Netflix revela elenco de Sintonia, série brasileira criada por Kondzilla
A Netflix revelou nesta quinta-feira (21/2) o elenco de “Sintonia”, uma de suas próximas séries originais brasileiras, com produção de Kondzilla. O trio central de atores e o produtor também posaram para uma foto (acima). A série foi criada e também será dirigida por KondZilla, apelido de Konrad Cunha Dantas, paulista conhecido por fazer clipes de sucesso do funk ostentação e dono do canal mais visto do YouTube, com mais de 30 milhões de inscritos. “Sintonia” será estrelada pelo funkeiro MC Jottapê, dono do hit “Ladrão da Noite”, e o ator Christian Malheiros, cuja atuação no longa “Sócrates” lhe rendeu indicação na categoria de melhor ator do Independent Spirit Awards, uma das principais premiações do cinema independente americano. MC Jottapê interpreta Doni, um músico ansioso para voar além dos modestos sonhos que sua família planejou para ele. Seu melhor amigo, o ambicioso e ousado Nando (Malheiros), escolhe o caminho arriscado do crime organizado, mesmo indo contra seu senso de ética. O elenco ainda destaca Bruna Mascarenhas em sua estreia como atriz, no papel da rebelde e engenhosa Rita, além de Julia Yamaguchi, Fernanda Viacava, Danielle Olímpia, Leilah Moreno e Vanderlei Bernadino. Kondzilla vai trabalhar no projeto com a atriz Alice Braga (série “Queen of the South”) e roteirista Felipe Braga (série “Mandrake”), por meio da produtora da dupla, Losbragas. Felipe Braga e Guilherme Quintella (roteirista de “Meu Amigo Hindu”) também são creditados como cocriadores de “Sintonia”, ao lado do diretor de clipes. A data de estreia ainda não foi definida, mas deve acontecer ao longo de 2019.
Shaft vira comédia de ação no trailer do novo filme do detetive dos anos 1970
A Warner divulgou o primeiro trailer do novo reboot da franquia “Shaft”, que retorna como comédia de ação. O mais curioso é que a trama leva em consideração os filmes anteriores, todos muito sérios, reunindo os intérpretes do passado como se fossem integrantes de uma mesma família. Os Shafts são o vovô Richard Roundtree (que estrelou o primeiro “Shaft” de 1971), o pai Samuel L. Jackson (do reboot de 2000) e o jovem Jessie T. Usher (de “Independence Day: O Ressurgimento”), que coloca o legado “durão” da família em risco por ser completamente atrapalhado. O detetive John Shaft surgiu em 1971 em um filme dirigido por Gordon Parks, contratado por um chefão do crime para resgatar sua filha sequestrada. O filme e sua trilha antológica, assinada por Isaac Hayes, fizeram enorme sucesso e inspiraram duas continuações, além de uma série, todas estreladas por Roundtree na primeira metade dos anos 1970. A franquia foi retomada com direção de John Singleton (“Velozes e Furiosos 2”) com muito mais ação e violência em 2000. Mas agora virou comédia, com roteiro de Kenya Barris (criador da série “Black-ish”) e Alex Barnow (roteirista da série “The Goldbergs”), e direção de Tim Story, responsável pelas franquias “Pense como Eles” e “Policial em Apuros” – e dois “Quarteto Fantástico”. Além de três gerações de Shafts, o bom elenco também inclui Regina Hall (“Viagem das Garotas”), Alexandra Shipp (“X-Men: Apocalipse”), Avan Jogia (“Ghost War”), Matt Lauria (“Kingdom”), Luna Lauren Velez (“Dexter”), Method Man (“The Deuce”) e Isaach De Bankolé (“Pantera Negra”). A estreia está marcada para junho.
