Martin Landau (1928 – 2017)
O ator Martin Landau, vencedor do Oscar por “Ed Wood”, faleceu no sábado (15/6) em Los Angeles. Ele estava hospitalizado no hospital da UCLA e morreu após complicações médicas, aos 89 anos. Um dos primeiros astros de Hollywood a alternar com sucesso trabalhos na TV e no cinema, Landau começou a carreira artística como cartunista de jornal nos anos 1940, antes de ser admitido no Actor’s Studio (junto com Steve McQueen) e conseguir papéis de teatro e participações em séries na metade dos anos 1950. Na verdade, o jovem nova-iorquino nem precisou fazer muito esforço para se destacar no cinema, pois, logo de cara, chamou atenção no suspense “Intriga Internacional” (1959), de Alfred Hitchcock, interpretando o capanga de James Mason. O destaque deveria ser ainda maior no épico “Cleopatra” (1963), como General Rufio, braço direito de Marco Antonio (Richard Burton). Mas após passar um ano nas filmagens, ele descobriu que grande parte de seu desempenho tinha sido cortado, devido à longa duração do filme. Conformado, dedicou-se às séries televisivas, onde acumulou uma vasta coleção de participações em clássicos diversificados – de “Além da Imaginação” a “O Agente da UNCLE”. Fez também pequenos papéis no épico bíblico “A Maior História de Todos os Tempos” (1965) e no western “Nas Trilhas da Aventura” (1965), antes de voltar a se destacar como um pistoleiro desalmado em “Nevada Smith” (1966), estrelado pelo antigo colega Steve McQueen. A grande virada em sua carreira aconteceu em 1966, quando precisou optar entre dois convites para integrar o elenco fixo de uma série. Ele recusou o papel de Spock (que voltou para Leonard Nimoy, após ter sido rejeitado no piloto original de “Jornada nas Estrelas”), para viver o mestre dos disfarces Rollin Hand em “Missão: Impossível”, personagem que se tornou um dos favoritos do público. O papel lhe rendeu três indicações ao Emmy. Além de servir para mostrar sua versalidade, ao assumir a identidade dos diferentes vilões da semana, “Missão: Impossível” também lhe permitiu contracenar com sua esposa, Barbara Bain. Os dois trabalharam juntos na série desde o piloto de 1966 até o final da 3ª temporada, em 1969. Ele alegou diferenças criativas para sair da atração, mas os produtores afirmaram que o problema era salarial. Landau queria receber mais por ser o principal destaque do elenco. Por ironia, ao sair da série foi substituído por um novo mestre dos disfarces, Paris, vivido justamente por Leonard Nimoy. Após “Missão: Impossível”, ele tentou retomar a carreira cinematográfica, vivendo o vilão em “Noite Sem Fim” (1970), mas a falta de bons papéis no cinema o fez voltar a se juntar com Bain em outra série, a ficção científica “Espaço 1999”, produção britânica do casal Gerry e Sylvia Anderson (criadores das aventuras de fantoches “Thunderbirds”, “Capitão Escarlate” e “Joe 90”). A trama se passava no futuro, após a Lua sair da órbita da Terra, e acompanhava os sobreviventes da base lunar, enquanto travavam contato com civilizações alienígenas. As histórias eram confusas, mesmo assim a produção durou duas temporadas, entre 1975 e 1977, e perdurou em reprises e no lançamento de telefilmes