Camila Pitanga assume relacionamento com namorada
A atriz Camila Pitanga confirmou seu namoro com a artesã Beatriz Coelho. Elas estão juntas há um ano, mas mantinham o relacionamento longe do público. Mas após o jornal carioca Extra publicar uma nota sobre o namoro nesta segunda (11/11), a assessoria de imprensa da artista enviou uma nota para a coluna de Leo Dias confirmando o envolvimento amoroso. Em abril, Camila esteve na Europa a trabalho e a namorada a acompanhou, mostrando alguns Stories delas juntas. Na época, fãs começaram a especular, mas ambas se mantiveram bastante discretas. Antes de Beatriz, Camila teve um breve romance com o músico Rafael Rocha e também com o ator Igor Angelkorte, em 2018. Camila Pitanga está atualmente em cartaz com a peça “Por Que Não Vivemos?”, em Belo Horizonte, e se prepara para gravar a 2ª temporada de “Aruanas”, série da Globoplay.
Minha Mãe É uma Peça 3 ganha trailer completo com gravidez, casamento e viagem aos EUA
A Downtown Filmes divulgou o trailer completo de “Minha Mãe É uma Peça 3”. A esta altura, o público já sabe do que se trata. E, pelo sucesso de bilheteria dos filmes anteriores, também deve achar muito engraçado. De todo modo, vai o comentário: bastante teatralizada, a prévia não tem uma piada capaz de fazer rir quem já não for fã de carteirinha. Mesmo assim, recebeu o rótulo de “hilário” de blogs que cobrem celebridades. A trama apresenta duas novidades na vida de Dona Hermínia (Paulo Gustavo), relacionada a seus filhos: o casamento de Juliano (Rodrigo Pandolfo) e a gravidez de Marcelina (Mariana Xavier). O fato de o casamento ser gay é meio escondido no vídeo. No cinema, já se sabe que nem vai ter beijo. Há também uma terceira “novidade”: o velho truque da viagem aos Estados Unidos, aparentemente obrigatória em continuação de comédia brasileira de sucesso. A fórmula é tão batida que o próprio Paulo Gustavo já embarcou nela em outra “franquia”, “Minha Vida em Marte”, no ano passado. Com direção de Susana Garcia (“Minha Vida em Marte”), o terceiro “Minha Mãe É uma Peça” chega aos cinemas em 26 de dezembro.
Extrema direita europeia ataca público de filme gay na Geórgia
O público do premiado “And Then We Danced” foi agredido na première do filme na Geórgia, país da antiga União Soviética, por um grupo de manifestantes da extrema direita do país. O longa, que conta uma história de amor LGBTQIA+, entre dois jovens dançarinos georgianos de balé, gerou quebra-quebra nas ruas da capital do país na sexta-feira (8/11). Centenas de manifestantes se juntaram para bloquear as ruas no lado de fora do cinema em que aconteceu a première no centro de Tbilisi, com o objetivo de cercar e atacar o público do filme. Uma mulher foi parar no hospital e dois policiais que tentaram conter as hostilidades acabaram feridos. Cantando “Vida longa à Georgia” e “Vergonha”, os agressores – alguns segurando cruzes e símbolos religiosos – tentaram forçar a entrada ao cinema, mas foram impedidos pela polícia. “Não é apenas um filme. É um insulto à nossa fé, às nossas tradições e a tudo que é sagrado para nós”, disse um dos manifestantes, identificado como Guram Damenia, para a imprensa do país. A polícia afirmou neste sábado que prendeu mais de 25 pessoas durante o ato violento. Dirigido por Levan Akin, georgiano residente na Suécia, “And Then We Danced” teve première no Festival do Cannes e já venceu uma dezena de prêmios em festivais ao redor do mundo. O filme também é o candidato da Suécia a uma vaga na disputa do Oscar de Melhor Filme Internacional e tem 93% de aprovação da crítica de língua inglesa, segundo o site Rotten Tomatoes. Akin emitiu um comunicado condenando a violência – nada cristã – dos grupos que usam a religião para tentar impedir a exibição do filme, batendo inclusive em mulheres. “Muitas pessoas me perguntaram o que aconteceu na Geórgia em relação à estréia de ‘And Then We Dance’ na sexta-feira. Alguns grupos de extrema direita e a Igreja basicamente condenaram o filme e planejam impedir as pessoas de participar das sessões esgotadas. É absurdo que as pessoas que compraram ingressos precisem ser corajosos e arriscarem ser assediados ou até agredidos apenas para assistirem a um filme. Eu fiz este filme com amor e compaixão. É a minha carta de amor à Geórgia e à minha herança. Com essa história, eu queria recuperar e redefinir a cultura georgiana para incluir todos, não apenas alguns. Infelizmente, porém, os tempos em que vivemos são sombrios e os protestos violentos apenas provam como é vital enfrentar essas forças sombrias da maneira que pudermos”. Veja abaixo o trailer oficial de “And Then We Danced”, com legendas em inglês. O longa faz parte da mostra Mix Brasil, que começa sua 27ª edição na quinta-feira (14/11) em São Paulo.