Clipe com nudez de Luísa Sonza é visto mais de 2 milhões de vezes em 24 horas
A cantora Luísa Sonza divulgou seu novo clipe na quinta (13/12) e em 24 horas o vídeo foi visto mais de 2 milhões de vezes. A música “Nunca Foi Sorte” é tema de personagem da novela “O Sétimo Guardião”, o que é um grande empurrão comercial. Mas há outro chamariz na produção: a nudez da cantora, que aparece sem roupas em várias cenas, enquanto fala, paradoxalmente, contra o machismo. A música tem letra do próprio autor da novela das nove da Globo, Aguinaldo Silva, que escolheu a influenciadora digital como intérprete. Seguindo os últimos lançamentos de Luísa Sonza, “Nunca Foi Sorte” traz uma mensagem empoderada. “Quem disse que futebol é coisa pra menino? Quem disse que azul é a cor que ele tem que usar? Um homem que é homem de verdade cria um filho mostrando pra ele o que a vida tem pra dar”, diz a letra. Como ilustração da mensagem, Luísa Sonza e um modelo masculino dançam muito, alternadamente, e também aparecem pelados, cobertos de tinta azul, que é retirada de seus corpo conforme o vídeo avança. No caso dela, de forma a revelar seus contornos de forma bem clara. A direção é de Philippe Noguchi, que já fez clipes para Ana Cañas e Whipallas, e trabalha em publicidade. “Nunca Foi Sorte” é o quarto clipe lançado por Luísa Sonza neste ano. Antes da música da novela, a cantora lançou “Rebolar”, “Devagarinho” e “Boa Menina”. Juntos, os quatro vídeos já passam dos 108 milhões de visualizações no canal do YouTube da artista.
Anitta “esquece” produtores do começo da carreira, ex-empresária e diretor polêmico na sua série documental
A série documental “Vai Anitta” estreou nesta sexta (16/11) na Netflix e já rendeu polêmica. Dois produtores lamentaram o “esquecimento” de sua importância para a carreira da cantora, já que foram completamente ignorados nos depoimentos que tratam da artista. “Larissa, você pode até me tentar tirar da sua história! Mas não tem como negar que eu estava certo. Parabéns pela série no Netflix.”, escreveu o DJ Batutinha nas redes sociais. Batutinha foi quem descobriu Anitta, quando ela ainda se chamava Larissa – o nome de batismo da cantora é Larissa de Macedo Machado. “Vi um vídeo dela na internet, cantando duas músicas que eu tinha produzido para outra cantora, a Priscilla Nocetti. Percebi que tinha algo a mais no timbre de voz e na presença de palco e resolvi chamá-la para um teste vocal no estúdio. Ela chegou lá e cantou as músicas que pedi, de um jeito totalmente peculiar, que eu decidi que iria escrever e produzir. Apostei na Larissa”, ele contou em entrevista para o UOL em março. “Eu tinha certeza absoluta que havia encontrado uma popstar! Mesmo dentro do universo do funk.” O segundo produtor que reclamou ter sido esquecido no documentário foi Rômulo Costa, dono da equipe Furacão 2000, que lançou Anitta. “Já esperava. O ser humano é ingrato, mas a história está aí e não se apaga. Existem registros como fotos, vídeos, programas e discos e é só ver ou procurar para descobrir onde ela começou a carreira”, reclamou Costa ao UOL. A assessoria da cantora não comentou as declarações dos produtores. Mas eles não foram os únicos “esquecidos” pela série. Kamilla Fialho, a ex-empresária com quem Anitta travou batalha judicial por quatro anos, não é mencionada, assim como o americano Terry Richardson, fotógrafo famoso que dirigiu o clipe de “Vai Malandra” e, depois, foi acusado de abuso sexual por várias mulheres. Anitta, porém, contou que quebrou o pau com a equipe de produção do clipe de “Vai Malandra”, mas não se sabe o que realmente rolou entre ela e Richardson, que não é mencionado. Entretanto, ele deve ser a pessoa referida numa frase sobre as gravações. “Eu chamei todos os envolvidos, eu pedi perdão pra Jojo Toddynho e para o DJ Yuri, que eram apenas convidados, e