Garry Marshall (1934 – 2016)
Morreu Gary Marshall, diretor de “Uma Linda Mulher” (1990) e “O Diário da Princesa” (2001), após complicações decorrentes de uma pneumonia nesta terça-feira (19/7). Ele tinha 81 anos e, além de dirigir os filmes que tornaram Julia Roberts e Anne Hathaway famosas, ficou conhecido por ter criado séries clássicas como “The Odd Couple”, “Happy Days”, “Laverne & Shirley” e “Mork & Mindy”, pelas quais recebeu cinco indicações ao Emmy e entrou para o Hall da Fama da Academia da Televisão em 1997. Marshall nasceu no Bronx, em Nova York, e se formou em jornalismo na Universidade de Northwestern. Chegou a trabalhar no jornal New York Daily News, mas decidiu se dedicar à carreira de roteirista na década de 1960. Ele obteve sucesso imediato em Hollywood como roteirista de sitcoms de comediantes famosos, como “The Lucy Show”, “The Dick Van Dyke Show” e “The Joey Bishop Show”, conseguindo lançar sua primeira série própria em 1966, “Hey, Landlord”, sobre uma dupla que dividia um apartamento em Nova York. Por volta desta época, ainda tentou atuar no cinema, interpretando um dos oponentes anônimos de James Bond no clássico “007 Contra Goldfinger” (1964) e figurantes hippies em “Maryjane” (1968) e “Busca Alucinada” (1968). Mas acabou priorizando o que sabia fazer melhor ao emplacar seu primeiro roteiro cinematográfico, “Lua de Mel com Papai” (1968), a primeira comédia romântica de uma carreira especializada no gênero. Mesmo assim, o reconhecimento começou mesmo pela TV, a partir de 1970, quando decidiu adaptar a peça de Neil Simon “Um Estranho Casal”, que tinha sido levada aos cinemas dois anos antes. A versão televisiva de “The Odd Couple” se tornou um dos maiores sucessos da década, durando cinco temporadas – e foi recentemente revivida num remake do ano passado, renovado para sua 3ª temporada. Seguiram-se outros fenômenos de audiência. Nenhum maior que “Happy Days”, a série estrelada pelo futuro diretor Ron Howard (“O Código Da Vinci”) e o futuro produtor Henry Winkler (série “MacGyver”). Acompanhando uma turma de adolescentes dos anos 1950, a produção foi responsável por lançar a era das séries de nostalgia em 1974, além de popularizar o icônico personagem Fonzie (Winkler) e inúmeras gírias. Até a expressão “pular o tubarão”, que nos EUA virou sinônimo de série que inicia sua decadência, veio de uma cena de sua produção, quando Fonzie, literalmente, saltou sobre um tubarão. “Happy Days” durou 11 temporadas até 1984, batendo recordes de audiência enquanto retratava, ao longo de uma década, a evolução dos gostos da juventude americana, de Elvis aos Beatles. Fez tanto sucesso que rendeu dois spin-offs igualmente memoráveis. “Laverne & Shirley”, por sinal, praticamente repetiu o sucesso da série original, acompanhando, ao longo de oito temporadas (entre 1976 e 1983), duas amigas solteiras em meio às mudanças sociais dos anos 1950 e 1960. Laverne era vivida por sua irmã, Penny Marshall, que também virou uma cineasta bem-sucedida (de clássicos como “Quero Ser Grande” e “Tempo de Despertar”). O terceiro spin-off foi a sitcom sci-fi “Mork & Mindy” (1978 – 1982), que lançou o comediante Robin Williams no papel de um alienígena com a missão de estudar a humanidade, após seu personagem aparecer num dos episódios mais populares de “Happy Days”. Para estabelecer a conexão entre as duas séries, Mork voltou novamente num crossover, além de ter quase namorado Laverne. A série original teve sobrevida maior que seus derivados, mas, após o cancelamento consecutivo das três atrações, Marshall não se interessou mais pela televisão, voltando suas energias para o cinema. Ele estreou como cineasta na comédia sexual “Médicos Loucos e Apaixonados” (1982), mas logo mudou de tom para se estabelecer como diretor de filmes românticos, que agradavam em cheio ao público feminino da época do VHS, entre eles “Flamingo Kid” (1984), com Matt Dillon, “Nada em Comum” (1986), com Tom Hanks, e “Um Salto Para a Felicidade” (1987), com o casal Kurt Russell e Goldie Hawn. Até se consagrar com “Uma Linda Mulher” (1990), uma versão contemporânea da fábula de “Cinderela” encenada por uma prostituta e seu cliente milionário. O sucesso foi tanto que transformou sua estrela, Julia Roberts, na principal atriz americana dos anos 1990, com direito a indicação ao Oscar pelo papel. Assumindo a preferência pelo