Diretor do filme de Olavo de Carvalho critica viagem de Mario Frias aos EUA
O diretor Josias Teófilo, dos documentários “O Jardim das Aflições” (2017) sobre Olavo de Carvalho e “Nem Tudo se Desfaz” (2021) sobre a eleição de Jair Bolsonaro, comprou briga com o secretário de Cultura Mario Frias e seu subalterno, o ex-Policial Militar André Porciuncula, secretário de Incentivo e Fomento à Cultura. Ele usou as redes sociais para criticar as novas regras para a Lei Rouanet, que estipulam um teto de R$ 3 mil para o cachê individual de artistas cujas apresentações sejam incentivadas pela lei. E emendou uma crítica à viagem “urgente” (segundo o Portal da Transparência) de Mario Frias para os EUA, paga por dinheiro público, sem motivo aparente. Teófilo retuitou um post que dizia: “O cara que ‘acabou com a mamata da Rouanet’ na verdade economizou pra gastar consigo próprio em viagem a NY…” E escreveu vários posts sobre o assunto. “Ontem me reuni com uma amiga pianista, produtora de um festival de música clássica que já acontece há 24 anos. Ela tava comentando: – Como é que eu vou contratar um músico do exterior tendo o limite de 3 mil reais (com a alteração do Mário Frias) por cachê?”, apontou no primeiro post. “Nesse mesmo dia que tive a conversa com ela sai a notícia de que Mario Frias gastou 39 mil reais numa viagem para se reunir com o lutador Renzo Gracie para discutir um projeto audiovisual. Detalhe: Gracie foi biografado por Roberto Alvim. Porque não fez online?”, continuou. “Estão dizendo que é uma fake news: sugiro aos integrantes da Secult que processem o Portal da Transparência, então. Porque a informação está lá para todo mundo conferir”. Incomodado com as postagens, Porciuncula resolveu se manifestar, passando a ofender o diretor, inclusive com palavras de baixo calão: “Eu não ia responder este mau caráter, mas é muita canalhice. Mário viajou no ano passado, fez inúmeras agendas, e este pulha está mentindo descaradamente e, de quebra, ainda tenta vincular o Mário ao nazismo. Você é um canalha de marca maior. E ainda tem gente que dá moral a ele”. O diretor, que costuma ser rotulado como olavista, retrucou com mais educação: “Se é mentira que foi gasto 39 mil do dinheiro do contribuinte para a visita do Mario Frias ao Renzo Gracie então você deveria processar o Portal da Transparência, porque as informações estão lá. E não associei ninguém ao nazismo, disse que é burrice fazer tal viagem agora…” A associação ao nazismo foi feita num post apagado e resgatado por Porciuncula: “Na semana em que todo mundo está sendo chamado de nazista, Mario Frias resolve se encontrar com Enzo Gracie, recentemente biografado por Roberto Alvim, possivelmente para fazer uma adaptação dessa biografia. E gastou 39 mil do dinheiro do contribuinte para isso”. Trata-se de uma aparente referência a Alvim, ex-secretário da Cultura deste governo, que foi demitido do cargo por parafrasear o ideólogo nazista Joseph Goebbels num discurso. Mario Frias, aparentemente, já se esqueceu desse escândalo. Em sua resposta no Twitter, ele achou que a referência tinha sido para Gracie. E pesquisas nas mensagens antigas de Twitter do lutador encontraram uma citação de Heinrich Himmler, chefe das forças nazistas da SS e um dos responsáveis pelo Holocausto. “Você deveria ter vergonha na cara e respeitar as pessoas”, retrucou Frias. “Primeiro, seu mentiroso, eu viajei no ano passado, esta matéria foi requentada pela Globo, e encontrei várias pessoas. Segundo, qual a ligação de um homem honrado como o Renzo com o nazismo? Você é canalha a este ponto?”, completou. Lembrado por um seguidor que “a viagem custou 78 mil”, porque Frias “levou um assessor junto”, Teófilo retomou a reclamação. “Ainda tem isso. É uma vergonha sem tamanho. E, como a viagem a Dubai, teve resultado nenhum. Zero”. A discussão sobre a polêmica viagem de Mario Frias aos EUA não acontece apenas nas redes sociais. O subprocurador do Ministério Público Lucas Rocha Furtado solicitou ao Tribunal de Contas da União que apure os gastos do passeio. Em representação encaminhada à corte de contas, Furtado classificou a viagem como “extravagante” e defendeu que o caso afronta “o princípio da moralidade administrativa”. Ele quer que o TCU investigue se a viagem de Frias “possui razões legítimas” de interesse público ou se teve como finalidade apenas “interesses privados”. “Entendo que gastos para viagens de agentes públicos como os ora questionados se insinuam perante os cidadãos, que pagam as contas. Questiono-me sobre a necessidade do vultuoso valor das passagens e da urgência na aquisição delas”, completou. A representação foi reforçada por uma denúncia oficial da deputada federal Joice Hasselmann. Em seu Twitter, ela ponderou: “O gasto de R$ 78,2 mil para viajar de executiva e, supostamente, tratar algo que poderia ter sido resolvido por videoconferência foge ao bom senso e a finalidade de qualquer gasto público. Estou solicitando ao TCU a investigação da ‘farra’ de Mario Frias com o dinheiro do pagador de impostos!”. “O contribuinte tem o direito de conhecer a finalidade e o motivo que exigiram um encontro presencial ‘urgente’ do secretário de Cultura com o lutador de jiu-jítsu Renzo Gracie em Nova York, no período de 14 a 19 de dezembro”, acrescentou, incluindo prints de sua denúncia encaminhada ao TCU e das informações dos gastos disponibilizadas pelo governo no Portal da Transparência.