falei ‘vocês vão conhecer uma pessoa que eu gostaria que vocês esquecessem logo na saída’”, disse a cantora, explicando ainda que dispensou a equipe de produção, colocou sua equipe pessoal para trabalhar e coordenou pessoalmente as cenas: “Eu que falava ‘vai música’, ‘rodou’, ‘câmera’, ‘ação’”. Esta é uma das muitas revelações de bastidores e da vida pessoal de Anitta na produção. Mas não a mais contundente. Neste caso, vale a saída do armário bissexual da cantora. Num dos episódios, Anitta assume já ter ficado com mulheres. E era bem jovem quando isso aconteceu, porque conta que tinha medo da reação de sua mãe. “Eu fiquei morrendo de medo da reação dela e ela foi completamente normal como sempre comigo. Por isso tenho tanta vontade de dar esse suporte às pessoas que têm suas diferenças sexuais, porque acho me lembra o medo que eu tive e o alívio que minha mãe me causou. Ao mesmo tempo em que eu agradeço a ela, tento ser um suporte às pessoas que não tiveram essa sorte que eu tive”, diz a cantora. Para quem não lembra, quando foi provocada para se posicionar nas últimas eleições em relação a Jair Bolsonaro, Anitta chegou a afirmar que fazia parte da comunidade LGBTQIA+, mas não deu detalhes sobre sua orientação sexual. O vídeo também mostra o lado chatinho de Anitta, reclamando dos colaboradores e apontando falhas com o famoso “eu disse”, além de mostrá-la lidando com a depressão, que se manifesta sem avisos em momentos que deveriam ser de comemoração. A história continua, claro, muito além do período coberto pela série. E num vídeo de divulgação disponibilizado pela Netflix nesta sexta, ela até já iniciou a campanha para a 2ª temporada – uma chance de corrigir omissões. Veja abaixo.
Mr. Catra (1968 – 2018)
Morreu na tarde deste domingo (9/9), aos 49 anos, o cantor e ator Mr. Catra, após luta contra o câncer de estômago. Ele estava internado no Hospital do Coração (HCor), em São Paulo, e faleceu por falência múltipla de órgãos por volta das 15h. Catra deixou três esposas e nada menos que 32 filhos. Mr. Catra nasceu como Wagner Domingues Costa no Rio de Janeiro em 5 de novembro de 1968. Formado em Direito, ele nunca exerceu a profissão, porque começou a fazer música desde cedo, ainda nos anos 1980, com a banda de rock O Beco. Entretanto, foi só na década seguinte, com o funk proibidão, que ele passou a fazer sucesso. O seu primeiro disco como artista individual foi “O Bonde dos Justos”, de 1994, que emplacou o hit “Vida na Cadeia”. Também chamou atenção, nos anos 2000, ao ser indiciado por apologia ao crime por causa da letra de “Cachorro”, um dos seus maiores sucessos. Depois partiu para a paródia, com músicas como “Adultério”, que zoava o sucesso “Tédio” de Biquíni Cavadão. Ele ainda exaltou a religiosidade e a pornografia, muitas vezes em faixas coladas no mesmo disco. Poliglota, falava francês, inglês, hebraico e alemão. E em 2003 revelou outro talento, ao estrear como ator no filmaço “O Homem do Ano”, de José Henrique Fonseca. Ele apareceu em mais quatro filmes: viveu rapper em “Quase Dois Irmãos” (2004), figurou em “Maré, Nossa História de Amor” (2007), foi o receptador de “O Roubo da Taça” (2016) e virou Deus em “Internet: O Filme” (2017). Uma filmografia curta, mas, com exceção do último, repleta de filmes bons. No final de 2017, revelou que tinha câncer no estômago. “Na hora é impactante. O primeiro baque, se você não estiver preparado psicologicamente, é fogo. Reuni todo mundo [da família] e falei: ‘não se preocupem’. Não pensei em morrer em nenhum momento”, disse, alguns meses depois, em entrevista ao “Programa do Porchat”. O cantor acreditava que tinha ficado doente por causa do que chamava de “maus hábitos da vida”: falta de descanso, noites sem dormir e péssima alimentação. Mas, apesar da gravidade da situação, nunca deixou de confiar na cura.