derivados de seus episódios – o último foi ao ar em 1982. A experiência sci-fi continuou no cinema, com participações no filme de catástrofe apocalíptica “Meteoro” (1979) e nas tramas de contato alienígena “Sem Aviso” (1980) e “O Retorno” (1980). Ele também estrelou o slasher “Noite de Pânico” (1982), como um psicopata foragido de um hospício – junto do veterano Jack Palance – , que abriu uma fase de filmes de terror de baixo orçamento em sua filmografia. O período culminou com o divórcio da esposa e parceira Barbara Bain. Quando experimentava o pior momento da carreira, foi resgatado por Francis Ford Coppola para um dos papéis principais do drama de época “Tucker – Um Homem e Seu Sonho” (1988). A participação lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante e voltou a colocá-lo em destaque. Em seguida, juntou-se a outro mestre do cinema, filmando “Crimes e Pecados” (1989), de Woody Allen, como um oftalmologista bem-sucedido, que era assombrado por um segredo mórbido. A homenagem a Fiódor Dostoiévski lhe rendeu sua segunda indicação consecutiva ao prêmio da Academia. Apesar do prestígio conquistado, Landau selecionou mal seu filmes do começo dos anos 1990, participando de “A Amante” (1992), com Robert De Niro, “Sem Refúgio” (1992), com Drew Barrymore, “Invasão de Privacidade” (1993), com Sharon Stone, e “Intersection: Uma Escolha, uma Renúncia” (1994), com Richard Gere. Esta entressafra acabou compensada pelo melhor papel de sua vida. Em 1994, Tim Burton o convidou a encarnar o ator Bela Lugosi na cinebiografia “Ed Wood”. O desempenho foi impressionante, fazendo com que roubasse a cena do astro principal, Johnny Depp. Entrou como franco-favorito na disputa do Oscar e venceu a estatueta de Melhor Ator Coadjuvante com grande aclamação. No resto da década, Landau manteve um fluxo constante de trabalhos de coadjuvante, vivendo Gepetto em “As Aventuras de Pinocchio” (1996) e um dos misteriosos conspiradores de “Arquivo X: O Filme” (1998), além de integrar os elencos de “Cartas na Mesa” (1998), com os jovens Matt Damon e Edward Norton, “EdTV” (1999), com Matthew McConaughey e Woody Harrelson, e “A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça” (1999), que voltou a juntá-lo com Tim Burton. As opções de cinema foram escasseando no século 21, mas em seus lugares surgiram séries, como “Entourage”, na HBO, na qual viveu um produtor de cinema, e “Desaparecidos/Without a Trace” na TV aberta, como o pai do protagonista (Anthony LaPaglia), que sofria de Alzheimer. Os dois papéis recorrentes lhe valeram indicações a prêmios Emmy, entre 2004 e 2007. Ele chegou a repetir o papel do produtor Bob Ryan no filme de “Entourage”, em 2015. E continuava filmando até hoje, tendo protagonizado “The Last Poker Game”, exibido no Festival de Tribeca deste ano, e finalizado as filmagens de “Without Ward”, com lançamento previsto para agosto. Landau teve duas filhas que seguiram sua carreira. Susan Landau Finch virou produtora de cinema, tendo trabalhado com Francis Ford Coppola em “Dracula de Bram Stoker” (1992), e Juliet Landau ficou conhecida como atriz pela série “Buffy – A Caça-Vampíros”, na qual interpretou a vampira Drusilla.