Facada em Bolsonaro vai virar filme
O cineasta Josias Teófilo, que estreou com o documentário “O Jardim das Aflições”, sobre o guru bolsonarista Olavo de Carvalho, vai lançar um curta-metragem sobre o atentado à faca contra Jair Bolsonaro em setembro de 2018, quando o capitão reformado ainda era candidato à presidência. A trama não será uma reprise de “Os 12 Macacos”, em que um homem considerado maluco era enviado no tempo para impedir um genocida de causar o apocalipse com um vírus contagioso, apenas para falhar na tentativa de matar seu alvo. Em vez disso, trata-se de um documentário com depoimentos de Carlos e Eduardo, filhos de Bolsonaro, além do deputado Gil Diniz e do advogado Victor Metta. O curta é resultado de sobras de outro trabalho. São imagens que não entraram na versão final do próximo documentário de Teófilo, “Nem Tudo se Desfaz”, sobre a ascensão de Bolsonaro, que deve ser lançado ainda neste ano.
Governo suspende edital de séries LGBTQIA+ atacado por Bolsonaro
Ridicularizado pelo presidente Jair Bolsonaro em uma live da quinta passada (15/8), o edital de chamamento de projetos para TVs públicas que tinha entre as categorias de investimento séries LGBTQIA+ foi suspenso. Uma portaria assinada pelo Ministro da Cidadania Osmar Terra publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta quarta (21/8) oficializou a decisão. “Fomos garimpar na Ancine filmes que estavam prontos para captar recurso no mercado”, disse Bolsonaro na live, passando a citar títulos e temas que considerava absurdos. “Um aqui se chama ‘Transversais”, disse, demonstrando horror ao citar que seu tema era transexualidade. “Conseguimos abortar essa missão aqui”, acrescentou. “Outro filme aqui, ‘Sexo Reverso'”, seguiu, dizendo que o “filme” abordava sexo grupal e oral com índios, concluindo é “um dinheiro jogado fora”. “Não tem cabimento fazer um filme com esse enredo, né?” Outro nome que ele achou ofensivo foi o do curta-metragem universitário “Afronte”, de Marcus Azevedo e Bruno Victor, um docudrama sobre a realidade vivida por negros e homossexuais do Distrito Federal. “Mais um filme aí que foi para o saco”, decretou, de mentirinha. O filme não só não foi pro saco como passou no Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade e no Festival de Brasília… em 2017! Seu trailer pode ser visto aqui. O que estava na lista vetada por Bolsonaro era um projeto para transformá-lo em série. Ele também lamentou “Religare Queer”, sobre uma “ex-freira lésbica”, que descreveu como um filme com “dez episódios”, ilustrando de forma didática o que é uma pessoa preconceituosa – aquela que ataca o que não entende. “Confesso que não entendi por que gastar dinheiro público com um filme desses”, insistiu na famigerada live, sobre a série. “O que vai agregar?”, afirmou, considerando produções com temática LGBTQIA+ “impróprias”. “Não estou perseguindo ninguém, cada um faça o que bem entender do seu corpo para ser feliz, agora, gastar dinheiro público para fazer esse tipo de filme [sim, é uma série]…” Na verdade, os títulos citados, de filmes que Bolsonaro afirmou ter impedido de captar verbas pela Ancine, na verdade eram projetos de séries e foram selecionados por um edital do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul), com participação da Ancine e da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), que previa uma linha declarada de produções de temática LGBTQIA+. Os projetos estavam entre os finalistas da linha de “diversidade de gênero” da EBC, que visa selecionar séries para a programação da TV pública em canais como a TV Brasil. Os vencedores seriam financiados diretamente por meio do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e não por autorização para captar incentivos. O FSA é formado pela taxa conhecida como Condecine, que incide sobre empresas de cinema, vídeo e telefonia. O edital foi lançado durante o governo passado com regras claras, que foram cumpridas pelas