Tau: Terror tecnológico da Netflix ganha primeiro trailer legendado
A Netflix divulgou o primeiro trailer de “Tau”, um terror tecnológico que combina cientista louco, computador cruel e testes sádicos de behaviorismo. A prévia mostra a protagonista, interpretada por Maika Monroe (“Corrente do Mal”), raptada de sua casa pelo cientista vivido por Ed Skrein (“Deadpool”) e levada para um ambiente controlado por uma inteligência artificial, com o objetivo de completar uma experiência. Logo, ela recebe a companhia de outras cobaias e passa a ser torturada cada vez que se recusa a fazer o que lhe é pedido. O elenco ainda destaca Gary Oldman, vencedor do Oscar 2018 por “O Destino de uma Nação” como a voz do computador Tau. “Tau” é o primeiro longa escrito por Noga Landau (roteirista da série “The Magicians”) e dirigido por Federico D’Alessandro (artista de storyboards dos filmes da Marvel). A estreia está marcada para 29 de junho na plataforma de streaming
Meryl Streep vai estrelar filme sobre o escândalo dos Panama Papers
A atriz Meryl Streep (“The Post”) foi confirmada como protagonista de “The Laundromat”, filme sobre o escândalo internacional de lavagem de dinheiro, que ficou conhecido na mídia como “Panama Papers”. O drama terá direção de Steven Soderbergh (“Onze Homens e um Segredo”), que ainda negocia com Gary Oldman (vencedor do Oscar 2018 por “O Destino de Uma Nação”) e Antonio Banderas (série “Genius”) para integrarem a produção. O filme marcará a quarta parceria entre o diretor e o roteirista Scott Z. Burns – após “O Desinformante!” (2009), “Contágio” (2011) e “Terapia de Risco” (2013). E se baseará no livro do premiado jornalista americano Jake Bernstein intitulado “Secrecy World: Inside the Panama Papers Investigation of Illicit Money Networks and the Global Elite” (sem edição em português). O “Panama Papers” foi uma investigação jornalística internacional que revelou 11,5 milhões documentos sigilosos sobre paraísos fiscais ligados ao escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca. O escândalo revelou fortunas não declaradas de diversos políticos e celebridades, entre elas o diretor espanhol Pedro Almodóvar, amigo de Antonio Banderas. A Netflix também está desenvolvendo um filme sobre o mesmo tema, igualmente baseado em um livro escrito por jornalistas que participaram do consórcio investigativo. Este projeto está sendo produzido por John Wells (diretor de “Álbum de Família” e produtor de inúmeras séries, como “E.R.”, “Shameless” e “Animal Kingdom”).
Gary Oldman vai escrever, dirigir e estrelar filme sobre pioneiro da fotografia
Após vencer o Oscar de Melhor Ator por “O Destino de uma Nação”, Gary Oldman pretende aproveitar a onda de prestígio para estrelar, produzir, escrever e dirigir seu próximo filme. Ele pretende realizar uma cinebiografia do revolucionário fotógrafo inglês Eadweard Muybridge. Intitulado “Flying Horse”, o filme detalhará como Muybridge alcançou a fama por registrar pela primeira vez imagens em movimento de animais e humanos, revolucionando a técnica da fotografia e antecipando-se a cinematografia. O título do longa é uma referência direta à foto que conseguiu provar que cavalos levantavam os quatro cascos da terra durante uma corrida – desafio que o inspirou a criar as fotos em movimento. Mas ao mesmo tempo em que a imagem do cavalo voador o consagrou, ele descobriu que sua esposa tinha uma relação extramatrimonial com o crítico Harry Larkyns, o que resultou numa tragédia. Esta história conturbada, de genialidade e violência, já foi transformada numa ópera, “The Photographer”, em 1982 pelo compositor Philip Glass. Além disso, a influência pop de Muybridge também foi celebrada pela banda U2, que prestou homenagem às suas técnicas fotográficas no clipe da música “Lemon”, em 1993. “Flying Horse” será o segundo filme como diretor para Oldman, após estrear na função em 1997 com “Violento e Profano”.