gênero, Marshall só dirigiu comédias românticas pelo resto de sua filmografia. Nenhuma outra, porém, repetiu o mesmo sucesso de “Uma Linda Mulher”. Na verdade, poucas se destacaram, como “Frankie & Johnny” (1991), que despertou interesse por representar o reencontro de Al Pacino e Michelle Pfeifer após “Scarface” (1983). Por conta disso, Marshall logo orquestrou um reencontro com Julia Roberts, além de Richard Gere, o galã de seu clássico. Em “Noiva em Fuga” (1999), Julia representou o oposta da Cinderela, uma mulher que não queria subir no altar com o príncipe encantado. Mas, como típica comédia romântica, não haveria final feliz sem o “viveram felizes para sempre”, contra qualquer possibilidade feminista. “Noiva em Fuga” lhe devolveu prestígio. E “O Diário da Princesa” (2001) lhe conquistou uma nova geração de fãs. Levando para as telas o romance juvenil de Meg Cabot, Marshall consagrou-se em nova história de Cinderela, comprovando-se um mestre das fantasias arquetípicas femininas. De quebra, lançou Anne Hathaway em seu primeiro papel cinematográfico, como uma adolescente comum dos EUA que descobria ser herdeira de um trono europeu. A história teve sequência, “O Diário da Princesa 2: Casamento Real” (2004), em que a adolescente do título tem que fazer o que se espera de toda Cinderela: casar-se com o príncipe encantado. O sucesso das duas fábulas contrastou com o fracasso das comédias que se seguiram, “Um Presente para Helen” (2004), em que Marshall dirigiu Kate Hudson (filha de Kurt Russell e Goldie Hawn), e “Ela é a Poderosa” (2007), com Jane Fonda e Lindsay Lohan. O que o levou ao velho truque de convidar Julia Roberts a estrelar seu próximo filme. Melhor ainda, Anne Hathaway também. E, já que dois é bom, uma multidão de outros famosos não poderia ser demais. Marshall e a roteirista Katherine Fugate resolveram criar uma mini-antologia de “love stories” em torno da data mais romântica de todas, o Dia dos Namorados, reunindo um verdadeiro “quem é quem” das comédias românticas americanas, incluindo Bradley Cooper, Jennifer Garner, Ashton Kutcher, Patrick Dempsey, Jamie Foxx, Shirley MacLaine, Hector Helizondo, Jessica Alba e até a cantora Taylor Swift. O filme foi batizado no Brasil como “Idas e Vindas do Amor” (2010) e inaugurou uma trilogia de comédias de feriados comemorativos, seguido pelos similares “Noite de Ano Novo” (2011) e “O Maior Amor do Mundo” (2016), este passado no Dia das Mães. Mas nem a volta de Julia Roberts impediu o esgotamento do filão, com o último lançamento implodindo nas bilheterias. O cineasta ainda estava planejando um terceiro filme dos “Diários da Princesa” para 2017 com o elenco original, que Anne Hathaway dizia estar ansiosa por estrelar. Sua morte comoveu a comunidade artística de Hollywood. O ator Henry Winkler, que trabalhou com Marshall em “Happy Days”, usou seu perfil no Twitter para prestar sua homenagem ao diretor. “Obrigado por minha vida profissional. Obrigado por sua lealdade, amizade e generosidade”, escreveu. “Ele foi um patrão de classe e um mentor cuja criatividade e liderança significaram tudo para mim”, acrescentou Ron Howard. “Garry foi uma dessas raras pessoas verdadeiramente importantes que se pode encontrar numa vida, se você for abençoado”, disse Richard Gere. “Ele lançou e nutriu mais carreiras do que a quantidade de sapatos que possuía. Como fará falta”, exaltou Tom Hanks.
Owen Wilson negocia ser marido de Julia Roberts em adaptação de best-seller infantil
O ator Owen Wilson (“Zoolander”) está em negociações para se juntar a Julia Roberts (“Jogo do Dinheiro”) em “Wonder”, adaptação do best-seller infantil “Extraordinário” de RJ Palacio. Os dois devem interpretar os pais de Jacob Tremblay, a jovem revelação do filme “O Quarto de Jack” (2015) e protagonista da trama. Em “Wonder”, ele vive Auggie Pullman, um menino que nasceu com uma deformidade facial e estudou em casa por toda a vida, até que, pela primeira vez, é matriculado numa escola regular a partir da 5ª série. O roteiro da adaptação foi escrito por Jack Thorne (criador da série “White Panthers”) e Steve Conrad (“A Vida Secreta de Walter Mitty”), e a direção está a cargo de Stephen Chbosky (“As Vantagens de Ser Invisível”). Lançado em 2012, o livro de RJ Palacio vendeu 2 milhões de exemplares e já se desdobrou em duas obras derivadas – “365 Dias Extraordiários” e “Auggie e Eu”.
