Jamie Lee Curtis será homenageado pelo Festival de Veneza
A atriz Jamie Lee Curtis, estrela da franquia “Halloween”, vai receber um Leão de Ouro honorário do Festival de Veneza 2021, em homenagem às realizações de sua carreira. Filha de duas lendas de Hollywood, os atores Janet Leigh (“Psicose”) e Tony Curtis (“Quanto Mais Quente Melhor”), ela estreou no cinema em 1978 no clássico “Halloween”, de John Carpenter, e continua vivendo o papel da famosa “final girl” Laurie Strode até hoje, nas novas continuações do terror. Mas ela não é só a mais famosa “scream queen” do cinema. Jamie Lee Curtis também estrelou vários blockbusters, incluindo comédias, romances e filmes de ação que marcaram época, como “Trocando as Bolas” (1983), “Perfeição” (1985), “Um Peixe Chamado Wanda” (1988), “Meu Primeiro Amor” (1991), “True Lies” (1994), “Sexta-Feira Muito Louca” (2003) e o recente “Entre Facas e Segredos” (2019). A cerimônia para homenagear a estrela acontecerá no dia 8 de setembro, no Palazzo del Cinema, antecedendo a première mundial do novo longa da franquia de terror, “Halloween Kills”. “Me sinto incrivelmente grata por ser honrada desta forma pelo Festival Internacional de Cinema de Veneza. Parece impossível para mim que eu esteja nesta indústria por tempo o bastante para receber um prêmio pelo ‘conjunto da obra’ – e isso acontecer agora, com ‘Halloween Kills’, é muito significativo para mim”, disse Curtis em comunicado. Além de Jamie Lee Curtis, o Festival de Veneza deste ano já tinha confirmado homenagem ao ator e diretor Roberto Benigni (“A Vida é Bela”) com um Leão de Ouro especial pela carreira. No ano passado, Tilda Swinton foi contemplada com o mesmo prêmio, e recentemente Julie Andrews, Jane Fonda, Robert Redford, David Cronenberg, John Woo e Tim Burton também foram homenageados com o Leão de Ouro pelo conjunto da obra. A 78ª edição do festival italiano vai acontecer entre 1º e 11 de setembro.
Mari Törőcsik (1935–2021)
Mari Törőcsik, uma das atrizes mais célebres da Hungria, vencedora do prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes e estrela de dois filmes indicados ao Oscar, morreu na sexta-feira (16/4) em Budapeste após uma longa enfermidade. Ela tinha 85 anos. Törőcsik se destacou logo na estreia, “Carrossel do Amor” (1956), aos 20 anos de idade, como uma camponesa que se apaixona por um menino camponês contra a vontade de seu pai. O filme de Zoltán Fábri teve première no Festival de Cannes e chamou atenção da crítica francesa para o talento da jovem. Então jornalista, o futuro diretor François Truffaut chegou a escrever em sua crítica do filme: “sem que a artista de 20 anos soubesse, ela era a maior estrela do festival”. Três anos depois, ela foi premiada como Melhor Atriz no Festival de Karlovy Vary, o mais importante do Leste Europeu, por “Kölyök” (1959), de Mihály Szemes e Miklós Markos, tornando-se rapidamente uma das atrizes mais requisitadas de sua geração. Ela trabalhou com os principais mestres do cinema húngaro, como Miklós Jancsó, Márta Mészáros, István Gaál, István Szabó, Gyula Maár, Károly Makk e o próprio Zoltán Fábri, em várias ocasiões. Uma de suas muitas parcerias com Fábri, “Esta Rua é Nossa” (1968), disputou o Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira, assim como uma de suas colaborações com Makk, “Cat’s Play” (1974),igualmente indicado ao prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA Em 1971, ela recebeu uma Menção Especial do Júri do Festival de Cannes por seu desempenho em “O Amor” (1971), outro drama de Makk, e no ano seguinte voltou a conquistar o prêmio de interpretação em Karlovy Vary, por “Holt Vidék” (1972), de Gaál. Mas foi somente em 1976, 20 anos após debutar na Croisette, que ela conquistou o prestigioso troféu de Melhor Atriz de Cannes pelo desempenho como uma atriz de teatro envelhecida em “A Locsei Fehèr Asszony”, de Gyula Maár. A parceria com Maár ainda lhe rendeu o troféu de Melhor Atriz no Festival de Taormina no ano seguinte, por “Teketória” (1977). Ao longo do último meio século, foram mais de 100 papéis cinematográficos, a grande maioria no cinema húngaro, mas ela também contracenou com astros de Hollywood, em filmes como “Muito Mais que um Crime” (1989), de Costa-Gavras, filmado nos EUA com Jessica Lange, “Corações Covardes” (1990), coprodução italiana estrelada por Keith Carradine, Miranda Richardson e Kristin Scott Thomas, e o premiado sucesso internacional de István Szabó, “Sunshine – O Despertar de um Século” (1999), protagonizado por Ralph Fiennes. Seu último trabalho foi lançado no ano passado, “Psycho 60”, um curta experimental dedicado a recriar a cena do chuveiro de “Psicose” com 60 atrizes diferentes, uma para cada take, nos 60 anos de lançamento do clássico de Alfred Hitchcock.