Filho de Gary Oldman defende o pai contra acusações de abuso feitas por sua mãe
Gulliver Oldman, filho de Gary Oldman, vencedor do Oscar 2018 de Melhor Ator por “Destino de Uma Nação”, publicou uma carta aberta na terça (6/3) em defesa do pai, após o ressurgimento das acusações de abuso físico e moral feitas por sua mãe, Donya Fiorentino, ex-mulher do ator. A carta do jovem de 20 anos foi uma reação à entrevista de sua mãe ao site TMZ após o Oscar, em que ela voltou a atacar o ator. “Parabéns a Gary e à Academia por premiar dois abusadores. Pensei que tivéssemos evoluído”, afirmou ela, também se referindo ao ex-jogador de basquete Kobe Bryant, vencedor do Oscar de Curta Animado, que sofreu acusações de abuso no passado. “Foi preocupante e doloroso ver essas falsas acusações contra o meu pai sendo publicadas novamente, especialmente depois de tantos anos. Há boas razões para que essas acusações tenham sido encerradas anos atrás”, respondeu Gulliver. O intérprete de Winston Churchill em “O Destino de uma Nação” foi acusado de agredir a ex-esposa em 2001 na frente dos dois filhos. Apesar da agressão constar no processo de separação, Oldman sempre sustentou que as acusações estavam repletas de mentiras e meias verdades. Fiorentino detalhou o episódio numa entrevista de 2015. “Assim que peguei o telefone para ligar para a Polícia, Gary colocou as mãos no meu pescoço e apertou. Eu recuei com a base do telefone e tentei discar para o 911. Gary pegou o telefone da minha mão e me bateu no rosto com o aparelho por três ou quatro vezes. Meus dois filhos estavam chorando”, ela relatou, acusando-o também de abusar de drogas. Apesar desse relato, a justiça deu a guarda dos filhos para o ator. Segundo Gulliver, que citou em sua carta a entrevista publicada pela imprensa, as acusações são mentirosas. “Meu pai é minha única e verdadeira luz guia. Meu único herói”, escreveu ele, classificando mãe como uma pessoa deprimida e problemática ao longo da vida. As acusações de violência doméstica voltaram à tona logo após o Globo de Ouro 2018, quando Oldman apareceu como favorito a vencer todos os prêmios de interpretação da temporada. Mesmo assim, não impediram sua conquista no Oscar. Veja abaixo a íntegra da carta escrita por Gulliver Oldman. ❗️IMPORTANT – please read AND share!!Gulliver Oldman's statment about the totally false allegations against his father Gary Oldman. It saddens us he had to write this, but hopefully he'll be heard and understood.https://t.co/JKIDGiR793 pic.twitter.com/POJu8bUhTN — Gary Oldman Web ? (@GaryOldmanWeb) 5 de março de 2018
O Destino de uma Nação vence prêmio de maquiagem e revela vídeo da transformação de Gary Oldman
“O Destino de uma Nação” venceu no sábado (24/2) os principais prêmios do Sindicato dos Maquiadores e Cabeleiros de Hollywood, como a Melhor Maquiagem de Filme de Época e a Melhor Maquiagem de Personagem. E para comemorar a conquista, a Universal divulgou um vídeo de bastidores que mostra o complexo trabalho de transformação do ator Gary Oldman em Winston Churchill. Para conseguir uma metamorfose tão convincente, os produtores tiveram que tirar Kazuhiro Tsuji da aposentadoria. O homem que transformou Jim Carrey no Grinch tinha decidido largar Hollywood após conseguir deixar Joseph Gordon-Levitt parecido com Bruce Willis em “Looper”, em 2012. Ao voltar à ativa no filme do diretor Joe Wright, ele recebeu sua terceira indicação ao Oscar, compartilhada com David Malinowski (“Guerra Mundial Z”) e Lucy Sibbick (“Êxodo: Deuses e Reis”). Ao todo, “O Destino de uma Nação” concorre a seis prêmios no Oscar 2018, e o trabalho de maquiagem pode lhe ajudar a vencer dois – além da própria categoria técnica, o de Melhor Ator para Gary Oldman. Durante os 48 dias das filmagens, Oldman passou cerca de 200 horas na cadeira da sala dos maquiadores. Confira abaixo detalhes dessa transformação. Gary Oldman's transformation into Winston Churchill took 13 makeup tests, 48 consecutive shooting days, 200 hours in the makeup chair, and one incredible Oscar-nominated Hair & Makeup team. #DarkestHour pic.twitter.com/CIf6bgQYeH — Darkest Hour (@DarkestHour) February 23, 2018
O Destino de uma Nação destaca atuação de Gary Oldman e fascínio por Churchill
