Harvey Weinstein é condenado a 23 anos de prisão
O ex-produtor de cinema Harvey Westein foi sentenciado nesta quarta (11/3) a 23 anos de prisão, após ser considerado culpado de dois casos de estupro e assédio sexual. Weinstein foi à corte em Nova York, à frente do juiz James Burke — que anunciou a sentença — e falou durante a audiência de hoje. Em tom baixo, disse estar confuso quanto às acusações e afirmou ter remorso pelas mulheres. “Eu tenho um grande remorso por todas vocês. Eu tenho grande remorso por todas as mulheres”, afirmou Weinstein. Entretanto, afirmou que acreditava ter uma “amizade séria” com Miriam Haley e Jessica Mann, suas vítimas. Ele segue negando os abusos e diz que fez sexo consensual com elas. “Não vou dizer que elas não sejam grandes pessoas. Eu tive tempos ótimos com essas pessoas. Estou genuinamente confuso. Homens estão confusos com essa situação”, afirmou ele. Weinstein foi condenado por um estupro em um hotel de Nova York ocorrido em 2013 e por ter forçado outra mulher a fazer sexo oral nele, em seu apartamento, em 2006. Embora a condenação tenha sido sobre esses dois casos, Weinstein também ficou “confuso” com cerca de outra centena de mulheres, que o denunciaram nas redes sociais, dando início ao movimento #MeToo. Por décadas, ele se aproveitou de jovens atrizes, algumas que ficaram, inclusive, bastante famosas, e exerceu seu poder financeiro e de influência social para manter o histórico de abusos em segredo, até que duas reportagens do final de 2017 acabaram com o sigilo, trazendo toda a obscenidade à tona. Quando a verdade se tornou conhecida, 36 mulheres apresentaram acusações contra Weinstein, porém a maioria esmagadora não pôde ser levada à justiça, devido à prescrição, e apenas os dois casos recentes foram julgados em Nova York. Além dessa condenação, Weinstein também deve enfrentar outro julgamento, por casos acontecidos em Los Angeles, que pode aumentar ainda mais sua pena. Diante do destino do ex-produtor, sua advogada Donna Rotunno considerou a pena “obscena”. “A sentença que acabou de ser proferida por este tribunal foi obscena. Estou com muita raiva por esse número (de anos de prisão). Eu acho que esse número é um número covarde para dar”, disse Rotunno. “Tem assassinos que vão sair da prisão em menos tempo que Harvey Weinstein”, completou. Além dos 23 anos, a sentença de Weinstein ainda proferiu que, após ser libertado, ele passará mais cinco sob supervisão da Justiça norte-americana. A advogada queria pena mínima, de cinco anos. Mas ele poderia ter sido condenado à prisão perpétua, caso também fosse considerado culpado das acusações de ser um predador sexual, os delitos mais graves no processo. Apesar do vasto histórico, não houve consenso entre o júri sobre a denúncia de abusos em série, apenas sobre os casos julgados. Em seu pronunciamento final, o promotor Cyrus Vance Jr agradeceu às vítimas por contaram suas histórias no tribunal. “Agradecemos às sobreviventes por suas notáveis declarações e coragem indescritível nos últimos dois anos. Harvey Weinstein empregou nada menos que um exército de espiões para mantê-las caladas. Mas elas se recusaram a ficar caladas e foram ouvidas. Suas palavras derrubaram um predador e o colocaram atrás das grades, e deram esperança aos sobreviventes de violência sexual em todo o mundo”, declarou. Já a defesa pediu ao juiz para aplicar a pena mínima, porque Weinstein é um profissional bem-sucedido que ganhou dezenas de Oscars. “Sua história de vida, suas conquistas, suas lutas são simplesmente notáveis e não devem ser ignoradas, devido ao veredicto do júri”, alegou. Pai de cinco filhos, o ex-produtor de cinema está com a saúde abalada desde o início do julgamento. Além de ter comparecido ao tribunal de muletas, quando recebeu o veredito de culpado sentiu palpitações e dores no peito, foi levado para um hospital e acabou submetido a uma cirurgia cardíaca de emergência. Para sua advogada a longa sentença contra ele equivale a uma sentença de morte.
