Veneza: Michael Fassbender e Alicia Vikander vivem romance dentro e fora das telas
Os atores Michael Fassbender (“Steve Jobs”) e Alicia Vikander (“A Garota Dinamarquesa”) vivem um casal dentro e fora das telas, e foram a Veneza divulgar o filme que iniciou seu romance, “A Luz Entre Oceanos”. Trata-se de um melodrama que arranca lágrimas do público, mas foi recebido com cinismo pela crítica. A imprensa presente no festival, porém, estava pouco se importando com a ficção, já que a melhor história de amor do filme aconteceu fora das câmeras. Apesar da diferença de idade, Fassbender, de 39 anos, admitiu que se sentiu intimidado quando conheceu Vikander, de 27 anos, vencedora do Oscar 2016 de Melhor Atriz Coadjuvante por “A Garota Dinamarquesa”. “Fiquei com medo quando Alicia chegou, ela era tão feroz e ávida. Lembrei de como eu era quando estava começando. Eu realmente senti que tinha que fazer melhor minha parte, ser tão presente quanto ela”, ele contou, sobre sua primeira impressão da “garota”, que na verdade é sueca. Vikander retribuiu o elogio, confidenciando que ficou muito nervosa quando soube que atuaria junto a um “ator tão brilhante”, demonstrando que a lua de mel continua. O romance entre os dois nasceu por sugestão do diretor. Indiretamente, é verdade, mas o processo os aproximou. Para captar o espírito de seus personagens, que moram sozinhos num farol distante, o diretor Derek Cianfrance (“O Lugar Onde Tudo Termina”) propôs que Vikander e Fassbender se isolassem em uma ilha deserta para que se conhecessem melhor. No fim do período, veio a notícia de que eles estavam namorando. A ternura nascida do relacionamento transparece na sinceridade com que os atores interpretam seus papeis no filme. Mas isso não torna o enredo menos manipulativo. Baseado no best-seller homônimo de M.L. Stedman, o filme acompanha um casal traumatizado, que sofre com a perda do filho recém-nascido, quando um bebê surge num barco à deriva. Mas depois de cuidar da criança por vários anos, os dois descobrem o sofrimento da verdadeira mãe (Rachel Weisz, de “Oz, Mágico e Poderoso”), que acredita ter pedido a filha no mar. O trailer ainda explora o embate entre Fassbender, que se sente moralmente compelido a contar a verdade, e Vikander, para quem a criança é sua filha de verdade. “Este filme é uma batalha entre a verdade e o amor”, definiu o diretor Derek Cianfrance, que disse ter assumido a missão de “contar histórias familiares, os segredos em nossas casas”. Por isso, ele afirma que o livro do escritor australiano M.L. Stedman “parecia um filme que eu nasci para fazer”. “Mais que uma história de amor, ‘A Luz entre Oceanos’ quer ser uma lição de vida na qual o perdão e a compreensão ajudam a seguir adiante”, completou Fassbender.
Veneza: Amy Adams tem chegada triunfal no festival com sci-fi elogiada pela crítica
A consolidação do Festival de Veneza como plataforma de lançamentos de filmes vencedores do Oscar cria um forte expectativa para a exibição das produções americanas, paralela à disputa do Leão de Ouro. E em seu segundo dia, o evento acrescentou mais uma surpresa positiva à lista, com a elogiada première de “A Chegada”, do diretor canadense Denis Villeneuve (“Sicario”). A crítica internacional rendeu-se ao clima criado pelo cineasta, ao roteiro inteligente de Eric Heisserer (“Quando as Luzes se Apagam”), à fotografia belíssima de Bradford Young (“Selma”) e à interpretação de Amy Adams(“Batman vs Superman”), que ainda está em outro filme bastante aguardado no evento. “A Chegada” é uma ficção científica realista centrada numa mulher determinada, como “Gravidade”, que saiu de Veneza para conquistar sete Oscars em 2014. Na trama, Amy vive uma linguista contratada pelo governo dos Estados Unidos para entrar em uma de 12 naves espaciais que chegaram à Terra sem aviso. Sua missão: estabelecer contato com os alienígenas a bordo, decifrando sua língua para descobrir o motivo da visita. Para ilustrar a frustração com a barreira da linguagem, várias cenas do filme são mudas, levando o diretor a se focar na expressividade de Amy para mostrar que a comunicação de verdade nem sempre precisa de palavras. “Denis disse ‘preciso saber o que ela está pensando’… Ele confiou que o público irá entrar em uma jornada emocional”, disse a atriz, sobre a forma como interpretou a personagem. Durante a entrevista coletiva, ela foi perguntada