Jogo do Dinheiro desperdiça George Clooney e Julia Roberts em história batida
Quando Jodie Foster dirige George Clooney e Julia Roberts, você precisa ver o filme, certo? Mas “Jogo do Dinheiro” passa a incômoda impressão de ter sido lançado com anos de atraso. Não apenas na estrutura do roteiro, mas também na crítica ao capitalismo, à forma como o mercado financeiro é movimentado e como a mídia, com destaque para a TV, gosta de um sensacionalismo. Um filme desses já nasce velho desde que Sidney Lumet fez duas obras-primas: “Um Dia de Cão” (1975) e “Rede de Intrigas” (1976). “Jogo do Dinheiro” não chega aos pés de nenhum deles, mas a inspiração está em algum lugar na junção dos dois filmes, com Jodie Foster atualizando o drama para a era digital e o circo de Wall Street. É inferior até às produções recentes que retrataram com um olhar bem mais ousado as rotinas dos corretores da Bolsa, “O Lobo de Wall Street” (2013) e “A Grande Aposta” (2015). A proposta de Jodie Foster, na verdade, está mais para “O Quarto Poder” (1997), talvez o pior filme do diretor Costa-Gavras. Vale a comparação, porque a cineasta recicla para o novo milênio o diálogo entre o homem da mídia (Dustin Hoffman) e o pobre traído pelo sistema capitalista (John Travolta), que faz o primeiro de refém, enquanto a imprensa se esbalda na cobertura ao vivo da tensão. No caso de “Jogo do Dinheiro”, sai o repórter, entra um apresentador de TV, que analisa o mercado e dá dicas aos telespectadores sobre poupar e onde aplicar suas economias. O nome deste guru das finanças é Lee Gates, encarnado por um George Clooney se divertindo muito mais que a plateia do lado de cá da tela, mas o carisma do ator combina com o personagem. Na trama, ele acaba se tornando refém de um infeliz, Kyle (Jack O’ Connell, fraco, fraquíssimo), que perdeu tudo graças aos conselhos de Gates. Com as câmeras ligadas e o mundo assistindo seu calvário, o apresentador tenta levar o sequestrador na lábia, como costuma fazer muito bem, para dar tempo ao resgate orquestrado pela polícia. No meio disso, Jodie Foster enfatiza como o sistema não pode ser interrompido e o posiciona como o grande inimigo de Kyle, que quer apenas um pedido de desculpas, com Gates aprendendo de uma vez por todas a valorizar o ser humano, não o dinheiro, blá blá blá. Nem é preciso contar mais. Assim como filme de cachorro, você sabe como isso vai acabar. Além de Clooney e O’Connell, o elenco ainda tem Julia Roberts como a diretora do programa de TV, Patty. É aquele negócio, Julia é Julia, competente como sempre, mas não entrega nada memorável, além da tradicional química perfeita com Clooney. E entre rostos conhecidos, destaca-se um ainda pouco visto na tela grande, a bela atriz irlandesa Caitriona Balfe, da série “Outlander”, como uma grande executiva da empresa que ferra com a vida de Kyle. Como diretora, Jodie conta a sua história com competência, equilibrando o drama com uma boa dose de humor, sem tropeçar no ritmo. E ajuda o filme ser curto, com pouco mais de uma hora e meia, indo direto ao ponto. É uma pena, no entanto, que o roteiro de Jamie Linden, Alan DiFiore e Jim Kouf esteja ultrapassado e se contente com tão pouco. Esperava-se mais de um filme de Jodie Foster, com George Clooney e Julia Roberts.