Corey Feldman acusa Charlie Sheen de estuprar Corey Haim quando este era menor
Corey Feldman, que foi um dos atores mirins mais famosos dos anos 1980 – estrela de “Os Goonies”, “Conta Comigo”, “Garotos Perdidos”, etc – , lançou na noite de segunda (9/3) o documentário “My Truth: The Rape of Two Coreys”, em que ele denuncia os homens que supostamente teriam abusado sexualmente dele e do amigo Corey Haim, seu colega em “Garotos Perdidos” e “Sem Licença para Dirigir”, quando ainda eram menores. O nome do astro Charlie Sheen aparece entre os acusados. Segundo Feldman, Sheen estuprou Haim durante as gravações do filme “A Inocência do Primeiro Amor” (1986), que ambos protagonizaram. No documentário, ele alega que seu amigo, falecido em 2010, lhe contou tudo o que teria acontecido na época. “Isso não foi uma coisa do tipo que aconteceu uma vez. Isso não foi como: ‘Ah, por falar nisso, isso aconteceu’. Ele deu muitos detalhes sobre isso”, alega Feldman no documentário. E, em seguida, cita os detalhes. “Ele me disse: ‘Charlie me curvou entre dois carros, passou óleo nas minhas nádegas e me estuprou em plena luz do dia’. Qualquer pessoa poderia ter passado, qualquer um poderia ter visto.” A ex-mulher de Feldman, Susannah Sprague, reforçou a acusação em seu depoimento. “Ele me contou que foi estuprado no set do filme quando ainda era um garoto”, disse. “Ele me contou que Charlie Sheen foi o responsável”, apontou. Haim tinha 13 anos durante as gravações de “A Inocência do Primeiro Amor” (1986), enquanto Charlie Sheen estava com 19 anos. Procurado pela revista Entertainment Weekly, Sheen negou de forma categórica qualquer envolvimento no caso. Não é a primeira vez que esta história vem à tona. Em 2017, no começo do movimento #MeToo, o ator Dominick Brascia (“Sexta-Feira 13 – Parte 5: Um Novo Começo”) tornou-se o primeiro a contar ter ouvido de Corey Haim que ele e Sheen fizeram sexo durante a filmagem de “A Inocência do Primeiro Amor”. Mas sua versão tinha detalhes diferentes. “Ele me disse que eles fumaram maconha e transaram. Ele disse que eles fizeram sexo anal. Haim me contou que, depois, Sheen ficou muito distante e o rejeitou. Quando Corey quis ficar de novo, Charlie não teve interesse.” Na época, Sheen também negou as alegações e instaurou processos legais por difamação contra o responsável pela declaração, que acabou morrendo em 2018. Judy Haim acredita que Dominick Brascia foi quem, na verdade, abusou de seu filho, e teria lançado essa cortina de fumaça para escapar da acusação. Brascia também é nomeado como suposto molestador de Haim no documentário de Feldman, lançado em Los Angeles na segunda-feira. Em seu documentário, Feldman ainda afirma ter sido, ele próprio, abusado sexualmente por outros três homens quando jovem: o ator Jon Grissom, o dono de boate Alphy Dominick e o empresário de jovens talentos Marty Weiss. “Eu já disse que não fui eu. Eu estou cansado de dizer e de ninguém me ouvir. Eu não vou mais repetir isso”, afirmou Grissom, ao negar as acusações. Feldman, que também era amigo pessoal de Michael Jackson, não nomeou o cantor em seu filme. Com comportamento considerado bizarro, o ator tem se apresentado como vítima de ameaças desde que anunciou o projeto, inclusive alegando ter sobrevivido a uma tentativa de assassinato. A polícia não encontrou evidências do ataque, nem mesmo do ferimento à faca supostamente sofrido pelo ator. Durante a première do documentário, na noite passada, Feldman chegou a interromper a projeção do documentário, acompanhada por amigos pessoais e integrantes da imprensa, para anunciar que o streaming simultâneo da produção estava sendo sabotado. Ele ameaçou até não mostrar o resto do filme – a parte em que nomeava as pessoas citadas acima. Mas, depois da performance, retomou a sessão.