“O Destino de uma Nação” foi o segundo filme proveniente do Reino Unido, no ano de 2017, a colocar Winston Churchill (1874-1965) em evidência. O outro foi “Churchill”, de Jonathan Teplitzky, que focaliza o estadista se questionando e sendo questionado no período decisivo da vitória, na 2ª Guerra Mundial, quando da invasão da Normandia, no famoso Dia D. O ator Bryan Cox compôs Churchill muito bem. Aqui, a proeza de compor Churchill coube a Gary Oldman, que está ótimo, irreconhecível ao viver o papel. É o favorito para o Oscar de Melhor Ator, por sinal. A situação é outra, é o período anterior, em que a Inglaterra cogitava negociar com Hitler e Mussolini, entregando parcialmente os pontos, tentando salvar o que pudesse. O que virou o jogo foi justamente a liderança e o arrojo do primeiro ministro Winston Churchill, que, sendo capaz de ouvir seu povo, passou a contar com ele, o que acabou possibilitando a salvação milagrosa do exército britânico, encurralado em Dunquerque. Um líder político capaz de decidir com firmeza, ainda que tivesse suas próprias dúvidas e medo de errar, é fundamental numa hora dessas. A história tem suas próprias determinantes e seu próprio ritmo, mas as pessoas fazem muita diferença e imprimem sua marca nos acontecimentos. Não surpreende a fixação na figura de Churchill ser tão forte até os dias de hoje. Não só para louvar seu papel e liderança decisivos, mas para mostrar o lado questionável e polêmico do político. Isso fica claro, tanto em “O Destino de uma Nação” quanto em “Churchill”. Neste último, até surpreende pela figura vulnerável que apresenta. Mas “O Destino de uma Nação” parece muito mais convincente, ao valorizar, numa medida que parece justa, a figura decisiva do Primeiro Ministro, que passou para a História, com honras e glórias. Porém, tanto o personagem era polêmico que, depois da vitória na guerra, perdeu as eleições na Inglaterra. A batalha de Dunquerque, que consistia em resgatar os soldados britânicos da morte certa, foi, em 2017, também objeto do filme “Dunkirk”, de Christopher Nolan, que acaba sendo um complemento perfeito para “O Destino de uma Nação”, ambos na disputa do Oscar 2018. A presença do personagem de Churchill em dois filmes diferentes produz um exercício interessante, para entender a complexa figura sob diferentes ângulos, além do papel importante de sua mulher, Clementine, aqui no desempenho de Kristin Scott Thomas, e de sua secretária pessoal (Lily James), em momentos marcantes de suas decisões. Joe Wright faz um filme convencional na forma, mas bastante interessante de se ver, pela história que conta e pelo envolvimento emocional com o personagem e seus dilemas políticos. A questão política está bem trabalhada no filme, suas tensões e seu suspense funcionam como elementos que fisgam o espectador.
James Franco é barrado e substituto de Kevin Spacey indicado no Oscar do #Metoo
As indicações de melhores atores, onde geralmente há menos surpresas, foi onde o Oscar 2018 mostrou maior ousadia. Mesmo que a entrega dos prêmios insista em repetir os nomes que venceram o SAG Awards, como tem sido regra, a lista tem elementos suficientes de intriga, superação e afirmação social para render um bom entretenimento de cinema. De imediato, chama atenção a ausência de James Franco, premiado no Globo de Ouro e no Critics Choice por “Artista do Desastre”. As acusações de assédio contra Franco, que surgiram após suas recentes vitórias, podem ter pesado em sua exclusão, mesmo sendo considerado favorito ao prêmio. No ano passado, denúncias não fizeram diferença. O ator Casey Affleck venceu o Oscar 2017 por “Manchete à Beira-Mar”, apesar de acusações de assédio sexual de duas mulheres com quem trabalhou. Na ocasião, a atriz Brie Larson, que entregou a estatueta, fez questão de não aplaudi-lo. “Eu acredito que o que eu fiz no palco falou por si mesmo”, ela afirmou em entrevista para a revista Vanity Fair, enquanto divulgava “Kong: A Ilha da Caveira”. Mas os protestos se intensificaram muito desde então. Após as primeiras acusações contra Harvey Weinstein chegarem na imprensa nova-iorquina em outubro, a lista de escândalos em Hollywood ganhou proporções epidêmicas, gerando a hashtag #Metoo, em que atrizes e até alguns atores revelaram casos em que sofreram assédios no ambiente de trabalho. Vários astros e produtores poderosos foram demitidos em consequência da proliferação das denúncias. E a própria Academia fez algo até recentemente impensável: expulsou Harvey Weinstein. Weinstein foi um dos fundadores da Miramax, empresa que dominou a premiação do Oscar nos anos 1990 e acabou absorvida pela Disney. Mais recentemente, ele comandava a empresa que leva seu nome, The Weinstein Company, e, ao todo, suas produções tiveram 303 indicações ao Oscar e renderam 75 estatuetas. Para dar dimensão de sua importância, um levantamento da revista Newsweek observou que o nome de Harvey Weinstein é o segundo mais citado nos discursos de agradecimento dos vencedores do Oscar em todos os tempos, atrás apenas de Steven Spielberg – e na frente de Deus, por exemplo. E ele foi expulso da Academia sem cerimônia e sem direito de poder, nunca mais, participar da premiação. Quem também caiu em desgraça foi Kevin Spacey, vencedor de dois Oscar – Melhor Ator Coadjuvante por “Os Suspeitos” (1995) e Melhor Ator por “Beleza Americana” (2000). Seu escândalo de abuso sexual estourou após as filmagens de “Todo