Nyad: Annette Bening tenta nadar 177 km em trailer de drama baseado em fatos reais
A Netflix divulgou o pôster e o primeiro trailer do filme biográfico “Nyad”, protagonizado por Annette Bening (“Morte no Nilo”) e Jodie Foster (“O Mauritano”). O longa-metragem, baseado nas memórias de Diana Nyad, traça o percurso da lendária nadadora, interpretada por Bening, e seu sonho de vida: completar uma travessia de 177 quilômetros no oceano aberto entre Cuba e a Flórida após os 60 anos de idade. A obra busca aprofundar-se não apenas nos feitos atléticos de Nyad, mas também nas motivações que a levaram a tal empreitada. “Imagine saber que você pode fazer algo que ninguém mais consegue”, diz Nyad, interpretada por Bening, em um momento do trailer. O filme destaca a persistência, a amizade e o triunfo do espírito humano como temas centrais. Equipe do filme Marcando a estreia na direção de longas de ficção dos ganhadores do Oscar Elizabeth Chai Vasarhelyi e Jimmy Chin, conhecidos pelo documentário “Free Solo”, também sobre extremos esportivos, “Nyad” conta com um elenco de apoio que inclui Rhys Ifans (“O Espetacular Homem-Aranha”), Ethan Jones Romero (“Operação Lioness”), Luke Cosgrove (“The Fog”), Jeena Yi (“Only Murders in the Building”) e Eric T. Miller (“Mare of Easttown”). O roteiro é de Julia Cox e foi adaptado do livro de Nyad. O filme, que também conta com trilha do vencedor do Oscar Alexandre Desplat (“A Forma da Água”), teve sua première mundial há uma semana no Festival de Telluride, quando atingiu 100% de aprovação da crítica, conforme registrado no Rotten Tomatoes. “Nyad” também será exibido no Festival de Toronto e ganhará uma estreia limitada em 20 de outubro nos cinemas dos EUA, antes de se tornar disponível na plataforma da Netflix em 3 de novembro.
Diretores do documentário Free Solo filmarão drama sobre os meninos da caverna da Tailândia
O casal de cineastas Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi, vencedores do Oscar de Melhor Documentário por “Free Solo” (2018), vão comandar seu primeiro filme de ficção. Eles foram contratados pela Universal para comandar a dramatização da história real de resgate dos meninos da caverna submersa da Tailândia, que causou comoção mundial há dois anos. A história do time de futebol de meninos, que passou 17 dias preso numa caverna submersa, teve uma repercussão mundial similar ao desastre dos mineiros do Chile, que ficaram soterrados durante 69 dias. Este desastre também virou filme, “Os 33”, estrelado por Antonio Banderas e Rodrigo Santoro em 2015. Os direitos de adaptação do drama tailandês chegou a ser disputado por seis produtoras diferentes. Mas este é o principal projeto internacional, que se diferencia dos demais por ter diretores de descendência asiática – embora nascidos nos EUA, Chin e Vasarhelyi têm famílias chinesas. O roteiro está a cargo de Wes Tooke, que escreveu “Midway – Batalha em Alto-Mar” (2019). Vale lembrar que Jon M. Chu também pretendia filmar essa história, mas o sucesso de seu filme mais recente, “Podres de Ricos” (2018), acabou se sobrepondo. Ele agora está envolvido com duas continuações daquele filme, além de trabalhar na pós-produção do musical “Em um Bairro de Nova York”, que estreia em junho.
Primeiro drama da carreira do diretor de Debi e Lóide vence o Festival de Toronto
O filme “Green Book”, de Peter Farrelly, foi o vencedor do Festival de Toronto 2018. Drama sobre racismo nos Estados Unidos, “Green Book” foi também um dos longas mais elogiados pela crítica durante a realização do evento, surpreendendo a imprensa americana por não ter integrado nenhuma lista prévia de filmes que mereciam maior atenção nessa arrancada rumo ao Oscar. De subestimado, virou favorito a chegar forte na premiação da Academia. Filmes premiados em Toronto costumam ter reconhecimento no Oscar, como aconteceu com “La La Land”, “12 Anos de Escravidão”, “O Quarto de Jack”, “Quem Quer Ser um Milionário?” e muitos outros. A razão de ter pego a mídia desprevenida reflete a ficha corrida de seu diretor. Peter Ferrelly pautava sua carreira, até então, por besteiróis realizados com seu irmão Bobby Farrelly, uma parceria que durou 20 anos, de “Debi e Lóide” (1994) a “Debi e Lóide 2” (2014). “Green Book” é seu primeiro filme solo. E também seu primeiro drama. Comparado a um “Conduzindo Miss Daisy” (1989) às avessas, traz Viggo Mortensen (“Capitão Fantástico”) como um caipira que arranja emprego como motorista de um pianista erudito negro, vivido por Mahershala Ali (“Moonlight”). Conforme os dois embarcam numa longa viagem pelo sul dos Estados Unidos, cumprindo uma turnê do pianista em apresentações para ricaços brancos nos anos 1960, as diferenças entre os dois se tornam evidentes, mas também os aproximam. O pianista ensina um pouco de refinamento para o grosso motorista, que, por sua vez, apresenta ao patrão alguns dos prazeres simples da vida. Entretanto, essa situação da dupla chama atenção de racistas. Por curiosidade, “Green Book” era o nome de um guia de viagens para negros, vendido nos Estados Unidos do período, com endereços que aceitavam hospedar e alimentar negros. A obra bateu outro drama sobre racismo aguardado com muito mais expectativa, “If Beale Street Could Talk”, de Barry Jenkins (o diretor de “Moonlight”), além do badalado “Roma”, de Alfonso Cuarón (“Gravidade”), vencedor do Festival de Veneza 2018, que também aborda diferenças sociais. Estes acabaram em 2º e 3º lugares, respectivamente. Os principais troféus de Toronto são decididos pelo voto popular. E o público também elegeu “Free Solo” de E. Chai Vasarhelyi e Jimmy Chin, como Melhor Documentário, e “The Man Who Feels no Pain”, do indiano Vasam Bala, o Melhor Filme da Seção da Meia-noite. Já a crítica internacional preferiu “Skin”, do isralense Guy Nativ, história real de um skinhead arrependido (vivido por Jaime Bell) que faz um acordo com o FBI e oferece provas de crimes de sua antiga gangue em troca de ajuda para remover tatuagens racistas de seu corpo. Além do voto aberto em todos os filmes de sua programação, Toronto também tem uma seção competitiva, incluída em 2015, cujos vencedores são definidos por um júri especializado. E a produção que venceu a seção Plataforma (Platform) neste ano foi “City of Last Things”, uma coprodução entre China, Taiwan, Estados Unidos e França, dirigida pelo malaio Wi Ding Ho. Em sua 43ª edição, o Festival de Toronto exibiu 345 filmes ao todo. Na cerimônia de premiação foram ressaltados os esforços para aumentar a participação feminina na indústria do cinema, apontando que 35% dos longas da programação deste ano foram dirigidos por mulheres.