Porta-voz de Bill Cosby defende Harvey Weinstein de julgamento injusto e parcial
Condenado por estupro e agressão sexual na segunda-feira (24/2), o produtor de cinema Harvey Weinstein recebeu apoio de outro colega famoso na mesma situação, o ator americano Bill Cosby. Usando as redes sociais de Cosby, uma porta-voz do ator, Andrew Wyatt, defendeu Weinstein, dizendo que o dia foi “muito triste” para o sistema judicial americano. “Não há como alguém acreditar que Weinstein iria receber um julgamento justo e imparcial.” Para justificar esse entendimento, ele cita que os jurados não ficaram isolados e, portanto, tiveram acesso à cobertura da imprensa e aos “sentimentos da opinião pública” sobre o assunto. “Aqui está a pergunta que deve assombrar todos os americanos, especialmente homens ricos e famosos. Para onde vamos neste país para encontrar justiça e imparcialidade no sistema judicial; e para onde vamos neste país para encontrar o devido processo legal?” Cosby foi condenado em 2018 por agredir sexualmente uma mulher. A sentença garante que ele não passará menos de três anos atrás das grades antes que se torne elegível para liberdade condicional supervisionada, embora possa ficar na prisão por até uma década. Ele foi a primeira celebridade condenada por abuso sexual desde o início do movimento #MeToo, deflagrado após os ataques de Weinstein a atrizes, modelos e assistentes se tornarem públicos no fim de 2017. Desde então, vários homens poderosos do entretenimento, da política e de outros campos perderam empregos e foram processados por assédio e coisas piores. Ver essa foto no Instagram Official Statement From Andrew Wyatt Regarding The Verdict Of Harvey Weinstein: This is not shocking because these jurors were not sequestered, which gave them access to media coverage and the sentiments of public opinion. There’s no way you would have anyone believe that Mr. Weinstein was going to receive a fair and impartial trial. Also, this judge showed that he wanted a conviction by sending the jurors back to deliberate, after they were hung on many of the counts. Here’s the question that should haunt all Americans, especially wealthy and famous men…Where do we go in this country to find fairness and impartiality in the judicial system; and where do we go in this country to find Due Process? Lastly, if the #metoo movement isn’t just about Becky [White women], I would challenge #metoo and ask them to go back 400+ years and tarnish the names of those oppressors that raped slaves. This is a very sad day in the American Judicial System. #FreeBillCosby #FarFromFinished #DueProcess #JusticeReform Uma publicação compartilhada por Bill Cosby (@billcosby) em 24 de Fev, 2020 às 11:17 PST
Um dia após vídeo ameaçador, escritor que acusou Kevin Spacey de assédio se suicida
O escritor norueguês Ari Behn se suicidou no Natal aos 47 anos. Ex-marido da princesa da Noruega Martha Louise, Behn era um autor de peças de teatro reconhecido em seu país e foi um dos homens a acusar o ator Kevin Spacey de assédio. Em 2017, ele denunciou o ator por tê-lo apalpado durante um evento do Prêmio Nobel da Paz. No mesmo ano, o escritor e a princesa Martha Louise se divorciaram, um acontecimento inédito na família real norueguesa. Ari Behn deixa três filhas, todas com a princesa: Maud Angelica, de 16 anos, Leah Isadora, 14, e Emma Tallulah, 11. Curiosamente, um dia antes do suicídio, Spacey liberou um vídeo encarnando seu personagem na série “House of Cards”, o político Frank Underwood, em que transmitiu um recado natalino ameaçador. “A próxima vez que alguém fizer algo que você não gosta, você pode atacar. Mas você também pode se segurar e fazer o inesperado. Você pode … matá-los com bondade”. Esta é a segunda morte súbita relacionada a acusadores de Spacey. Em outubro, o ator se livrou de um processo por assédio devido à morte do acusador, aparentemente