Bruce Glover, assassino de “007 – Os Diamantes São Eternos”, morre aos 92 anos
Ator cultuado por papéis excêntricos, atuou também em “Chinatown”, “Lutador de Rua” e “Com as Próprias Mãos”
Phillys Coates, primeira Lois Lane da TV, morre aos 96 anos
Phyllis Coates, primeira intérprete de Lois Lane na televisão, morreu na quarta-feira (11/10) aos 96 anos. A causa da morte foi natural, conforme informou sua filha Laura Press em comunicado. Coates, que também atuou no cinema, deixa um legado que se estende por várias décadas nas telas. Começo da carreira Nascida em Wichita Falls, Texas, Coates iniciou sua carreira no entretenimento como corista e atriz de vaudeville, antes de marcar época como atriz na primeira novela da TV americana, “Faraway Hill”, em 1946. Ela estreou em Hollywood como figurante no thriller criminal “Armadilha Fatal” (1948) e atuou em mais de uma dezena de papéis não creditados, antes de virar, de uma hora para outra, protagonista de westerns independentes, como “O Facínora de Nevada”, “Salteadores Encobertos” e “Chicote de Prata” (todos de 1951). Salva por Superman Seu grande papel veio da mesma forma, numa modesta produção indie, do estúdio Lippert Pictures, rodada em preto e branco, com baixo orçamento e menos de uma hora de duração: “Superman and the Mole Man” (1951), o primeiro longa-metragem (não seriado) de um herói da DC Comics. O filme fez tanto sucesso que virou uma série de TV no ano seguinte, “As Aventuras do Super-Homem” (Adventures of Superman), que manteve os dois intérpretes principais do longa-metragem, George Reeves como Clark Kent/Superman e Phyllis Coates como Lois Lane. A série foi um sucesso imenso, mas aos 25 anos Coates não gostou de enfrentar seus desafios físicos. “Éramos quase explodidos, espancados, explodidos, explorados. Acho que era porque éramos jovens e ingênuos, mas aguentamos muita coisa”, disse a atriz no livro “Science Fiction Stars and Horror Heroes” de Tom Weaver. Ela também revelou que quatro ou cinco episódios eram frequentemente filmados de uma só vez, o que a levou a usar o mesmo figurino em várias cenas. Decisão de deixar o papel Apesar do êxito e da oferta para retornar para a 2ª temporada com um salário significativamente maior, Coates decidiu não continuar. “[O produtor] Whitney Ellsworth me ofereceu cerca de quatro ou cinco vezes o que eu estava ganhando se eu voltasse. Mas eu realmente queria sair de Superman”, afirmou em entrevista. Ela foi substituída por Noel Neill, que foi a primeira Lois Lane do cinema, nos seriados de aventura “Super-Homem” (1948) e “O Homem-Atômico contra o Super-Homem” (1950). Carreira depois de Superman Após sua saída, Coates voltou ao cinema, atuando em filmes cultuados da era trash original, como “A Mulher Pantera” (1955), o famoso “Girls in Prison” (1956), “I Was a Teenage Frankenstein” (1957) e o incrivelmente ruim “The Incredible Petrified World” (1959). Ela acabou voltando à TV nos anos 1960, fazendo aparições em várias séries de televisão como “Perry Mason”, “Os Intocáveis”, “The Patty Duke Show”, “O Homem de Virgínia”, “Gunsmoke” e outras produções clássicas. A fase televisiva foi duradoura e ela nunca mais voltou ao cinema. Mas, em 1994, retornou ao universo de Superman, ao fazer uma participação especial na série “Lois & Clark: As Novas Adventuras de Superman”, interpretando a mãe da Lois Lane (Teri Hatcher). Coates foi casada quatro vezes, e todos os casamentos terminaram em divórcio. Seus ex-maridos incluem o diretor de TV Richard L. Bare e o médico Howard Press. Ela era a última sobrevivente do elenco original da série “As Aventuras do Super-Homem”.
