Polícia conclui que Jéssica Vitória criou fake news sobre Whindersson
O inquérito policial confirmou que a jovem estava em tratamento psiquiátrico no período em que o caso repercutiu nas redes sociais
Choquei é investigada por indução ao suicídio de Jéssica Vitória Canedo
O perfil Choquei está sendo investigado pela Polícia Civil de Minas Gerais devido à morte da Jéssica Vitória Canedo, que tirou a própria vida após ser vítima de uma fake news sobre um possível relacionamento amoroso com o influenciador Whindersson Nunes. De acordo com o delegado Felipe Monteiro, responsável pelo inquérito, foi solicitada a quebra de sigilo das páginas do veículo nas redes sociais. A tentativa de enquadramento é por suspeita de indução ao suicídio. Outras páginas que compartilharam a notícia falsa também estão sendo investigadas. “Para dar prosseguimento à investigação, que avalia o crime doloso de indução ao suicídio, estamos aguardando a aprovação do pedido de quebra de sigilo das contas das contas do veículo nas redes sociais. Também estamos avaliando quem serão as próximas pessoas interrogadas”, afirmou o delegado ao jornal O Globo. O que fez a Choquei O texto original da Choquei citava o perfil Garoto do Blog com fonte da notícia. “Veja: o perfil Garoto do Blog no Instagram divulgou prints de uma conversa do humorista Whindersson Nunes com uma mulher de Minas Gerais. A garota teria enviado os prints para uma amiga, que divulgou nas redes sociais”. Além desse texto foram publicadas fotos de Whindersson e dois prints de mensagens do Whatsapp, que eram falsos. Em outra postagem com mais dois prints, a Choquei ainda afirmou: “Na sequência, o humorista estaria disposto a pagar para a moça encontrá-lo para ‘distrair a cabeça'”. Não há uma indução literal a suicídio nos textos, que não citam o nome de Jéssica (ela foi “descoberta” por outros perfis), mas a notícia falsa fez com que a jovem passasse a ser assediada, sofrendo bullying virtual. Diagnosticada com depressão, ela não aguentou e tirou a própria vida. O caso ampliou a discussão em torno da transformação de fake news em crime, porém há quem argumente que as leis atuais podem punir os responsáveis. A abertura do inquérito servirá para comprovar se é possível responsabilizar fake news por suicídio. Processo da família de Jéssica Além desse enquadramento, a família de Jéssica teria “interesse em instaurar um inquérito por crime contra a honra”, segundo o delegado Monteiro. Crimes da espera privada só podem ser abertos pela família ou a própria vítima, mas até o momento não houve “uma ação efetiva dos familiares”, confirmou o policial. Ao Globo, o advogado da família confirmou que eles colhem provas para enquadrar a conduta da página em outros crimes na justiça, além do que está sendo investigado no atual inquérito. No caso, haveria tentativa de enquadrar a postagem num dos três crimes previstos de ofensa à honra: Calúnia (mentir sobre cometimento de crime), Difamação (ofender a reputação) e Injúria (desqualificar e atingir honra e moral). Não houve relato falso de cometimento de crime e sim de um suposto affair, o que já eliminaria calúnia. A acusação buscaria, portanto, provar que a exposição dos prints falsos seria difamação e/ou injúria. O enquadramento é possível, mas mais difícil de ser comprovado sem que fake news seja considerado crime. Evolução do inquérito Na quinta-feira (28/12), Raphael Souza, dono da Choquei, deu depoimento à polícia. Num texto publicado nas redes sociais, a Choquei afirmou que ele “apresentou fatos e documentos que contribuem para elucidar o episódio e dar a real dimensão do papel da Choquei no caso”. Outros veículos, que também publicaram a notícia falsa de que Jessica teria um relacionamento amoroso com o influenciador Whindersson Nunes, estão sendo convidados pela Polícia Civil a dar depoimento.
