Rodrigo Lombardi vai substituir Domingos Montagner na minissérie Carcereiros
A rede Globo informou que Rodrigo Lombardi foi convocado para substituir Domingos Montagner em “Carcereiros”, série baseada no livro de mesmo nome de Drauzio Varella, que tem estreia prevista para janeiro. Montagner iria praticamente emendar a novela “Velho Chico” com as gravações da minissérie, que começa a ser rodada no final de outubro. O ator morreu afogado na semana passada, ao mergulhar no rio São Francisco, durante um intervalo da novela. Lombardi também atuou em “Velho Chico”, mas na primeira fase da trama, quando interpretou o Capitão Ernesto Rosa, amigo do pai de Santo, personagem de Domingos Montagner. O personagem central da minissérie é Adriano, que, apesar de ser formado em História, decide seguir a carreira do pai e se torna carcereiro. Viúvo, terá conflitos com a filha Lívia, ainda adolescente, e se envolverá com uma mulher mais jovem. A minissérie será a segunda adaptação de um livro da trilogia carcerária de Varella. A primeira foi o filme “Carandiru” (2003), de Hector Babenco. O médico e escritor trabalha atualmente no terceiro livro, “Presidiárias”. A adaptação está a cargo de Marçal Aquino e Fernando Bonassi, que também trabalharam no desenvolvimento de “Supermax”, série de terror que estreou esta semana na Globo. A direção é de José Eduardo Belmonte (“Alemão”) e Fernando Grostein Andrade (“Quebrando o Tabu”).
Entre Idas e Vindas coloca uma simpática comédia romântica na estrada
Quando “Alemão” (2014), o maior sucesso comercial de José Eduardo Belmonte, chegou aos cinemas, o diretor já estava filmando “Entre Idas e Vindas”, que na época tinha um outro nome menos genérico. Em comum, ambos os filmes se aproximam mais do grande público que a maioria dos trabalhos mais autorais do cineasta. A leveza e algumas escolhas frustrantes da trama de “Entre Idas e Vindas” podem até incomodar os fãs de suas obras mais complexas, como “A Concepção” (2005), “Se Nada Mais Der Certo” (2008) e “O Gorila” (2012), mas é difícil não simpatizar com a história. Claro que poderia ser um filme melhor se concentrasse seus esforços apenas na trajetória das quatro mulheres que trabalham com telemarketing, sem forçar a mão no relacionamento amoroso entre a personagem de Ingrid Guimarães (“Pernas pro Ar”) e Fábio Assunção (“País do Desejo”), que aparece em cena com seu filho João Assunção. É justamente aí que reside o principal problema do filme: querer ser quase uma comédia romântica hollywoodiana. Ao menos, o diretor brasiliense tem bom gosto, sabe filmar, e há um trio de mulheres de tirar o chapéu no motor home que pega a estrada apenas para aproximar o casal central: as amigas da protagonista, vividas por Alice Braga (série “Queen of the South”), Rosanne Mulholland (“Carrossel 2: O Sumiço de Maria Joaquina”) e Caroline Abras (“Sangue Azul”). Além do mais, se a intenção é mesmo copiar o estilo do gênero americano, até que Belmonte não fez feio. Como se trata de um filme sobre personagens com dores de relacionamentos, o melhor da trama está justamente nas cenas em que os problemas são confrontados, como nos belos momentos entre pai e filho (o filho quer saber mais de sua mãe, uma mulher que os abandonou há seis anos, mas que o pai não consegue esquecer e por isso vive na fossa). Neste quesito, a melhor cena é a da roda de apostas sobre quem tem a história mais triste. É quando o público é convidado a se solidarizar com cada um dos personagens – embora seja muito difícil comprar a história de Rosanne. De todo modo, é neste momento que o filme se engrandece. A química dos atores funciona muito bem, e por mais que Caroline Abras seja mal aproveitada, cada vez que ela aparece na tela é como se um dia nublado virasse um dia de sol. E não só porque ela é muito bonita, mas por conseguir passar uma sensação radiante. Algumas cenas na praia, filmadas com outras lentes, também são belas e ajudam a tirar o filme do ordinário. No entanto, mesmo com tanta beleza natural (das meninas, do garoto inteligente que se apaixona por uma delas, da natureza, das locações etc.), o romance do casal principal continua sendo a pedra no meio do caminho, fazendo balançar um road movie que tinha potencial para passar mais longe do lugar comum.