o Dinheiro do Mundo”, e a reação do diretor Ridley Scott, ao ver o trabalho sob risco de jamais ser lançado por conta da repercussão negativa, foi correr para retirar o ator de cena – com o filme pronto! Christopher Plummer foi chamado às pressas para refilmar as cenas de Spacey na pós-produção. A solução dispendiosa envolveu não apenas mais um salário, mas também refilmagens extensas. E Scott só conseguiu o aval da Sony ao prometer que entregaria a nova versão do filme, sem Spacey, no prazo da estreia oficial: 22 de dezembro nos Estados Unidos. Mesmo assim, o filme acabou adiado para 25 de dezembro, ainda a tempo de ser considerado pelo Oscar. E, de fato, “Todo o Dinheiro do Mundo” acabou conseguindo indicação. No singular. Para Plummer, o substituto de última hora – que antes chegou a ser nomeado ao Globo de Ouro. A grande ironia é que o ator veterano tinha sido a escolha original do diretor para o papel, mas a Sony pressionou por Spacey, um astro mais “atual”. A questão que se coloca agora é em que pé fica o favoritismo de Gary Oldman, que está faturando tudo – Globo de Ouro, Critics Choice e SAG – , mas teve acusações de agressões físicas contra a ex-mulher trazidas à tona no começo desta largada para a consagração. Vale observar que, embora seja tão ou mais repugnante que assédio, a violência doméstica não faz parte da pauta de reivindicações atuais do movimento #Metoo, apesar de pelo menos um caso ter rendido polêmica recente nas redes sociais – Johnny Depp vs Amber Heard – e um diretor – Mel Gibson – ter caído em ostracismo após denúncias da ex-namorada. Sinal dos tempos é que há até uma campanha online para impedir a participação de Casey Affleck na cerimônia deste ano. Ele teria presença garantida graças a uma tradição antiga da Academia, na qual o vencedor da categoria de Melhor Ator apresenta o prêmio de Melhor Atriz do ano seguinte. Quase 20 mil pessoas assinaram o abaixo-assinado no site Change.org para que ele não seja convidado para apresentar o Oscar. Sem Franco e com Oldman sob risco, o jovem Timothée Chalamet pode realizar a maior subversão de expectativas da história do Oscar. Ele teve o bom gosto de participar de dois dos melhores filmes do ano, “Lady Bird”, vencedor do Globo de Ouro de Melhor Comédia, e “Me Chame pelo seu Nome”, vencedor do Gotham Awards, e é por este último que disputa o troféu da Academia. Alguns poderão reclamar, mas não haveria injustiça na consagração do jovem ator de 22 anos. Ele já foi premiado como Revelação do Ano pelo Gotham Awards, além de vencer como Melhor Ator em diversos festivais e listas de associações de críticos dos Estados Unidos. Também disputou o prêmio do Sindicato dos Atores e concorre ao Spirit Awards, o “Oscar indie”. O fato de interpretar um jovem que desperta para a homo-afetividade serve como um cutucão final contra a cultura machista até recentemente dominante em Hollywood. A lista com os Melhores Atores ainda traz outra demografia importante. Dos cinco indicados, dois são negros: Daniel Kaluuya, (“Corra!”) e Denzel Washington (“Roman J. Israel, Esq.”). Há também duas atrizes negras disputando a categoria de Coadjuvantes: Mary J. Blige (“Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississippi”) e Octavia Spencer (“A Forma da Água”). São menos indicados que o ano passado – quando a lista trouxe sete atores negros – mas, ainda assim, um contraste com a situação de dois anos atrás, quando nenhum negro foi indicado em nenhuma categoria. Esta representatividade é reflexo de outra luta de empoderamento: por maior inclusão racial. Mas embute uma curiosa discussão de bastidores de Hollywood, trazida à tona num desabafo espontâneo de Samuel L. Jackson, que reclamou da quantidade de atores britânicos em papéis de negros americanos. Daniel Kaluuya respondeu à altura, afirmando que ingleses também tinham experiência própria para viver vítimas de racismo. Entretanto, é relevante apontar que o escravo americano de “12 Anos de Escravidão”, o líder do movimento dos direitos civis americanos, Martin Luther King, em “Selma”, e o policial negro em meio ao conflito de “Detroit em Rebelião” foram interpretados por atores britânicos. O Oscar 2018 evita alongar esta polêmica ao incluir também Denzel Washington, o mais premiado ator negro dos Estados Unidos, vencedor de duas estatuetas da Academia – Melhor Ator Coadjuvante por “Tempos de Glória” (1989) e Melhor Ator por “Dia de Treinamento” (2001). Sua inclusão da disputa por “Roman J. Israel, Esq.” foi antecedida por nomeações ao Globo de Ouro e SAG, mas seu desempenho vinha sendo subestimado, porque o filme não teve críticas positivas. A cerimônia de entrega de prêmios acontece no dia 4 de março, com apresentação de Jimmy Kimmel e transmissão no Brasil pelos canais Globo e TNT. Confira aqui a lista completa dos indicados.