Choquei volta com pedido de desculpas por fake news, após dono ir à polícia
O perfil de fofocas Choquei voltou a ser atualizado nesta quinta (28/12) nas redes sociais. A página que aborda o mundo dos famosos nas redes sociais ficou sem postar nada desde 22 de dezembro, devido à morte de Jéssica Vitória Canedo, motivada pela publicação de uma fake news. Em sua volta, a Choquei publicou uma nota em que admite ter replicado um conteúdo falso sobre suposto affair entre Jéssica e Whindersson Nunes, além de lamentar o ocorrido e pedir desculpas. “O perfil lamenta a morte e se solidariza com a família. Informamos aos seguidores que, em sinal de respeito ao trágico acontecimento, as redes da Choquei estavam paralisadas até esse momento”, diz a nota, que foi publicada após o dono da página, Raphael Souza, prestar depoimento na polícia. A nota comenta o fato. “Nesta quinta-feira, dia 28 de dezembro, o proprietário do perfil Choquei prestou esclarecimentos à Polícia Civil de Minas Gerais e apresentou fatos e documentos que contribuem para elucidar o episódio e dar a real dimensão do papel da Choquei no caso”, diz o texto. Na publicação, o perfil admite ter republicado notícia falsa. “Foram fornecidas provas sobre o fato gerador da notícia falsa — publicada originalmente por outro perfil e republicada posteriormente pela Choquei — e foram disponibilizadas imagens de diálogos que mostram procedimentos adotados assim que falsidade foi descoberta.” O texto estende solidariedade à família de Jéssica e conclui dizendo que “a Choquei está à disposição para contribuir com órgãos de investigação, assim como colaborar para o aprimoramento do setor de notícias online”.
Lei que transforma fake news em crime pode ser votada no começo de 2024
O relator do projeto e lei 2630, conhecido como PL das Fake News, Orlando Silva afirmou que vai retomar a articulação na Câmera dos Deputados para aprovar o texto que transforma fake news em crime já na volta do recesso. Segundo a jornalista Daniela Lima, apresentadora do “Conexão GloboNews”, Silva pondera tirar dois pontos do projeto que tem sido considerados polêmicos para acelerar a provação, aproveitando o fato de o assunto dominar as redes sociais nas últimas semanas. Vários incidentes ampliaram o conhecimento geral sobre assédio no ambiente virtual, desde uso de inteligência artificial para simular nudez, grupos de chantagem, invasão de contas para pregação de ódio, uso das redes para roubo de contas bancárias e estelionato, e principalmente dois suicídios marcados por linchamento virtual. Nos últimos dias, as mortes de Jéssica Vitória Canedo, alvo de assédio direcionado por fake news, e do youtuber PC Siqueira voltaram a impulsionar o assunto. “Creio que há espaço para debater o tema novamente. Será na volta do recesso”, disse Orlando Silva ao Conexão GloboNews. “O governo precisará dar um passo atrás em um ou dois pontos para que, creio, seja possível construir a maioria”, completou. No Ministério da Justiça, o entendimento é o de que o tema não pode mais ser adiado. “O PL 2630 tem que andar”, afirmou o secretário-executivo da pasta, Ricardo Cappelli.
Patrícia Poeta se revolta e pede leis rigorosas contra fake news: “Fui vítima”
Patrícia Poeta suplicou nesta quinta-feira (28/12) por leis rigorosas contra fake news. A apresentadora aproveitou a repercussão da morte de Jéssica Vitória Canedo, que tirou a própria vida após ser vítima de conversas falsas com Whindersson Nunes, para abordar o tópico. No “Encontro”, Patrícia lembrou já ter sofrido com fake news nas redes sociais e pediu leis para regular as redes sociais. A apresentadora também abordou a morte do youtuber PC Siqueira na abertura do programa: “A internet, hoje, é terra de ninguém”, ela pontuou antes de detalhar o caso de Jéssica, que