de câncer. O massagista, cuja identidade permaneceu anônima, denunciou Spacey por tê-lo apalpado durante uma sessão. Depois da morte, o processo acabou cancelado na corte de Los Angeles. O ator ainda teve outro processo, movido por um rapaz que tinha 18 anos na época do assédio, retirado abruptamente na véspera de ir a julgamento. Spacey também chegou a ser investigado por oficiais do Departamento de Abuso Infantil e Ofensas Sexuais de Los Angeles, que coletaram um total de seis denúncias. Prescrição e falta de provas impediram todos os casos de ir a julgamento. Apesar das reviravoltas, que parecem vir de um roteiro da série “House of Cards”, manterem Spacey em liberdade, sua carreira acabou condenada. Ele foi acusado de assédio até por integrantes da produção da própria “House of Cards” e terminou demitido pela Netflix. A série de denúncias só veio à tona após o também ator Anthony Rapp (série “Star Trek: Discovery”) dar seu relato ao site Buzzfeed, afirmando em outubro de 2017 que tinha sido assediado sexualmente por Spacey em 1986, quando tinha 14 anos. Desde então, as acusações se multiplicaram. Como consequência, Spacey foi demitido de vários projetos e teve sua presença no drama “Todo o Dinheiro do Mundo” extirpada após o fim das filmagens. O diretor Ridley Scott chamou às pressas o ator Christopher Plummer para refazer as cenas de Spacey e o substituto foi até indicado ao Oscar.
Kevin Spacey grava vídeo bizarro de Natal sugerindo matar com bondade
O ator Kevin Spacey divulgou um vídeo bizarro nesta véspera de Natal (24/12), num tom que sugere a adoção da personalidade do presidente Frank Underwood, seu personagem na série “House of Cards”. O vídeo chega exatamente um ano após ele divulgar outra gravação excêntrica, “Let Me Be Frank”, em que comentava as acusações de assédio contra ele. A mensagem de pouco menos de 1 minuto parece mais uma vez direcionada a seus acusadores e os problemas do ator na Justiça. O recado final, porém, é assustador. “A próxima vez que alguém fizer algo que você não gosta, você pode atacar. Mas você também pode se segurar e fazer o inesperado. Você pode … matá-los com bondade”. A mensagem lembra, inevitavelmente, que um massoterapeuta que acusou Spacey de assédio morreu em setembro. Depois da morte do acusador, o processo contra o ator acabou cancelado na corte de Los Angeles. O ator também teve outro processo, movido por um rapaz que tinha 18 anos na época do assédio, retirado abruptamente na véspera de ir a julgamento. Spacey também chegou a ser investigado por oficiais do Departamento de Abuso Infantil e Ofensas Sexuais de Los Angeles, que coletaram um total de seis denúncias. Prescrição e falta de provas impediram todos os casos de ir a julgamento. Por conta disso, ele não foi condenado e ainda brincou no vídeo que 2019 “foi um ano muito bom”. As reviravoltas parecem vir de um roteiro da série “House of Cards”, em que Spacey interpretava o presidente corrupto e implacável dos Estados Unidos, capaz de dar um destino trágico a todos que cruzassem seu caminho. Ele também foi acusado de assédio por integrantes dessa produção e acabou demitido pela Netflix. O ator livrou-se, assim, de punições da justiça. Mas viu sua carreira desmoronar nos últimos dois anos, após o colega Anthony Rapp (série “Star Trek: Discovery”) relatar ao site Buzzfeed que tinha sido assediado sexualmente por ele em 1986, quando tinha 14 anos. Desde então, as denúncias contra Spacey se multiplicaram. Como consequência, foi demitido de vários projetos e teve sua presença no drama “Todo o Dinheiro do Mundo” extirpada após o fim das filmagens. O diretor Ridley Scott chamou às pressas o ator Christopher Plummer para refazer as cenas de Spacey e o substituto foi até indicado ao Oscar. Spacey não está envolvido em nenhum projeto de cinema, nem parece haver clima para a retomada de sua carreira.