SAG Awards: Gary Oldman e Frances McDormand vencem o prêmio do Sindicato dos Atores
O Sindicado dos Atores dos Estados Unidos (SAG, na sigla em inglês) premiou, em cerimônia realizada na noite de domingo (21/1) em Los Angeles, Gary Oldman e Frances McDemond como os Melhores Atores do ano, respectivamente por “O Destino de uma Nação” e “Três Anúncios para um Crime”. Eles eram favoritos ao prêmio, após faturarem previamente o Globo de Ouro e o Critics Choice. A cerimônia foi marcada pelo tema dos assédios sexuais em Hollywood, com direito a homenagem às atrizes e atores que romperam o silêncio com as primeiras denúncias contra Harvey Weinstein. Para marcar o tom, o evento foi apresentado apenas por mulheres. Mesmo assim, o ator James Franco, alvo de acusações mais recentes, foi aplaudido ao ter seu nome anunciado como concorrente, por “Artista do Desastre”. No balanço geral, “Três Anúncios para um Crime” foi o filme mais premiado da noite, faturando também os troféus de Melhor Ator Coadjuvante, para Sam Rockwell, e de Melhor Elenco de cinema. O troféu de Melhor Atriz Coadjuvante ficou com Allison Janney, por “Eu, Tonya”. Os vencedores do Sindicato largam como favoritos ao Oscar 2018. Para dar a dimensão da forte confluência entre as duas premiações, nesta década quase todos os atores que venceram o SAG conquistaram também o Oscar. As exceções ficaram por conta de dois atores negros: Viola Davis, premiada em 2012 por “Histórias Cruzadas”, perdeu o Oscar para Meryl Streep por “A Dama de Ferro”, e Denzel Washington, vencedor no ano passado por “Um Limite Entre Nós”, viu o Oscar ir para Casey Affleck, por “Manchester à Beira-Mar”. A diferença é maior entre os coadjuvantes, mesmo assim a margem de divergência permanece pequena. O SAG Awards também premiou as melhores interpretações televisivas, consagrando os elencos de “Veep” entre as comédias – inclusive a atriz Julia Louis-Dreyfus, que atualmente enfrenta um câncer – , “Big Little Lies” entre as séries limitadas, e “This Is Us” entre os dramas. A surpresa ficou por conta da vitória de Claire Foy, como Melhor Atriz por “The Crown”, sobre a favorita Elisabeth Moss, de “The Handmaid’s Tale”. A série mais premiada do ano acabou esnobada pelo Sindicato. O canal pago TNT exibe a cerimônia completa na noite desta segunda (22/1). Confira abaixo a lista dos atores premiados. VENCEDORES DO SAG AWARDS 2018 CINEMA Melhor Ator Gary Oldman, “O Destino de uma Nação” Melhor Atriz Frances McDormand, “Três Anúncios Para Um Crime” Melhor Ator Coadjuvante Sam Rockwell, “Três Anúncios Para Um Crime” Melhor Atriz Coadjuvante Allison Janney, “Eu, Tonya” Melhor Elenco “Três Anúncios Para Um Crime” Melhor Performance de Dublês “Mulher Maravilha” TELEVISÃO Melhor Ator em Série Dramática Sterling K. Brown, “This Is Us” Melhor Atriz em Série Dramática Claire Foy, “The Crown” Melhor Ator em Série de Comédia William H. Macy, “Shameless” Melhor Atriz em Série de Comédia Julia Louis-Dreyfus, “Veep” Melhor Ator em Telefilme ou Série Limitada Alexander Skarsgard, “Big Little Lies” Melhor Atriz em Telefilme ou Série Limitada Nicole Kidman, “Big Little Lies” Melhor Elenco em Série Dramática “This Is Us” Melhor Elenco em Série de Comédia “Veep” Melhor Performance de Dublês em Série “Game of Thrones”
Gary Oldman vai produzir série de terror canibal
O serviço de streaming Sony Crackle (até 2017 conhecido apenas como Crackle) anunciou sua primeira série de terror. Trata-se de “The Butcher”, criada pelo cineasta Charles Burmeister (“Território sem Lei”) e produzida pelo ator Gary Oldman (“O Destino de uma Nação”). “É uma história contemporânea da investigação épica de um detetive de homicídios para encontrar, caçar e matar um assassino serial que vive entre nós”, descreveu o diretor da plataforma Eric Berger, durante o evento semestral de imprensa da TCA (Associação dos Críticos de TV dos EUA). “O assassino é alguém que é muito humano, mas também mais que humano”. “Ao longo de sua jornada, o herói da história, um detetive de homicídio de Los Angeles chamado Mitch Dixon, deve descobrir o mistério de quem é o Açougueiro, como ele opera e aceitar uma verdade inacreditável – que ele descobriu a chave da imortalidade, cujo preço é o consumo de carne humana”. Berger acrescentou: “Estamos entusiasmados em nos associar com Doug e Gary neste drama sobrenatural e estamos ansiosos para compartilhar mais notícias sobre essa série nos próximos meses”.