sobre o que faria caso encontrasse alienígenas de verdade. “Eu só esperaria que eles fossem tão pacientes comigo quanto os do filme”, ela riu. “Que eles deixassem que a gente experimentasse e superasse nossas falhas de comunicação. Na verdade, acho que uma das nossas primeiras presunções, caso uma raça alienígena chegasse aqui, seria que eles se comunicam de forma parecida conosco – e essa é uma presunção perigosa de se fazer”, comentou, dando pista sobre o desenvolvimento da trama. Amy também está no filme “Nocturnal Animals”, do estilista Tom Ford, que será apresentado no mesmo festival. Perguntada se um dos dois filmes pode ajudá-la a conquistar seu aguardado Oscar, Amy assumiu sua ansiedade. “Quando você tem Tom Ford, que é excelente, e você tem Denis Villeneuve, acho que você não consegue evitar de se animar sobre o potencial que os filmes têm”, disse. “Mas tento não me preocupar com o resultado… Sou sortuda o suficiente de estar nestes filmes”. Além de Amy Adams, também estão no elenco de “A Chegada” os atores Jeremy Renner (“Capitão América: Guerra Civil”), Forest Whitaker (“O Mordomo da Casa Branca), Michael Stuhlbarg (“Steve Jobs”) e Tzi Ma (“A Hora do Rush”). A estreia no Brasil está marcada apenas para 9 de fevereiro.
Veneza: La La Land é aplaudido de pé na abertura do festival
Filme de abertura do 73ª Festival Internacional de Cinema de Veneza, “La La Land” foi aplaudido de pé pela crítica internacional, durante sua exibição para a imprensa. Escrito e dirigido por Damien Chazelle, de “Whiplash – Em Busca da Perfeição” (2014), o longa é uma homenagem aos musicais clássicos, com cenas de cantoria, coreografia e até de sapateado. “Mais do que qualquer outro gênero, o musical nos permite ir da realidade à fantasia, e explorar diferentes emoções entre um extremo e outro”, disse Chazelle, durante a entrevista coletiva, explicando sua opção pelo gênero. “Sempre fui cinéfilo, e a música tem ocupado uma grande parte da minha vida. Meu primeiro filme (‘Guy and Madeline on a Park Bench’, trabalho de conclusão de curso em Harvard) também era um musical. Tudo o que eu faço, mesmo as coisas não relacionadas diretamente com música, acabam tendo um sentimento musical”. Assim como em “Whiplash”, a trama de “La La Land” traz novamente um jovem jazzista em busca de reconhecimento por sua música, mas encontrando apenas obstáculos. Ryan Gosling (“A Grande Aposta”) interpreta um pianista que deseja fazer melhor uso de seu talento e formação clássica, mas só consegue dinheiro com shows de música comercial. Ele acaba se apaixonando pela personagem de Emma Stone (“O Espetacular Homem-Aranha”), que vive situação similar. Ela é uma aspirante a atriz que trabalha como garçonete num café dos estúdios Warner enquanto faz testes para conseguir algum papel. Apesar da situação derrotista em que ambos se encontram, eles permanecem otimistas e sonhadores, e esse tom positivo do filme é um frescor num tempo marcado pelo pessimismo e atitudes cínicas. “O filme não tem nada de cínico”, assumiu Emma Stone, única integrante do elenco presente no encontro com a imprensa. “É sobre ter sonhos e esperanças e ir à luta para realizá-los. Os jovens de hoje são céticos demais. Tudo o que espero com esse filme é que os [jovens] que assistirem mantenham seus sonhos e trabalhem duro”, arrematou. “Hoje em dia, mais do que nunca, precisamos de romance e esperança”, emendou Chazelle, ressaltando que encara o cinema como uma “linguagem dos sonhos”. E nos seus sonhos, todos cantam e dançam. “A música sempre me inspirou muito. No filme, mesmo nas partes sem canções, eu queria que também elas soassem musicais, como que em um grande contínuo em que a música nunca parasse”, explicou. Além das referências aos musicais clássicos da MGM, também é evidente a influência das cores vibrantes e da melancolia do francês “Os Guarda-Chuvas do Amor” (1964), de Jacques Demy. E Chazelle é o primeiro a confirmar a relação. “Nunca havia visto um filme como o de Demy, que emulava o estilo de musical da Metro Goldwyn Mayer que eu queria tomar emprestado, mas que lidava com os fatos da vida de forma mais realista”, ele comparou, durante a entrevista coletiva em Veneza. “Há algo de muito belo e poético sobre ‘Os Guarda-Chuvas do Amor. Muitas coisas podem acontecer depois de um ‘e viveram felizes para sempre’”, argumentou o jovem diretor de 31 anos. Para o diretor do