Sharon Farrell, atriz de “Nasce um Monstro”, morre aos 82 anos
A atriz Sharon Farrell, conhecida por seu papel como a mãe de um bebê assassino no cultuado terror “Nasce um Monstro” (1974), morreu aos 82 anos. A notícia foi divulgada por seu filho, Chance Boyer, neste sábado (5/8), informando que a atriz faleceu de causas naturais em um hospital de Orange County, Califórnia. Começo da carreira Nascida como Sharon Forsmoe na véspera de Natal de 1940 em Sioux City, Iowa, Farrell se mudou na juventude para Nova York, onde atuou e modelou. Ela fez sua estreia no cinema em 1959 no filme “Kiss Her Goodbye” e em seguida começou a trabalhar como dançarina na Broadway. Em 1962, Farrell apareceu com Tony Curtis e Suzanne Pleshette no filme de comédia “20 Quilos de Confusão”. Mas também apostou na carreira televisiva, ao estrelar no mesmo ano o drama jornalístico “Saints e Sinners”. Infelizmente, a série não passou da 1ª temporada e ela ficou restrita a aparições televisivas durante um bom tempo, incluindo participações em séries clássicas como Meu Favorito Marciano”, “Caravana”, “Gunsmoke”, “A Família Buscapé”, “O Agente da UNCLE” e “James West”, entre muitos outras. Nasce um Monstro Ela voltou ao cinema no final dos anos 1960, com papéis em “Entre o Desejo e a Morte” (1968), ao lado de Kirk Douglas, “Detetive Marlowe em Ação” (1969), com James Garner e Bruce Lee, e “Os Rebeldes” (1969), com Steve McQueen. Mas foi o terror de baixo orçamento de Larry Cohen que chamou atenção para sua carreira. Em “Nasce um Monstro” (1974), a atriz interpretou Lenore Davis, que tenta proteger seu filho recém-nascido deformado, mesmo que o bebê mutante tenha escapado do hospital e esteja matando pessoas pela cidade. “Nasce um Monstro” tornou-se um marco no gênero de terror, sendo reconhecido por sua premissa inovadora, bizarra e aterrorizante. Sucesso de bilheteria, acabou ganhando duas sequências: “Nasce um Monstro 2” em 1978 e “Nasce um Monstro 3: A Ilha dos Monstros” em 1987, além de um remake em 2008. A performance de Farrell como a mãe do infante assassino é frequentemente destacada como um dos pontos fortes do longa original. Mais filmes e séries Farrell continuou a ter sucesso na carreira nos anos 1980, quando trabalhou nos filmes clássicos “O Substituto” (1980), de Richard Rush, “Anos de Rebeldia” (1980), de Dennis Hopper, “McQuade, o Lobo Solitário” (1983), com Chuck Norris, “A Noite do Cometa” (1984) e “Namorada de Aluguel” (1987), com Patrick Dempsey. Ela também participou da última temporada da série original “Havaí 5-0” em 1980, interpretando a Detetive Lori Wilson. Nos anos 1990, ela virou atriz de novela, vivendo Florence Webster em 81 capítulos de “The Young and the Restless”, de 1991 a 1997. Ao sair da atração diurna, fez poucas aparições nas telas, incluindo um capítulo em “JAG: Ases Invencíveis”, exibido em 1999. Relacionamentos e vida pessoal Farrell teve relacionamentos com os atores Andrew Prine, Steve McQueen e John F. Boyer, o produtor Ron DeBlasio e o diretor Dale Trevillion, mas nunca se casou com nenhum deles, de acordo com seu filho Chance Boyer. Chance foi filho único e também seguiu a carreira de ator, interpretando um surfista na série “Harry e os Hendersons” (de 1991 a 1993). Veja o trailer original de “Nasce um Monstro”.
James Hampton (1936–2021)
O ator James Hampton, conhecido por seus papéis nas comédias “O Garoto do Futuro” e “Golpe Baixo”, pelo qual recebeu uma indicação ao Globo de Ouro, morreu na quarta-feira (7/4), aos 84 anos, devido a complicações do mal de Parkinson. Hampton teve uma carreira que durou meio século antes de se aposentar no Texas. Ele estreou na TV em 1963, com um papel recorrente na popular série de western “Gunsmoke”. Foi lá que conheceu e se tornou amigo de Burt Reynolds, então coadjuvante da atração. Os dois trabalharam juntos em “Amor Feito de Ódio” (1973), “Golpe Baixo” (1974), “W.W. e Dixie” (1975) e “Crime e Paixão” (1975). Anos depois, Hampton ainda escreveu e dirigiu vários episódios da sitcom estrelada por Reynolds na rede CBS, “Evening Shade” (1990–1994). A aparência amável tornou Hampton um coadjuvante por excelência, com participação em filmes como “Quando é Preciso Ser Homem” (1970), “Síndrome da China” (1979), “Hangar 18” (1980), “Condorman, o Homem-Pássaro” (1981), “O Garoto do Futuro” (1985) e “Um Som Diferente” (1990). Ele também foi o prefeito de Miami em “Loucademia de Polícia 5: Missão Miami Beach” (1988). Sua participação em “O Garoto do Futuro”, como o pai do protagonista (vivido por Michael J. Fox em 1985), acabou se tornando seu papel mais conhecido, graças à sua escalação na sequência de 1987 (como tio do novo “teen wolf”, Jason Bateman) e até como dublador da série animada, que durou duas temporadas, entre 1986 e 1987. Na TV, também interpretou o hilário corneteiro surdo Hannibal Dobbs em “F Troop” (1965-1967), comédia passada num “Forte Apache” remoto do Velho Oeste, além de ter aparecido de forma recorrente em “The Doris Day Show” (1968–1973) e estrelado “Maggie”, sitcom que teve apenas oito episódios exibidos no final de 1981. Bom amigo de Johnny Carson, Hampton ainda se tornou um convidado regular no “The Tonight Show”, com mais de 30 participações. Também trabalhou nos bastidores da indústria televisiva, escrevendo telefilmes e dirigindo vários episódios de séries de comédias dos anos 1990, como “Grace Under Fire”, “Irmã ao Quadrado” (Sister Sister), “Gênio do Barulho” (Smart Guy) e “The Tony Danza Show”. Sua autobiografia “What? And Give Up Show Business?” foi publicado no início deste ano e recebeu críticas positivas.