repercutiu severamente na semana passada. “Tem que ter uma legislação rigorosa para esse tipo de coisa”. “A pessoa posta o que quer, em perfil falso, seja lá onde for, fala qualquer coisa de uma determinada pessoa, muitas vezes para terminar com a vida dela, simbolicamente falando. Arrasar com ela, deixá-la triste. E não acontece nada”, acrescentou a apresentadora da Globo. Patrícia ainda comentou que é doloroso ser vítima de uma mentira propagada na internet, e pediu para que as vítimas valorizem suas próprias vidas: “É um assunto que tem me tocado demais. Eu fui vítima de fake news em 2023, é muito doloroso. Isso a gente não faz com o outro, de jeito nenhum”. “Você tem que buscar uma força, muitas vezes que você até desconhece para seguir em frente. Você, que está passando por isso, lembre o seguinte: os seus atos do dia a dia, os seus princípios, a sua vida, são muito mais importantes do que tudo isso”, afirmou Patrícia, sem especificar quais notícias falsas foram espelhadas sobre ela durante o ano. Apesar de evitar se aprofundar no assunto, Patrícia Poeta sofreu com rumores de brigas com Manoel Soares nos bastidores do programa “Encontro”. Os apresentadores protagonizaram alguns momentos de desconforto na atração, o que aumentou a possibilidade de existir uma rixa entre eles. A apresentadora, porém, aproveitou para alfinetar os internautas que disseminam as notícias falsas nas redes sociais: “Agora, você que compartilha essas fake news, tenha senso de responsabilidade dentro de você. Isso é crime. Você está, no mínimo, entristecendo alguém, ajudando a deprimir alguém. Você está, muitas vezes, como a gente tem percebido aí, ajudando a matar alguém”, ela alertou. “Eu digo mais: Isso é para quem compartilha, porque você compartilhando também está cometendo esse crime. Agora quem planta, quem inventa, quem começa a disseminação do ódio, talvez você desconheça a palavra amor, mas tenta respeitar o outro. Pelo menos respeitar o outro.” Por fim, Patrícia Poeta reforçou que a época de fim de ano seria um momento de mudanças e reflexões positivas: “Pode ser um bom começo para você em 2024. É uma espécie de desabafo aqui com vocês, porque isso não se faz com as pessoas. Não se faz. Você machuca as pessoas”. Atenção! Se você está atravessando um momento difícil e precisa de ajuda, ligue para o CVV (Centro de Valorização a Vida), no número 188, e receba apoio emocional e prevenção do suicídio. A ligação é sigilosa e gratuita para todo o território nacional. O CVV funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.
Luísa Sonza se solidariza com Whindersson Nunes após morte de Jessica Vitória
A cantora Luísa Sonza demonstrou solidariedade ao ex, Whindersson Nunes, após o desabafo do humorista sobre morte de uma jovem por fake news envolvendo seu nome. Luísa deixou um comentário no vídeo que Whindersson postou no Instagram sobre o caso. No vídeo, ele revelou bastidores do escândalo, que incluiu prints falsos de um suposto affair com Jessica Vitória Canedo, que o humorista nunca conheceu. Publicada em perfis de fofocas nas redes sociais, a fake news fez com que jovem de 22 anos fosse atacada por internautas e tirasse a própria vida. Whindersson pediu a criação de uma lei com o nome de Jéssica Vitória para evitar outros casos parecidos. Luísa apoiou o ex-marido. “Necessário. Te entendo e amo você! Conheço teu coração. Tô aqui sempre. Todo meu amor pra família da Jessica, entendo o quanto dói tudo isso”, ela escreveu. Pedro Scooby também se manifestou, lembrando que neste ano sofreu com uma fake news similar, de affair inventado. “Eu passei por isso esse ano e sei bem como é! Triste o problema com a Jessica ter tido esse fim! Força pra você e pra mãe da Jessica! Quem te conhece sabe do seu coração!”, comentou o surfista.