Festival, Alberto Barbera, se “Whiplash” foi a revelação de um novo diretor, “La La Land” é a confirmação definitiva de Chazelle como um dos grandes cineastas americanos do século 21. E seus elogios foram ecoados até por um “rival”, o diretor artístico do Festival de Karlovy Vary, Karel Och, que disse, para a revista Variety, que o filme “faz o coração bater mais forte e te deixa sorrindo, o que pouquíssimos filmes de festival são capazes de fazer hoje dia”. As primeiras críticas não pouparam exaltação, com palavras como “impressionante”, “brilhante” e “pura poesia”. E muitos críticos lembraram que os três últimos filmes que conquistaram algumas das estatuetas mais importantes do Oscar tiveram première mundial em Veneza: “Gravidade” (2013), “Birdman” (2014) e “Spotlight” (2015). Estaria “La La Land” destinado a ser o quarto?
La La Land: Emma Stone canta e dança no trailer do novo filme do diretor de Whiplash
A Lionsgate divulgou uma nova foto, o pôster e um novo trailer do filme “La La Land”, que destaca a atriz Emma Stone (“O Espetacular Homem-Aranha”) cantando. Sua voz acompanha toda a duração da prévia, que também traz Ryan Gosling (“Dois Caras Legais”) ao piano e perdidamente apaixonado pela jovem companheira de cena. O filme é dirigido por Damien Chazelle e, assim como seu filme anterior, “Whiplash” (2014), é focada num músico de jazz. A diferença fica por conta de uma embalagem de musical hollywoodiano. A prévia mostra elementos característicos do gênero, com direito não só à música, mas também a muitos momentos dançantes. Na trama, Gosling vive um pianista que se apaixona por uma atriz aspirante (Emma Stone, de “O Espetacular Homem-Aranha”). Além do casal, que volta a contracenar pela terceira vez, o elenco também conta com o músico John Legend, vencedor do Oscar 2015 de Melhor Canção por “Glory” (do filme “Selma”), e J.K. Simmons, vencedor do Oscar 2015 de Melhor Ator Coadjuvante justamente por “Whiplash”. “La La Land” foi selecionado para abrir o Festival de Veneza em 31 de agosto, mas só terá estreia comercial em 16 de dezembro nos EUA, na reta final de qualificação para o Oscar 2017. O lançamento no Brasil está marcado para 12 de janeiro.
De Longe Te Observo confirma bom momento do cinema latino-americano
O venezuelano “De Longe Te Observo”, primeiro longa de Lorenzo Vigas, foi o vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza e chegou a ser exibido na 39ª. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo com seu título original, “Desde Allá”. O filme navega num universo em que a homossexualidade como desejo traz à tona uma série de questões e constrói uma narrativa complexa, muito forte, que surpreende. Tem uma estrutura consistente, que inclui a realidade social dos meninos de rua, mexe e brinca com preconceitos estabelecidos. E envereda por uma trama que tem elementos policiais e suspense. Faz tudo isso de forma bem concatenada. A narrativa se centra no relacionamento entre Armando (Alfredo Castro), um homem que paga para que jovens fiquem nus para ele se masturbar sem tocá-los, e Elder (Luís Silva), adolescente em situação de rua, que lidera uma gangue juvenil. A relação se dá por meio do dinheiro, mas se estabelece de forma complicada, trazendo muitos elementos. O dinheiro aparece como roubo, meio de agressão, chantagem, afeto ou solidariedade. Traz mistérios que envolvem o passado de Armando e o pai dele, que entrarão nessa relação, vinculando dois personagens que, a rigor, só estariam em contato em função de interesses imediatos e fugazes. Assim como o personagem Armando, a câmera observa as situações, passeia pela vida deles e de seus encontros, dá tempo para que entendamos o contexto e as variáveis que os envolvem, mantendo um clima seco, duro e algo misterioso. O que está para ser revelado nunca sabemos muito bem o que é, do que se trata realmente. A trama conta especialmente com os dois protagonistas em ótima atuação, sutil e contida, que ajudam a prender a nossa atenção para o que vai se desenrolar em camadas sucessivas. A história original que serviu de base para o roteiro do diretor é do escritor e roteirista mexicano Guillermo Arriaga, de trabalhos como “Babel” e “Amores Brutos”. O filme é coproduzido pelo México. E resultada num belo trabalho do cinema venezuelano, que confirma a observação de um grande momento criativo para a sétima arte na América Latina.