Marie Harmon (1923 – 2010)
A atriz Marie Harmon, que apareceu em vários westerns nos anos 1940 e era mãe da roqueira Cherie Currie, da banda The Runaways, morreu na segunda-feira (25/1) de causas naturais em Los Angeles, aos 97 anos. Nascida em Chicago, Harmon mudou-se para Hollywood aos 18 para se tornar atriz, logo conseguindo pequenos papéis em produções da época da 2ª Guerra Mundial, geralmente sem receber créditos pelas figurações. Ela acabou tendo um espaço maior na comédia musical “Her Lucky Night” (1945), da Universal, o que lhe rendeu um contrato com a Republic Pictures e mais destaque nos westerns B do estúdio, como “The El Paso Kid” (1946), “Gunsmoke” (de 1947, sem relação com a famosa série) e “O Luar de Nevada” (1948), estrelado pelo cowboy cantor Roy Rogers. Harmon também apareceu em “Punhos de Ouro” (1947), com Mickey Rooney, e na adaptação de quadrinhos “Pafúncio e Marocas às Voltas com a Lei” (1948). Apesar disso, sua carreira nunca decolou e ela abandonou Hollywood após o impactante drama “Mãe Solteira” (1949), de Ida Lupino. Aposentada, ela só voltou a ser lembrada pela indústria do cinema por causa da filha mais famosa. No filme de 2010 “The Runaways: Garotas do Rock”, estrelado por Dakota Fanning como Cherie Currie e Kristen Stewart como Joan Jett, Harmon voltou às telas por meio da interpretação de Tatum O’Neal. Além de Cherie, Marie Harmon também era mãe da cantora Marie Currie e da atriz Sondra Currie, que já atuou em quase 90 filmes, inclusive nos três “Se Beber, Não Case”.
Anthony James (1942 – 2020)
O ator Anthony James, que viveu vilões memoráveis do cinema, incluindo em filmes vencedores do Oscar, morreu na terça passada (26/5) de câncer. Ele tinha 77 anos. James tinha feito apenas uma breve aparição numa série de TV quando o diretor Norman Jewison o escalou como o frio assassino de “No Calor da Noite” (1967), estrelado por Sidney Poitier e Rod Steiger. O longa venceu cinco Oscars, incluindo Melhor Filme. Apesar desse destaque inicial, sua carreira cinematográfica demorou a decolar. Mas isso não o impediu de ficar conhecido, graças a inúmeras participações em séries clássicas. Ele chegou a ter um papel recorrente em “Gunsmoke”, entre 1968 e 1969, mas também apareceu em “Bonanza”, “Havaí 5-0”, “Mod Squad”, “Têmpera da Aço” (Ironside), “Justiça em Dobro” (Starsky and Hutch), “As Panteras” (Charlie’s Angels), “Esquadrão Classe A” (The A Team), etc. E sem esquecer que estrelou um clipe da banda Poison, “Fallen Angel”, em 1988. Seus personagens geralmente causavam confusão, precisando ser despachados pelo mocinho das histórias. Até quando fazia filmes infantis e comédias, James interpretava vilões, como em “Perigo na Montanha Enfeitiçada” (1978) e “Corra que a Polícia vem Aí! 2 1/2” (1991). Seu principal rival no cinema acabou sendo Clint Eastwood, que o enfrentou – e dirigiu – duas vezes, nos faroestes clássicos “O Estranho sem Nome” (1973) e “Os Imperdoáveis” (1992). Este último também venceu o Oscar e marcou a despedida de James da profissão de ator. Ele trocou as telas de cinema e TV por telas de pintura. A partir dos anos 1990, James iniciou uma bem-sucedida carreira como artista plástico, tendo vendido mais de 100 obras para galerias em Boston, Nova York, São Francisco, Santa Fe, Novo México e Japão. Também escreveu livros sobre arte, poesia e até uma biografia, publicada em 2014.