produções inscritas. Além do tema da “diversidade de gênero”, o edital também contemplou séries nas categorias de “sociedade e meio ambiente”, “profissão”, “animação infantil” e “qualidade de vida”, entre outras. Como o presidente diz que os projetos já estavam “prontos para captar”, a lista que ele atacou deve conter os vencedores do edital. Ele provavelmente gostaria de barrar apenas a linha de “diversidade de gênero”. Mas isto seria um ato arbitrário, configuraria prática de censura e criaria insegurança jurídica, levando à contestação na Justiça. A judicialização do caso poderia, inclusive, levar à abertura de um processo de Impeachment contra Bolsonaro por descumprir leis e atentar contra direitos de indivíduos. Assim, ele decidiu suspender o edital inteiro, colocando na prática sua promessa de implantar um “filtro” cultural nos projetos aprovados pelo governo. Com a suspensão do concurso por no mínimo seis meses, os projetos citados pelo presidente na live não serão os únicos prejudicados. Isso porque o edital ainda previa o financiamento de cerca de outras 70 iniciativas divididas em 12 categorias. Com verbas de até R$ 1,5 milhão, cada uma das seções teria cinco vencedores, um para cada região do país. Em entrevista ao jornal Folha de S. Palo, Émerson Maranhão, diretor de “Transversais”, especula que a suspensão temporária tenha sido a maneira que o Ministério da Cidadania encontrou de não pagar os recursos aos vencedores, já que não poderia modificar o edital. “Éramos quatro realizadores [prejudicados], agora seremos 80”, diz o cineasta. Ele e o produtor executivo de “Transversais” afirmam ter encaminhado ofícios questionando os pronunciamentos de Bolsonaro ao Ministério da Cidadania e à Agência Nacional de Cinema, a Ancine, que gere o Fundo Setorial de Audiovisual, no dia seguinte à live. Agora que a situação foi consumada, pretendem tomar ações jurídicas em relação à suspensão do edital. Na portaria publicada no Diário Oficial, o Ministério da Cidadania dá como justificativa para o cancelamento temporário do concurso a necessidade de recomposição dos membros do Comitê Gestor do Fundo Setorial. Uma vez recomposto, ainda de acordo com a portaria, o comitê revisará os critérios e diretrizes para a aplicação dos recursos do fundo, assim como os parâmetros de julgamento dos projetos e seus limites de valor. Podem até escolher filmes diferentes, o que dá margem para uma judicialização do edital, mas nem assim o comitê poderá alterar edital, publicado e cumprido por candidatos registrados, que prevê a produção de séries sobre “diversidade de gênero”. O entendimento do STF é que motivações como mudança de governo, alteração de estratégia governamental, cortes no seguimento de contratação de pessoal, não são justificativas razoáveis para a revogação de um direito adquirido, muito menos quando se dá em detrimento de toda confiança depositada pelos candidatos em um governo que planejou e deu início ao edital. Como Bolsonaro, vulgo Johnny Bravo, comanda um governo beligerante, o impasse pode chegar a dois resultados possíveis e complementares. Em 1º lugar, aconteceria a suspensão do edital de forma indefinida. Em 2º lugar, para justificar o não cumprimento de sua obrigação, o governo jamais recomporia o comitê gestor do Fundo Setorial, citado como desculpa para congelar a aplicação do edital. Nesse cenário, Bolsonaro e seu ministro optariam pela tática da paralisação para não cumprir a lei. E assim não seriam 80 realizadores, como disse Émerson Maranhão, mas milhões de pessoas de toda a indústria audiovisual, pois isso paralisaria o investimento em todo o setor. Não se faria mais séries nem filmes com o dinheiro arrecadado para este fim, abrindo a possibilidade, inclusive, de crime fiscal. Caso o governo de extrema direita siga seu instinto natural para agir de forma extrema e sem respeito pela legislação, a única resolução possível para o caos seria um processo de Impeachment.