Estreias: Jason Bourne luta com O Bom Gigante Amigo por destaque nos cinemas
Com o circuito abarrotado de blockbusters, o thriller de ação “Jason Bourne” e o infantil “O Bom Gigante Amigo” chegam em metade dos cinemas que normalmente atingiriam. Mesmo com distribuição similar, em torno de 440 salas, o longa para crianças se destaca no circuito 3D (360 salas). “O Bom Gigante Amigo” volta a reunir o diretor Stephen Spielberg com a roteirista Melissa Mathison, recriando a parceria do clássico “E.T. – O Extraterrestre” (1982). Foi o último trabalho de Mathison, que morreu antes da estreia. Mas a adaptação da obra de Roald Dahl (autor de “A Fantástica Fábrica de Chocolate”) fez mais sucesso com a crítica (76% de aprovação no Rotten Tomatoes) que com o público, amargando o pior desempenho da Disney em 2016 e um inesperado fracasso na carreira de Spielberg (US$ 72 milhões de arrecadação mundial para um orçamento de US$ 140 milhões). “Jason Bourne” chega em estreia simultânea com os EUA, onde foi considerado pela crítica um dos títulos mais fracos da franquia. Com 57% de aprovação, só supera os 56% de “O Legado Bourne” (2012), rodado sem o protagonista original. A produção marca o retorno de Matt Damon ao papel-título e também do diretor Paul Greengrass ao comando da ação, e entrega exatamente o esperado, com muita correria, tiroteios e perseguições. A comédia “Os Caça-Noivas” completa o circuito dos shoppings, com lançamento em 147 salas. Besteirol americano, acompanha dois irmãos (Zac Efron e Adam Devine), que após estragarem muitas festas da família recebem um ultimato: só poderão aparecer no casamento da irmã acompanhados por namoradas. Logicamente, eles fazem o que qualquer idiota faria: vão à internet anunciar sua busca por pretendentes, atraindo duas jovens bagunceiras (Anna Kendrick e Aubrey Plaza), que vêem nos trouxas a chance de ganhar uma viagem de graça para o Havaí, onde o matrimônio acontecerá. A crítica americana torceu o nariz (39%), mas também viu na trama uma inversão de papeis mais engraçada e eficiente que a versão feminina de “Caça-Fantasmas”. Com cada vez menos salas disponíveis, o circuito limitado tem cinco estreias. Em 30 salas, a comédia francesa “A Incrível Jornada de Jacqueline” acompanha um fazendeiro argelino apaixonado por sua vaca Jacqueline, que realiza seu sonho ao viajar com ela para Paris, para participar de uma grande freira agrícola, aprendendo importantes lições de vida pelo caminho. Em tom de fábula, o filme não aprofunda, mas toca em alguns tópicos relevantes, como a questão da imigração na Europa atual, o que diferencia a obra de histórias similares. Premiado no Festival de Cannes do ano passado, o drama iraniano “Nahid – Amor e Liberdade” leva a 11 telas a história de uma mulher que, após o divórcio, recebe a guarda do filho sob a condição de não se casar novamente. Marcando a estreia da cineasta Ida Panahandeh, o longa se destaca pela rara oportunidade de mostrar um ponto de vista feminino sobre a posição de inferioridade que as mulheres possuem na sociedade islâmica. Vencedor do último Festival de Veneza, o drama venezuelano “De Longe te Observo” divide opiniões ao tratar de temas polêmicos, como homossexualidade e voyeurismo. Na trama, um gay de meia-idade que paga para jovens ficarem nus é agredido e roubado por um deles, dando início a um complexo relacionamento. Lento e repleto de silêncios, o filme também permite um vislumbre do cotidiano caótico venezuelano, como longas filas e a situação de pobreza e criminalidade da juventude. Estreia em sete salas. Completam o circuito dois filmes brasileiros. O terror “O Diabo Mora Aqui” combina a narrativa típica de casa mal-assombrada com o passado escravagista brasileiro, num resultado intrigante e bem acabado, distribuído em apenas quatro salas. A dupla de cineastas Rodrigo Gasparini e Dante Vescio já chamou atenção de produtores americanos, que incluirão um de seus curtas na vindoura antologia “O ABC da Morte 2.5”. Por fim, o documentário “Miller & Fried – As Origens do País do Futebol” resgata a importância de Charles Miller e Arthur Friedenreich para o futebol brasileiro no final do século 19 em duas salas (no Caixa Belas Artes e no Cine Odeon).