Estreias: Tarzan é o rei dos cinemas neste fim de semana
Tarzan volta às selvas com grande orçamento e inúmeros efeitos visuais, no maior lançamento desta quinta (21/7) no Brasil. Acompanhado pelo ator Alexander Skarsgård (série “True Blood”), que veio ao país para entrevistas e première, “A Lenda de Tarzan” chega em 840 salas, incluindo 555 telas 3D e todo o circuito IMAX (12 salas). Com direção de David Yates, responsável pelos quatro últimos filmes de “Harry Potter”, o longa custou uma fortuna (US$ 180 milhões), mas teve apenas desempenho modesto nos EUA (levou 18 dias para superar os US$ 100 milhões). A crítica americana não gostou (36% de aprovação no site Rotten Tomatoes), mas o público aprovou (A- no CinemaScore). A Warner agora torce pelo sucesso internacional. A segunda maior estreia é uma comédia nacional. Apesar de ter Ingrid Guimarães (“De Pernas pro Ar”) no elenco, “Entre Idas e Vindas” não é um besteirol ululante. Trata-se de um romance com final e elenco de novela, sobre como Fabio Assunção (novela “Totalmente Demais”) e seu filho vão parar num motor home cheio de mulheres. A direção de José Eduardo Belmonte transmite mais seriedade ao projeto, que visivelmente possui baixo orçamento, mas, por outro lado, os cinéfilos talvez preferissem um trabalho menos ligeiro do grande cineasta brasiliense. Estreia em 283 salas. A melhor comédia da semana, na verdade, é americana: “Dois Caras Legais“, do cineasta Shane Black (“Homem de Ferro 3”). Passada nos anos 1970, com figurino, música e recriação até do espírito dos filmes da época, traz Russel Crowe (“Noé”) e Ryan Gosling (“A Grande Aposta”) como detetives investigando o sequestro de uma jovem em plena era das discotecas. Hilário, o filme tem 91% de aprovação no Rotten Tomatoes, feito raríssimo para comédias. Ocupa 215 salas. Em contraste, o principal lançamento da semana é restrito a 46 salas – sendo 12 CEUs, do circuito SPCine na capital paulista. Trata-se do novo drama de Anna Muylaert, diretora do aclamado “Que Horas Ela Volta?” (2015). Com tema diferente, mas núcleo similar, de mãe, filho e deslocamento da representação do lar, “Mãe Só Há Uma” parte de uma história real para contar a história de um adolescente que descobre ter sido roubado na maternidade e que, após tratar a ladra como mãe por toda a vida, precisa se readequar à família biológica. Para complicar, ele também atravessa crise de identidade sexual. O filme destaca o estreante Naomi Nero (sobrinho de Alexandre Nero) como protagonista, uma grata revelação com futuro brilhante, além de Daniela Nefussi (“É Proibido Fumar”) em dois papéis, como as mães (de criação e biológica) do menino, num artifício que visa destacar a confusão criada na cabeça do rapaz. Filmaço para poucos. O circuito limitado também recebe o drama francês “Chocolate” em 55 salas, mostrando Omar Sy (“Intocáveis”) como o primeiro palhaço negro de circo da França, no século 19. Em 32 salas, “Life – Um Retrato de James Dean”, traz Robert Pattinson (“Mapa para as Estrelas”) como o fotógrafo que ajudou a criar a aura de mito que acompanhou a curta carreira do astro de “Juventude Transviada” (1955). Por fim, a comédia espanhola “Um Dia Perfeito” mostra seu humor negro em quatro salas, com Benício Del Toro (“Sicario”) liderando um grupo de agentes humanitários em meio a uma zona de conflito armado.
Filme Alemão vai virar minissérie com 35 minutos de cenas inéditas
O vibrante thriller policial “Alemão” vai virar minissérie. O diretor José Eduardo Belmonte estendeu a obra por quatro capítulos, com 35 minutos inéditos, que incluem registros documentais para esticar a trama, além de cenas exclusivas com a atriz Mariana Nunes, criadas para a TV, além da incorporação de Eucir de Souza e Erom Cordeiro, que não participaram do filme. Segundo o jornal O Globo, a maior parte do trabalho coube ao montador Bruno Lasevicius, que peneirou mais de 50 horas de reportagens gravadas pelas câmeras da rede Globo sobre a ocupação do Complexo do Alemão, no final de 2010. “O material jornalístico muitas vezes superava até a ficção, ficaria inverossímil se a gente tentasse reproduzir aquilo tudo”, disse Belmonte à publicação. Para se diferenciar do filme, a minissérie ganhou um subtítulo, “Os Dois Lados do Complexo”, mas a trama mantém o fio narrativo exibido nos cinemas. Tudo gira em torno de cinco policiais infiltrados no morro, que tem a identidade revelada e se vêem cercados por traficantes, enquanto forças de segurança estão prestes a entrar na comunidade. No elenco, estão Antonio Fagundes, Cauã Reymond, Caio Blat, Otávio Müller, Gabriel Braga Nunes, Marcello Melo Jr. e Milhem Cortaz. A estreia estreia na terça, dia 12 de janeiro, às 23h05m na Rede Globo. Não é a primeira vez que a Globo investe na mescla entre ficção e realidade a partir de um longa-metragem de sucesso. No ano passado, o canal percorreu o mesmo caminho ao exibir “Tim Maia”, misturando trechos do filme de Mauro Lima e entrevistas com os personagens retratados na cinebiografia do cantor e compositor. Na ocasião, o canal foi acusado de manipular a história do filme para mostrar Roberto Carlos sob uma luz mais positiva que a apresentada no cinema. Tanto “Alemão” quanto “Tim Maia” foram produzidos pela RT Features, produtora de Rodrigo Teixeira.