Diretora de festival da Bielorrússia é libertada após pressão internacional
Tatsiana Hatsura-Yavorska, diretora do festival de documentários Watch Docs, da Bielorrússia, foi libertada da prisão após a repercussão de um protesto internacional, que nesta semana reuniu organizações de direitos humanos, a Academia Europeia de Cinema e festivais de cinema de todo o mundo, como Sundance, Cannes e Berlim. Ela foi presa em 5 de abril por seu papel na organização de uma exposição fotográfica subterrânea em homenagem aos trabalhadores da saúde da Bielorússia. Isto foi suficiente para que fosse presa por “protestar contra a polícia” e “arrecadar dinheiro para protestos” contra o governo do presidente Alexander Lukashenko, e colocada em um centro de detenção em Minsk, junto com centenas de outras presos políticos, na atual onda de endurecimento da repressão no país. Hatsura-Yavorska deveria comparecer a uma audiência na quinta-feira passada (15/4) após atingir o limite máximo legal de 10 dias de detenção, e pessoas próximas temiam que ela pudesse enfrentar vários anos de prisão. No entanto, após o repúdio generalizado de entidades importantes, as acusações foram retiradas e, além de ser solta, ela não enfrenta processo criminal. Agora, ela deve se juntar ao marido no exterior. Volodymyr Yavorski fugiu do país com os filhos do casal para evitar que o regime colocasse as crianças em orfanatos. As autoridades da Biolorrússia disseram que se não deixasse o país, ele próprio enfrentaria a prisão e nunca mais veria os filhos. Yavorski também é alvo de perseguição política, como ativista dos direitos humanos e fundador do festival ucraniano de filmes sobre direitos humanos Docudays UA. A Bielorrússia vem sendo tomada por manifestações generalizadas contra o regime que governa o país há décadas. Os protestos se intensificaram depois que o presidente reivindicou uma vitória esmagadora nas eleições presidenciais de agosto passado, um resultado que muitos acreditam ter sido falsificado. A União Europeia rejeitou a legitimidade da eleição e fez um apelo público por uma nova votação, além de condenar a perseguição violenta de manifestantes pacíficos por parte das autoridades do país. De acordo com ativistas, desde o verão europeu passado mais de 600 pessoas foram presas, acusadas de participar das manifestações antigovernamentais, e cerca de 400 já foram condenadas.
Roberto Benigni será homenageado pelo Festival de Veneza
Os organizadores do Festival de Veneza anunciaram nesta quinta-feira (15/4) que a 78ª edição do evento prestará uma homenagem ao ator italiano Roberto Benigni, que receberá um Leão de Ouro especial por sua carreira. “Meu coração está repleto de alegria e gratidão. É uma honra imensa receber um reconhecimento tão importante ao meu trabalho”, disse Benigni, em comunicado. O ator de 68 anos já estrelou mais de 30 longas em sua carreira, dentre eles o célebre “A Vida É Bela”, que ele também dirigiu e lhe rendeu o Oscar de Melhor Ator e Melhor Filme em Língua Estrangeira em 1999. No longa, Benigni viveu um pai judeu que usava sua imaginação para proteger seu filho dos horrores de um campo de concentração nazista. Seu trabalho mais recente foi como Gepeto na versão live-action de “Pinóquio”, dirigida por Matteo Garrone em 2019. O Festival de Veneza 2021 vai acontecer entre os dias 1 e 11 de setembro na cidade italiana que lhe dá nome.
Festivais de Cannes, Berlim e Sundance protestam contra prisão de diretora de festival da Bielorrússia
Os festivais de cinema de Berlim, Cannes e Sundance produziram um documento em conjunto com a Academia Europeia de Cinema e vários grupos de direitos humanos e da indústria cinematográfica, pedindo a libertação imediata de Tatsiana Hatsura-Yavorska, diretora do festival de documentários Watch Docs, da Bielorrússia, que foi presa em 5 de abril por suposta atividade subversiva. Na carta aberta conjunta, as organizações condenaram a prisão e pediram às autoridades bielorrussas que libertem Hatsura-Yavorska e outros “presos políticos” do regime. “Instamos as autoridades bielorrussas a libertar imediata e incondicionalmente nossa colega Tatsiana Hatsura-Yavorska e outros defensores dos direitos humanos, e a pôr fim aos atos de assédio judicial contra eles”, diz a carta. Hatsura-Yavorskaya foi presa em 5 de abril, supostamente pelo crime de ajudar a organizar uma exposição de fotos intitulada “The Machine Is Breathing, I Am Not” (A máquina está respirando, eu nã) em homenagem aos profissionais de saúde da Bielo-Rússia durante a crise de covid-19. Ela encontra-se detida, aguardando julgamento por acusações referentes a “arrecadar dinheiro para protestos” contra o governo do presidente Alexander Lukashenko. A audiência de Tatsiana Hatsura-Yavorska está marcada para 15 de abril. Se condenada, ela pode pegar vários anos de prisão. A Bielorrússia vem sendo tomada por manifestações generalizadas contra o regime que governa o país há décadas. Os protestos se intensificaram em todo o país depois que Lukashenko reivindicou uma vitória esmagadora nas eleições presidenciais de agosto passado, um resultado que muitos acreditam ter sido falsificado. A União Europeia rejeitou a legitimidade da eleição e fez um apelo público por uma nova votação, além de condenar a perseguição violenta de manifestantes pacíficos por parte das autoridades do país. De acordo com ativistas, desde o verão europeu passado mais de 600 pessoas foram acusadas de participar das manifestações antigovernamentais e cerca de 400 foram condenadas.