La La Land: Ryan Gosling se apaixona por Emma Stone em trailer de musical
A Lionsgate divulgou o primeiro trailer do filme “La La Land”, dirigido por Damien Chazelle. Como em “Whiplash” (2014), o filme de estreia do cineasta, a trama também é focada num músico de jazz, mas com uma embalagem de musical hollywoodiano. A prévia mostra elementos característicos do gênero, como a dança que se transforma em fantasia com efeitos de animação, além de cenas de interpretação musical, em que é possível ver John Legend, vencedor do Oscar 2015 de Melhor Canção por “Glory” (do filme “Selma”), tocando guitarra com o personagem vivido por Ryan Gosling (“Dois Caras Legais”). Na trama, Gosling vive um pianista que se apaixona por uma atriz aspirante (Emma Stone, de “O Espetacular Homem-Aranha”). Além do casal, que volta a contracenar pela terceira vez, o elenco também conta com participação de J.K. Simmons, vencedor do Oscar 2015 de Melhor Ator Coadjuvante justamente por “Whiplash”. O filme foi selecionado para abrir o Festival de Veneza em 31 de agosto, mas só terá estreia comercial em 16 de dezembro nos EUA, na reta final de qualificação para o Oscar 2017. O lançamento no Brasil está marcado para 12 de janeiro.
The Young Pope: Minissérie com Jude Law terá première no Festival de Veneza
A minissérie “The Young Pope”, que traz Jude Law como o fictício Papa Pio XIII, terá sua première mundial no Festival de Veneza deste ano. Os primeiros dois episódios da atração, dirigidos pelo italiano Paolo Sorrentino (do vencedor do Oscar “A Grande Beleza”), terão première mundial no evento, com exibição fora de competição. O primeiro filme de Sorrentino, “One Man Up” (L’uomo in più, 2001), foi lançado no Festival de Veneza e agora sua primeira incursão na TV repete a mesma trajetória. “É uma honra para mim retornar a Veneza”, afirmou o diretor em comunicado. “Eu estava aqui com o meu primeiro filme, e agora estou retornando com a minha primeira série de televisão. Como eu não acredito em coincidências, eu prefiro acreditar que hoje, assim como naquela época, o festival ousa em suas escolhas”. Sorrentino desenvolveu o projeto com Umberto Contarello (roteirista de “A Grande Beleza”) e Stefano Rulli (roteirista de “A Bela que Dorme”) e, além de produzir, também dirige os primeiros episódios. A atração terá ao todo 8 capítulos e abordará a história fictícia do Papa Pio XIII, que apesar de ser o mais jovem papa da História se revelará o mais conservador. O grandioso elenco internacional ainda inclui Diane Keaton (“O Natal dos Coopers”), Scott Shepherd (“Ponte dos Espiões”), Cécile De France (“O Enigma Chinês”), Javier Cámara (“Viver É Fácil com os Olhos Fechados”), Ludivine Sagnier (“O Dublê do Diabo”), Silvio Orlando (“Um Castelo na Itália”), James Cromwell (“O Artista”), Toni Bertorelli (“O Crocodilo”), Guy Boyd (“Foxcatcher”) e Sebastian Roché (série “The Originals”). Coproduzida pelo canal pago americano HBO, o italiano Sky e o francês Canal+, a produção tem locações no Vaticano, na Itália, nos EUA e na África e é inteiramente falada em inglês para atender ao público internacional. A 73ª edição do Festival de Veneza acontecerá entre 31 de agosto e 10 de setembro. Por sua vez, “The Young Pope” deve começar a ser exibida apenas em outubro nos EUA.