Aretuza Lovi vira cigana em clipe superproduzido
Aretuza Lovi lançou o clipe de “Movimento”, canção gravada com participação da cantora Iza, com um visual cigano que lembra a novela “Explode Coração”, de 1995, entre tendas, varais e roupas típicas, com muita coreografia em cores vibrantes. A direção é de Felipe Sassi, que optou pelo ar livre e locação ensolarada de carnaval cigano. Tudo muito bonito, exótico e internacional. Uma fantasia superproduzida como os clipes qualquer-coisa do pop americano. Sem nenhuma relação com a realidade. Vale reparar que a música, apesar do título, é ainda mais alienada. Não faz alusão ao movimento LGBTQIA+, movimento dos sem-terra (tendo em vista o acampamento cenográfico) ou qualquer outro movimento social. O que Aretuza Lovi canta e decanta é o que se move da cintura para baixo. Este “Movimento” é apenas mais uma alusão à “Paradinha” e outros rebolados de funk. E assim como o clipe de sci-fi futurista de Ludmilla para “Jogo Sujo”, do mesmo diretor, o vídeo de “Movimento” não tem nada a ver com a letra da música. Mas seria realmente chato ver só gente rebolando nos clipes. Assim como é chato ouvir só isso nos funks. Disfarça-se com sci-fi e ciganos, mas o conteúdo é o mesmo, o mesmíssimo de 70 anos atrás, quando letras sobre a dança sensual negra originaram o termo rock’n’roll. Era escandaloso e culturalmente relevante na época. Mas faz tanto tempo que isso se banalizou que as crianças que imitavam as coreografias do É o Tchan hoje são adultas. O movimento precisa de mais letras que sacudam a humanidade da cintura para cima, alguma reflexão para o século 21 que não seja feita apenas com a bunda.
Ludmilla vira bombeira futurista no clipe “sci-fi” de Jogando Sujo
A cantora Ludmilla gravou um clipe sci-fi para a música “Jogando Sujo”. No vídeo, Ludmilla aparece como comandante de um grupo de bombeiras futuristas, na cidade de São Paulo do ano de 2073. Os efeitos visuais estão concentrados no começo e no fim do clipe, enquanto o recheio capricha nas coreografias típicas do gênero, que têm mais a ver com a letra, sobre a sensualização da dança funk. Ao final da história, o fogo que Ludmilla vai apagar é o calor causado por um modelo bonitão. Ou seja, menos “Fahrenheit 451” e mais C&C Music Factory. Roteiro e direção são de Felipe Sassi, que volta a trabalhar com Ludmilla após “Cheguei”. Por sinal, este é o segundo clipe superproduzido do diretor a chamar atenção nos últimos dias – veja o outro aqui. “Jogando Sujo” é o quarto single da antiga MC Beyoncé em 2018. Apesar disso, a cantora de “Din Din Din” não lança álbuns a dois anos. O último, “A Danada Sou Eu”, saiu em 2016.
HBO anuncia 15 produções nacionais, com série sobre funk e documentário de Gilberto Gil
O canal pago HBO anunciou nesta segunda-feira que está trabalhando em 15 novas produções brasileiras. São produções majoritariamente documentais, muitas delas musicais, como uma série sobre o funk carioca e um especial sobre os 40 anos de “Refavela”, disco icônico de Gilberto Gil. O canal ainda vai celebrar ícones femininos e abordar temas como economia, política, imigração, arquitetura e violência. O número dos 15 programas é simbólico, já que são parte da celebração de 15 anos de produções originais da HBO na América Latina. O maior destaque é “Funk.Doc”, com direção do cineasta Luiz Bolognesi (“Ex-Pajé”), que traçará as origens do gênero, de sua aproximação com a violência e forte carga sexual até a estética musical e influência na música internacional. A série terá cinco episódios de 30 minutos cada. Além da carreira de Gilberto Gil, outros personagens históricos ganharão reflexão, como o Cabo Anselmo, herói da ditadura e vilão da esquerda no documentário “Em Busca de Anselmo”, e Bertha Lutz, a representante brasileira na conferência que estabeleceu as bases para a formação da ONU. Como os projetos estão em diferentes estágios de produção, as datas de lançamento ainda não foram divulgadas.