Bolsonaro diz que já teria “degolado todo mundo” da Ancine se as cabeças não tivessem mandato
O presidente Jair Bolsonaro, vulgo Johnny Bravo, voltou a ameaçar a existência da Ancine, entidade que regula e incentiva o cinema brasileiro. Desta vez, usou de violência verbal, com uma expressão que remete à assassinatos brutais, ao se dirigir aos integrantes da agência, num vídeo transmitido ao vivo nas redes sociais. Bolsonaro afirmou que já teria “degolado todo mundo” caso as cabeças da Ancine “não tivessem mandato”. Hoje, a diretoria colegiada da agência tem três pessoas com mandatos de quatro anos. Apesar do nível dos ataques baixar cada vez mais, o diretor-presidente do órgão, Christian de Castro, mantém o silêncio desde que Bolsonaro começou a cuspir contra o cinema brasileiro e especialmente a Ancine, em julho. Em sua nova manifestação de agressividade, o presidente voltou a dizer que não vai impor censura no cinema brasileiro, mas vai, em outras palavras, censurar as verbas públicas destinadas ao cinema brasileiro. “Fomos garimpar na Ancine filmes que estavam prontos para captar recurso no mercado”, disse Bolsonaro, passando a citar títulos e temas que considerava absurdos. “Um aqui se chama ‘Transversais”, disse, demonstrando horror ao citar que seu tema era transexualidade. “Conseguimos abortar essa missão aqui”, acrescentou. “Outro filme aqui, ‘Sexo Reverso'”, seguiu, dizendo que o filme abordava sexo grupal e oral com índios, concluindo é “um dinheiro jogado fora”. “Não tem cabimento fazer um filme com esse enredo, né?” Outro nome que ele achou ofensivo foi o do curta-metragem universitário “Afronte”, de Marcus Azevedo e Bruno Victor, um docudrama sobre a realidade vivida por negros e homossexuais do Distrito Federal. “Mais um filme aí que foi para o saco”, decretou. Curiosamente, o filme não só não foi pro saco como passou no Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade e no Festival de Brasília… em 2017! Seu trailer pode ser visto aqui. Bolsonaro se equivocou. Ele também atacou séries, como “Religare Queer”, sobre uma “ex-freira lésbica”, que descreveu como um filme com “dez episódios”, pois realmente não entende do que fala. “Confesso que não entendi por que gastar dinheiro público com um filme desses”, insistiu, sobre a série. “O que vai agregar?”, afirmou, considerando produções com temática LGBTQIA+ “impróprias”. “Não estou perseguindo ninguém, cada um faça o que bem entender do seu corpo para ser feliz, agora, gastar dinheiro público para fazer esse tipo de filme [sim, é uma série]…” E arrematou: “Se a Ancine não tivesse, na sua cabeça toda, mandato, já tinha degolado todo mundo”. A ameaça foi completada por um gesto que representa o assassinato por meio de degola. A lista apresentada foi fornecida pelo ministro da Cidadania, Osmar Terra, com quem Bolsonaro teve uma reunião na quarta sobre o tema. Na ocasião, ele ainda não sabia dizer nenhum título visado e usou novamente o subterfúgio de não citar os nomes porque eles lhe davam vergonha. “Não vou falar aqui porque estou com vergonha, talvez eu fale na live de quinta-feira a proposta de uns filmes para fazer via Ancine, que, pelo amor de Deus…”, ele observou. Como o presidente usa de subterfúgio, é necessário estabelecer a verdade e frisar que nenhum filme brasileiro feito nos últimos anos tem título impróprio, nem mesmo os citados por Johnny Bravo em sua live. Impróprias e de baixíssimo calão são as palavras que Bolsonaro tem proferido para os brasileiros via imprensa, que não vamos repetir porque temos vergonha.
Editorial: Bolsonaro volta a ameaçar Ancine sem checar informações
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) mostrou novamente seu despreparo para discutir a questão do cinema brasileiro durante entrevista simpática da jornalista Leda Nagle, disponibilizada nesta segunda (5/8) em seu canal no YouTube. A conversa durou cerca de 1h30 e foi marcada pela postura autoritária e desinformada que faz parte do “mito” político, construído em cima do lema “não conheço, não gosto e vou acabar com isso”. Na pauta, claro, entrou a extinção da Ancine (Agência Nacional de Cinema). Sem ter refletido nenhum segundo desde que iniciou a polêmica em torno do tema, Bolsonaro voltou a dizer as mesmas coisas, repetindo até seu ataque ao filme “Bruna Surfistinha”. “Mudou o governo, chama-se Jair Bolsonaro. De direita, família, respeito às religiões. E quando você fala em Ancine, de uma forma ou de outra, tem dinheiro público lá. E aí você vai fazer um filme da ‘Bruna Surfistinha’? Eu não estou censurando. Mas esse tipo de filme eu não quero. Quer