Whindersson Nunes quer criação de Lei “Jessica Vitória” contra fake news na internet
Whindersson Nunes postou um vídeo de 10 minutos na noite deste domingo (24/12) para desmentir, mais uma vez, qualquer envolvimento com Jéssica Vitória Canedo, a jovem de 22 anos que se matou após a publicação dessa notícia falsa gerar uma onda de ódio na internet. Ele deixou uma mensagem de condolências para a mãe da jovem de 22 anos e pediu a criação de uma lei para impedir que novos casos similares voltem a ocorrer. Bastidores do caso No vídeo, ele deu detalhes dos bastidores do caso. Revelou que foi procurado por um homem com um print de troca de mensagens dele com a jovem. “Uma página de fofoca, uma outra página de fofoca [não a Choquei], mandou mensagem pra mim: ‘Olha, tô mandando uns prints de uma conversa sua, mas a gente não vai postar, porque não parece ser você nas conversas. Você quer que eu mande pra você?’. Eu falei: ‘mande, mas quem é a pessoa?’ ‘É a Jéssica’. A Jéssica, como se eu conhecesse alguma Jéssica. Então, eu já sabia que não era eu”, iniciou. “Ele falou que não ia postar e falei: ‘tá, então tudo bem’. Bom que me falou, que pelo menos não é todo mundo que tá vendido até o inferno. Fui dormir e quando eu acordei, já tinham postado numa página. Eu tava fora do país, tava de férias e, de primeira impressão, o que eu pensei? Sempre acontece isso comigo, as pessoas sempre detonam a menina. Então, o que eu faço pra minimizar? Eu não falo nada, porque eu conheço como são as pessoas. Muitas delas são cruéis”, continuou. Motivo do silêncio O humorista explicou que o seu silêncio inicial diante do caso ocorreu por já ter sofrido com ataques de ódio na internet sobre seus relacionamentos anteriores, inclusive envolvendo a perda de seu filho. “Não conhecia a Jéssica, não sabia quem ela era, nunca tinha visto ela na minha vida. Não sabia se ela tava participando ou não, mas também não acusei. Então, quando eu vi a notícia, já voltei e disse que não conhecia ela, que essa era uma conversa fake, já pra desmentir e deixei quieto, porque eu deixo tudo quieto. Se eu fosse falar qualquer coisa que passei com mulher na minha vida, como eu sei que as pessoas são cruéis, eu sei que elas vão detonar a pessoa. Então, eu prefiro engolir”, apontou. “Prefiro ser o cara que não defendeu na hora que eu tinha que defender. Eu prefiro ser o cara que abandonou a esposa porque perdeu um filho, e aparentemente, se não me der um filho, parece que eu não amo a pessoa. Essas são coisas que leio, que eu sou narcisista, que isso, que aquilo, mas prefiro não falar um A. Sei que se eu falar um A, as pessoas vão fazer da vida das outras pessoas, que já estão vivendo sua vida, um inferno e eu não quero isso”, ele explicou. Dor compartilhada No desabafo, Whindersson contou que estava decidido a gravar um vídeo em seu retorno ao Brasil para acabar com a fake news, mas logo soube da morte da jovem e ficou sem reação. “Eu pensei: ‘Meu Deus do céu, pelo amor de Deus, que não comece a inventar que eu não tô falando sobre, porque eu não quero falar, pra não ter culpa, porque eu só preciso de um tempo pra poder pensar nisso, que isso é muito novo pra mim também, isso nunca aconteceu comigo’. Aconteceu de tudo um pouco, eu posso afirmar, mas isso, com certeza, nunca aconteceu”, disse. Ele, então, comparou a morte da jovem a perda de seu filho e deixou uma mensagem de sentimentos para a mãe da jovem. “Quero falar com a mãe da Jéssica. Eu sou um cara muito problemático, também tento há muito tempo dar sentido à minha vida. Eu tento me curar de abuso psicológico, de abuso sexual na infância. Tô me abrindo aqui de uma forma que eu só me abri pra pessoas que eu me relacionei mesmo, mas pra nesse momento vulnerável aí da senhora eu me mostrar a minha parte mais vulnerável também. Já passei de tudo um pouco na vida, de todo tipo de coisa ruim, mas eu jamais incentivaria ninguém a tirar a própria vida”, acrescentou. “Sinto muito demais mesmo pela senhora ter que passar uma coisa que eu passei por poucas horas com o meu filho. Sei que eu não posso dizer, eu sei que eu não posso nem misturar o tamanho disso, mas se eu puder de alguma forma ajudar, se eu puder de alguma forma fazer com que