Globo de Ouro vai homenagear carreira de Ellen DeGeneres
A comediante americana Ellen DeGeneres receberá um Globo de Ouro em reconhecimento à sua carreira de 25 anos na televisão dos Estados Unidos, anunciaram nesta segunda-feira (4/11) os integrantes da Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, na sigla em inglês), responsável pela premiação. DeGeneres será a segunda homenageada do Prêmio Carol Burnett, oferecido à própria Burnett na cerimônia de janeiro do Globo de Ouro. Uma das celebridades LGBTQIA+ mais proeminentes dos Estados Unidos, DeGeneres iniciou a carreira no stand-up e depois migrou para a TV, onde fez história à frente do sitcom “Ellen” (1994–1998), ao se assumir lésbica na trama e na vida real, numa época em que isso ainda poderia prejudicar sua carreira. Depois disso, ainda dublou a peixinha neurótica Dory nas animações “Procurando Nemo” (2003) e “Procurando Dory” (2016), e atualmente comanda o talk show “The Ellen DeGeneres Show”, um dos programas mais populares da TV americana. “Além de seu sucesso na televisão, ela é uma ativista e filantropa, emprestando sua voz àqueles que não a têm e espalhando gentileza e alegria graças ao poder de sua plataforma”, disse Lorenzo Soria, presidente da HFPA. A atriz e apresentadora de de 61 anos já recebeu as duas maiores honrarias dos Estados Unidos: a Medalha Presidencial da Liberdade e o Prêmio Mark Twain de Humor Americano. O Prêmio Carol Burnett foi criado pela HFPA no ano passado como contraponto televisivo ao Prêmio Cecil B. DeMille, que desde 1951 homenageia carreiras cinematográficas. A cerimônia do Globo de Ouro, que premiará atrações da TV e do cinema, será realizada em Los Angeles no dia 5 de janeiro de 2020.
Greta materializa universo LGBTQIA+ com força dramática
O longa-metragem de estreia de Armando Praça, “Greta”, é baseado na peça “Greta Garbo, Quem Diria, Acabou no Irajá”, de Fernando Melo, escrita e encenada como comédia. A mudança da comédia para o melodrama foi uma opção do cineasta, que achava que aquela história era muito mais próxima de uma situação dramática. Aliás, é interessante quando um diretor busca um espaço entre o drama e a comédia para contar suas histórias, como fazia Almodóvar em seus primeiros filmes. No caso de “Greta”, ainda há bastante espaço para o humor, mas se trata definitivamente de uma história sobre dor, sobre busca de sentido para uma vida que está próxima do fim e muita, muita solidão e rejeição. Mesmo sendo um filme com protagonistas homossexuais, certas coisas são universais. Afinal, difícil encontrar quem nunca passou por sentimentos de solidão e rejeição. Na trama, Marco Nanini é Pedro, um enfermeiro septuagenário que procura ajudar sua amiga transexual Daniela (Denise Weinberg), que passa por uma doença terminal e sofre muitas dores. A escalação de uma mulher cis para viver uma trans tem sido bastante questionada, mas difícil não se emocionar com a performance de Denise cantando “Bate Coração”, canção do repertório de Elba Ramalho. A carga dramática que ela empresta à canção e amplifica o sentido da letra é tocante. De todo modo, o elenco também inclui uma trans, Gretta Sttar, interpretando uma mulher cis. Mas o filme está mesmo mais interessado na trajetória de Pedro e sua busca por prazer para aliviar a dor, sua busca por alguém que o ame. Ele é um homem que costuma masturbar alguns pacientes do hospital em que trabalha, tenta marcar encontros e frequenta saunas gay, um espaço favorável para o sexo casual. Há uma cena com um misto de humor e drama bem marcante que se passa nesse espaço. Vale destacar que há cenas em que o sexo aparece bastante pulsante dentro dos leitos de hospital, inclusive. A vida de Pedro ganha novo sentido quando ele, para encontrar uma vaga para a amiga Daniela no hospital, leva um homem responsável pela morte de outra pessoa, ferido, para sua casa. Com esse homem potencialmente perigoso vivido por Démick Lopes, Pedro cria uma relação de ajuda, desejo e afeto. O homem, a princípio muito reticente em ter relações sexuais com aquele idoso, aos poucos começa a se aproximar. Há um diálogo muito bonito e doloroso em que Daniela pergunta a Pedro se ele ainda está tendo um caso com esse homem que cometeu um crime e é procurado pela polícia. “É o único que eu tenho”, Pedro diz, com um misto de alegria e tristeza. A entrega de Marco Nanini a esse papel é admirável. O grande ator não se incomodou em se entregar também de maneira física nas cenas que envolvem sexo e nudez. Isso contribui para que o filme ganhe ainda mais força na materialização desse universo marginal.
