de longa-metragem. Os critérios serão determinados pela Agência Nacional do Cinema (Ancine) e entidades representativas de produtores, distribuidores e exibidores, juntamente com o governo federal. As empresas que descumprirem a obrigação estarão sujeitas a uma multa correspondente a 5% da receita bruta média diária do complexo cinematográfico multiplicada pelo número de sessões de descumprimento. Em caso de falha pontual considerada erro técnico por decisão da Ancine, os infratores levarão apenas uma advertência. Além da cota de tela no cinema, empresas de exibição e distribuição de vídeo doméstico também deverão incluir em seus catálogos um percentual de obras brasileiras. A ministra Margareth Menezes afirmou, em comunicado do Ministério da Cultura, que a nova cota de telas permitirá a “retomada” da produção nacional. “Essa sanção reinaugura um novo momento para a rica produção cinematográfica do país, com ampliação da presença dos nossos conteúdos na TV por assinatura e nos cinemas, valorização da nossa identidade cultural e geração de mais emprego e renda”, celebrou. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Ministério da Cultura (@minc)
Cinema Brasileiro celebra 125 anos com retorno de acervo abandonado desde 1979 na Itália
O cinema brasileiro está celebrando 125 anos nesta segunda-feira (19/6) com uma boa notícia. O Ministério da Cultura anunciou o resgate de um acervo cinematográfico composto por 144 obras nacionais, que estavam em Roma, na Itália, há mais de quatro décadas e agora voltam para a tutela da Agência Nacional do Cinema (ANCINE), vinculada ao MinC. A história dessas obras remonta a outubro de 1979, quando o escritório da antiga Embrafilme na capital italiana foi fechado. Na época, a Embrafilme era praticamente o mercado nacional de cinema inteiro, responsável pela produção, distribuição e exibição de filmes. Com a extinção da entidade em 1990, pelo governo Collor, o acervo italiano ficou sob custódia provisória da Embaixada do Brasil em Roma, aguardando uma oportunidade para o retorno seguro ao Brasil. A Repatriação: Um Verdadeiro Resgate Após várias tentativas de repatriação ao longo das décadas, finalmente houve boa vontade entre todas as partes para que o material fosse transportado ao país pela Força Aérea Brasileira. A oportunidade surgiu com a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Roma, em junho de 2023, que permitiu o transporte seguro do acervo para o Brasil. Vale apontar que as obras, que abrangem diversos gêneros e períodos da história do cinema brasileiro, estão distribuídas em 524 rolos de acetato, pesando quase duas toneladas. Para seu retorno ao Brasil foi necessária uma verdadeira operação de resgate, envolvendo a Embaixada do Brasil em Roma, o Ministério das Relações Exteriores, a Força Aérea Brasileira, a Secretaria de Audiovisual do Ministério da Cultura e a ANCINE. Margareth Menezes, ministra da Cultura, vê esse retorno como um reencontro do país com sua própria cultura, sua memória e sua identidade. “Uma vitória da cultura neste dia especial! É muito simbólico que no ano que retomamos o Ministério, que os investimentos no audiovisual voltaram, a gente consiga trazer de volta esse valioso patrimônio do cinema nacional. O retorno desse acervo é um reencontro do país com sua própria cultura, com sua memória e sua identidade. Reforça também a importância do trabalho de preservação e de difusão das obras para os estudiosos e os amantes do cinema, que será feito aqui pela Cinemateca Brasileira”, disse a ministra.
Margareth Menezes é a nova Ministra da Cultura do Brasil
A cantora Margareth Menezes aceitou nesta terça-feira (13/12) o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comandar o Ministério da Cultura. A artista assume o cargo em 20 dias, a partir de janeiro. Numa entrevista coletiva em frente ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), a cantora soteropolitana contou aos jornalistas que o convite “foi uma surpresa”. “Foi uma conversa muito animadora para a gente que é da cultura. Nós conversamos e eu aceitei a missão. Recebo isso como uma missão, até porque foi uma surpresa para mim também”, declarou à imprensa. Horas antes do anúncio, ela se encontrou com o presidente Lula em um hotel na capital federal para uma conversa sobre a pasta, que voltará a ser Ministério após ser rebaixada a secretaria por Jair Bolsonaro, numa demonstração de como o ex-presidente ainda no cargo tratava a cultura brasileira. Por essa razão, Margareth afirmou que será preciso “reerguer” o Ministério. Em uma postagem no Twitter, ela afirmou: “Agradeço ao presidente Lula pela confiança, tendo a certeza de que será um grande desafio e uma enorme responsabilidade. Vamos trabalhar incansavelmente para reerguer a Cultura do nosso país!” Com o convite aceito para compor a pasta, Margareth Menezes se torna a primeira mulher oficializada na equipe ministerial do terceiro governo Lula. Outros três nomes femininos são esperados para os próximos dias. Ela também é a primeira negra do Ministério do governo Lula. Além de virar ministra, a cantora baiana será uma das artistas a se apresentar na posse do presidente, que acontece em 1º de janeiro. Com a escolha de Margareth, Lula repete um convite a um astro da música popular brasileira, após a experiência positiva com Gilberto Gil à frente do Ministério entre 2003 e 2008. Margareth Menezes já conquistou diversos prêmios importantes e indicações ao Grammy Latino, e na década de 1990 chegou a ser internacionalmente conhecida como a “Aretha Franklin brasileira” graças à participação na turnê “Rei Momo”, de David Byrne. Ela também tem uma extensa carreira como ativista. Margareth Menezes fundou a Associação Fábrica Cultural, de combate ao trabalho infantil, exploração sexual e outras violações de direitos, e também dirige o Mercado Iaô, agência de produção cultural na Bahia. Além disso, ainda é embaixadora da IOV-UNESCO, grupo que visa preservar e fomentar a produção cultural. Em 2022, foi eleita uma das 100 pessoas negras mais influentes do mundo pela ONG americana MIPAD. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Luiz Inácio Lula da Silva (@lulaoficial) Agradeço ao presidente Lula pela confiança, tendo a certeza de que será um grande desafio e uma enorme responsabilidade. Vamos trabalhar incansavelmente para reerguer a Cultura do nosso país! pic.twitter.com/bf6lc2VwMF — Margareth Menezes (@MagaAfroPop) December 13, 2022
BaianaSystem mistura tudo num clipe com Titica, Margareth Menezes e eco do além
A banda BaianaSystem lançou novo clipe, que alarga seus horizontes musicais, no momento em que chama atenção no Rock in Rio. “Capim Guiné” centrifuga influências, combinando ritmos regionais, dub, rock, funk e kuduro, com uma levada que faz dançar e bater cabeças ao mesmo tempo. A relação com o kuduro é reforçado pela participação de Titica, cantora transexual angolana, mas a música também traz Margareth Menezes para a roda de samba reggae. Uma colisão de influências tão grande quanto o sincretismo do clipe, que passa por referências de umbanda, cultura africana, índios brasileiros e muita dança. É místico até virar dub, eco do além. O clipe impressionante tem direção de Filipe Cartaxo, responsável pela identidade visual da banda – as máscaras, as artes, os clipes – e de Filipe Bezerra. Os dois colaboraram também no ótimo clipe anterior da banda, “Invisível”.