Lyle Wagoner (1935 – 2020)
O ator Lyle Wagoner, que viveu Steve Trevor na série clássica da “Mulher-Maravilha”, morreu nesta terça (17/3) aos 84 anos, na Califórnia, após uma longa doença não detalhada pela família. Nascido em 13 de abril de 1935, Kyle Wesley Wagoner foi lutador colegial, serviu como operador de rádio no exército dos EUA e trabalhou como vendedor ambulante antes de conhecer a fama. Depois de tanto ouvir dos clientes que “tinha aparência de ator”, mudou-se do Kansas para a Califórnia, visando participar de programas de “novos talentos” na MGM e na Fox, onde Tom Selleck e James Brolin também estavam iniciando suas carreiras. Ele chegou a fazer testes para o papel de Batman, na série de 1966, mesmo ano em que estreou nas telas num episódio de “Gunsmoke”. Também apareceu em “Perdidos no Espaço” e foi um alienígena no filme “Jornada ao Centro do Tempo” (1967), antes de ser contratado para o programa de comédia “The Carol Burnett Show”, do qual participou de sete temporadas, entre 1967 a 1974. O produtor Joe Hamilton, marido de Burnett, procurava por um “tipo Rock Hudson” quando contratou Wagoner, que além de viver vários personagens nas esquetes da série humorística, também foi o narrador oficial do programa. Ele fez tanto sucesso que passou a apresentar outra atração em paralelo, “It’s Your Bet”, um programa de perguntas e respostas, de 1969 a 1973. Wagoner ganhou fama de galã e até posou para a capa da revista Playgirl em 1973. Essa popularidade lhe rendeu o papel do major da aeronáutica Steve Trevor na série “Mulher-Maravilha” em 1975. A produção se tornou um fenômeno de audiência, e finalmente permitiu ao ator interpretar um personagem dos quadrinhos da DC Comics, após a frustração de não virar Batman. Curiosamente, “Mulher-Maravilha”, que era passada nos anos 1940, sofreu um reboot completo em sua 2ª temporada, trazendo as aventuras da heroína vivida por Lynda Carter para o presente. Todo o elenco de apoio foi alterado, mas Wagoner continuou na atração como filho do personagem original, também chamado de Steve Trevor. A série acabou na 3ª temporada em 1979, mas seus três anos de produção foram suficientes para garantir, de forma colateral, o resto da vida do ator, que, durante a produção, lembrou de seus dias de vendedor de produtos de porta em porta e tomou uma iniciativa milionária. “Quando eu estava em ‘Mulher-Maravilha, os produtores me ofereceram um ótimo motor home que eles alugaram de um proprietário particular, para eu usar no set”, ele contou em uma entrevista de 2013. “Eu percebi uma possibilidade de negócio que ninguém tinha pensado. Propus pra eles: ‘Bem, se eu encontrar e preferir outro trailer, vocês o alugariam pra mim?’ Então, comprei o meu próprio veículo e eles pagarem aluguel pra mim por três anos, enquanto estive no programa”. Vendo que o negócio era lucrativo, ele lançou sua própria empresa de aluguéis de trailers, a Star Waggons, em 1979. E logo passou a receber encomendas de diversos produtores, para ceder a atores, maquiadores etc. em sets de filmes e TV. “Encontrei um fabricante e construí um protótipo de um trailer de maquiagem”, lembrou. “Eu coloquei para alugar e, rapaz, eles adoraram. Começamos a construir nossos próprios trailers em 1988”. A Star Waggons atingiu o número de 800 trailers alugados na década atual, registrando uma receita anual de US$ 17 milhões há dois anos. Só a produção do reality show “Dancing With the Stars”, da rede ABC, aluga 30 trailers da empresa do ator. Com a fortuna que fez com o negócio, Wagoner gradualmente abandonou a atuação. Ele ainda apareceu em algumas séries famosas, como “As Panteras”, “O Barco do Amor”, “Ilha da Fantasia” e “Assassinato por Escrito”, mas os papéis serviam mais para sua diversão pessoal que qualquer outra coisa. Um dos melhores exemplos dessas participações especiais aconteceu na série “That ’70s Show”, num episódio de 1999 em que ele interpretou a si mesmo, com maquiagem para parecer mais jovem, voltando a seus tempos de galã televisivo. Lyle Wagoner se casou apenas uma vez, com Sharon Kennedy em setembro de 1960, e eles tiveram dois filhos, Beau e Jason.
