Câmara aprova “Lei Taylor Swift”, que criminaliza cambistas de ingressos
O projeto de lei prevê punição severa para quem vender acima do preço oficial, fornecer, desviar ou falsificar ingressos de eventos
Taylor Swift teria plagiado banda brasileira: “É a mesma frase”
Taylor Swift pode ter cometido plágio da banda Cansei de Ser Sexy (CSS), segundo o músico e compositor Adriano Cintra, ex-integrante do grupo. Na acusação, ele aponta semelhanças entre a música “Karma”, atual hit da cantora americana, e a canção “Music Is My Hot Sex”, lançada pela CSS em 2005. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o compositor confessou que havia reparado similaridades quando ouviu a música da cantora pela primeira vez, mas preferiu ignorar. Sua decisão mudou nos últimos dias, ao receber várias mensagens que apontavam as semelhanças entre as faixas. “É a mesma frase praticamente, tem a mesma rítmica, as notas são muito parecidas, a melodia também. Ela apenas canta como se estivesse ‘abrindo a voz’, mas é a mesma melodia. Eu achei muito esquisito”, declarou na entrevista. Com isso, o compositor decidiu pedir auxílio do advogado Caio Mariano, especialista em propriedade intelectual, para tomar uma providência. No momento, ele aguarda o resultado de uma avaliação de dois maestros. O laudo visa determinar se a música pode ser considerada um plágio ou não. Apesar dessa iniciativa, os atuais integrantes da CSS, inclusive a cantora Lovefoxx, que compôs a música com Cintra, declararam que não pretendem abrir processo e não tem nenhum envolvimento com a acusação de Cintra. “Galere, nem o CSS nem a Lovefoxxx vão processar a Taylor Swift. Um ex-integrante do CSS que é um dos autores de ‘Music Is My Hot Hot Sex’ declarou que estuda uma ação, e isso é um direito dele, mas nada tem a ver com a posição da banda ou da Lovefoxxx, que é a outra autora da música. Paz e Luz”, esclareceram em comunicado no Instagram. Comparação entre as letras É importante ressaltar que a canção composta por Cintra e Lovefoxxx (Luisa Matsushita) foi um verdadeiro fenômeno internacional na época que foi lançada. Em 2007, a música alcançou a 63ª posição da Billboard Hot 100, renomado ranking musical dos Estados Unidos. Já “Karma” faz parte do álbum mais recente da cantora, “Midnights”, lançado em outubro de 2022. A letra foi composta por Taylor junto de Jahann Sweet, Keanu Torres, Mark Anthony Spears e o produtor Jack Antonoff. É importante ressaltar que Taylor tem envolvimento direto na composição de todas as suas músicas desde seu primeiro álbum lançado, o “Taylor Swift” (2006). Compare as duas abaixo. Shows no Brasil e guerra contra cambistas Taylor Swift vai se apresentar no Brasil em novembro deste ano, e sua vinda está inspirando até projeto de lei, após as vendas de seus ingressos trazerem à luz ações polêmicas de cambistas. Após acusações de violência e revenda dos ingressos a preços absurdos, as autoridades foram acionadas e detiveram mais de 30 pessoas. A alta demanda também levou a cantora a anunciar shows extras. O mais recente foi definido nesta quinta (22/6), com o acréscimo de mais uma apresentação no Rio de Janeiro – totalizando 6 shows no Brasil. Ela começa a turnê na capital carioca nos dias 17, 18 e 19 de novembro no Estádio Nilton Santos. Em seguida, parte para apresentações em São Paulo, marcadas para os dias 24, 25 e 26 de novembro no Allianz Parque.
Lei Taylor Swift: Ações de cambistas inspiram projetos de lei
A passagem de Taylor Swift pelo Brasil está reunindo uma série de acontecimentos atípicos, desde filas quilométricas para compra de ingressos até uma guerra travada entre os fãs da cantora contra os cambistas. Diante da situação preocupante, a deputada federal Simone Marquetto (MDB-SP), coordenadora da bancada paulista da Câmara, apresentou um projeto de lei para inibir as ações violentas dos cambistas. Apelidado de “Lei Taylor Swift”, o projeto planeja criminalizar a venda de ingressos por cambistas, como uma forma de proteger a economia e assegurar a legalidade nos eventos que acontecem no Brasil. A proposta de lei prevê uma pena de um a quatro anos de reclusão, além de multa correspondente a 100 vezes o valor dos ingressos anunciados ou apreendidos pelas autoridades. “Para adquirir os ingressos, os consumidores poderiam dirigir-se aos pontos físicos de venda ou utilizar o site oficial do organizador”, disse ao Metrópolis. “No entanto, os fãs alegam que revendedores não autorizados adquiriram uma grande quantidade de ingressos, impossibilitando a compra pelos demais consumidores”, continuou. “Há relatos de que esses ingressos estariam sendo revendidos em sites não oficiais por valores muito acima dos praticados anteriormente”. Mais um projeto de lei A deputada paulista não foi a única a tomar uma ação. O deputado federal Pedro Aihara (Patriota-MG) também apresentou um projeto de lei que torna crime a venda de ingressos por valor superior ao original, além de tipificar o “cambismo digital”. Essa é uma prática comum em sites e aplicativos de revenda de ingressos, onde os valores são inflacionados pelos cambistas. Além disso, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), uma das primeiras a se pronunciar sobre o assunto, ela comunicou nas redes sociais que entrou com ofício para que o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) investigasse as vendas de ingresso para os shows da cantora norte-americana. “Pedi que se amplie o escopo da investigação já existente, do show da RBD e Eventim, pra que incluam o show da Taylor Swift e a Ticket For Fun. Tudo isso fere os direitos do consumidor, e se já há uma investigação do MP ocorrendo sobre o tema, cabe sua ampliação”, escreveu no Twitter. Cambistas foram levados a delegacia Após diversas denúncias do público que estava aguardando nas filas, a Guarda Municipal, Polícia Militar e Polícia Civil de São Paulo conduziram uma ação para combater a atividade dos cambistas no Allianz Parque durante a segunda-feira (19/6). A Operação Ingresso Limpo mobilizou 50 policiais civis e 25 viaturas, que abordou 300 pessoas no local. Como resultado, as autoridades levaram 25 suspeitos à 1ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Infrações contra o Consumidor (DIICC). Logo após serem interrogados, os acusados foram liberados. A ação também apreendeu 20 cartões bancários e uma maquinha. Além disso, o Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) ainda notificou a Ticket For Fun, empresa responsável pela vinda de Taylor Swift ao Brasil. A organização declarou que está atenta às irregularidades e busca meios para garantir a proteção dos direitos dos cidadãos. As apresentações da The Eras Tour acontecem nos dias 18 e 19 no Estádio Nilton Santos do Rio de Janeiro, e em 24, 25 e 26 de novembro no Allianz Parque, em São Paulo.