O Touro Ferdinando é a principal estreia da semana, com lançamento em quase mil salas
Símbolo do pacifismo, “O Touro Ferdinando” desembarca em 958 salas nesta quinta (11/1), que também oferece violência e guerra a quem for aos cinemas, além de inaugurar a temporada dos “filmes de Oscar” com um candidato a estatuetas e manter a dieta semanal de lançamentos limitados e documentários. Clique nos títulos de cada produção para ver os trailers de toda a programação. O lançamento amplo de “O Touro Ferdinando” no Brasil é um curioso contraponto à estratégia original da Fox, que despejou o filme na pior data de 2017 nos Estados Unidos – junto da estreia de “Star Wars: Os Últimos Jedi”. A animação acabou registrando a estreia mais fraca da carreira do brasileiro Carlos Saldanha na América do Norte. Mas aqui chega em situação oposta, aproveitando o boicote a “Viva – A Vida É uma Festa” para se impor com maior visibilidade no circuito. Como “Rio” e “A Era do Gelo”, dirigidos por Saldanha, a nova produção também é um desenho de bichos falantes. A diferença é que Ferdinando não é uma criação original. A história é inspirada no personagem homônimo criado em 1936 pelo escritor americano Munro Leaf e ilustrado por Robert Lawson, que já rendeu até produção da Disney: um curta clássico que venceu o Oscar de sua categoria em 1939. Graças ao sucesso da versão da Disney, reprisada várias vezes na TV, o touro sensível, que gosta de ficar no campo cheirando flores e não leva jeito para touradas, acabou virando ícone pacifista. Mas nunca tinha ganhado um longa-metragem antes. Para esticar a história original, a animação incluiu diversos bichos coadjuvantes. Mas a premissa permanece. Depois de ser confundido com uma perigosa criatura, Ferdinando, que é um touro grande de tamanho e de coração, é capturado para competir nas touradas. Só que ele não quer tourear e, determinado a voltar para a menininha que é sua dona, lidera uma equipe de bichos desajustados em uma grande fuga. A animação tem sido indicada aos prêmios da temporada, como o Globo de Ouro 2018, Annie Awards e o PGA Awards, e tem 70% de aprovação no Rotten Tomatoes. Para quem prefere pancadaria, “O Estrangeiro” traz Jackie Chan num dos papéis mais sombrios de sua carreira. Longe do tom cômico que marca suas produções faladas em inglês, o filme mostra o ator mais famoso da China com o semblante fechado e desejo de matar, após uma explosão terrorista custar a vida de sua filha. Em busca dos responsáveis pelo atentado, ele pressiona um funcionário do governo britânico, vivido pelo ex-007 Pierce Brosnan, a revelar a identidade dos criminosos. Recusando-se a aceitar sua palavra de que não tem conhecimento da tragédia, Chan o transforma no alvo de sua vingança. Coprodução entre a China e o Reino Unido, o filme tem roteiro de David Marconi (“Duro de Matar 4.0”) e direção de Martin Campbell (“007 – Cassino Royale”), que opta por uma linha de ação mais realista e violenta que os fãs de Chan estão acostumados. Apesar disso, não foge muito da fórmula do gênero, com 62% no Rotten Tomatoes. “O Destino de uma Nação” rendeu o Globo de Ouro 2018 para Gary Oldman. Mas o favoritismo do ator ao Oscar começou a ser questionado após a reação pública à sua vitória – as redes sociais se encheram de protestos pelo passado de agressor do britânico. Vale considerar que, em seu agradecimento pelo prêmio de domingo (7/1), Oldman fez questão de elogiar o trabalho de seus maquiadores. E, de