O Maior Amor do Mundo é um filme-churrasco
Bem que Garry Marshall podia ficar sem esses filminhos bobos recentes. O diretor dos pequenos clássicos “Uma Linda Mulher” (1990) e “Frankie & Johnny” (1991) agora virou especialista em filmes-coral superficiais com temáticas de datas comemorativas. Depois de “homenagear” o Dia dos Namorados com “Idas e Vindas do Amor” (2010) e o réveillon com “Noite de Ano Novo” (2011), ele foca o Dia das Mães em “O Maior Amor do Mundo” (2016). Este tipo de filme com múltiplos personagens e tramas paralelas já rendeu obras-primas como “Short Cuts – Cenas da Vida” (1993), de Robert Altman, “Todos Dizem Eu te Amo” (1996), de Woody Allen, até mesmo o nosso “O Som ao Redor” (2012), de Kleber Mendonça Filho. E ainda, para ficar no terreno das comédias românticas aparentemente bobas, o delicioso “Simplesmente Amor” (2003), de Richard Curtis. Portanto, não há justificativa para a falta de substância das incursões de Marshall. Como são vários núcleos, algum tinha que funcionar, mas os que mais se aproximam disso são apenas duas passagens: a história do casal de velhinhos que viaja para fazer uma surpresa às suas duas filhas, que escondem segredos, por eles serem muito tradicionais e preconceituosos, e a do jovem casal que vive junto sem ter casado formalmente, mesmo já tendo um filho da união. O primeiro vale por momentos de riso e o segundo por conseguir, pelo menos a princípio, provocar empatia. Curiosamente, são as melhores tramas as mais curtas e com elenco menos badalado. Já as histórias que demandam mais tempo e concentram mais estrelas são justamente as mais frágeis, como a da mulher (Jennifer Aniston) que precisa dividir o filho com a nova esposa do ex-marido (Timothy Olyphant), a do viúvo (Jason Sudeikis) que acaba desempenhando o papel de pai e mãe de duas filhas depois da morte da esposa (Jennifer Garner), ou, ainda, o drama da celebridade (Julia Roberts) que tem uma filha biológica e não a assume. Todas contém potencial, mas são executadas com uma pobreza tão grande, que só despertam tédio no espectador. Nada justifica o envolvimento de tantos atores famosos (incluindo também Kate Hudson, a jovem Britt Robertson e o veterano Hector Elizondo), além da ilusão do prestígio perdido do diretor. É o caso de um filme-coral que vira filme-churrasco, em que amiguinhos se encontram para se divertir sem compromisso algum. Churrasquinho de mãe, para ficar na temática proposta. Para piorar, o filme ainda acabou ganhando, no Brasil, o título de um filme de Cacá Diegues.
Cannes: Jodie Foster empolga com o thriller O Jogo do Dinheiro
A atriz e diretora Jodie Foster (“Um Novo Despertar”) esteve pela primeira vez em Cannes há exatos 40 anos, durante a première de “Taxi Driver” (1976), que venceria a cobiçada Palma de Ouro. “Tinha 12 anos e só lembro que estava cheio de fotógrafos. Aquele foi o início da minha carreira como atriz. Retornar agora como diretora é uma grande honra”, ela contou, em seu encontro com a imprensa internacional, a respeito de seu retorno ao festival para lançar “Jogo do Dinheiro”, exibido fora de competição. O filme de Foster causou frenesi, mas mais por conta de suas estrelas, George Clooney (“Ave, César!”) e Julia Roberts (“O Maior Amor do Mundo”), reverenciados, na Europa, como realezas de Hollywood. Foi a primeira vez que Roberts subiu a mítica escadaria de Cannes, arrancando gritos e aplausos da multidão. Contente com a idolatria que a profissão lhe rende, Roberts diz que jamais teria a coragem de Foster para virar diretora. “Com alguma frequência as pessoas me perguntam isto. Não tenho esta intenção, porque conheço minhas limitações intelectuais e de paciência. Não posso ter mais de quatro pessoas me fazendo perguntas a todo instante.” Em “Jogo do Dinheiro”, por ironia, é exatamente este o seu papel, como produtora e diretora de um programa televisivo, que se se vê às voltas com uma situação tensa que requer grande concentração e capacidade de discernimento. Trata-se de um thriller, centrado na invasão de um estúdio de TV por um homem desesperado, que toma como refém um guru econômico cujas dicas o fizeram acabar na miséria. Falando sobre a trama, o também produtor George Clooney assumiu como referência o clássico “Rede de Intrigas” (1976), dirigido por Sidney Lumet. “Este filme trabalha a evolução do que se tornou a encruzilhada entre o jornalismo e o entretenimento. ‘Rede de Intrigas’ começou com isto, e é considerada uma das melhores comédias de humor negro de todos os tempos. Trata-se de um excelente filme, mas não é uma comédia. Tudo o que foi escrito na época se tornou realidade, a gente sequer poderia imaginar que poderíamos ter reality shows como os sugeridos na época. Neste filme, refletimos