Toda Forma de Amor: Bruno Barreto assina série LGBTQIA+ que estreia nesta sexta
O diretor Bruno Barreto, de longas como “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, que levou 10 milhões de brasileiros aos cinemas, e “O Que É Isso Companheiro?”, indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, vai estrear como diretor de uma série de ficção com “Toda Forma de Amor”, que chega ao Canal Brasil nesta sexta (25/10). A emissora disponibilizou um vídeo com cenas da atração e depoimentos da equipe, além de fotos da produção. Veja abaixo. Escrita por Marcelo Pedreira (“Incuráveis”), a série aborda o tema do amor LGBTQIA+ e também o ódio contra pessoas trans no Brasil e é estrelada por Gabrielle Joie, que também está na novela “Bom Sucesso”, da Globo. “Toda Forma de Amor” foi gravada em São Paulo e tem como principais cenários a casa noturna Trans World e um consultório de psicologia comandado por uma psicóloga lésbica, Hannah, interpretada por Guta Ruiz (“Gostosas, Lindas e Sexies”). No elenco, estão o ator Rômulo Arantes Neto (“Mais Forte que o Mundo: A História de José Aldo”), como Daniel, empresário hétero e dono da boate que se apaixona por Marcela (Gabrielle Joie), uma DJ trans, sem saber de sua sexualidade. Completam o elenco os atores Otávio Martins, Juan Alba, Wallie Ruy, Christiana Ubach, Daniel Infantini, Alexandre Cioletti e Eucir de Souza, Fabiana Gugli, além de participações especiais de Rita Batata e do argentino Juan Manuel Tellategui. “A série lida com questões muito atuais, que são texto e não contexto. É sobre a condição humana. Não importa qual o seu gênero ou orientação sexual. No final, todos queremos a mesma coisa”, disse Bruno Barreto em entrevista ao programa “Cinejornal”, do Canal Brasil. Os quatro primeiros episódios da série também estão sendo lançados em streaming no dia da estreia televisiva, inclusive para não assinantes, no Canal Brasil Play, Now, Vivo Play e Oi Play.
Extrema direita americana ataca a série Batwoman no Rotten Tomatoes e IMDb
Os minions da extrema direita dos Estados Unidos decidiram se engajar em nova campanha destrutiva, desta vez mirando as notas da série “Batwoman” nos fóruns dos sites Rotten Tomatos e IMDb. A tática é a mesma que tentou forjar um fracasso de público contra “Capitã Marvel”, filme que acabou figurando entre as maiores bilheterias do ano. Perfis falsos foram criados nos últimos dias especificamente para falar mal da atração. Por conta disso, a nota da série no IMDb é apenas 3 (o máximo seria 10) e a avaliação da audiência no Rotten Tomatoes está em 11% (de 100%). A manipulação se torna evidente em contraste com a opinião da crítica, que não pode ser distorcida por trolls, minions ou robôs. O primeiro episódio da série, exibido no domingo passado (6/10) na rede americana The CW, teve 72% de aprovação na média das críticas agregadas pelo mesmo Rotten Tomatoes. Considerando-se que a crítica costuma ser mais exigente que o público, a nota popular se apresenta completamente fora do padrão. Mas não é apenas as avaliações negativas que chamam atenção. Outro dado completamente fora das estatísticas é o número exorbitante de votos disparados contra “Batwoman”, muito superior ao de qualquer outra série. Enquanto a temporada passada de “The Flash”, a atração de super-herói de maior audiência da rede CW, recebeu pouco mais de 800 avaliações do público ao longo de seus 22 episódios, o único capítulo exibido de “Batwoman” gerou mais de 4,4 mil votos em uma semana. Entre os comentários negativos, os mais comuns aludem ao fato de que “era o que se poderia esperar” de uma série com o tema proposto (LGBTQIA+) que não tem “um Batman homem”. A maioria das resenhas é assinada por homens. Vale destacar que, além de ser protagonizada por uma mulher, tanto Batwoman quanto sua intérprete, a atriz Ruby Rose, são lésbicas assumidas nos quadrinhos, na TV e na vida real. Triste e ridículo, o esforço inútil dos nerds de direita contrariados com um mundo sem preconceito não tem força para transformar sua visão negativa em realidade, pois, assim como aconteceu “Capitã Marvel” no cinema, a série “Batwoman” também é um sucesso de público na TV americana. Seu primeiro episódio registrou a maior audiência de estreia das últimas temporadas da CW – e não apenas da temporada deste ano – , superando até a volta de “The Flash” no canal.