Clipes de Nego do Borel e Jojo Todynho têm rejeição após acenarem ao universo LGBTQIA+ – e isso merece reflexão
A comunidade LGBTQIA+ não gostou nada dos clipes de “Me Solta”, de Nego do Borel, e de “Arrasou, Viado”, de Jojo Todynho. Ambos foram lançados com poucos dias de diferença, em clima de celebração do arco-íris, e acabaram acusados de oportunismo. Estariam atrás do “pink money”, o dinheiro gay. Enquadrado como caricato e totalmente desvinculado do movimento, Borel teve até escancarada suposta ligação com Bolsonoro, o pré-candidato homofóbico à presidência do Brasil, por uma foto que tirou ao lado do político. Por conta disso, teve que declarar publicamente que não o apoia, mas que também não recusa pedido de fotos. Graças à polêmica, “Me Solta” já atingiu 30 milhões de visualizações. E ao mesmo tempo virou o novo recordista de dislikes do Youtube Brasil – com 657 mil polegares para baixo. A maior reclamação do público é pelo fato de o cantor – heterossexual – ter se vestido de mulher e dado um beijo em outro homem em seu clipe. Muitos entenderam as cenas como motivo de chacota. Outros tantos ficaram enojados com a demonstração gay. Vale considerar que o antigo líder de rejeição era “Vai Malandra”, o clipe-fenômeno de Anitta – com 282 milhões de visualizações – , que assim como o vídeo de Borel foi gravado em ritmo de festa numa favela. Sua negativação seria sinal de que o preconceito também é social – e, por que não, racial? Tema para outro post. Já o clipe de Jojo Todynho não bombou tanto. Tem 3,3 milhões de views, com 117 mil dislikes. Só que, na média, sua rejeição é praticamente o dobro da sofrida por Borel. Não adiantou incluir a bandeira do arco-íris, integrantes da comunidade e até membros da ONG “Mães pela Diversidade” no vídeo. Segundo a cantora, o objetivo da obra era justamente o oposto do mencionado nas críticas: “A mensagem que quero passar é de de amor ao próximo e de tolerância! Todo mundo sabe do meu carinho e respeito pelo movimento LGBT. E nada mais justo do que falar sobre isso em forma de canção”, ela declarou ao jornal O Globo. Na prática, os dois artistas são vítimas de dois tipos diferentes de preconceito. Dos conservadores que não aceitam o universo LGBTQIA+ e de autoproclamados porta-vozes do movimento, que consideram apropriação cultural os esforços recentes dos cantores heterossexuais. Agora. Porque adoravam quando Madonna – que não é negra nem ex-favelada – fazia exatamente a mesma coisa, beijando mulher e roubando estilo da cena LGBTQIA+ para fazer sucesso. A americana era ícone. Os brasileiros são aproveitadores. Os tempos mudaram, hoje talvez Madonna não fosse aceita da mesma forma. Mas o pop continua a ser apropriação cultural por excelência. Não é movimento. É comércio. E o sonho de todo artista é estourar e ser conhecido para além de seu mundinho – faturar em pink, green e credit card. Durante anos, os gays foram colocados num gueto, com vidas separadas do resto da sociedade, frequentando casas noturnas exclusivas, festivais de cinema específicos, etc. Neste período medieval, também precisavam ficar no armário, escondendo sua sexualidade no dia-a-dia para manter emprego e amizades. Mas o século virou. Gays assumidos e heteros convivem cada vez mais no trabalho, na vida noturna, filmes de sexo gay explícito são premiados no Festival de Cannes e beijos gays superam os heterossexuais na premiação do MTV Movie & TV Awards. Ninguém precisa ter doutorado em semântica para perceber que um mundo mais inclusivo significa o oposto do mundo exclusivo dos guetos isolados. Quem busca separar, quer dividir. E esses são os eleitores de Bolsonaro, que realmente acham genial enquadrar simpatizantes heteros do movimento LGBTQIA+. A reação da comunidade LGBTQIA+ aos clipes de Nego do Borel e Jojo Todynho parece uma tentativa de reerguer cercas que já deviam ter ruído, de separação entre