sobre isto, sobre o momento em que o jornalismo precisa render dinheiro ao invés de simplesmente produzir notícias.” Na trama, Clooney interpreta Lee Gates, apresentador do programa “Money Monster”, que serve de título original ao filme, onde dá dicas de economia e, para entreter o público, chega até a dançar. “Quando Jodie veio falar comigo, ela disse que queria fazer um musical”, brincou o ator, sobre a situação. “Ela me perguntou se eu poderia dançar, contratou uma coreógrafa muito talentosa, mas como sou um dançarino muito ruim acho que ficou engraçado.” O ator aproveitou para lembrar como o público é seduzido pelo que vê na TV. Situação que chega ao extremo quando um bilionário apresentador de reality show se torna um candidato viável à presidência dos EUA. “Trump é o resultado dessa tendência cada vez mais gritante na TV, no qual brincadeira substitui notícia. O fato, ilustrado no filme, de que um apresentador de TV sem nenhuma seriedade é instado a dizer para as pessoas como elas devem investir seu dinheiro mostra a que grau de loucura nossa sociedade chegou”. O personagem que invade o estúdio, por sua vez, é interpretado pelo britânico Jack O’Connell (“Invencível”), que na história se revela uma vítima da corrupção do sistema financeiro. “O personagem de Jack encarna a raiva que muitos sentem diante dos abusos do sistema financeiro”, resumiu Foster. Ele pede justiça, que lhe expliquem como seu dinheiro evaporou depois que, na tela de TV, prometeram-lhe todo tipo de garantia. Exige que continuem transmitindo ao vivo seu questionamento, que apareça o responsável pelo esquema e que confesse às pessoas como funciona aquele banditismo, capaz de fazer vítimas sem que isso seja considerado crime. Conforme as respostas surgem, “O Jogo do Dinheiro” revela-se mais que um thriller. É também uma denúncia. “Eu ainda não tinha visto muita reação de Hollywood à crise financeira”, disse Dominic West (série “The Affair”), que interpreta um banqueiro no filme. “A possibilidade de responsabilizar os banqueiros de uma maneira muito visual e dramática foi o que me atraiu no projeto”, ele apontou. Para completar a reflexão econômica, Foster lembrou que a crise também afeta o negócio cinematográfico e dificulta, cada vez mais, que se façam filmes mais ousados. “Eu acho que os executivos dos estúdios estão com medo”, ela avalia. “Acho que este é o período mais avesso ao risco na história do cinema. Muitas coisas mudaram em termos de economia e de estrutura nos estúdios. Por isso, hoje, a televisão se presta mais à inovação, pois com custos menores se pode arriscar mais”, comparou, lembrando que recentemente dirigiu episódios da série “Orange Is the New Black”. A crítica internacional, entretanto, prefere que ela continue no cinema. O consenso é que “O Jogo do Dinheiro” é um de seus melhores trabalhos. “Empolgante” foi a descrição mais utilizada. E não faltou quem publicasse que os filmes exibidos fora de competição – incluindo “Café Society”, de Woody Allen – , estavam dando banho nos primeiros longas da programação oficial de Cannes. “O Jogo do Dinheiro” estreia em duas semanas, no dia 26 de maio, no Brasil.
Estreias incluem comédia do Dia das Mães com Julia Roberts
Com “Capitão América: Guerra Civil” monopolizando as salas de cinema do país, as distribuidoras disputam as poucas telas remanescentes com filmes de menor potencial comercial. O lançamento mais amplo vai chegar em pouco mais de 200 salas. Trata-se de “Heróis da Galáxia – Ratchet e Clank”, animação made in Hong Kong que adapta personagens de videogame e que fracassou nos EUA, onde estreou na semana passada em 7º lugar, com apenas 18% de aprovação no site Rotten Tomatoes. A segunda maior estreia é “O Maior Amor do Mundo”, que leva a 143 salas a terceira comédia romântica consecutiva do diretor Garry Marshall (“Noite de Ano Novo”) sobre uma data comemorativa – os títulos originais são bem claros, embora os tradutores brasileiros tentem disfarçar o truque. Desta vez, Marshall comemora o Dia das Mães, que cai neste fim de semana. O elenco é uma armadilha para espectadores da Sessão da Tarde, com Julia Roberts, Jennifer Aniston e Kate Hudson, mas o longa não passa de outro refugo das bilheterias americanas – implodiu em 4º lugar e com ridículos 8% de aprovação nos EUA na semana passada. Completa a programação dos shoppings o dispensável remake do terror “Martyrs”, em 118 salas. O filme de 2008, do francês Pascal Laugier, é considerado um dos exemplares mais radicais do subgênero “torture porn”. Já a versão americana (com Troian Bellissario, da série “Pretty Little Liars”) é basicamente uma refilmagem quadro a quadro, que mesmo assim dilui a violência impactante da obra original. Eviscerado pela crítica