Morgan Woodward (1925 – 2019)
O ator Morgan Woodward, que apareceu em mais de 250 filmes e episódios de séries ao longo de quatro décadas de carreira, morreu na sexta (22/2) em Paso Robles, na Califórnia, aos 93 anos. A maioria de seus papéis foram em produções de faroeste. Mas ele também teve desempenhos importantes em sci-fis e integrou a série de maior audiência da década de 1980, além de ter ofuscado Paul Newman com o brilho de seus óculos icônicos em “Rebeldia Indomável”. Woodward nasceu em 1925 no Texas e foi piloto da Força Aérea dos Estados Unidos durante a 2ª Guerra Mundial. Ele também serviu durante a Guerra da Coréia. Mas seu sonho era virar cantor. Ao se mudar para Los Angeles em 1955, sua intenção era arranjar trabalho em musicais de Hollywood. Mas os primeiros papéis que conseguiu foram em produções de western da Disney, “Têmpera de Bravos” (1956) e “A Odisseia do Oeste” (1956), que direcionaram sua carreira para o gênero. Ele emendou mais dois westerns, “Chuva de Balas” (1957), com Joel McCrea, e “Na Rota dos Proscritos” (1958), estrelado por Audie Murphy, e passou a aparecer em diversas séries de cowboys – “Cheyenne”, “O Texano”, “Bat Masterson”, etc. Até pendurar as esporas em “Wyatt Earp” em 1958, estrelando quatro temporadas como Shotgun Gibbs, o ajudante do delegado do título. Com o fim de “Wyatt Earp” em 1961, Woodward continuou fazendo aparições em faroestes televisivos – “O Paladino do Oeste”, “Daniel Boone”, “Gunsmoke”, “Caravana”, “Big Valley”, “O Homem de Virgínia”, “Chaparral”, etc – e filmes de bangue-bangue – “O Revólver é a Minha Lei” (1963), com Rory Calhoun, e “Matar ou Cair” (1966), novamente com Audie Murphy. Mas, ao final dos anos 1960, os westerns saíram de moda. E precisando encarar seu primeiro drama contemporâneo, Woodward acabou conquistando seu papel de mais destaque no cinema. Ele viveu o antagonista de Paul Newman em “Rebeldia Indomável” (1967), como um dos guardas mais temidos da prisão rural da trama, conhecido como “o homem sem olhos” graças aos seus óculos refletivos e habilidade de acertar tiros certeiros. Sua interpretação “sem olhos” e poucas palavras foi literalmente tiro e queda, materializando um dos vilões mais frios e imprevisíveis de Hollywood. Ainda mantinha uma dieta de westerns – “O Último Tiro” (1968), com James Stewart, “Só Matando” (1969), com Richard Widmark, etc – , quando começou a se adaptar para acompanhar a nova tendência televisiva dos anos 1960: as séries de ficção científica. Woodward deixou sua marca na história da sci-fi ao aparecer em dois episódios de “Jornada nas Estrelas”, tornando-se o primeiro humano a compartilhar a mente com o Sr. Spock (Leonard Nimoy), e integrar o elenco recorrente de “Fuga das Estrelas” (Logan’s Run) como o misterioso Ancião Morgan. Ele também participou de “Planeta dos Macacos” e “Project U.F.O.”, culminando sua fase espacial com o filme “Mercenários das Galáxias” (1980), um – cultuado – “Star Wars” dos pobres do rei dos filmes B Roger Corman. Nos anos 1980, aumentou ainda mais seu status televisivo com uma sequência de papéis recorrentes em “Chumbo Grosso” (Hill Street Blues) e “Esquadrão Classe A” (The A Team), mas principalmente por seu personagem fixo em “Dallas”. Ele viveu Marvin “Punk” Anderson, integrante do cartel petroleiro e conselheiro dos Ewins por 55 episódios, entre 1980 e 1987, na série líder de audiência da década. O astro veterano ainda participou de um telefilme de reunião da série “Gunsmoke” em 1992 – com um personagem diferente dos 17 que viveu no programa original. E encerrou a carreira com participações nas séries sci-fi “Arquivo X” (num episódio de 1995) e “Millennium” (em 1997), ambas criadas por Chris Carter. Em reconhecimento a seus papéis em séries e filmes de western, ele foi premiado pelo Golden Boot Awards (o “Oscar dos faroestes”) em 1988 e entronizado no Hall of Great Western Performers do Museu Nacional do Velho Oeste.
Os Simpsons é renovada por mais dois anos e ultrapassará 700 espisódios
“Os Simpsons” vai continuar na rede Fox mesmo após a compra do estúdio que produz a série pela Disney. O canal americano (que não entrou na aquisição da Disney) anunciou a encomenda de mais duas temporadas da atração – a 31ª e a 32ª -, fazendo com que “Os Simpsons” ultrapasse a marca dos 700 episódios produzidos. A série sobre a família de Homer Simpson é a produção roteirizada mais longeva da história da televisão, tendo estreado em 1989. O recorde foi atingido em abril do ano passado, quando superou “Gunsmoke”. A antiga série de western teve 635 episódios exibidos de 1955 a 1975. Por conta da produção da 32ª temporada, a animação vai chegar a impressionantes 713 episódios.