fato, metade da interpretação se deve à transformação física do ator em Winston Churchill, o político que liderou o Reino Unido durante a 2ª Guerra Mundial. O filme acompanha Churchill em 1940, no início de seu mandato como Primeiro Ministro britânico. Diante do avanço do nazismo pela Europa, com Hitler expandindo territórios e colecionando vitórias, ele se vê diante de um dilema: aceitar a pressão de seus colegas por um vergonhoso acordo de paz com a Alemanha ou se jogar numa guerra com a perspectiva de uma derrota iminente. O roteiro foi escrito por Anthony McCarten, responsável por “A Teoria de Tudo” (2014), indicado ao Oscar e vencedor do BAFTA, e a direção é de Joe Wright, em seu trabalho mais sóbrio após os espetáculos visuais de “Orgulho e Preconceito” (2005), “Desejo e Reparação” (2007), “Anna Karenina” (2012) e “Peter Pan” (2015). Entre os lançamentos limitados, os destaques são outros dois dramas baseados em histórias reais. “Lou” também é uma cinebiografia, de Lou Andreas-Salomé, uma das mulheres mais interessantes do século 19, filósofa, poeta, feminista e pioneira da psicanálise. Sua trajetória reforça que a inteligência pode ser um poderoso afrodisíaco, pois ela apaixonou homens como Sigmundo Freud, Friedrich Nietzsche e Rainer Maria Rilke, entre outros. A personagem é interessantíssima, mas o mesmo não pode ser dito do primeiro filme de ficção da alemã Cordula Kablitz-Post, produzido há dois anos e sem repercussão internacional. Em contraste gritante, “O Motorista de Táxi” foi aclamado pela crítica mundial. Tem 95% de aprovação no Rotten Tomatoes e uma coleção impressionante de prêmios no circuito asiático. Apesar de ser o primeiro filme do sul-coreano Jang Hoon a chegar ao Brasil, o ainda jovem cineasta acumula sucessos de bilheteria doméstica, usando elementos de filmes de ação para contar a história política do seu país. Assim como seu longa anterior, “The Frontline” (2011), “O Motorista de Táxi” foi escolhido para representar a Coreia do Sul no Oscar, mas não conseguiu a qualificação. O filme se passa em 1980 e acompanha um taxista comum (Song Kang-ho, de “Expresso do Amanhã”), que ao pegar um passeiro estrangeiro interessado em viajar até outra cidade, acredita ter conseguido a melhor corrida do mês. Entretanto, a viagem se torna a corrida da sua vida, pois o jornalista alemão (Thomas Kretschmann, de “Os Vingadores: A Era de Ultron”) o conduz para o meio de uma guerra civil, na qual estudantes que protestavam contra a ditadura são massacrados pelos militares. As imagens do conflito real, com centenas de mortes, chocaram o mundo, e só foram conseguidas graças ao taxista anônimo. A repercussão do filme acabou revelando a identidade de Kim Sa-bok, transformando-o em herói nacional. Infelizmente, ele morreu de câncer quatro anos após conduzir o jornalista Jürgen Hinzpeter (1937–2016) para o epicentro da crise, mas “O Motorista de Táxi” resgatou sua importância para a divulgação do massacre de Gwangju, cuja denúncia desestabilizou a ditadura e ajudou a transformar a Coreia do Sul numa democracia. Dois documentários completam a programação. O chileno “O Pacto de Adriana” investiga uma tia querida de sua jovem diretora, que trabalhou para a ditadura de Pinochet, e o brasileiro “Sailing Band” era para ser um documentário sobre banda velejadora no Caribe, que implode, mas rende uma viagem. Como curiosidade, o diretor estreante em longas Denis Nielsen é roteirista da série “3%”.