americana, o filme tem míseros 7% de aprovação no Rotten Tomatoes. Em circuito intermediário, o drama nacional “Prova de Coragem”, de Roberto Gervitz (“Feliz Ano Velho”), chega a 60 salas com Mariana Ximenes (“Zoom”) e Armando Babaioff (“Sangue Azul”). O filme gira em torno da crise de um casal egoísta, que não muda seus planos mesmo diante de uma gravidez de risco. Foi exibido no Festival de Brasília, de onde saiu sem nenhum prêmio. Há dois outros lançamentos brasileiros no circuito limitado. Mais amplo, o documentário “O Começo da Vida”, de Estela Renner (“Muito Além do Peso”), é uma coprodução internacional, que faz uma reflexão sobre a importância da infância, em 22 salas. Por sua vez, “Ralé”, de Helena Ignez (“Luz nas Trevas: A Volta do Bandido da Luz Vermelha”), ocupa três salas em São Paulo, uma em Salvador e outra no Rio. O drama se passa nos bastidores de uma filmagem e foi apresentado no Festival do Rio. A lista ainda inclui estreias sul-americanas, por coincidência com duas tramas sobre choque cultural. A comédia “O Décimo Homem”, do veterano cineasta argentino Daniel Burman (“Abraço Partido”), leva a 20 salas a história de um economista que, após levar uma vida bem-sucedida em Nova York, surpreende-se ao reencontrar sua família tradicional. E o drama “Os Inimigos da Dor”, do estreante uruguaio Arauco Hernández Holz (cinematógrafo de “Gigante”), narra a jornada de uma alemão que, ao chegar ao Uruguai, perde sua mala e fica sem rumo. Coprodução brasileira, o filme tem o menor alcance da semana, com exibição em apenas uma sala de São Paulo. A estreia na direção da atriz Natalie Portman (“Thor”), “De Amor e Trevas”, também entra em cartaz, mas sem divulgar o número de salas. De forma a surpreender quem relaciona a atriz a Hollywood, trata-se de um drama israelense, falado em hebraico e baseado nas memórias do escritor Amos Oz, que cresceu com uma mãe suicida (vivida pela própria Portman) e sob a sombra do conflito com a Palestina, durante os anos de formação do Estado de Israel. Completamente invisível, sem salas identificadas, mas com distribuição confirmada pela distribuidora, ainda há uma preciosidade perdida. “Maravilhoso Bocccaccio” é um encanto visual, dirigido pelos irmãos Taviani, que adapta cinco histórias do “Decamerão”, de Giovanni Boccaccio, um dos maiores clássicos da literatura erótica medieval. Embora as tramas pareçam pudicas quando comparadas às adaptações de Pasolini, suas imagens impressionam pela capacidade de evocar pinturas renascentistas. A cenografia e o figurino concorreram ao David di Donatello (o Oscar italiano). Por fim, “A Assassina”, do mestre chinês Hou Hsiao-Hsien (“A Viagem do Balão Vermelho”), reserva a cinco salas, exclusivamente em São Paulo e no Rio, o melhor filme da programação. Repleto de ação, artes marciais e uma fotografia deslumbrante, o longa acompanha uma assassina profissional da dinastia Tang (618-907 a.C.), que se apaixona por seu alvo. A beleza da obra fez de “A Assassina” o filme mais premiado da Ásia em 2015, vencedor de inúmeros troféus, inclusive o de Melhor Direção no Festival de Cannes do ano passado.
Mogli lidera bilheterias dos EUA pela terceira semana seguida
Como “Capitão América: Guerra Civil” só chega aos EUA no próximo fim de semana, “Mogli, O Menino Lobo” não teve dificuldades em manter a liderança do ranking doméstico pela terceira semana consecutiva, rendendo mais US$ 42,4 milhões para ultrapassar a marca de US$ 250 milhões após 17 dias em cartaz. O desempenho já coloca a produção da Disney como a quarta maior bilheteria da América do Norte em 2016. Todos os demais filmes em cartaz renderam menos de US$ 10 milhões, inclusive o 2º lugar, “O Caçador e a Rainha do Gelo”, que se agarrou na posição pelo segundo fim de semana. O fato de estar bem posicionado, porém, não disfarça seu fracasso comercial. Em 10 dias, a superprodução orçada em US$ 110 milhões rendeu apenas US$ 33,9 milhões nos EUA, resultado que, ironicamente, sinaliza uma vitória pessoal de Kristen Stewart, que não participou da continuação (como Branca de Neve) por decisão do estúdio Universal. As três estreias da semana tiveram arrecadação pífia. A comédia “Keanu” foi a mais bem rankeada, em 3º lugar com quase a mesma arrecadação da fábula desencantada. Sem previsão de lançamento no Brasil, o filme explora o sucesso televisivo da dupla de humoristas Keegan-Michael Key e Jordan Peele numa história policial sobre um gato roubado. A crítica americana achou engraçado o suficiente para render 75% de aprovação no site Rotten Tomatoes. Os lançamentos restantes, porém, foi eviscerados. Em 4º lugar, “O Maior Amor do Mundo” é a terceira comédia romântica consecutiva do diretor Garry Marshall passada numa data comemorativa – os