Um Dia de Chuva em Nova York mostra desilusão de Woody Allen com a vida
Chegará o dia em que os filmes dos anos 2010 de Woody Allen serão revalorizados. Claro que isso só o tempo dirá, mas, a impressão que dá, vendo “Um Dia de Chuva em Nova York” (2019), é que o tom do filme lembra bastante o de algumas obras de Éric Rohmer ou de Hong Sang-soo. Não há um compromisso com o naturalismo nas interpretações, no ritmo das falas. No caso do filme de Allen, a velocidade dos acontecimentos é coerente com a agilidade dos diálogos. Há, como sempre, a projeção da própria persona de Woody Allen em seus personagens, e isso se vê em ambos os protagonistas. Enquanto Timothée Chalamet simboliza aquele aspecto mais amargo e pouco entusiasmado com a vida, ainda que não tanto quanto o protagonista de “Homem Irracional” (2015), que chegava ao niilismo, temos também a personagem entusiasmada, vivida com encanto por Elle Fanning. Ele vem de uma família abastada de Manhattan, embora não fique nada à vontade com suas origens e viva fugindo dos familiares e de uma festa que deveria estar presente; ela também vem de família rica, seu pai é um banqueiro em Tucson, Arizona, mas é alvo de chacota, por causa do lugar de origem, pelos amigos nova-yorquinos de Gatsby (personagem de Chalamet), que a consideram uma caipira. O filme começa com uma narração em voice-over por Gatsby, que confessa estar apaixonado por Ashleigh (Fanning), e isso lhe traz mais prazer de viver. Ela precisa ir a Nova York para entrevistar um famoso diretor de cinema para seu trabalho na faculdade e os dois partem para um par de dias em Manhattan. Gatsby tinha seus planos para o dia com Ashleigh: visitar museus, comer em bons restaurantes, passear bastante. Mas aí surgem alguns empecilhos, já que o diretor (Liev Schreiber), muito provavelmente por parecer atraído pela jovem estudante, decide dar-lhe um furo de reportagem, dizer o quanto está desgostoso com o projeto e ainda por cima mostrar uma prévia do novo filme, ainda em fase de produção. Uma oportunidade dessas Ashleigh não ia perder. E por isso vai adiando o encontro com o namorado, que vai sendo cada vez mais deixado de lado. As trajetórias de Gatsby e Ashleigh vão seguindo por caminhos opostos com relação ao encaminhamento de como ver a vida: enquanto ela parece uma criança em uma loja de doces à frente daquele universo hollywoodiano, com homens mais velhos da indústria bastante interessados sexualmente naquela jovem bela e com um figurino que lembra uma colegial, ela parece totalmente dona da situação, tanto por ser desejada até mesmo por um ator símbolo sexual (personagem de Diego Luna). Enquanto isso, sentindo uma falta enorme da namorada, Gatsby visita um set de filmagens de um amigo estudante de cinema e dá de cara com a irmã de uma ex-namorada, Chan (Selena Gomez), uma personagem atraente. Ele acaba participando do filme e a cena de beijo dos dois, num dos takes, é um dos pontos altos da temperatura erótica do filme. A outra cena boa, sensualmente falando, envolve a chegada de Ashleigh à casa do personagem de Diego Luna. Há quem veja a situação de Ahsleigh, ao final dessa situação, como humilhante, e talvez seja mesmo, mas há também algo de belamente erótico e perverso. Paralelamente, enquanto Ashleigh recebe uma bofetada ao ser exposta ao doce e ao amargo do showbizz hollywoodiano, Gatsby, ao ter uma conversa com a mãe, passa a ter uma ideia melhor de sua vida e de suas origens. Assim, “Um Dia de Chuva em Nova York” se torna um filme que apresenta uma visão agridoce da vida, num clima de desilusão que mistura parte do