James Franco e Gary Oldman diminuem chances de Oscar após vitórias no Globo de Ouro
James Franco e Gary Oldman usaram preto e broches do movimento Time’s Up no Globo de Ouro 2018, mas não saíram do radar das denúncias de abuso em Hollywood. As acusações de assédio contra Franco e o resgate das agressões físicas de Oldman contra a ex-mulher, que vieram à tona após as vitórias de ambos no Globo de Ouro – respectivamente, como Melhor Ator de Comédia por “Artista do Desastre” e de Drama por “O Destino de uma Nação” – colocam em discussão seus futuros no Oscar 2018. De favoritos à estatueta de Melhor Ator, ambos podem ser preteridos na premiação. Há um ano atrás, isto não faria diferença. O ator Casey Affleck venceu o Oscar 2017 por “Manchete à Beira-Mar”, mesmo sendo acusado de assédio sexual por duas mulheres com quem trabalhou. Na ocasião, a atriz Brie Larson, que entregou o prêmio, fez questão de não aplaudi-lo. “Eu acredito que o que eu fiz no palco falou por si mesmo”, ela afirmou em entrevista para a revista Vanity Fair, enquanto divulgava “Kong: A Ilha da Caveira”. Mas os protestos se intensificaram muito desde então. Após as primeiras acusações contra Harvey Weinstein chegarem na imprensa nova-iorquina em outubro, a lista de escândalos em Hollywood ganhou proporções epidêmicas, gerando a hashtag #metoo, em que atrizes e até alguns atores revelaram casos em que sofreram assédios no ambiente de trabalho. Vários astros e produtores poderosos foram demitidos em consequência da proliferação das denúncias. E a própria Academia fez algo até recentemente impensável: expulsou Harvey Weinstein. Weinstein foi um dos fundadores da Miramax, empresa que dominou a premiação do Oscar nos anos 1990 e acabou absorvida pela Disney. Mais recentemente, ele comandava a empresa que leva seu nome, The Weinstein Company, e, ao todo, suas produções tiveram 303 indicações ao Oscar e renderam 75 estatuetas. Para dar dimensão de sua importância, um levantamento da revista Newsweek observou que o nome de Harvey Weinstein é o segundo mais citado nos discursos de agradecimento dos vencedores do Oscar em todos os tempos, atrás apenas de Steven Spielberg – e na frente de Deus, por exemplo. E ele foi expulso da Academia sem cerimônia e sem direito de poder, nunca mais, participar da premiação. O clima é tão tenso que há até uma campanha online para impedir a participação de Casey Affleck na cerimônia deste ano. Ele teria presença garantida graças a uma tradição antiga da Academia, na qual o vencedor da categoria de Melhor Ator apresenta o prêmio de Melhor Atriz do ano seguinte. Quase 20 mil pessoas assinaram o abaixo-assinado no site Change.org para que ele não seja convidado. Isto dificulta muito as chances de James Franco e Gary Oldman. Apesar do trabalho elogiado de ambos, especialmente de Oldman, pode ser que algum deles fique fora até das indicações, que estão sendo definidas neste momento – entre sexta passada (5/1) e a próxima sexta (12/1). Os escolhidos serão anunciados em 23 de janeiro. Caso os dois apareçam na lista, terão contra si o voto feminino, que será muito seletivo no atual momento de Hollywood. Por conta disto, é quase inevitável congratular o jovem Timothée Chalamet por seu Oscar. Ele teve o bom gosto de participar de dois dos melhores filmes do ano, “Lady Bird”, vencedor do Globo de Ouro de Melhor Comédia, e “Me Chame pelo seu Nome”, vencedor do Gotham Awards, e é por este último que disputará o troféu da Academia. Alguns (homens) poderão reclamar, mas não haverá injustiça na consagração do jovem ator de 22 anos. Ele já foi premiado como Revelação do Ano pelo Gotham Awards, além de vencer como Melhor Ator em diversos festivais e listas de associações de críticos dos Estados Unidos. Também está indicado ao SAG Awards, que é o prêmio do Sindicato dos Atores, e ao Spirit Awards, o “Oscar indie”. O fato de interpretar um jovem que desperta para a homo-afetividade é um cutucão final no machismo estabelecido em Hollywood.
Gary Oldman revela ter sofrido intoxicação de nicotina ao filmar O Destino de uma Nação
Gary Oldman revelou, em entrevista à revista The Hollywood Reporter, que sofreu intoxicação por nicotina após fumar cerca de US$ 20 mil em charutos durante as filmagens de “O Destino de uma Nação”. “Eu tive uma intoxicação de nicotina séria”, contou o ator na entrevista. “Tinha um charuto com três-quartos fumado, então eu acendia e após algumas tomadas ele acabava. Aí alguém da equipe trocava por um novo. Fazíamos isso por 10 ou 12 tomadas por cena.” Oldman, de 59 anos, disse que fumou cerca de 400 charutos num intervalo de 48 dias, para incorporar o papel do ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill, que deve lhe render uma indicação ao Oscar 2018. Os charutos escolhidos foram os cubanos Romeo Y Julieta, favoritos de Churchill. Como cada um custa cerca de US$ 50, pode-se calcular que US$ 20 mil dos US$ 30 milhões de orçamento do filme foram gastos nisso. “O Destino de uma Nação” já rendeu indicações para o ator no Globo de Ouro e SAG Awards, e tem estreia marcada para 11 de janeiro no Brasil