Abbas Kiarostami (1940 – 2016)
Morreu o cineasta iraniano Abbas Kiarostami, vencedor da Palma de Ouro em Cannes por “Gosto de Cereja” (1997). Ele faleceu aos 76 anos em Paris, onde tratava um câncer, informou nesta segunda-feira (4/7) a agência de notícias oficial do Irã, ISNA. O diretor já tinha passado por uma série de cirurgias e estava em Paris para completar o tratamento. Kiarostami era considerado um dos mais influentes diretores de seu país. Nascido em Teerã, em 22 de junho de 1940, fez faculdade de belas-artes e começou seu envolvimento com o cinema em 1969, quando foi nomeado diretor do departamento de cinema do Instituto para o Desenvolvimento Intelectual de Jovens e Adultos do Irã (Kanoon, na sigla original). Nesse período no Kanoon, no qual se manteve mesmo após a revolução islâmica, o cineasta se tornou uma das figuras mais proeminentes da new wave iraniana – equivalente à nouvelle vague francesa – , dirigindo diversos filmes de ficção e documentários a partir de meados dos anos 1970. Ele passou a chamar atenção internacional com “Onde Fica a Casa do Meu Amigo?” (1987), que lhe rendeu o Leopardo de Bronze em Locarno. O filme abriu uma trilogia, constituída ainda por “E a Vida Continua” (1992) e “Através das Oliveiras” (1994), que lidavam com os problemas da infância. Ambos foram premiados na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, evento que o tornou conhecido no país e que o homenageou com uma retrospectiva em 2004. A Palma de Ouro por “Gosto de Cereja” o consagrou definitivamente como autor, ao contar a história surreal de um homem em busca de alguém para enterrá-lo depois que ele se matar. Seu filme seguinte, “O Vento Nos Levará” (1999), foi premiado no Festival de Veneza. E a fama conquistada lhe permitiu avançar em projetos diversificados, indo filmar no exterior, pela primeira vez, para o documentário “ABC África”, um olhar contundente sobre a expansão da AIDS em Uganda. Também enquadrou a condição feminina, tema pouco explorado no cinema iraniano, no drama “Dez” (2002), centrada numa jovem mãe divorciada. Kiarostami também se tornou conhecido por incentivar outros cineastas de seu país. Ele escreveu os roteiros de “O Balão Branco” (1995) e “Ouro Carmim” (2003), que projetaram a carreira de seu ex-assistente Jafar Panahi com prêmios em Cannes – respectivamente, Melhor Filme de Estreia e Melhor Filme da Mostra Um Certo Olhar – , além de “Willow and Wind” (2000), dirigido por Mohammad-Ali Talebi, “Desert Station” (2002), de Alireza Raisian, “Men at Work” (2006), de Mani Haghighi, e “Meeting Leila” (2011), de Adel Yaraghi. Ele também realizou um filme que registrava apenas as expressões do público sentado no cinema, diante de uma projeção que ninguém mais vê. “Shirin” (2008) representou a materialização de sua ideia de que todo filme é uma obra inacabada, que só se completa com a ajuda do olhar do público. “Enquanto cineasta, eu conto com a intervenção criativa do público, caso contrário, filme e espectador desaparecerão juntos. No próximo século de cinema, o respeito ao espectador enquanto elemento inteligente e construtivo é inevitável. Para alcançá-lo, é preciso talvez se distanciar da ideia segundo a qual o cineasta é o mestre absoluto. É preciso que o cineasta também seja espectador de seu filme”, afirmou Kiarostami, na ocasião. Nos últimos anos, vinha filmando no exterior, num exílio autoimposto, em decorrência do recrudescimento político que, entre outras coisas, levou à prisão seu amigo Jafar Panahi, proibido pelo governo de dirigir por duas décadas. Seus últimos longas foram “Tickets” (2005), rodado num trem rumo à Roma na companhia de outros dois mestres, o britânico Ken Loach e o italiano Ermanno Olmi, “Cópia Fiel” (2010) na região da Toscana, com a estrela francesa Juliette Binoche, e “Um Alguém Apaixonado” (2012) feito no Japão. Sua morte emocionou outro amigo, Ashgar Farhadi, cineasta premiado com o Oscar por “A Separação” (2011), que comendou a perda para o jornal britânico The Guardian: “Kiarostami não foi só um cineasta, foi um místico moderno, tanto no seu cinema como na sua vida privada. Ele abriu caminho a outros e influenciou inúmeras pessoas. O mundo inteiro, não apenas o mundo do cinema, perdeu um grande homem.”