Festival do Rio sofre adiamento, mas vai acontecer em 2019
A organização do Festival do Rio anunciou nesta quarta-feira que a 21ª edição do evento vai acontecer, após a campanha de crowdfunding do festival atingir 81% de sua meta de arrecadação. Mas não na data originalmente prevista. Para conseguir realizar o evento, os organizadores tiveram que dedicar mais tempo para fechar patrocínios e estender a campanha de financiamento coletivo. Assim, o Festival do Rio precisou sofrer um pequeno adiamento. Previsto originalmente para acontecer entre 7 e 17 de novembro, agora será realizado de 9 a 19 de dezembro. O adiamento da data foi necessário para “entregar ao público fiel e ao cinema um evento de qualidade”, segundo comunicado da organização. “Os desafios impostos pela situação do financiamento estão sendo vencidos. Porém, precisamos de mais tempo para organizar o festival da forma como o público e os realizadores merecem”, disse a diretora da mostra, Ilda Santiago, na nota. “A adesão de parceiros e apoiadores nos permitirá realizar o Festival do Rio”, completa. Em setembro, os organizadores fizeram um “apelo público” no Facebook, acenando para a possibilidade de o evento ser cancelado diante da dificuldade de levantar recursos. O cancelamento se tornou uma possibilidade após o governo Bolsonaro ordenar o corte de financiamento ao “setor que alguns dizem ser de cultura”. Por determinação do presidente, a Petrobras revelou que não renovaria o patrocínio de 13 eventos neste ano, o que incluiu o Festival do Rio, mas também a Mostra de Cinema de São Paulo, o Festival de Brasília e o Anima Mundi, entre outros projetos. Para completar, o governo encaminhou um novo modelo para aprovação de incentivos culturais no país, que estabeleceu o teto de R$ 1 milhão por projeto. Todos os festivais de cinema importantes do país foram atingidos duplamente pelas medidas. A meta inicial de R$ 500 mil, que o festival está prestes a alcançar, garante apenas a realização da Première Brasil, mostra competitiva de filmes nacionais, e a exibição de pelo menos 40 obras estrangeiras. Mas o objetivo é atingir uma segunda meta, de R$ 800 mil, que amplia a programação para 50 filmes de fora e 30 nacionais. Como se vê, será uma edição muito mais enxuta que os habituais 300 filmes a que os cariocas estavam acostumados a acompanhar no festival. Mesmo assim, a vaquinha virtual contempla apenas uma parcela do orçamento do evento, que custaria no mínimo R$ 3,5 milhões – R$ 1 milhão a menos que o originalmente planejado, segundo informação publicada pelo jornal O Globo. O valor total precisará ser completado por cotas de patrocínio e parcerias com o governo estadual.
Justiça manda governo Bolsonaro retomar edital de séries com temática LGBTQIA+
A 11ª Vara Federal do Rio de Janeiro derrubou nesta segunda-feira (7/10), em liminar, a portaria do Ministério da Cidadania que suspendia o edital de séries com temática LGBTQIA+, criticado pelo presidente Jair Bolsonaro durante uma live em 15 de agosto. Na decisão, a juíza Laura Bastos Carvalho afirma que a posição do governo traz indícios de discriminação (leia-se homofobia). “A alegação de uma necessidade que, em uma primeira análise, é irrelevante para o prosseguimento do certame suspenso, traz indícios de que a discriminação alegada pelo Ministério Público Federal pode estar sendo praticada”, analisa. O edital suspenso previa a produção de 80 séries brasileiras de vários gêneros, entre elas as atrações de temática LGBTQIA+ que Bolsonaro disse que mandaria “pro saco”. Citando quatro títulos do edital, o presidente afirmou em agosto que tinha vetado as produções porque não tinha “cabimento fazer filmes com esse tema”. Bolsonaro, porém, não tinha poder para vetar determinadas séries – que ele achava que eram filmes. Assim, contou com a ajuda do ministro da Cidadania Osmar Terra, que assinou uma portaria suspendendo o edital inteiro e prejudicando os 80 projetos que estavam aguardando a liberação de verbas para começar suas produções. Como justificativa, o ministro citou a necessidade de recomposição dos membros do Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual (CGFSA), responsável por direcionar as verbas arrecadadas com o Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional, taxa cobrada da indústria de cinema, TV e telefonia), para poder liberar o financiamento. A portaria também afirma que, uma vez recomposto, o comitê revisaria os critérios e diretrizes para a aplicação dos recursos do fundo, assim como os parâmetros de julgamento dos projetos e seus limites de valor. A medida foi considerada como um ato de censura formal praticado pelo governo, motivado por homofobia. Na decisão, a magistrada afirma que as possíveis mudanças no CGFSA não teriam impacto no prosseguimento no edital. Ela