insistir? A gente extingue a Ancine. A primeira medida, tem o decreto, vem para Brasília a Ancine. Tirar do Rio? Qual o problema? Vai ficar na nossa asa aqui”, disse o presidente. “A Ancine foi criada por medida provisória. Se não quiser entender que mudou o presidente, e o presidente tem autoridade e respeita a família, eu mando uma medida provisória para o Congresso. Se eles vão aprovar a MP, eu não sei. Mas vou fazer a minha parte. Nada contra a cultura, mas mudou”, ameaçou. Durante a conversa, Bolsonaro também lembrou do filme “Lula, o Filho do Brasil” e do documentário que está sendo desenvolvido sobre sua eleição presidencial, misturando as duas coisas. “Não quero filme nem de Bolsonaro, nem ‘Bruna Surfistinha’. Se quiser fazer do Bolsonaro…Até estão estudando. Mostra a verdade, mas não com dinheiro público, como foi o vexame do ‘Lula, O Filho do Brasil’. Pelo amor de Deus! Eu não sei quantos milhões custou aquele filme, mas dinheiro para contar uma mentira sobre quem foi o Lula”. Como o presidente é muito desinformado e desinteressado em se informar, vale a pena expor os fatos para os leitores não seguirem o mau exemplo e “mitar” – sinônimo de mentir ou demonstrar ignorância nas redes sociais. Para começar, a Ancine não é uma produtora estatal de cinema e sim uma agência reguladora com atribuições que incluem o investimento direto e indireto em produções. Ao contrário do que Bolsonaro diz, o fundo da Ancine não é composto por “verba pública”, ou não em sua maioria, que vem do Condecine, uma contribuição exigida das empresas de telecomunicações. É uma taxa cobrada apenas do setor audiovisual – porcentagens de ingressos de salas de exibição, das publicidades audiovisuais, das emissoras de televisão e, maior volume, das operadoras de telefonia – e reaplicada de volta no mesmo setor, a indústria de TV e cinema. Esta verba não faz parte do orçamento da União e tem função de regulação do mercado. É a chamada Lei do Audiovisual, por sua vez, que permite abatimentos no imposto para empresas que investirem na produção de filmes – o famoso incentivo cultural. Mas é limitado a 4% do IR devido para pessoas jurídicas. Ou seja, montantes geralmente inferiores à locação de um avião da FAB para transporte de parentes para casamentos da família. Por fim, “Lula, o Filho do Brasil” não recebeu nenhum dinheiro público. Ao menos, às claras. Foi totalmente bancado pelas empreiteiras comprometidas com o esquema de corrupção denunciado pela operação Lava Jato, que dispensaram incentivos e fomentos para realizar o agrado ao presidente – o mesmo que se encontra condenado, justamente, por receber agrados dessas empreiteiras. Para deixar claro o que Bolsonaro turva: “Lula, o Filho do Brasil” não foi feito com apoio da Ancine. O dinheiro da Ancine não é “verba pública”. A Ancine não é uma “produtora estatal”. O que a Ancine faz, além de “bancar” “Bruna Surfistinha”, é regular o mercado – “cota de tela” (quantidade de produções brasileiras reservadas para exibição na TV e no cinema), controle de distribuição de filmes (por exemplo, impedir que cinco salas de um mesmo cinema de shopping passem o mesmo filme), apoiar participação de filmes em festivais internacionais, além, claro, de incentivar o aumento da produção de cinema e séries nacionais. Quando o presidente anterior de direita, família e religião, Fernando Collor de Mello, teve a mesma ideia de Bolsonaro, extinguindo a Embrafilme, apenas três longas brasileiros foram lançados no ano seguinte, 1992, e o Brasil amargou uma das suas piores recessões econômicas, alimentada também pela falência do setor audiovisual. Em 2018, o número de filmes nacionais em cartaz somou 171 títulos. Nunca é demais lembrar que, se a Ancine não usa “verba pública” para produzir filmes, o presidente faz, sim, uso do dinheiro do imposto de pessoas físicas para bancar viagens de familiares e salários de parentes que nomeia para cargos públicos. E justifica dizendo que é isso mesmo, “e daí?”.
Diretor de filme sobre Bolsonaro diz que presidente pode “acabar com o cinema brasileiro”