Burt Reynolds (1936 – 2018)
O lendário Burt Reynolds, astro de clássicos como “Amargo Pesadelo”, “Jogo Sujo”, “Agarra-me se Puderes” e “Boogie Nights”, morreu nesta quinta-feira (6/9) aos 82 anos, no hospital Jupiter Medical, na Flórida. Nascido Burton Milo Reynolds Jr. em 11 de fevereiro de 1936, ele cresceu na Flórida, filho do chefe de polícia de Riviera Beach, não muito longe dos Everglades. “Meu pai era meu herói, mas ele nunca reconheceu minhas conquistas. Eu sempre senti que nenhuma quantidade de sucesso me faria ser visto por ele como um homem”, escreveu em suas memórias, referindo-se ao fato de ter se tornado ator, em vez de seguir uma profissão mais viril. O pai gostava mais quando ele era halfback do time de futebol americano da Palm Beach High School, mas uma lesão no joelho no segundo ano o afastou da equipe e de uma bolsa de estudos esportiva, que poderia tê-lo levado em outra direção. Em vez disso, Reynolds ganhou uma bolsa para estudar artes dramáticas em Nova York, onde fez amizade com o então também estudante Rip Torn e conseguiram ambos entrar no Actors Studio, a escola de interpretação que deu ao mundo James Dean e Marlon Brando, entre outros. Depois de algumas aparições na Broadway e episódios televisivos, Reynolds ganhou seu primeiro grande papel como protagonista da série western “Riverboat”, ao lado de Darren McGavin. A atração se diferenciava dos demais bangue-bangues populares da época por seus mocinhos não andarem a cavalo, mas a bordo de um barco no rio Mississippi. Durou duas temporadas, entre 1959 e 1961, e serviu principalmente para o astro conhecer o maior parceiro de sua carreira, o dublê Hal Needham. Após o fim de “Riverboat”, Reynolds se juntou ao elenco de “Gunsmoke”, aparecendo da 8ª à 10ª temporada do western mais longo da história da TV como Quint Asper, um meio-comanche que se torna o ferreiro de Dodge City. O sucesso em westerns televisivos o levou aos filmes de cowboys, rendendo seu primeiro protagonismo cinematográfico em “Joe, o Pistoleiro Implacável” (1966), um spaghetti western do italiano Sergio Corbucci, mestre do gênero, que no mesmo ano criou “Django”. O longa se tornou bem conhecido pela trilha pegajosa que repetia o nome original do protagonista, Navajo Joe, até ele se tornar inesquecível, cortesia de outro mestre, Ennio Morricone. Reynolds continuou vivendo mestiços indígenas ao voltar para a TV, na pele de um detetive policial de Nova York com nome de ave de rapina, “O Falcão” (1966). Mas a produção durou só uma temporada e ele não demorou a pegar de volta seu chapéu de cowboy de cinema, contracenando com Rachel Welch em “100 Rifles” (1969) e Angie Dickinson em “Sam Whiskey, o Proscrito” (1969). O fracasso de “Dan August” (1970), sua segunda tentativa de emplacar como detetive de série policial, o afastou da TV. E abriu caminho para sua carreira começar a ser levada a sério. Em 1972, Reynolds estrelou o melhor filme de sua filmografia, “Amargo Pesadelo” (Deliverance). O longa de John Boorman acompanhava quatro amigos da cidade grande (entre eles Jon Voight, o pai de Angelina Jolie) num fim de semana de acampamento no interior profundo dos Estados Unidos, onde pretendiam praticar canoagem nas águas perigosas de um rio. Entretanto, a “diversão” que lhes aguarda é virar vítimas de horrores inimagináveis cometidos por caipiras sociopatas. O filme é de um realismo feroz e chegou a deixar o astro no hospital. O ator reclamou que as sequências de canoagem que usavam bonecos pareciam falsas e quis filmá-las ele mesmo, apesar do perigo representado pelas águas corredeiras. A canoa bateu nas pedras pela força da correnteza e quase o afogou, deixando-o com costelas quebradas. Em sua autobiografia, ele conta ter superado as dores para perguntar ao diretor como a cena tinha ficado. E Boorman lhe respondeu: “Como um boneco enfrentando a correnteza”. Com uma cena fortíssima de estupro masculino, que dura 10 minutos sem cortes, “Amargo Pesadelo” também deixou o público de estômago embrulhado. A obra inspirou todo um subgênero de terror com caipiras psicopatas e foi indicada a três prêmios da Academia – acabou perdendo para “O Poderoso Chefão”. “Se eu tivesse que colocar apenas um dos meus filmes em uma cápsula do tempo, seria ‘Amargo Pesadelo'”, escreveu Reynolds. “Eu não