explica que a fase pendente para o fim do processo envolvia uma decisão da Comissão de Seleção Nacional, que não tem relação com o Comitê. “A necessidade de recomposição dos membros do Comitê Gestor do FSA não teria o condão, em um primeiro olhar, de suspender os termos do Edital de Chamamento, já que o referido Comitê não teria participação na etapa final do certame, que conta com comissão avaliadora própria, cuja composição foi definida pelas regras do edital publicado”, diz. A juíza cita ainda a necessidade de uma resposta rápida da Justiça ao caso. Segundo ela, “os direitos fundamentais a liberdade de expressão, igualdade e não discriminação merecem a tutela do Poder Judiciário”. Como exemplo, ela lembra da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou uma medida cautelar contra o processo de censura ocorrido na Bienal do Livro do Rio de Janeiro no começo de setembro. “O perigo na demora, referente ao caso posto nos presentes autos, traduz-se na possibilidade de que as obras selecionadas sejam inviabilizadas pela suspensão do certame, por até um ano. A falta de recursos para a sua concretização em um tempo razoável pode fazer com que tais projetos nunca saiam do papel, em evidente prejuízo à cultura nacional e à liberdade de expressão”, afirma. O Ministério Público Federal também está processando Osmar Terra por improbidade administrativa, em virtude da suspensão do edital. O MPF considerou que a suspensão causou prejuízo aos cofres públicos, uma vez que o governo federal já havia gasto quase R$ 1,8 milhão na análise das 613 propostas que disputavam o edital, aberto em março de 2018 e que já se encontrava na fase final. A suspensão também causou a saída do secretário de Cultura do Ministério da Cidadania, Henrique Pires, que pediu demissão no dia 21 de agosto, chamando a atuação de Osmar Terra de “censura”. Este não é o único problema enfrentado pela “política cultural” de Bolsonaro. A censura prévia que os bancos públicos — mais especificamente Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal — instituíram para a aprovação de projetos culturais patrocinados ou realizados pelas duas instituições é alvo de outro processo no Tribunal de Contas da União (TCU), que vê irregularidade nos atos.
Ministério Público Federal processa ministro da Cidadania no caso da suspensão de edital de séries LGBTQIA+
O Ministério Público Federal ajuizou nesta quarta (2/10) no Rio de Janeiro uma ação civil pública contra o ministro da Cidadania, Osmar Terra, por improbidade administrativa, em virtude da suspensão de um edital da Ancine para produções de audiovisual para emissoras de televisão públicas. O edital suspenso previa a produção de 80 séries brasileiras, entre elas atrações de temática LGBTQIA+ que foram alvo de críticas preconceituosas do presidente Jair Bolsonaro em uma live de agosto passado. Citando quatro títulos do edital, Bolsonaro afirmou que tinha vetado as produções porque não tinha “cabimento fazer filmes com esse tema”. Após esse ataque, o ministro da Cidadania Osmar Terra assinou uma portaria suspendendo o edital e prejudicando os 80 projetos que estavam aguardando a liberação de verbas para começar suas produções. Como justificativa, o ministro citou a necessidade de recomposição dos membros do Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), responsável por direcionar as verbas arrecadadas com o Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional, taxa cobrada da indústria de cinema, TV e telefonia), para poder liberar o financiamento. A portaria também afirma que, uma vez recomposto, o comitê revisará os critérios e diretrizes para a aplicação dos recursos do fundo, assim como os parâmetros de julgamento dos projetos e seus limites de valor. A medida foi considerada como um ato de censura formal praticado pelo governo, motivado por homofobia. O MPF considerou ainda que a suspensão causou prejuízo aos cofres públicos, uma vez que o governo federal já havia gasto quase R$ 1,8 milhão na análise das 613 propostas que disputavam o edital, aberto em março de 2018 e que já se encontrava na fase final. Na ação, o MPF pede a anulação da portaria que cancelou o edital, a conclusão do concurso e que o ministro devolva o dinheiro gasto até agora aos cofres públicos. Além da devolução do dinheiro gasto, a ação do MPF pode resultar, em caso de condenação, na perda do cargo do ministro, a suspensão de seus direitos políticos por oito anos e o pagamento de multa de duas vezes o valor do dano – R$ 3,6 milhões. Se Terra for condenado, ele poderá ainda ser proibido de ser contratado pelo Poder Público Federal ou dele receber benefícios ou incentivos fiscais durante cinco anos. Em sua defesa, o Ministério da Cidadania afirma que o concurso previa a possibilidade de suspensão ou