Festival de Veneza divulga o pôster da edição de 2016
A organização do Festival de Veneza divulgou o pôster de sua edição de 2016. Trata-se do quinto consecutivo concebido pelo artista Simone Massi, animador premiado que já venceu mais de 200 prêmios em festivais de cinema com diversos curta-metragens. Seus cartazes anteriores para o festival homenagearam filmes de Wim Wenders (“Paris, Texas”), François Truffaut (“Os Incompreendidos”), Theo Angelopoulos (“A Eternidade e um Dia”) e Federico Fellini (“E la Nave Va”). Mas, desta vez, a nova arte não referencia obras conhecidas, destacando o espectador anônimo. A ilustração, que apresenta um rapaz de costas (o cabelo lembra o próprio Simone), foi descrita como o “momento de expectativa” do cinema. O 73º Festival Internacional de Veneza vai acontecer entre 31 agosto e 10 setembro, com abertura do filme “La La Land”, segundo longa do cineasta Damien Chazelle (“Whiplash”).
La La Land: Novo filme do diretor de Whiplash abrirá o Festival de Veneza
O filme “La La Land”, segundo longa do cineasta Damien Chazelle (“Whiplash”), foi selecionado para abrir a a 73ª edição do Festival de Veneza. Assim como “Whiplash”, o filme é focado num músico de jazz, mas a trama pretende ser também um olhar para as pessoas que tentam entrar no mundo artístico de Los Angeles. Na trama, um pianista (Ryan Gosling, de “Dois Caras Legais”) se apaixona por uma atriz aspirante (Emma Stone, de “O Espetacular Homem-Aranha”). Além do casal, o elenco também contará com participação do músico John Legend, vencedor do Oscar 2015 de Melhor Canção por “Glory” (do filme “Selma”), e J.K. Simmons, que venceu o Oscar 2015 de Melhor Ator Coadjuvante justamente por “Whiplash”. “La La Land” também é um musical, que presta tributo à era de ouro do gênero em Hollywood, e inclui muitas cenas de dança. O Festival de Veneza acontece de 31 de agosto a 10 de setembro na Itália. Já a estreia comercial do longa de Chazelle está marcada para 16 de dezembro nos Estados Unidos e 12 de janeiro no Brasil.
Diretor dos últimos 007, Sam Mendes vai presidir o juri do Festival de Veneza
Os organizadores do Festival de Veneza anunciaram o cineasta Sam Mendes como presidente do juri que irá distribuir os prêmios de sua mostra competitiva de 2016. Diretor dos dois últimos filmes do espião James Bond, “007 Operação Skyfall” (2012) e “007 Contra Spectre” (2014), Sam Mendes já venceu o Oscar (Melhor Filme e Direção) por “Beleza Americana” (2000) e concorreu ao Leão de Ouro do próprio Festival de Veneza com “Estrada para a Perdição” (2002). O diretor do Festival de Veneza, Alberto Barbera, elogiou o cineasta britânico, e afirmou que “as produções de Mendes são capazes de conciliar as expectativas dos mais diferentes críticos com os gostos dos mais variados públicos.” O cineasta também se manifestou, em comunicado, lembrando sua ligação com o festival. “Estou muio honrado por ter sido chamado. Eu sempre tive uma forte ligação com Veneza. Como estudante, trabalhei por três meses na coleção de Peggy Guggenheim em 1984 e minha melhor memória foi a exibição de ‘Estrada para a Perdição’ em Veneza em 2002”, disse o diretor. O próximo filme de Mendes será a adaptação de “The Voyeur’s Motel”, baseado no polêmico livro do escritor Gay Talese sobre o dono de um motel que espionou seus hóspedes por várias décadas. A adaptação será produzida por Steven Spielberg (“Ponte dos Espiões”) para o estúdio DreamWorks e, por enquanto, não há maiores detalhes sobre o projeto. O 73º Festival de Veneza será realizado de 31 de agosto a 10 de setembro na cidade italiana que lhe dá nome.