títulos originais são bem claros, embora os tradutores brasileiros tentem disfarçar o truque. Acontece que, a não ser para os edipianos, não há nada muito romântico no Dia das Mães, a data que justifica o amontado de histórias paralelas da ocasião, e nem a participação de estrelas do calibre de Julia Roberts, Jennifer Aniston e Kate Hudson impediram o linchamento crítico – apenas 8% de aprovação. Ironicamente, a pior estreia nem se deu tão mal. Afinal, “Heróis da Galáxia: Ratchet & Clank” devia sair direto em vídeo. Conseguiu embolsar US$ 4,8 milhões e ainda apareceu no Top 10. Um feito para uma animação made in Hong Kong, que explora personagens de videogame e tem direção do responsável pelo abismal “Dylan Dog e as Criaturas da Noite” (2010). Para completar, ainda foi melhor avaliada que o filme estrelado pela atriz e o diretor de “Uma Linda Mulher” (1990), com 18% no Rotten Tomatoes. Tanto “O Maior Amor do Mundo” quanto “Heróis da Galáxia: Ratchet & Clank” estreiam no Brasil na quinta-feira (5/5). BILHETERIA: TOP 10 EUA 1. Mogli, o Menino Lobo Fim de semana: US$ 42,4 milhões Total EUA: US$ 252 milhões Total Mundo: US$ 684,7 milhões 2. O Caçador e a Rainha do Gelo Fim de semana: US$ 9,39 milhões Total EUA: US$ 33,9 milhões Total Mundo: US$ 130,9 milhões 3. Keanu Fim de semana: US$ 9,35 milhões Total EUA: US$ 9,3 milhões Total Mundo: US$ 9,3 milhões 4. O Maior Amor do Mundo Fim de semana: US$ 8,3 milhões Total EUA: US$ 8,3 milhões Total Mundo: US$ 8,3 milhões 5. Um Salão do Barulho 3 Fim de semana: US$ 6,1 milhões Total EUA: US$ 44,7 milhões Total Mundo: US$ 44,7 milhões 6. Zootopia Fim de semana: US$ 5 milhões Total EUA: US$ 323,5 milhões Total Mundo: US$ 931,4 milhões 7. Heróis da Galáxia: Ratchet & Clank Fim de semana: US$ 4,8 milhões Total EUA: US$ 4,8 milhões Total Mundo: US$ 4,8 milhões 8. A Chefa Fim de semana: US$ 4,2 milhões Total EUA: US$ 56,1 milhões Total Mundo: US$ 67 milhões 9. Batman vs. Superman: A Origem da Justiça Fim de semana: US$ 3,8 milhões Total EUA: US$ 325,1 milhões Total Mundo: US$ 862,9 milhões 10. Mente Criminosa Fim de semana: US$ 1,3 milhão Total EUA: US$ 13,4 milhões Total Mundo: US$ 13,4 milhões
Julia Roberts vai estrelar e produzir novo thriller de mistério
A atriz Julia Roberts vai estrelar e produzir a adaptação do best-seller “Fool Me Once”, um drama de mistério sobrenatural, informou o site da revista Variety. Escrito por Harlan Coben (“Não Conte à Ninguém”), o livro acompanha a história da piloto militar Maya, que vê uma estranha imagem feita pela webcam enquanto trabalha: a filha de 2 anos brincando com o marido, Joe, brutalmente assassinado duas semanas antes. Julia Roberts vai interpretar a protagonista, Maya, e produzir o filme com suas sócias, Lisa Gillan e Marisa Yeres Gill. O filme ainda não tem cronograma, elenco e equipe definidos.
Festival de Cannes exibirá novos filmes de Woody Allen, Sean Penn, Jody Foster e Jeff Nichols
O Festival de Cannes 2016 começou a ter suas primeiras atrações divulgadas, com destaque para filmes de cineastas americanos. Os novos longa-metragens de Sean Penn (“Na Natureza Selvagem”), Woody Allen (“Blue Jasmine”), Jodie Foster (“Um Novo Despertar”) e Jeff Nichols (“Amor Bandido”) terão sua estreia mundial na Croisette. Com a seleção, também foi revelado o título no novo filme de Woody Allen, que será estrelado por Kristen Stewart e Jesse Eisenberg (dupla de “American Ultra”). A produção vai se chamar “Cafe Society” e será o segundo lançamento consecutivo do diretor em Cannes, após “O Homem Irracional”, no ano passado. Sean Penn, por sua vez, lança “The Last Face”, filme com Charlize Theron (“Mad Max: Estrada da Fúria”) e Javier Bardem (“007 – Operação Skyfall”) sobre voluntários de trabalho humanitário que se apaixonam numa Libéria devastada pela guerra. O drama mostra trabalhadores humanitários que se apaixonam em um Libéria devastada pela guerra. Jodie Foster reúne George Clooney e Julia Roberts no thriller midiático “O Jogo do Dinheiro”, em que um apresentador de programa sobre dicas de investimento vira refém ao vivo na televisão. Por fim, Jeff Nichols, que no mês passado lançou a sci-fi “Midnight Special” no Festival de Berlim, revela “Loving”, um drama de época sobre racismo, em que Joel Edgerton (“O Presente”) e Ruth Negga (série “Agents of SHIELD”) vivem um casal interracial na Virgínia, em 1958. Enquanto o filme de Allen será exibido fora de competição, uma exigência do diretor para participar de qualquer festival, os demais podem ser incluídos na disputa pela Palma de Ouro, que terá seu vencedor determinado por um juri presidido pelo cineasta George Miller (“Mad Max: Estrada da Fúria”). O Festival de Cannes será realizado este ano entre os dias 11 e 22 de maio.