essa dor diminua, eu tô aqui pra qualquer coisa”, seguiu. O ódio das redes sociais Whindersson criticou o perfil de fofocas Choquei por ter exposto a fake news sem apuração, mas também apontou que a internet que usou ódio para fazer Jéssica se matar é a mesma que agora quer causar uma desgraça contra o responsável pela página. “Administrador da Choquei, eu já vi muita gente botando no Twitter a foto dele e dizendo ‘Ó, essa aqui é a foto do cara’. Isso pode gerar, às vezes, um ataque no meio da rua. Alguém fazer alguma coisa fisicamente com esse cara e a gente não quer mais vítimas aqui, a gente não queria nenhuma vítima”, alertou. Lei “Jéssica Vitória” Ao final do depoimento, ele se disse comprometido a acompanhar a apuração da polícia sobre a morte da jovem e pediu a criação de uma lei chamada “Jéssica Vitória”. “Iniciar um movimento para ver se contribui para a gente criar uma lei chamada Jéssica Vitória para aprimorar a legislação brasileira nesse negócio que está acontecendo agora, que é esse jornalismo não oficial. Que isso é muito perigoso. Tem gente que tem muito seguidor e diz que não é uma coisa oficial, mas é uma coisa que impacta de verdade”, declara. “Tem que ser crime postar uma conversa que duas pessoas não autorizaram. A não ser que seja uma exposição de crime para denunciar alguma coisa, eu acho que não faz sentido uma conversa privada entre duas pessoas. Por isso, é tão perigoso você não ir atrás da verdade antes de mostrar, porque isso pode ser danoso”, apontou. Ele encerrou se dirigindo à de Jéssica Vitória Canedo. “Um abraço na mãe da Jéssica e vamos atrás de ver o que a gente pode fazer para melhorar daqui para frente, pelo menos a vida das pessoas nesse sentido. Se possível, um Feliz Natal e Feliz Ano Novo aí para todo mundo”, concluiu. PL das fake news Atualmente, existe um texto de autoria do Senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) e com relatoria do deputado federal Orlando Silva (PCdoB–SP), que cria a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, que propõe a regulação das plataformas digitais, como Google, Meta (Instagram e Facebook), Twitter e TikTok, além de serviços de mensagens instantâneas, como WhatsApp e Telegram. O PL impõe responsabilidades às grandes empresas e o ponto principal é tornar obrigatória a moderação de conteúdos publicados na internet para que contas ou publicações com conteúdos considerados criminosos possam ser identificadas, excluídas ou sinalizadas. Entre os pontos abordados estão questões que englobam o caso atual de Jéssica Canedo, como estímulos ao suicídio e violência contra a mulher. Entretanto, o PL também foca fake news política, o que faz com que vários partidos dificultem sua aprovação. Na sexta (21/12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já tinha pedido ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que desse prioridade ao Projeto de Lei 2630, o chamado PL das Fake News, no começo de 2024. Alerta Se você está atravessando um momento difícil e precisa de ajuda, ligue para o CVV (Centro de Valorização a Vida), no número 188, e receba apoio emocional e prevenção do suicídio. A ligação é sigilosa e gratuita para todo o território nacional. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Whindersson Nunes (@whinderssonnunes)
Choquei suspende publicações em meio à revolta nas redes sociais
Alvo de revolta nas redes sociais, a Choquei deixou de atualizar seu conteúdo no sábado (23/12), quando sua única postagem foi uma “Nota de Esclarecimento”. O que aconteceu O mais famoso perfil de fofocas do Brasil, com 30 milhões de seguidores, é alvo de campanha de boicote após publicar uma notícia falsa que levou uma jovem a se matar. Jéssica Vitória Canedo teve prints falsos de conversas com Whindersson Nunes divulgadas nas redes sociais, sendo apontada como affair do comediante, o que a fez ser atacada por várias pessoas na internet. Por conta disso, ela se matou na sexta-feira (22/12) aos 22 anos. A notícia falsa ganhou impulso ao ser divulgada pelo perfil Choquei, mas apareceu primeiro no Garoto do Blog. Dono da Choquei, Raphael Souza também fechou seu perfil pessoal no Instagram. Ele piorou a situação ao debochar de um texto em que a jovem