anulação. Segundo a nota, “o edital suspenso não havia sido discutido por esse governo”. Ou seja, o projeto é anterior à eleição de Bolsonaro, o que não serve de desculpa para descaso com o dinheiro público, censura e homofobia. Para o MPF, a questão da censura e da homofobia está subentendida na suspensão. A ação contra o ministro afirma que o objetivo do ministro foi impedir que os projetos mencionados pelo presidente tivessem a chance de vencer o concurso. Como não havia meio legal de tirar os quatro projetos do concurso em sua fase final, a “solução” encontrada foi a de sacrificar todo o processo, de acordo com a análise do MPF. Além dos danos aos cofres públicos causados pela suspensão do concurso, o MPF afirma que “a discriminação contra pessoas LGBT promovida ou referendada por agentes públicos constitui grave ofensa aos princípios administrativos da honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade as instituições”. O texto do processo lembra que em junho de 2019 o Supremo Tribunal Federal, na ação que criminalizou a homofobia, afirmou expressamente que “os homossexuais, os transgêneros e demais integrantes do grupo LGBT têm a prerrogativa, como pessoas livres e iguais em dignidade e direitos, de receber a igual proteção das leis e do sistema político-jurídico instituído pela Constituição da República, mostrando-se arbitrário e inaceitável qualquer estatuto que exclua, que discrimine, que fomente a intolerância, que estimule o desrespeito e que desiguale as pessoas em razão de sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero”. A ação do MPF é a segunda proposta na Justiça Federal do Rio sobre o caso. Em agosto, o deputado federal Marcelo Calero (Cidadania-RJ), ex-ministro da Cultura na gestão Michel Temer (MDB), ajuizou uma ação popular para anular a portaria que cancelou o edital. O deputado alega que a medida é inconstitucional. No final de agosto, a juíza Andréa de Araújo Peixoto, da 29ª Vara Federal do Rio, abriu a ação e deu 20 dias para o governo federal explicar a suspensão do edital. Em agosto, procuradores da área de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico do MPF-RJ, instauraram Inquérito Civil Público para apurar o caso. Além disso, a suspensão do edital também está enfrentando processos da entidades representantes da indústria audiovisual brasileira. A suspensão do edital causou a saída do secretário de Cultura do Ministério da Cidadania, Henrique Pires, que pediu demissão no dia 21 de agosto, chamando claramente a anulação do edital de “censura”. Ele prestou depoimento no inquérito do MPF, no último dia 26 de setembro e afirmou que considera que a suspensão do edital foi “imotivada”, ou seja, não foi baseada em critérios legais. Segundo as regras do edital, o Ministro da Cidadania e o Secretário Especial de Cultura, enquanto órgãos de direção superior, não participam legalmente do processo de seleção dos projetos. Entretanto, de acordo com o que foi apurado pelo MPF, no dia seguinte à manifestação de Bolsonaro, Terra determinou a elaboração de pareceres para uma minuta de portaria para a suspensão do concurso, justificando, para tanto, que a medida era necessária para a recomposição dos membros do Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual. O detalhe é que a formação do comitê depende das indicações de seis integrantes do governo, vindos de diferentes ministérios. Em dez meses de governo, Bolsonaro ainda não indicou nenhum representante. O decreto assinado por Osmar Terra prevê a suspensão do edital por 180 dias, podendo prorrogar o prazo caso o comitê gestor continue sem as indicações dos membros do governo. Trata-se de uma paralisia provocada propositalmente pelo governo, com aviso prévio de prorrogação indefinida. E se for considerada válida, na prática impede qualquer financiamento de produção nacional pelo FSA. Isto porque o Ministério da Cidadania afirmou que a recomposição do Comitê Gestor do FSA (CGFSA) depende da posse do Conselho Superior de Cinema (CSC), que ainda não tem data. Mesmo assim, o mesmo Ministério disse não haver previsão de suspender mais editais. Entretanto, se a justificativa para suspender um edital específico não se aplicar aos demais, o caso assume dimensões criminais, por condução arbitrária e/ou fraude na seleção de concursos públicos. Desde 2011, isto pode render pena de até oito anos de reclusão, quando o crime tiver sido cometido por funcionário público. Por enquanto, a investigação se dá na esfera civil, levando em conta apurações sobre prática de censura, dano aos cofres públicos e ato de homofobia. Mas a situação do ministro pode piorar, dependendo da reação da governo. E, caso Bolsonaro se manifeste oficialmente, também pode ser incluído entre os réus, fornecendo matéria prima para seu Impeachment.