Julia Roberts vai estrelar drama jurídico baseado em fatos reais
A atriz Julia Roberts vai estrelar o drama jurídico “Train Man”, filme de tribunal baseado em fatos reais, informou o site da revista Variety. Ela viverá a advogada de defesa de um sujeito obcecado por trens, que realizou uma série de roubos nos EUA, passando-se por funcionário do departamento de trânsito para dirigir e desviar trens de metrô e até ônibus. Diagnosticado com Síndrome de Asperger, ele foi preso mais de 25 vezes pelo crime. “Train Man” vai contar a história a partir do ponto de vista de Roberts e os causos envolvendo o criminoso desde que tinha 15 anos de idade (a partir de flashbacks). O filme tem roteiro de Simon Stephenson (roteirista da série britânica “Eleventh Hour”), mas ainda não há diretor contratado. Vencedora do Oscar de Melhor Atriz pelo desempenho em “Erin Brockovich”, em 2000, Julia Roberts está confirmada em mais dois filmes neste ano: o suspense “Jogo do Dinheiro”, dirigido por Jodie Foster, e a comédia romântica “Mother’s Day”, de Garry Marshall.
Mother’s Day: Comédia com Julia Roberts e Jennifer Aniston ganha primeiro trailer
A Open Road divulgou o primeiro trailer de “Mother’s Day”, terceira comédia romântica com título de feriado do diretor Garry Marshall, que se especializou no subgênero ao comemorar anteriormente a “Noite de Ano Novo” (2011) e o Dia dos Namorados, que os tradutores brasileiros tiraram do calendário ao batizarem de “Idas e Vindas do Amor” (2010). A fórmula é praticamente a mesma, com uma porção de atores famosos reunidos em histórias paralelas. Desta vez, porém, algumas dessas tramas se entrelaçam. Será a quarta vez que Marshall dirige Julia Roberts (“Álbum de Família”), que ele lançou ao estrelato em “Uma Linda Mulher” (1990). O resto do elenco estrelado inclui Jennifer Aniston (“Família do Bagulho”), Kate Hudson (“Pronta Para Amar”), Jason Sudeikis (“Quero Matar Meu Chefe”), Britt Robertson (“Tomorrowland”), Timothy Olyphant (série “Justified”), Shay Mitchell (série “Pretty Little Liars”), Sarah Chalke (série “Scrubs”), Margo Martindale (série “The Americans”), Jon Lovitz (“The Ridiculous 6”) e Aasif Mandvi (“Os Estagiários”). O roteiro de “Mother’s Day” foi escrito por Anya Kochoff (“A Sogra”) e a estreante Lily Hollander, a estreia está marcada para 28 de abril, próximo ao Dia das Mães, é claro.
Jogo do Dinheiro: George Clooney vira refém no primeiro trailer legendado
A Sony Pictures divulgou o primeiro trailer de “Jogo do Dinheiro”, filme que volta a juntar George Clooney (“Tomorrowland”) e Julia Roberts (“Olhos da Justiça”) após a “Doze Homens e Outro Segredo” (2004). No filme, ele vive uma celebridade da TV que dá conselhos sobre finanças e ela é a produtora de seu programa. Mas, como demonstra a prévia tensa, a forma superficial com que ele trata de finanças gera consequências trágicas. Com direção de Jodie Foster (“O Despertar”), o filme mostra o personagem de Clooney ser tomado como refém de um jovem armado (Jack O’Connell, de “Invencível”), que perdeu tudo o que possuía ao seguir o guru financeiro. Ameaçando explodir o estúdio de TV diante das câmeras, o rapaz exige respostas. E pela reação de Clooney, ele não é o verdadeiro vilão da história. O roteiro é de Alan DiFiore (série “The Bridge”), Jim Kouf (série “Grimm”) e Jamie Linden (“10 Anos de Pura Amizade”), e o elenco ainda inclui Dominic West (série “The Affair”) e Giancarlo Esposito (“Maze Runner: Prova de Fogo”). “Jogo do Dinheiro” tem estreia marcada para 14 de abril no Brasil, um mês antes do lançamento nos EUA.