negava a história. A Choquei publicou os prints falsos sem checar sua veracidade e não se retratou quando Jéssica e o próprio Whindersoon negaram a história. A jovem não era do meio artístico e sofria de depressão. Ainda não se sabe por quê uma pessoa, até o momento desconhecida, a escolheu como alvo de uma pegadinha maldosa, que se revelou fatal. Ela sofreu um linchamento virtual, provavelmente de muitas pessoas que agora estão indignadas com a Choquei, e não aguentou a pressão. Repercussão No X (antigo Twitter), todos os posts da Choquei publicados na sexta (22/12) ganharam um aviso de contexto, acusando o perfil de ter contribuído para a morte da jovem. Também em tom de linchamento virtual, o aviso diz que “a morte de Jéssica não pode ser esquecida”. Criado para marcar posts com notícias falsas, o aviso de contexto nunca foi usado dessa forma antes, em todo e qualquer post de um perfil. Nem o perfil da Braskem, cuja mineração é apontada como responsável pelo esvaziamento de bairros inteiros de Maceió, sofreu tamanha ação dos interventores de contexto. O nome “Choquei” está há mais de 48 horas no topo dos tópicos mais comentados do X. O caso voltou a levantar o debate sobre a regulação das redes sociais. Existe um projeto de lei que se encontra parada no Congresso Nacional. E alguns protestos publicados após a tragédia apontam a necessidade de sua aprovação urgente. Entretanto, parte dos que defendem punição máxima para a página – justamente a parte mais estridente – é contra a criação do PL das fake news, que tipificaria o crime cometido. Por isso, essas pessoas contentam-se com uma campanha de boicote. Pela dificuldade de enquadrar falta de ética como crime, até o momento não há investigação contra a Choquei. Alerta Se você está atravessando um momento difícil e precisa de ajuda, ligue para o CVV (Centro de Valorização a Vida), no número 188, e receba apoio emocional e prevenção do suicídio. A ligação é sigilosa e gratuita para todo o território nacional.
Ministro pede regulamentação das redes sociais após morte de Jéssica Canedo
O ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, usou as redes sociais neste sábado (23/3) para pedir a regulamentação das redes sociais após a morte de uma jovem em virtude de uma fake news sobre um affair com Whindersson Nunes. Apontando que a morte de Jéssica Canedo foi o segundo caso de suicídio causado por notícias falsas, ele reforçou que a regulamentação é necessária para evitar novas tragédias. “A regulação das redes sociais torna-se um imperativo civilizatório, sem o qual não há falar-se em democracia ou mesmo em dignidade. O resto é aposta no caos, na morte e na monetização do sofrimento.” Na sexta (21/12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já tinha pedido ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que desse prioridade ao Projeto de Lei 2630, o chamado PL das Fake News, no decorrer do ano que vem. Ele também foi motivado pela invasão da conta do X (antigo Twitter) da Primeira Dama Janja da Silva. Lira disse a Lula que vai pensar. Já o líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou que o PL das Fake News será prioridade em 2024. PL das fake news O texto de autoria do Senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) e com relatoria do deputado federal Orlando Silva (PCdoB–SP), cria a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, que propõe a regulação das plataformas digitais, como Google, Meta (Instagram e Facebook), Twitter e TikTok, além de serviços de mensagens instantâneas, como WhatsApp e Telegram. O PL impõe responsabilidades às grandes empresas e o ponto principal é tornar obrigatória a moderação de conteúdos publicados na internet para que contas ou publicações com conteúdos considerados criminosos possam ser identificadas, excluídas ou sinalizadas. Entre os pontos abordados estão questões que englobam o caso atual de Jéssica Canedo, como estímulos ao suicídio e violência contra a mulher. Entretanto, o PL também foca fake news política, o que faz com que vários partidos dificultem sua aprovação. Em menos de um mês este é o segundo caso de suicídio de pessoa jovem – e que guarda relação com a propagação de mentiras e de ódio em redes sociais – de que tenho notícia. Tragédias como esta envolve questões de saúde mental, sem dúvida, mas também, e talvez em maior proporção,… — Silvio Almeida (@silviolual) December 23, 2023