O cineasta pernambucano Josias Teófilo, que prepara um documentário sobre o Brasil que elegeu Jair Bolsonaro, disse que o presidente está “muito mal assessorado” em sua briga contra o cinema brasileiro. O diretor, que é bolsonarista e aluno do guru de Bolsonaro, Olavo de Carvalho, sobre quem já fez um documentário (“O Jardim das Aflições”), se viu no meio de uma polêmica após o presidente “sugerir” que a Ancine suspendesse a autorização para seu novo filme, “Nem Tudo se Desfaz”, captar R$ 530 mil por meio da Lei do Audiovisual. Bolsonaro argumentou nas redes sociais que não queria que fizessem um filme sobre ele “com dinheiro público”. “Não tem filme nem com a Bruna Surfistinha nem com Jair Bolsonaro”, afirmou, acrescentando que este seria mais um motivo para extinguir a Ancine. “Se Bolsonaro acabar com a Ancine, será o dilúvio”, reagiu Teófilo em entrevista ao jornal O Globo nesta sexta (26/7). “Vai acabar com o cinema brasileiro, inclusive com os filmes evangélicos de que ele tanto gosta. Não vai poder ter filme nenhum.” Teófilo defendeu o uso de “dinheiro público” para a Cultura. “Se você perguntar na rua o que as pessoas acham sobre isso, vão dizer que são contra. Só que o orçamento da cultura é tão baixo que o governo nem mexe muito na área quando anuncia cortes”, explica. “As pessoas não entendem como as coisas funcionam, é muita desinformação. Isso é péssimo. Aí vejo um sujeito de direita falando que recursos públicos têm que ir apenas para coisas consagradas, como orquestras, óperas, poesias”, enumera. “E se não tivessem dado dinheiro para Glauber Rocha, como ele viraria quem é hoje?” O diretor lamenta a falta de visão cultural do presidente. “Ele agora ataca um filme de 2011 (‘Bruna Surfistinha’)? Pra quê? O filme já foi feito e visto por 2 milhões de pessoas. Infelizmente o presidente está muito mal assessorado, tanto em relação ao meu filme quanto aos dos outros”. Ele ainda explica que o documentário “Nem Tudo se Desfaz” não é sobre Bolsonaro, mas sobre “as manifestações de 2013”, que “levaram às delações premiadas, que levaram à Lava Jato, que levou à prisão de Lula e ao impeachment de Dilma, o que levou a uma alternativa política para além do PT. Meu filme é sobre isso. Onde que é sobre Bolsonaro? Como ele fala uma coisa dessas?” “O filme não é sobre ele, nem nunca será. Oxente, só porque sou aluno de Olavo não significa que vou fazer um filme pró-Bolsonaro”, acrescentou. O pôster de divulgação de “Nem Tudo se Desfaz”, apresentado por Teófilo no Twitter, é uma foto gigante de Bolsonaro em pose de estadista. Veja abaixo. “O presidente lançou uma incerteza sobre meu filme. Se patrocinadores pularem fora, eu pego um avião e saio do país. A Lei do Audiovisual passou por Temer, Dilma, Lula e FHC. A Lei Rouanet é anterior a todos eles. Nenhum deles conseguiu controle sobre a Lei do Audiovisual. Alguns até tentaram, mas não conseguiram. Por que vai ser agora? Bolsonaro não pode fazer isso”, concluiu. Meu novo filme, @nemtudosedesfaz, a ser lançado em breve nos cinemas. NEM TUDO SE DESFAZ é um documentário ensaístico sobre os desdobramentos culturais e políticos das Jornadas de Junho de 2013. pic.twitter.com/2GJF0ByUnL — Josias Teófilo (@josiasteofilo) July 11, 2019
Bolsonaro volta a manifestar vontade de acabar com a Ancine
O presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer que vai extinguir a Ancine (Agência Nacional de Cinema). Desde a semana passada, ele vem fazendo críticas e afirmando que planeja acabar com o órgão se não pudesse impor um “filtro” na aprovação de projetos de cinema e TV. Depois de atacar reiteradamente “Bruna Surfistinha”, que assumiu não ter visto, Bolsonaro encontrou nesta quinta (25/7) novo motivo para criticar a agência: a aprovação de verbas para um documentário sobre sua eleição. “Recentemente tomei conhecimento sobre a liberação para captação de R$ 530 mil via Ancine para produção de um filme sobre minha campanha nas eleições. Por coerência sugeri que voltassem atrás nessa questão. Não concordamos com o uso de dinheiro público também para estes fins”, ele escreveu no Twitter. E em seguida acrescentou: “Outrossim, estamos trabalhando para viabilizar uma reformulação ou extinção da Ancine”. Bolsonaro reforçou a crítica em outra rede social, durante uma transmissão ao vivo no Facebook. “Depois desse anúncio de fazer um filme sobre a minha pessoa, a Ancine ganhou mais um FO positivo, Fato Observado positivo. Vamos buscar a extinção da Ancine. Não tem nada que o poder público tenha que se meter em fazer filme. Que tenha uma empresa privada, sem problema nenhum. Mas o Estado vai deixar de patrocinar isso daí”, disse. Ele também repetiu um comentário pejorativo sobre a produção cinematográfica nacional, dizendo que não iria “citar nomes de filmes produzidos pela Ancine”, porque havia crianças assistindo sua live pelo Facebook. Criancinhas podem ler os títulos aqui. Os filmes brasileiros lançados desde que Bolsonaro virou presidente são, descontando documentários: “Temporada”, “Boi de Lágrimas”, “Eu Sou Mais Eu”, “O Galã”, “Tito e os Pássaros”, “A Pedra da Serpente”, “Minha Fama de Mau”, “Homem Livre”, “Sai de Baixo – O