Festival do Rio recorre ao crowdfunding para não acabar
Sob ameaça de acabar por falta de patrocínios, o Festival do Rio decidiu recorrer ao crowdfunding. A organização do evento abriu nesta quinta-feira (19/9) uma campanha no site Benfeitoria para arrecadar quase R$ 1,2 milhão. O detalhe é que esta quantia cobre apenas parte dos R$ 4,5 milhões necessários para a mostra carioca acontecer. As negociações para suprir o resto estão sendo feitas com empresas e o governo do estado. O jornal O Globo revelou que, hoje, o Festival do Rio tem apenas R$ 500 mil garantidos. Na semana passada, os organizadores fizeram um “apelo público” no Facebook, acenando para a possibilidade de o evento ser cancelado diante da dificuldade de levantar recursos. O cancelamento se tornou uma possibilidade após o governo Bolsonaro ordenar o corte de financiamento ao “setor que alguns dizem ser de cultura”. Por determinação do inimigo declarado dos gastos em cultura no país, a Petrobras revelou que não renovaria o patrocínio de 13 eventos neste ano, o que incluía o Festival do Rio, mas também a Mostra de Cinema de São Paulo, o Festival de Brasília e o Anima Mundi, entre outros projetos. Dias depois, o governo encaminhou um novo modelo para aprovação de incentivos culturais no país, que estabeleceu o teto de R$ 1 milhão por projeto. Todos os festivais de cinema importantes do país foram atingidos duplamente pelas duas medidas, já que custam mais que isso por edição. Além disso, os recursos do FSA (Fundo Setorial do Audiovisual) foram congelados por portaria do governo – que a grande imprensa insiste em ignorar – , impossibilitando acesso aos programas de fomento e apoio cultural da Ancine. O primeiro evento de cinema a enfrentar problemas no governo Bolsonaro foi um dos menores e mais baratos do Brasil, o Anima Mundi. Correndo risco de acabar, o festival mudou sua configuração, diminuiu ainda mais e recorreu à vaquinha virtual para realizar sua edição deste ano. Graças a financiamento coletivo, o festival, que dá vaga na disputa do Oscar de Melhor Curta de Animação, conseguiu sobreviver mais um ano. É nesta pequena vitória que o Festival do Rio se inspira para tentar sair do papel. Mas só isso não adianta. O Festival do Rio não é, obviamente, o Anima Mundi, que buscou “apenas” RS$ 400 mil para se viabilizar. É – ou era – o maior festival de cinema do país. Mesmo em crise financeira, no ano passado, conseguiu exibir 200 títulos de 60 países em 20 locais da cidade, durante 11 dias — uma redução em relação aos 250 filmes da edição anterior. Deste total, 84 obras eram brasileiras (ou coproduções) – 64 longas e 20 curtas, entre ficções e documentários. Por conta disso, o evento é considerado a maior e mais relevante mostra do cinema nacional contemporâneo, que ao passar por suas telas ganha um cobertura intensa a mídia, que nenhum outro festival consegue replicar. Talvez o festival tenha que abrir mão de uma parte de sua programação, pois, se por um lado tem uma grande importância para o cinema nacional, apresenta-se como um festival internacional, com centenas de obras estrangeiras numa disputa direta por talento com a Mostra de São Paulo. Mas Ilda Santiago, diretora do Festival do Rio, revelou ao jornal O Globo que o desabafo público da semana passada rendeu o aparecimento de empresas interessadas em patrocinar o evento. Como os apoios ainda não foram fechados, ela não cita os nomes. “O prazo é apertado, temos que montar um festival em menos de dois meses. Se acontecer, certamente será uma edição menor, não vamos fingir que nada aconteceu. Mas seguimos trabalhando na programação e dialogando com os produtores dos filmes”, disse Ilda a O Globo. Segundo a coluna de Ancelmo Gois, o governador do Rio, Wilson Witzel, comprometeu-se a ajudar o festival. Veja abaixo o vídeo da campanha de financiamento coletivo.