Morte de jovem por fake news com Whindersson Nunes revolta comediante e a internet
Perfis de fofoca, que espalham fake news, causaram a morte de uma jovem. Jéssica Vitória Canedo teve prints falsos de conversas com Whindersson Nunes divulgadas nas redes sociais e apontada como affair do comediante, o que a fez ser atacada por várias pessoas na internet. Por conta disso, ela se matou na sexta-feira (22/12) aos 22 anos. A notícia falsa ganhou impulso ao ser divulgada pelo perfil Choquei, que tem mais de 30 milhões de seguidores, mas também apareceu no Garoto do Blog e em outras páginas. Reação de Whindersson A assessoria de imprensa de Whindersson Nunes informou que o artista foi surpreendido com a “catástrofe originada a partir de uma história inventada na internet”. E o próprio comediante expressou sua revolta. “Estou extremamente triste. Voltei ao dia em que perdi meu filho. Que ninguém passe pela dor de enterrar um filho”, declarou o youtuber, fazendo referência ao filho que perdeu do relacionamento com Maria Lina, em maio de 2021. Ele também se disse triste e perplexo com o “massacre público proporcionado pelo uso negativo das redes sociais”, prestou solidariedade à família da jovem, que é de Minas Gerais, e repudiou, veementemente, o linchamento virtual e o uso tóxico das redes sociais. Caso foi negado publicamente Vale lembrar que a “notícia” foi negada por ambos, que sequer se conheciam. “Eu não faço ideia de quem seja essa moça e isso é um print fake”, disse Whindersson quando a notícia surgiu. Mas ainda assim os xingamentos contra Jéssica não cessaram. “Resumindo, a moça disse que estão usando a imagem do perfil dela, mas ela não faz parte disso. Eu tenho prints de pessoas mandando pra páginas de fofoca como induzindo a página a postar algo relacionado à menina e, como ninguém averigua nada, postaram”, escreveu Whindersson na ocasião. “Duas páginas me mandaram dois perfis que estavam mandando essa conversa fake. Vou botar alguém na cadeia como exemplo pra vocês entenderem que, se você existe, você pode ser encontrado”, prometeu o ator. Jéssica também fez um desabafo nos Stories de seu Instagram, afirmando que aquilo era uma “brincadeira muito sem graça”, com o intuito de ridicularizá-la. “Qual é a graça que existe em infernizar a vida de alguém dessa maneira?”, escreveu. Ela ainda mandou questionou: “O que ou quanto você está ganhando? Até quando você vai ficar fazendo esse tipo de ‘brincadeira’? Até quando você vai fazer com que eu seja ridicularizada, xingada, ameaçada e continue perdendo pessoas que eu amo?”. No desabafo, a jovem admitiu que já tinha tentado tirar a própria vida e que chegou a ser internada. “Sabe por que estou dizendo isso? Pra vocês imaginarem como deve estar a minha mente tendo que ler todos esses absurdos, todas essas ameaças. Eu já sofro de fobia social, imagina o que eu vou fazer agora?”, escreveu. Agonia da mãe A mãe de Jéssica revelou que a jovem estava enfrentando uma depressão forte, que piorou com os ataques que passou a sofrer nas redes sociais. Inês Oliveira chegou a publicar um vídeo com um pedido emocionado para que os ataques contra sua filha parassem, informando que Jessica já havia tentado tirar a vida algumas vezes. Ninguém deu importância. “Bom, gente, eu estou aqui em primeiro lugar como uma mãe que está passando por uma situação difícil com a sua filha. Porque publicaram uma mentira. A minha filha sofre de uma depressão muito séria, muito grave, já tentou [se matar], como hoje, a quarta vez já… Então eu venho aqui como mãe pedir para vocês: ‘gente, pelo amor de Deus, para de postar isso, minha filha nem tem redes sociais'”, implorou Inês. “Esse ano ela já está sofrendo porque passou por um problema muito sério. Então eu estou pedindo a vocês: pelo amor de Deus, parem. Não é fácil chegar em casa e encontrar a sua filha com o pescoço cortado, com os pulsos cortados e você ter que sair correndo pedindo ajuda…”, completou a mulher, chorando. Desabafo dos amigos Vários amigos lamentaram a morte da