Filme”, “Cinderela Pop”, “Tá Rindo de Quê?”, “Diários de Classe”, “O Último Trago”, “Albatroz”, “Mal Nosso”, “Sobre Rodas”, “Alaska”, “Chorar de Rir”, “Cine Holliúdy 2 – A Chibata Sideral”, “Jorginho Guinle – $ó se Vive uma Vez”, “Bio – Construindo uma Vida”, “De Pernas pro Ar 3”, “Horácio”, “Organismo”, “Borrasca”, “A Sombra do Pai”, “B.O.”, “Mormaço”, “A Quarta Parede”, “45 Dias sem Você”, “Kardec”, “Inferninho”, “Histórias Estranhas”, “Dias Vazios”, “Beatriz”, “Deslembro”, “Blitz”, “Divino Amor”, “O Olho e a Faca”, “Turma da Mônica – Laços” e, nesta semana, “A Serpente”. O filme sobre a eleição do presidente, por sua vez, chama-se “Nem Tudo se Desfaz” e seria realizado por José Teófilo, diretor de “O Jardim das Aflições”, sobre o guru de Bolsonaro, Olavo de Carvalho. A produção teve autorização da agência para captar R$ 530 mil, conforme publicação no Diário Oficial da União, em 31 de maio. “Não queremos filmes de políticos com dinheiro público. O poder público não deve se meter a fazer filme. O Estado vai deixar de patrocinar”, disse Bolsonaro. Aproveitando o assunto, ele voltou a criticar a liberação de recursos federais para a elaboração do filme “Bruna Surfistinha” e disse que buscará a “extinção da Ancine”. “Não tem filme nem com a Bruna Surfistinha nem com Jair Bolsonaro”, afirmou. Atualmente, a principal fonte do FSA (Fundo Setorial do Audiovisual), sob controle da Ancine, é a arrecadação do Condecine e da Fistel, taxas pagas pelas próprias empresas que atuam no segmento. Ou seja, não se trata de recursos oriundos de orçamento federal. Esse dinheiro não é do governo, ele é arrecadado junto ao setor privado com uma destinação específica para o audiovisual. O governo não pode realocá-lo em outro lugar. É preciso explicar didaticamente, porque o presidente e seus seguidores nas redes sociais demonstram não entender como o financiamento funciona. De todo modo, a ameaça de extinção da Ancine integra um projeto anti-cultural bem articulado, que começou com a extinção do Ministério da Cultura e seguiu com a proibição de patrocínio de estatais a eventos culturais, imposição de limites mais restritos aos tetos de projetos que podem ser aprovados via Lei de Incentivo à Cultura (antiga Lei Rouanet), a exclusão de representantes do mercado e da sociedade civil do CSN (Conselho Superior de Cinema), a mudança do CSC para a pasta da Casa Civil, o fim de apoio da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) para o programa Cinema do Brasil, voltado à exportação de filmes brasileiros, e outras iniciativas similares. Bolsonaro também não assinou o decreto da Cota de Tela, que estipula um determinado número de dias obrigatórios para que os cinemas exibam filmes brasileiros, que deveria ter sido publicado em janeiro, não escolheu os nomes do Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), que decide como alocar os recursos arrecadados pelas taxas do mercado, e não nomeou um dos nomes que preencheria uma vaga aberta na diretoria da Ancine desde a renúncia de Mariana Ribas no começo do ano.
Diretor de O Jardim das Aflições prepara documentário sobre Bolsonaro
O cineasta Josias Teófilo, diretor de “O Jardim das Aflições”, sobre o guru da direita brasileira Olavo de Carvalho, prepara um novo documentário, desta vez sobre o discípulo mais bem-sucedido do Homem de Virgínia. Intitulado “Nem Tudo se Desfaz”, o filme é descrito como um “documentário ensaístico sobre os desdobramentos políticos das Jornadas de Junho de 2013 que culminaram na eleição de Jair Bolsonaro”. A produção foi autorizada a captar R$ 530 mil para sua produção, pela Agência Nacional do Cinema (Ancine), via Lei do Audiovisual (Fomento Indireto). Josias Teófilo deu mais detalhes sobre o projeto nas redes sociais. “O meu filme, ‘Nem Tudo se Desfaz’, não é sobre Bolsonaro, mas sobre as causas da eleição de Bolsonaro, que, na narrativa do filme, remontam a 2013. E nunca ouvi falar que a Lei do Audiovisual seja exclusiva para esquerdistas”, escreveu. “Observe que para fazer um filme sobre a eleição de Bolsonaro, como eu estou fazendo, não é preciso fazer nenhum julgamento de valor sobre o próprio Bolsonaro. Só que a esquerda não vai aceitar jamais que se mostre no cinema o movimento popular que levou à queda de Dilma, por exemplo”, complementou. O comentário reflete ao fato de que políticos ligados ao PT e ao PSOL já se manifestaram em protestos. Na verdade, “Nem Tudo se Desfaz” oferece, no mínimo, o outro lado da moeda, na contínua guerra cultural de narrativas, que virou a produção de documentários no Brasil. Após os “filmes do golpe”, chega a vez do “filme do mito”.