Dona Hermínia descobre que vai virar avó no primeiro teaser de Minha Mãe É uma Peça 3
“Minha Mãe É uma Peça 3” ganhou pôster e seu primeiro teaser. O vídeo é basicamente uma cena do filme. Bastante teatralizada, a sequência anuncia as duas principais novidades da trama: o casamento gay de Juliano (Rodrigo Pandolfo) e a gravidez de Marcelina (Mariana Xavier). As notícias fazem a mãe dos jovens – e futura avó – Dona Hermínia (Paulo Gustavo) curar-se rapidamente de um mal súbito que a levou ao hospital. As novidades já tinham vazado e chegaram até a render polêmica com Paulo Gustavo, que também assina o roteiro. Tudo porque o casamento gay não terá direito a beijo. Saiba mais aqui. Com direção de Susana Garcia (“Minha Vida em Marte”), o terceiro filme da franquia chega aos cinemas brasileiros em dezembro.
Produtores de Greta se manifestam sobre corte de apoio da Ancine para participação no Queer Lisboa
Os produtores do filme “Greta” se manifestaram oficialmente sobre a rescisão do apoio financeiro da Ancine para a participação do longa no Festival Internacional Queer Lisboa. Eles consideram que, além da desculpa da falta de verbas alegada, a ação coincide com “a intenção de controle sobre o conteúdo produzido pelo setor audiovisual” já manifestada pelo presidente Jair Bolsonaro, especialmente após ataque público a obras de temática LGBTQIA+, que resultaram em suspensão de edital destinado a produção de séries do gênero. Na nota oficial, os produtores revelaram ter ficado sabendo que não teriam apoio através da coluna de Lauro Jardim no jornal O Globo. A justificativa oficial da Ancine foi um corte de R$ 13 milhões nas despesas gerais da agência. “Quando o corte atingiu o Programa de Apoio à Participação em Festivais Internacionais, a diretoria optou por cumprir com os apoios publicadas no DOU [Diário Oficial da União] referentes a filmes que já estavam no exterior e cancelar os apoios já aprovados e publicados referentes aos dois filmes citados”, escreveram, referindo-se a “Greta” e “Negrum3”, outro filme brasileiro que participaria do festival em Lisboa. “O ponto difícil de aceitar nessa resolução da Agência, sem entendê-la como censura, é que o nosso apoio foi aprovado há três semanas, a decisão retroativa poupou os projetos que participaram dos festivais de Toronto e Veneza, entretanto recaiu sobre dois filmes com temática LGBTQI+ inviabilizando a representação do Brasil num dos maiores festivais do gênero no mundo”, continuaram. “Recebemos com confiança as justificativas dadas pela Ancine, mas não podemos deixar de manifestar nossa profunda preocupação em face aos notórios casos de censura e perseguição à atividade artística e à liberdade de expressão, uma vez que a intenção de controle sobre o conteúdo produzido pelo setor audiovisual é pauta recorrente nos pronunciamentos do governo em relação a Ancine”, completaram os produtores. O comunicado ainda citou que “Greta” teve sua estreia mundial no festival de Berlim, além de participar de festivais na Ásia, na Europa e na América Latina. Estrelado por Marco Nanini, “Greta” retrata um enfermeiro gay que, ao tentar ajudar uma amiga transgênero, se vê envolvido romanticamente com um criminoso bem mais jovem. O filme será lançado comercialmente nos EUA, Itália, Alemanha, Holanda, Bélgica e Luxemburgo. A estreia no Brasil está marcada para 10 de outubro. “Greta” e “Negrum3” não foram os únicos filmes afetados pelo corte de verbas. Entre as vítimas, também se encontra “Pacarrete”, longa vencedor do Festival de Gramado deste ano. Dirigido por Allan Deberton, produtor de uma das séries LGBTQIA+ atacada por Bolsonaro no final de agosto, o filme também teve o apoio para ser exibido no Festival de Bogotá, na Colômbia, rescindido. Já a mineira Juliana Antunes contava com o apoio da agência para levar seu curta “Plano Controle” ao Festival de Nova York, com início em 27 de setembro, na semana que vem. É importante lembrar, de novo, que a mesma portaria que derrubou o edital das séries LGBTQIA+ congelou o acesso ao FSA (Fundo Setorial do Audiovisual). O efeito colateral da justificativa apresentada travou o financiamento de todo o setor. Para não fazer as séries que Bolsonaro atacou numa live por considerar “impróprias”, o ministro da Cidadania, Osmar Terra, alegou falta de nomeação dos membros do Comitê Gestor do FSA, responsável por direcionar as verbas arrecadadas com o Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional, taxa cobrada da indústria de cinema, TV e telefonia) para seus respectivos programas de fomento. O detalhe é que a formação do comitê depende das indicações do governo. E, passados nove meses de sua posse, Bolsonaro ainda não indicou nenhum representante. Como o governo alega que não pode liberar as verbas por não haver comitê que as direcione, e tampouco nomeia o comitê para resolver isso, está tudo parado.