heteros e outros. Esquecem-se que o movimento já foi identificado com outras letras: GLS, que significavam Gays, Lésbicas e Simpatizantes. Com tantas outras siglas incorporadas, LGBTQIA+ realmente abandonou a letra S. Quem sabe, para demonstrar sua autossuficiência. Este orgulho, que resulta de muitas lutas históricas, pode ter sido a razão da denúncia contra os dois “LGBTQIA+ de butique” – expressão emprestada da antiga acusação aos “punks de butique”. A ironia desse ataque é que ele cria subtexto, fazendo os vídeos comerciais virarem produtos subversivos. Afinal, se a denúncia é que um “nego do Borel” achou que ia faturar mais ao se vestir de mulher e beijar outro homem, a iniciativa só demostra, ao contrário, um grande ponto contra o preconceito. Pois trata-se de um artista já estabelecido que nem pensou se alienaria seu público original ao incorporar uma história gay. Jamais pensou que beijar outro homem faria diminuir seu sucesso. O que, convenhamos, não é o mundo em que vivemos, basta ver a reação causada por selinhos recentes entre homens famosos do futebol e da TV brasileira. Por isso, a repercussão negativa entre lésbicas, gays, bis, trans, queers e não binários merece reflexão. Querem aumentar os muros do gueto? Concordam com as reações negativas contra beijos entre homens – e mulheres – heterossexuais? Referendam a tese de Bolsonoro de que heteros não devem gostar de homossexuais, apenas suportar? Nunca mais ouvirão Madonna de raiva, ao perceber que ela fez as mesmas coisas que acusaram Borel e Jojo de fazer? Impedirão Anitta de voltar a cantar na Parada LGBT de São Paulo, porque ela e outros tantos simpatizantes são hetero? Proibirão qualquer artista hetero de manifestar simpatia pela causa LGBTQIA+? E a seguir? Voluntariamente bordarão um triângulo pink nas roupas, para se diferenciarem? É um exagero retórico, mas quem conhece História sabe a que isso se refere, e ajuda a criar a imagem de que enaltecer o gueto pode apenas reforçar a prisão que deveria ser derrubada.
Jojo Todynho reúne de Thammy Miranda a Rita Cadillac em novo clipe
A artista antigamente conhecida como Jojo Todynho lançou um novo clipe e uma nova frase para seu arsenal de bordões. Depois do fenômeno “Que Tiro Foi Esse”, ela emplacou “Arrasou Viado” entre os vídeos mais vistos do YouTube nacional. Um detalhe curioso é que produção foi disponibilizada sob o nome de uma nova artista, que é a mesma, com outro nome: Jojo Maronttinni. A música é uma composição de Anitta – em parceria com o DJ Batata, que fez “Que Tiro Foi Esse”. E repete o refrão até furar os tímpanos dos ouvintes. Já o clipe dirigido e produzido por Augusto Wyss (WYSSBRAZIL) lembra um comercial de programa de auditório, em que várias celebridades da sopa de letrinhas (LGBTQI+) se alternam no cenário com plateia, rebolando como se estivessem no Chacrinha. Com direito a ex-Chacrete na lista de convidados. Entre as caras e bocas estão Thammy Miranda, David Brazil, Carol Marra, Narcisa Tamborindeguy, Leo Áquila e Rita Cadillac. E há também membros da ONG “Mães pela Diversidade”, entre placas com palavras de ordem LGBTQIA+. “Todo mundo sabe do meu carinho e respeito pelo movimento LGBT. ‘Arrasou Viado’ é uma expressão que a gente fala no dia a dia, positiva, pra cima, otimista e o que a gente precisa agora é acreditar no amor, na felicidade e buscar o respeito pelo próximo, a tolerância”, ela explicou durante a divulgação da faixa. Sobre a patrulha das recalcadas, que quer monopolizar os “viados” da música pop e já tentou colocar Nego do Borel no paredão por um vídeo de proposta similar, a funkeira diz não se preocupar. “Eu não sou do tipo que liga pra nenhum tipo de critica, e muito menos as maldosas! Eu sou ligada em gente do bem, em energia positiva, no lado bom da vida. Eu curto bons conselhos, de quem me ama e me quer bem. O resto… o nome já diz, é resto!”, disparou.