Exibição de O Jardim das Aflições termina com pessoas feridas em Universidade de Pernambuco
Uma exibição do filme “O Jardim das Aflições”, realizada na sexta-feira (27/10) no campus da Universidade Federal de Pernambuco, em Recife, terminou em tumulto e com pessoas feridas. Segundo o Jornal do Commercio, de Pernambuco, ao término da exibição do documentário sobre o filósofo conservador Olavo de Carvalho, estudantes e militantes de esquerda se posicionaram em um dos corredores que levavam à saída do ambiente, bloqueando a passagem. Eles gritavam palavras de ordem contra o público “fascista” e a provocação rendeu respostas e deu início a um confronto generalizado. Imagens gravadas pelo diretor Josias Teófilo com um celular mostram o corredor bloqueado e o clima acirrado. Outro vídeo registra que a confusão começa quando um dos integrantes do bloqueio avança em direção a um jovem vestindo uma camiseta com a imagem do deputado Jair Bolsonaro para empurrá-lo. “Virou uma praça de guerra. Eles avançavam gritando”, descreveu o diretor nas redes sociais. “Tentei mediar o conflito mas não foi possível. Os dois grupos se espancaram no corredor. Se não fosse essas pessoas que nos defenderam, teriam invadido o auditório e nos agredido. Virou uma briga de gangue, violência pesada”, lamentou. “Não podemos exibir um filme sobre filosofia em uma universidade sem, literalmente, derramamento de sangue. É um absurdo sem tamanho”. O Ministro da Cultura Sérgio Sá Leitão também usou o Facebook para se manifestar a respeito do ocorrido, classificando a violência como “lamentável” e “inaceitável”. “Trata-se de um comportamento inaceitável num país democrático. Filmes devem ser exibidos livremente (com a devida classificação etária). O mesmo vale para exposições, peças de teatro e outras manifestações culturais”, ele ponderou, acrescentando: “Não há censura, intolerância, totalitarismo, ilegalidade ou ódio ‘do bem’… Esta radicalização autoritária não interessa à cultura, à sociedade e ao país”. Esta não é a primeira polêmica criada em torno de uma exibição de “O Jardim das Aflições”. Sete dos filmes que fariam parte da 21ª edição do Cine PE foram retirados da programação do evento, após seus cineastas “pediram pra sair” diante da inclusão do filme de Teófilo na competição. Eles acusaram o evento de favorecer “um discurso partidário alinhado à direita conservadora e grupos que compactuaram e financiaram o golpe ao Estado democrático de direito ocorrido no Brasil em 2016”. Apesar do boicote, o documentário foi o vencedor do festival. Publicado por O Jardim das Aflições em Sexta, 27 de outubro de 2017
O Jardim das Aflições vence o festival Cine PE
O documentário “O Jardim das Aflições” foi o vencedor da 21ª edição do festival Cine PE, premiado como Melhor Filme tanto pelo júri quanto pelo público. Dirigido por Josias Teófilo, o filme sobre o filósofo Olavo de Carvalho chegou a rachar o evento, quando, em maio, sete cineastas anunciaram sua desistência de participar do evento, pedindo a retirada de seus filmes com a alegação de que a seleção deste ano favorecia “um discurso partidário alinhado à direita conservadora e grupos que compactuam e financiaram o golpe ao Estado Democrático de Direito ocorrido no Brasil em 2016”. Eles se referiam ao documentário de Josias Teófilo e ao drama “Real – O Plano por Trás da História”, de Rodrigo Bittencourt, sobre os bastidores da criação do Plano Real, em 1994. Por conta do protesto, o festival, que seria realizado entre os dias 23 e 29 daquele mês, acabou sendo adiado para o fim de junho. E apesar de todo esse ruído, o filme de Teófilo, que aborda a rotina pacata de Carvalho com sua família no interior dos Estados Unidos, venceu três prêmios – o terceiro foi como Melhor Montagem. Os filmes mais premiados, entretanto, foram dramas criminais: “Toro”, de Edu Felistoque, e “O Crime da Gávea”, de André Warwar, ambos com quatro troféus. “Toro” venceu Direção, Roteiro, Ator Coadjuvante (Rodrigo Lampi) e Edição de Som. Trata-se do segundo capítulo de uma trilogia com personagens policiais da série “Bipolar” (2010), desenvolvida pelo mesmo diretor, que se especializou em produções baratas do gênero. “O Crime da Gávea” foi premiado como Melhor Atriz (Simone Spoladore), Atriz Coadjuvante (Aline Fanju), Fotografia e Direção de Arte, e acompanha a investigação de assassinato da mulher de um editor de cinema. O júri oficial do Cine PE foi formado por Emanoel Freitas (ator, diretor artístico, gestor e produtor de eventos), Indaiá Freire (jornalista, produtora cultural, mestra em literatura e cinema), Tony Tramell (jornalista, ativista cultural e assistente de direção), Caio Julio Cesano (Secretário Municipal de Cultura de Londrina, doutor em multimeios, mestre em Comunicação e Mercado), Naura Schneider (atriz, produtora e jornalista) e Vladimir Carvalho (documentarista, cineasta e escritor). Longas Premiados no Cine-PE 2017 Melhor Filme “O Jardim das Aflições” (PE), Josias Teófilo Melhor Direção Edu Felistoque, “Toro” (SP) Melhor Roteiro Edu Felistoque, Julio Meloni, “Toro” (SP) Melhor Ator Mário Bortolotto, “Borrasca” (SP) Melhor Atriz Simone Spoladore, “O Crime da Gávea” (RJ) Melhor Ator Coadjuvante Rodrigo Lampi, “Toro” (SP) Melhor Atriz Coadjuvante Aline Fanju, “O Crime da Gávea” (RJ) Melhor Fotografia Alex Lopes, João Atala, Raul Salas, Natalia Sahlit, Inti Briones, “O Crime da Gávea” (RJ) Melhor Montagem Matheus Bazzo e Daniel Aragão, “O Jardim das Aflições” (PE) Melhor Edição de Som Guilherme Picolo, Lucas Costabile, “Toro” (SP) Melhor Trilha Sonora Nancys Rubias, She Devils, Kumbia Queers, “Los Leones” (MG) Melhor Direção de Arte Lúcia Quental, “O Crime da Gávea” (RJ) Prêmio do Público “O Jardim das Aflições” (PE), Josias Teófilo Prêmio da Crítica “Los Leones” (MG), André Lage