romantismo visto recentemente em “Magia ao Luar” (2014) com a amargura e a certeza de que a vida é que dá as cartas de “Café Society” (2016). Completando tudo isso, a fotografia linda do mestre Vittorio Storaro, que trabalhou com Allen no anterior “Roda Gigante” (2017), apresenta uma luz tão bela e tão própria do trabalho do cinematógrafo, que só é um pouco suavizada pela presença da chuva, símbolo das situações emocionalmente instáveis da vida de todos os personagens. Além do mais, não deixa de ser um alívio poder compartilhar mais uma vez o universo familiar e delicioso dos filmes de Allen, depois de tanta confusão causada pelas acusações de sua filha adotiva, que quase impediram o lançamento do filme, ao resgatar polêmicas da década de 1990 jamais comprovadas, mas revigoradas nesse momento de caça às bruxas. Mesmo agora, depois de ter entrado em um acordo com a Amazon, “Um Dia de Chuva em Nova York” segue inédito em seu país de origem. Enquanto isso, Allen já tem um novo filme em fase de pós-produção, rodado na Espanha.
Astro de novelas argentinas se refugia no Brasil após ordem de prisão por estupro
A Interpol emitiu uma ordem de captura contra o ator Juan Darthés, astro veterano de novelas argentinas, que está atualmente no Brasil. Ele é acusado de estupro pela atriz Thelma Fardin (“Sou Luna”). Nascido em São Paulo, com o nome Juan Rafael Pacífico Dabul, o ator de 55 anos foi acusado formalmente pela Justiça da Nicarágua, onde o abuso teria acontecido, pelo crime de “estupro agravado”. Pouco após saber da denúncia, Dathés viajou ao Brasil. Nicarágua e Brasil não têm acordos de extradição. Há duas semanas, a Justiça nicaraguense pediu uma ordem de captura internacional à chefe da Interpol no país, que aceitou a solicitação. “Isso vem de uma justiça que é muito questionada não pela questão de Darthés, mas por todos os excessos e transgressões que tiveram em seus direitos individuais”, disse o advogado de Darthés, Fernando Burlando, ao canal Todo Noticias. Segundo a denúncia, o ator se aproveitou da “relação de confiança” com Fardin para cometer a agressão sexual em um hotel em Manágua, quando ela tinha 16 anos, durante a divulgação da novela infantil “Patinho Feio” (2007-2008), que ambos protagonizavam. O advogado de Darthés em Manágua, César Guevara, solicitou ao juiz do caso, Celso Urbina, que não efetuasse a ordem de captura contra o ator. Além disso, pediu ao juiz que investigasse o passado da atriz para descartar dúvidas sobre se ela sofreu abuso sexual ou não. Darthés também pediu para que a denunciante fosse chamada para esclarecer se, no passado, acusou algum ex-namorado da mãe – ou outros – de tentar abusar dela, e se ela já foi vítima de estupro ou outro tipo de violência. O juiz Urbina indeferiu, por enquanto, o pedido de investigação sobre o passado da atriz. Fardin acusou publicamente o ator em dezembro de 2018 em um vídeo no qual relatava o suposto estupro. Antes, viajou à Nicarágua para apresentar a denúncia. “No ano de 2009, estava em turnê com um programa infantil de muito sucesso. Eu tinha 16 anos, era uma menina. O único ator adulto que viajava conosco tinha 45 anos. Uma noite, ele começou a me beijar no pescoço, e eu disse ‘não. Ele agarrou a minha mão e me fez tocá-lo”, contou a atriz. A denúncia teve grande repercussão na Argentina. Em entrevista, o ator garantiu que nunca estuprou ninguém e que foi a própria atriz que tentou seduzi-lo, mas que ele disse “não”. Veja abaixo o vídeo da denúncia de Fardin, um dos casos mais impactantes da versão argentina do movimento #MeToo, batizada de #MiraComoNosPonemos.