jovem. “Infelizmente perdi uma amiga, por conta de mentiras, por conta de ataques na rede social. Amiga, que Deus te dê um bom lugar. Descanse em paz”, publicou Vitória Santos. “Esse universo sem lei chamado internet ainda vai matar muita gente. Me pergunto até onde vai à maldade humana, e me revolto em pensar que pessoas são capazes de tudo! Inclusive de atacar uma pessoa na internet, infernizando e piorando todo seu estado clínico”, lamentou Gabriela Maia, outra amiga da jovem. “Infelizmente minha revolta não traz a vida novamente. Deveriam pôr a mão na consciência e um pouco mais de amor no coração”, continuou. Regulação das redes O caso voltou a levantar o debate sobre a regulação das redes sociais. Existe um projeto de lei que se encontra parada no Congresso Nacional. E alguns protestos publicados após a tragédia apontam a necessidade de sua aprovação urgente. Gil do Vigor foi um que apontou a falta de controle das redes. “Eu fiquei muito triste porque, de fato, gente, já passou de todos os limites”, lamentou o ex-BBB. “Não dá para querer achar um culpado, gente. É um problema que está todo mundo envolvido”. A dificuldade da defesa da Choquei Raphael Sousa, criador da Choquei, trancou o seu perfil pessoal no Instagram com a repercussão. O ódio originalmente dirigido contra Jéssica voltou-se contra ele, após a Choquei ser acusada de ter contribuído para a morte da jovem. Para completar, ele foi acusado por internautas de debochar do desabafo da garota. Depois de Jéssica publicar um longo texto no Stories, o perfil pessoal de Raphael teria comentado: “Avisa para ela que a redação do Enem já passou. Pelo amor de Deus”. Vários outros internautas fizeram comentários iguais, ridicularizando a dor da jovem. Depois da tragédia, a Choquei apagou a notícia original e publicou uma nova, informando que a garota “infelizmente” tirou a própria vida. O texto foi enquadrado por internautas que conseguiram colocar um aviso de contexto em sua publicação, informando que a Choquei foi responsável por espalhar a fake news. Incapaz de se dissociar do caso, a página publicou um comunicado oficial na tarde deste sábado (23/12). O texto, assinado pela advogada e ex-BBB Dra. Adélia de Jesus Soares, começa esboçando empatia, lamentando o ocorrido e se solidarizando com os familiares, mas em seguida busca eximir a Choquei de culpa pela tragédia, ao apelar à liberdade de expressão e ao direito à informação. Apesar da falta de averiguação na notícia, o comunicado afirma que “não ocorreu qualquer irregularidade na divulgação das informações prestadas por esse perfil”. Alheio a manuais de jornalismo, o texto se manifesta em termos jurídicos: “Cumpre esclarecer que não há responsabilidade a ser imputada pelos atos praticados, haja vista a atuação mediante boa-fé e cumprimento regular das atividades propostas”. “Em relação aos eventos que circulam nas redes sociais e que foram associados a um trágico evento envolvendo a jovem Jéssica Vitória Canedo, queremos ressaltar que todas as publicações foram feitas com os dados disponíveis no momento e em estrito cumprimento das atividades habituais decorrentes do exercício do direito à informação”, segue o comunicado, que também reforça o “compromisso em agir com diligência e responsabilidade” da Choquei. Neste momento, a página sofre com os mesmos comentários que seus seguidores dispararam contra a jovem. A hashtag #DenuncieAChoquei está entre as mais comentadas do X (ex-Twitter) na tarde deste sábado (23/12), junto com as palavras “Choquei” e “Whindersson”. Alerta Se você está atravessando um momento difícil e precisa de ajuda, ligue para o CVV (Centro de Valorização a Vida), no número 188, e receba apoio emocional e prevenção do suicídio. A ligação é sigilosa e gratuita para todo o território nacional. Esse aqui é o texto que a Jessica (menina que se mat*) postou há 3 dias pra tentar desmentir as páginas (Choquei, Garoto do Blog e essas merdas) que postaram os prints falsos da 'conversa' com Whindersson. Aquele ali é o comentário do dono da Choquei sobre esse texto. pic.twitter.com/WEbMEQwhmX — Otavio (@otavi0XI) December 22, 2023 Comunicado oficial. pic.twitter.com/3dTXX6ETlN — CHOQUEI (@choquei) December 23, 2023