Elenco de O Poderoso Chefão se reencontra nos 45 anos de lançamento do clássico
O Festival de Tribeca patrocinou uma rara reunião do elenco de “O Poderoso Chefão” em Nova York, celebrando os 45 anos de lançamento do filme, considerado um dos melhores de todos os tempos. Participaram do encontro Al Pacino, Robert Duvall, James Caan, Diane Keaton, Talia Shire, o diretor Francis Ford Coppola e Robert de Niro, que estrelou “O Poderoso Chefão II” e é diretor-fundador do festival. Organizado por de Niro, o evento relembrou histórias de bastidores da produção, num palco decorado como a famosa biblioteca de Don Corleone, com direito a uma foto do personagem vivido por Marlon Brando na parede. Além do encontro com os atores, também foram exibidas as partes I e II da trilogia. Os atores relembraram a difícil batalha para colocar o longa no cinema, já que Coppola era um diretor novato à época e suas escolhas enfrentavam resistência por parte da Paramount. A escalação de Brando, que morreu em 2004, foi a mais contestada. O ator vinha de vários fracassos, após uma carreira bem sucedida nas décadas de 1950 e 1960, e tinha a reputação de ser difícil. “Me disseram que ter Brando no filme o tornaria menos comercial que ter um total desconhecido”, disse Coppola. Brando criou a voz áspera, as bochechas macias e os cabelos oleosos para Don Corleone no teste de tela, mas não convenceu o estúdio. “Eles (o estúdio) odiavam Brando, achavam que ele murmurava, aumentando ainda mais seu ódio ao meu trabalho, que estaria muito escuro”, disse Coppola. Brando ganhou um Oscar pela performance. A Paramount também implicou com Al Pacino, que teve que fazer “inúmeras vezes” o teste para o papel de Michael, o filho universitário que assume os negócios da família Corleone. Os executivos do estúdio queriam Robert Redford ou Ryan O’Neal no papel. Mas Coppola persistiu, porque “toda vez que lia o roteiro, sempre via seu rosto de Pacino”. O próprio Pacino confessou que, originalmente, queria viver o personagem do filho cabeça quente, Sonny, que ficou com James Caan, e chegou a pensar que Coppola “estivesse realmente louco” por deseja-lo no papel de Michael. Pois o papel acabou consagrando-o com um dos grandes atores de sua geração. “O Poderoso Chefão” (1972) e “O Poderoso Chefão II” (1974) ganharam, ao todo, 9 Oscars e se tornaram clássicos absolutos do cinema americano.
Documentário celebra cinco mestres de Hollywood que filmaram a 2ª Guerra Mundial
A Netflix divulgou o pôster e o trailer legendado de “Five Came Back”, um série de documentários que todo cinéfilo deveria assistir. A produção reflete sobre o surgimento da propaganda política, sob o nazismo, e a reação de Hollywood, com o alistamento de cinco dos maiores cineastas que os EUA já produziram, para lutar no front com luzes, câmeras e ação. O filme conta a história destes mestres, que produziram documentários sobre a guerra real, com cenas heroicas, mas também imagens chocantes. E, ao retornarem dessa experiência, devotaram suas energias para criar os melhores filmes de suas carreiras, verdadeiras obras-primas. “Five Came Back” é a história da luta de Frank Capra (“A Felicidade Não se Compra”), John Ford (“No Tempo das Diligências”), George Stevens (“Os Brutos Também Amam”), John Huston (“O Tesouro de Sierra Madre”) e William Wyler (“Ben-Hur”) na 2ª Guerra Mundial, com imagens rodadas por eles mesmos, e comentada por cinco mestres contemporâneos, Steven Spielberg, Francis Ford Coppola, Paul Greengrass, Guillermo del Toro e Lawrence Kasdan. De quebra, ainda há a narração de Meryl Streep para alinhavar a história. Com direção de Laurent Bouzereau (“Roman Polanski: A Film Memoir”), os três episódios de “Five Came Back” estreiam em 31 de março.
HBO prepara filme sobre os bastidores de O Poderoso Chefão
A HBO vai produzir um filme sobre os bastidores de “O Poderoso Chefão” (1972). Intitulado “Francis & the Godfather”, a produção vai detalhar o trabalho do diretor Francis Ford Coppola para produzir seu clássico, a entrada de Marlon Brando e Al Pacino no elenco e como a verdadeira máfia de Nova York se interessou pelo projeto. Segundo o site da revista Variety, o filme é baseado num roteiro escrito por Andrew Farotte, produtor do reality “Big Brothers”, e terá consultoria de Peter Bart, o executivo da Paramount que adquiriu os direitos originais do romance de Mario Puzo nos anos 1970 e supervisionou as filmagens de Coppola. O projeto ainda está em estágio de desenvolvimento e ainda não definiu diretor e elenco. Lançado em 1972, “O Poderoso Chefão” se tornou um dos filmes mais famosos da história do cinema, aclamado pela crítica e vencedor de três Oscars: Melhor Filme, Roteiro Adaptado e Ator (Marlon Brando). Seu sucesso rendeu duas continuações dirigidas por Copolla – uma ainda mais premiada em 1974 (seis Oscars) e outra divisiva em 1990.