Anitta vai ganhar série documental na Netflix
Os planos de conquista galática de Anitta deram um novo salto nesta quinta (12/7) com o anúncio da série “Vai Anitta”, que mostrará os bastidores da carreira da cantora e contará sua história “do baile funk para o mundo” na Netflix. “Sabe aquela expressãozinha que a gente usa: ‘a minha vida está tão louca que daria uma série’? Pois é. A minha deu”, disse Anitta no comunicado do anúncio da série documental. Com mais de 29,4 milhões de seguidores no Instagram, 2 bilhões de visualizações no YouTube e uma carreira internacional em ascensão, Anitta já se tornou a artista brasileira mais celebrada no mundo, com sucessos como “Downtown” – primeira música de uma artista brasileira a ser listada no Top 20 do Spotify – e “Vai Malandra” – que, além de quebrar todos os recordes brasileiros de streaming, foi a primeira canção nacional no Top 25 Mais Tocadas no Mundo, no Spotify. Com produção do Shots Studios, as gravações já estão acontecendo há bastante tempo. Uma equipe chegou a ser flagrada registrando um pocket show de Anitta em Miami há três meses. Na época, as imagens já eram identificadas como sendo um projeto da Netflix, embora os rumores aludissem a um documentário em longa-metragem. A ideia da produção é dar aos fãs a chance de ver a estrela em momentos íntimos e entender como ela constrói e gerencia sua própria carreira, com câmeras que terão acesso irrestrito e sem censura aos bastidores de sua agitada rotina: dos shows no Brasil às viagens pelo mundo, passando pela interação com os fãs nas redes sociais e sua vida pessoal. “Vai Anitta” será disponibilizada com exclusividade na plataforma de streaming, mas ainda não tem data de estreia prevista. Segundo boatos, Anitta também estaria negociando uma série animada para crianças com a Netflix, que disputa a preferência com o canal pago Gloob. Veja abaixo o anúncio em vídeo da produção, feito pela própria cantora, e a primeira prévia de “Vai Anitta”. Anitta em breve na Netflix, Anitta coming soon to Netflix, Anitta llega a Netflix. #AnittaNaNetflix pic.twitter.com/M5miTYLu82 — Netflix Brasil (@NetflixBrasil) 12 de julho de 2018
Nego do Borel se solta e impacta em clipe com beijão em modelo
O canal do produtor Kondzilla divulgou o novo clipe de Nego do Borel, “Me Solta”. E ele já é o número 1 entre os mais vistos no YouTube nacional. Não é à toa. No vídeo dirigido por Lucas Romor, a força do pancadão e o refrão contagiante colocam o morro para dançar, transformando em baile funk as ruas do Borel, no Rio, onde personagens coloridos se multiplicam em coreografias espontâneas. O mais colorido, claro, é o próprio Nego de cabelo tingido de loiro, batom, salto alto, bolsa e camiseta vermelha-cheguei bem justa, num modelito que exalta a vontade de dançar descrita pela canção, numa referência ao espírito alegre LGBT e às mulheres que querem ter direito de dançar sem ser importunadas – “me solta, p*rra”. A surpresa para quem acompanha a carreira do funkeiro, que já aprontou em outros clipes com Anitta, Maiara e Maraísa, é que Borel se soltou mesmo, com beijão na boca do modelo Jonathan Dobal, um dos bonitões que integram o programa “Ferdinando Show”, no Multishow. O resultado impactou. Os fãs curtiram, decoraram facinho o refrão e em poucos minutos lotaram a página do YouTube de comentários, falando principalmente do beijo. Preconceituosos formaram minoria pouco barulhenta, diante de quem saiu rindo do babado, ainda que atordoado pelo pancadão a 150 bpms. Mas também teve politicamente correto que achou uma afronta ao movimento LGBT – não pode, porque ele é hetero e tem foto com Bolsonaro, como se também não tivesse foto com a bandeira do arco-íris – , provando mais uma vez que a militância de esquerda é tão moralista quanto os movimentos mais reacionários de tradição, família e propriedade – se solta, p*rra.