sei se é a melhor atuação que eu fiz, mas é o melhor filme em que eu já estive. Isso provou que eu poderia atuar, não apenas para o público, mas para mim.” A repercussão do filme só não foi maior porque o próprio Reynolds a eclipsou. Três meses antes da estreia, ele posou sem roupas para a revista Cosmopolitan, “trajando” apenas seu famoso bigode e sua vasta cobertura de pelos naturais, deitado sobre um tapete de pele de urso. Apresentado como o símbolo sexual masculino que melhor representava os anos 1970, ajudou a revista a vender 1,5 milhão de exemplares, recorde da publicação. E o mais impressionante é que a imagem do peladão-peludão persiste no imaginário popular até hoje, a ponto de ter sido satirizada na divulgação de “Deadpool”. “Chamaram de uma das maiores ações publicitárias de todos os tempos, mas foi um dos maiores erros que eu já cometi”, escreveu ele, “pois estou convencido de que custou a ‘Amargo Pesadelo’ o reconhecimento que merecia”. Mas o erro não deve ter sido tão grande assim, já que sete anos mais tarde ele se tornou um dos poucos homens a posar para uma capa da Playboy. Entre a nudez e o impacto do filme, Reynolds se tornou o ator mais comentado de 1972. E isto ainda lhe fez virar o primeiro convidado não-comediante do programa de entrevistas “The Tonight Show”, onde aumentou ainda mais sua popularidade ao demonstrar que também podia improvisar e ser engraçado, diante do afiado Johnny Carson. “Antes de conhecer Johnny, eu interpretava um monte de caras raivosos em séries ou filmes de ação esquecíveis, e as pessoas não sabiam que eu tinha senso de humor”, escreveu ele. “Minhas aparições no ‘The Tonight Show’ mudaram isso. Minha imagem pública era de um ator durão que nunca tinha a chance de viver um personagem brincalhão.” De repente, as comédias descobriram Reynolds, que apareceu, de forma surpreendente, como um esperma em “Tudo que Você Sempre Quis Saber sobre Sexo” (1972), de Woody Allen. Ele também satirizou seu luxuoso estilo de vida hollywoodiano, parodiando a si mesmo em “A Última Loucura de Mel Brooks” (1976), de Mel Brooks. Mas foi com “Golpe Baixo” (1974), de Robert Aldrich, que encontrou sua vocação, entronizando um personagem capaz de conjugar comédia, crime e ação. Na trama, Reynolds pôde resgatar suas antigas habilidades de jogador de futebol americano, ao interpretar o líder de um time de prisioneiros num jogo contra os guardas. Marcou época, influenciou tramas similares – “Fuga Para a Vitória” (1981), com Pelé, foi um deles – e acabou refilmado em 2005, com Reynolds fazendo participação especial. A partir deste filme, ele se estabeleceu como astro das maiores bilheterias da década, acumulando sucesso atrás de sucesso, ao mesmo tempo em que sua filmografia foi se tornando cada vez mais inconsequente. Como Dwayne “The Rock” Johnson hoje em dia, Reynolds passou a estrelar de três a quatro longas por ano, e pouco importava se tinham baixa qualidade e eram machistas de doer, pois praticamente todos lotavam os cinemas. O detalhe é que, quando acertava, Reynolds era capaz de lançar um novo subgênero sem querer. Foi o que aconteceu com “Agarre-Me Se Puderes” (1977). Ele encarou o filme despretensioso como um modo de dar uma força para o velho amigo dublê, que o acompanhava há tantos anos. Hal Needham escreveu e queria fazer sua estreia como diretor no longa, que só saiu do papel porque Reynolds topou estrelar. E a produção se tornou o maior sucesso da carreira do ator. A trama acompanhava Bo “Bandit” Darville, que topava uma aposta para transportar caixas de cerveja do Texas para Atlanta em 28 horas. Ele achava que cumprir a missão seria fácil, até dar carona para Carrie, uma noiva em fuga, literalmente, que deixou o filho do xerife Bufford no altar. Este contratempo faz com que seu carrão conversível seja perseguido em alta velocidade pela polícia do Texas até o fim da projeção. “Agarre-Me Se Puderes” gerou duas continuações, rendeu um namoro entre Reynolds e sua coestrela Sally Field e inspirou inúmeras produções similares, entre elas a bem-sucedida série “Os Gatões” (The Dukes of Hazzard). Além disso, criou uma parceria fortíssima entre Reynolds e Needham, que trabalharam juntos nos maiores sucessos seguintes do ator, entre eles outra comédia de ação que virou franquia, “Quem