Pokémon pode ganhar filmes com atores reais
O fenômeno do “Pokémon Go” pode gerar o primeiro filme live action da franquia “Pokémon”. Diante do sucesso instantâneo e mundial do recém-lançado jogo de realidade aumentada, a Nintendo planeja transformar a ideia num filme, usando atores de verdade para contracenar com criaturinhas de CGI (computação gráfica). Segundo o site Deadline, a produtora Legendary teria aberto negociações com a fabricante do game para realizar a adaptação, e há rumores sobre o envolvimento do roteirista Max Landis, que escreveu “American Ultra” e “Victor Frankenstein” (que fracassaram em 2015) e é responsável pelo reboot da franquia “Power Rangers” nos cinemas. Há anos, a Nintendo discute com Hollywood a produção de filmes de “Pokémon”, mas as conversas nunca foram adiante. O sucesso de “Pokémon Go” pode materializar esse antigo desejo. Desde o lançamento do game, no começo desse mês, a Nintendo viu seu valor de mercado aumentar em US$ 7,5 bilhões. Sucesso também na televisão, com uma longeva série animada de quase mil episódios, a franquia já rendeu um longa animado, “Pokémon: O filme” (1998), que arrecadou US$ 163 milhões no mundo todo. Porém, sua sequência, “Heróis Pokémon” (2002), foi muito mal nas bilheterias, com apenas US$ 28 milhões.
China “confirma” continuação de Warcraft
O perfil oficial do Twitter do filme “Warcraft” na China afirmou que o filme ganhará sequência. “A exibição de Warcraft nos cinemas está chegando ao fim. Mas o capítulo de uma nova década está apenas começando. Este filme foi o ponto de partida, e não um final. Não iremos dizer adeus, pois iremos nos encontrar novamente”, diz o post, em chinês. Apesar de fracassar nas bilheterias norte-americanas, aonde fez apenas US$ 46 milhões, uma das piores bilheterias de superprodução do ano, o filme fez grande sucesso na China, onde rendeu US$ 220 milhões, recorde de maior bilheteria do país. Mas mesmo com o sucesso chinês, o longa dirigido por Duncan Jones (“Contra o Tempo”) não se pagou. Mundialmente, o filme soma US$ 422 milhões para um orçamento de produção de US$ 160 milhões e sabe-se lá quanto de marketing. O valor também é recorde entre as adaptações de games, superando o antigo campeão da categoria, “Príncipe Da Pérsia: As Areias Do Tempo”, que faturou US$ 336 milhões em 2010, quando foi considerado um fracasso e teve seus planos de continuação cancelados. Estimativas do mercado apontavam que “Warcraft” precisaria fazer US$ 600 milhões mundiais para começar a empatar suas despesas.
Fracasso de bilheteria não impede Warcraft de virar a adaptação de game mais bem-sucedida do mundo
O filme “Warcraft” vive uma situação paradoxal. Lamentado como um dos maiores fracassos do ano nos EUA, teve, ao mesmo tempo, a maior estreia internacional já registrada no mercado chinês e, neste fim de semana, bateu um recorde de faturamento mundial. Segundo apuração do site Box Office Mojo, o filme inspirado no game “World of Warcraft” arrecadou US$ 377 milhões em todo o mundo desde seu lançamento, dos quais US$ 200 milhões vêm da China. Trata-se de um recorde histórico. A soma das bilheterias de todos os países representa o maior valor já registrado para uma adaptação de videogame em todos os tempos. Mas este recorde é puramente figurativo. Na verdade, não há muito o que comemorar. “Warcraft” superou apenas “O Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo”, produção baseada no game da Ubisoft, que havia arrecadado um total de US$ 336 milhões nas bilheterias mundiais em 2010. Mesmo sendo o detentor anterior do recorde, foi considerado um dos maiores fracassos do ano. Tanto que não teve sequência. Apesar do entusiasmo dos estúdios, que seguem programando filmes baseados em games, até hoje nenhuma produção do gênero virou blockbuster, obtendo apenas resultados modestos. “Warcraft” é basicamente um fenômeno chinês. E isto é mais um consolo que uma mostra de sucesso, já que, nos EUA, de onde vem a maior parte da receita dos estúdios, seu desempenho foi pusilânime. Após uma abertura medíocre, com US$ 24,3 milhões, em 2º lugar – e apenas US$ 1 milhão à frente do 3º colocado – , o filme teve uma queda de 76% de arrecadação em sua segunda semana, somando somente mais US$ 6,5 milhões, com queda para o 5º lugar nas bilheterias. Ao custo de US$ 160 milhões, o filme precisaria render mais de US$ 600 milhões para se pagar. Ele segue em cartaz no Brasil, onde estreou em 2 de junho.
Fracasso nos EUA, Warcraft vira fenômeno na China
O fiasco da estreia de “Warcraft” na América do Norte foi suplantado por um desempenho fenomenal do filme na China. A adaptação do game “World of Warcraft” quebrou o recorde de maior bilheteria de estreia do pais. O longa dirigido por Duncan Jones (“Contra o Tempo”) rendeu US$ 145 milhões em quatro dias e superou a maior arrecadação de estreia já registrada no mercado chinês, que pertencia a “Velozes & Furiosos 7” (US$ 135 milhões). O segredo por trás desse sucesso reside na grande distribuição obtida pelo filme na China, consequência de o estúdio Legendary, responsável pela produção, ter sido comprado por um conglomerado chinês, de modo que seus lançamentos podem ser considerados filmes nacionais no país. Isto livrou “Warcraft” de uma série de barreiras que dificultam o sucesso das produções de Hollywood numa economia que ainda é bastante estatizada. O fenômeno foi notado pelo maior astro do cinema chinês, Jackie Chan, que comentou o desempenho de “Warcraft” durante o Festival de Xangai, no domingo (12/6). “‘Warcraft fez todo esse dinheiro e isso está assustando os americanos”, disse Chan. “Se pudermos fazer um filme que ganhe US$ 1 bilhão, então todos os grandes produtores de cinema terão que aprender chinês, em vez de a gente ter que aprender inglês “, acrescentou. “Warcraft” também teve uma boa estreia no Brasil no fim de semana passado, quando abriu em 1º lugar com R$ 9,5 milhões de bilheteria e 587 mil espectadores. Ao todo, a produção já tem US$ 287 milhões arrecadados ao longo de seus primeiros 11 dias de exibição em todo o mundo. O problema é que o filme fracassou de forma retumbante no maior mercado de cinema do planeta, os EUA, onde abriu neste fim de semana com US$ 24,3 milhões, em 2º lugar – e apenas US$ 1 milhão à frente do 3º colocado. O mau desempenho norte-americano (as bilheterias também incluem os cinemas do Canadá) geraram um paradoxo inédito. Pela primeira vez, a América do Norte representou somente 10% do faturamento total de um filme durante sua estreia mundial. Se a tendência pegar, a profecia de Jackie Chan pode mesmo se realizar, com Hollywood aprendendo a falar chinês mais rápido do que se imagina.