Francis Ford Coppola lança campanha para transformar Apocalypse Now em videogame
Francis Ford Coppola quer transformar seu filme “Apocalypse Now” (1979) num videogame. Ele se juntou a um grupo de desenvolvedores veteranos da indústria dos games e lançou uma campanha de financiamento coletivo no Kickstarter para levantar US$ 900 mil até o dia 24 de fevereiro, visando lançar “Apocalypse Now – The Game”. Descrito como “um RPG imersivo e psicodélico”, o jogo tem produção de Lawrence Liberty, responsável por “Fallout: New Vegas”. “Quarenta anos atrás, eu comecei a fazer um filme de arte pessoal, que com sorte influenciaria gerações de audiências anos depois,” Coppola disse, no comunicado do projeto. “Hoje, eu me junto a novos destemidos, um time que quer fazer uma versão interativa de ‘Apocalypse Now’ onde você é o Capitão Benjamin Willard no meio do ambiente hostil da Guerra do Vietnã. Eu tenho visto video games se transformarem num meio significativo de contar histórias, e eu estou animado para explorar as possibilidades de ‘Apocalypse Now’ numa nova plataforma e para uma nova geração.” Caso a meta seja atingida, “Apocalypse Now – The Game” será lançado para PC. Se o projeto superar expectativas e obter US$ 2,5 milhões, terá versões para PS4 e Xbox One. Mas se US$ 3 milhões forem levantados, o jogo também terá uma edição para realidade virtual. Entretanto, mesmo se a campanha der certo, a espera será grande. A previsão para o projeto é para outubro de 2020. Veja abaixo o vídeo produzido para o Kickstarter.
HBO vai exibir versão épica de O Poderoso Chefão, com cenas inéditas, nova edição e 7 horas e meia de duração
Um dos maiores clássicos do cinema, “O Poderoso Chefão” ganhará uma nova versão, exclusiva para a TV, com cenas inéditas e uma nova edição. Intitulada “The Godfather Epic”, a produção será exibida pela HBO ainda este mês nos EUA, e terá 7 horas e meia de duração. A obra vai juntar os dois primeiros filmes da trilogia, reeditados de forma cronológica. Isto significa que a sequência que mostra os primeiros anos de Don Corleone na América, vista em “O Poderoso Chefão Parte II”, será o novo início do filme. Não é a primeira vez que o diretor Francis Ford Coppola lança essa versão. “The Godfather Epic” já foi exibido em 1979 pela rede NBC. Na ocasião, porém, o filme entrecortado por comerciais e teve várias cenas censuradas, devido à violência e linguagem. Desta vez, a HBO vai exibi-lo sem intervalos e censura e, além disso, incluirá cenas inéditas, que ficaram de fora da edição oficial para o cinema. O primeiro filme, lançado em 1972, ganhou três Oscars: Melhor Filme, Roteiro Adaptado e Ator (Marlon Brando). Mas o segundo, lançado em 1974, conquistou ainda mais reconhecimento, levando seis Oscars, entre eles, novamente, o de Melhor Filme, Roteiro e Ator (desta vez Coadjuvante, para Robert De Niro), além de premiar Coppola com a estatueta de Melhor Diretor. A saga da família Corleoni ainda ganhou um terceiro filme em 1990, novamente dirigido por Coppola, que rendeu seis indicações ao troféu da Academia, mas nenhuma premiação. Ainda não há informações sobre quando “The Godfather Epic” será exibido no Brasil.