Não Corre, Voa” (1981). A fase dos blockbusters, porém, terminaria logo em seguida, com a comédia “A Melhor Casa Suspeita do Texas” (1982), com Doly Parton. Os lançamentos seguintes, que tentavam evocar sua fama de sex symbol, começaram a tropeçar, inevitavelmente, na idade do ator, que era quase cinquentão quando estrelou “Meus Problemas com as Mulheres” (1983). Apesar da popularidade, os filmes de Reynolds nunca foram unanimidade entre a crítica, e quando pararam de fazer sucesso passaram a ser ridicularizados na imprensa. A ironia é que sua carreira poderia ter continuado resplandecente por muitos anos, não fossem suas péssimas escolhas. Com status de estrela, ele recebia inúmeras ofertas e quase sempre optava pela pior comédia sobre papéis que se tornariam icônicos em outros gêneros. George Lucas, por exemplo, concebeu Han Solo com o ator em mente. Mas Reynolds não gostava de ficção científica. Ele também recusou o papel que rendeu o Oscar a Jack Nicholson em “Laços de Ternura” (1983), não quis pagar pelo sexo de Julia Roberts em “Uma Linda Mulher” (1990) e achou que os filmes de heróis de ação estavam em decadência quando devolveu o roteiro de “Duro de Matar” (1989). Mas no momento em que já previam sua aposentadoria, o astro resolveu se reinventar. Foi estrelar uma nova série, “Evening Shade”, em que vivia o técnico de futebol americano de uma escola interiorana. Exibida entre 1990 e 1994, a atração foi aclamada e rendeu seu primeiro prêmio importante, o Emmy de Melhor Ator de Comédia em 1992. Isto o levou de volta aos filmes bons. A começar pelo antológico “O Jogador” (1992), de Robert Altman, em que parodiou a si mesmo. Até finalmente aceitar, ainda que de forma relutante, estrelar um longa diferente de tudo o que estava acostumado a fazer. Mas pelo menos era uma comédia. Reynolds topou interpretar o diretor pornô Jack Horner em “Boogie Nights” (1997), o segundo longa do diretor indie Paul Thomas Anderson, que se passava na indústria pornográfica dos anos 1970. Mas assim que se viu na tela, na première do longa, demitiu seu empresário de longa data por envolvê-lo em algo que considerou de baixo nível. Seu desgosto com o filme, contudo, levou-o posteriormente a fazer uma grande reflexão sobre sua carreira, após o papel lhe trazer o reconhecimento da crítica e da Academia que ele nunca tivera. Ele recebeu sua primeira e única indicação ao Oscar (Melhor Ator Coadjuvante) por “Boogie Nights” e conquistou o Globo de Ouro em 1998. “Eu não me abri para novos roteiristas e papéis complicados porque não estava interessado em me desafiar como ator, estava interessado em me divertir”, lamentou Reynolds em sua autobiografia. “Como resultado, perdi muitas oportunidades de mostrar que sabia interpretar personagens sérios. Quando finalmente acordei e tentei acertar, ninguém queria me dar uma chance”. A carreira revitalizada por “Boogie Nights” não o levou aonde gostaria, marcando seus filmes finais com “homenagens”, como a participação no remake de “Jogo Sujo” (2005), em que viu Adam Sandler assumir seu papel original, e na versão de cinema de “Os Gatões” (2005). Ele continuou atuando em filmes cada vez mais fracos e fazendo eventuais aparições em séries. Mas planejava sair de cena por cima, após ser convidado por Quentin Tarantino a aparecer em “Once Upon a Time in Hollywood”. Enquanto negociava o papel, acabou falecendo. Endividado após o divórcio e por maus investimentos em restaurantes, o antigo astro vinha vendendo toda as suas propriedades nos últimos anos, incluindo sua fabulosa fazenda de...
Os Simpsons supera Gunsmoke com recorde de série mais longeva da história da TV
A Fox divulgou a abertura especial do próximo episódio de “Os Simpsons”, que celebra um feito histórico. Com a exibição de seu episódio de número 636 no domingo (29/4), Os Simpsons oficialmente vira a série mais longeva da televisão. Mas o vídeo mostra que “Gunsmoke”, a antiga detentora do recorde, com 635 episódios exibidos de 1955 a 1975, não vai desistir do título sem um duelo ao meio-dia. Cabe a Maggie Simpson, o bebê que anteriormente quase matou o Sr. Burns, despachar o delegado Matt Dillon com um tiro certeiro. O recorde vai aumentar ainda mais, já que a série, atualmente em sua 29ª temporada, foi renovada para mais um ano.