Manifestantes impedem première do novo filme de Polanski na França
Um grupo de cerca de 40 manifestantes bloqueou a entrada de um cinema que receberia a première de “An Officer and a Spy” (J’Accuse), novo filme de Roman Polanski, na noite de terça-feira (12/11) em Paris, resultando no cancelamento da exibição. Vestindo preto e equipado com sinalizadores vermelhos e cartazes com os nomes das mulheres que acusaram o diretor de estupro, o grupo se manifestou por cerca de uma hora em frente ao cinema Le Champo, até a sessão ser cancelada. Mas essa não foi a première principal do longa. A sessão de gala aconteceu na mesma hora no cinema UGC Normandie, nos Champs-Elysées, com a presença de Polanski, sem encontrar protestos semelhantes. Polanski foi recentemente acusado por um fotógrafa francesa, Valentine Monnier, de estuprá-la em seu chalé suíço em 1975. Ele negou as acusações por meio de seu advogado. Mas ela é a sexta mulher a acusar o diretor de violência sexual cometida nos anos 1970. O vencedor do Oscar vive na França desde que fugiu dos EUA em 1978, no meio de um julgamento em que se declarou culpado de fazer sexo com uma garota de 13 anos. Monnier disse que resolveu revelar o estupro justamente devido à estreia de “An Officer and a Spy” (J’accuse), em que Polanski filma um famoso erro judicial francês, o caso Dreyfus, em que um inocente é injustamente condenado por um crime que não cometeu. O diretor já teceu comentários comparando-se a Dreyfus. O longa foi lançado no Festival de Cinema de Veneza, onde venceu o Prêmio do Grande Júri. Na semana passada, o filme foi indicado a quatro European Film Awards pela Academia Europeia. Mas quanto mais prestígio conquista a obra, mais intensos se tornam os protestos. No início desta semana, o ator Jean Dujardin, indicado a Melhor Ator Europeu por “An Officer and a Spy”, cancelou uma entrevista com a principal emissora francesa, TF1, alegando que não queria responder perguntas sobre novas acusações contra Polanski. Também na terça-feira, embora sem mencionar Polanski pelo nome, a Associação Francesa de Cineastas, ARP, divulgou um comunicado dizendo que “apoia fortemente todas as vítimas de violência moral e sexual” e que “deve levar em conta que nossas profissões, pelo poder que exercem, podem abrir a porta a excessos repreensíveis ”. A declaração ainda avisa que a ARP “proporá ao próximo conselho de administração que, a partir de agora, qualquer membro considerado culpado de uma ofensa sexual seja excluído e que qualquer membro denunciado pelo mesmo motivo seja suspenso”. Polanski é membro da organização. “An Officer and a Spy” estreia comercialmente nesta quarta (13/11) na França, sob campanha de boicote de vários grupos de pressão. Não há previsão para seu lançamento no Brasil. Vale lembrar que manifestantes também impediram a première de outro filme europeu na semana passada, por motivos bem diferentes e num espectro político oposto na escala do radicalismo cultural. Manifestantes de extrema direita atacaram o público da estreia do premiado “And Then We Danced”, de Levan Akin, em Tbilisi, capital da Geórgia, por prestigiarem uma história de amor LGBTQIA+, entre dois jovens dançarinos georgianos de balé. Eles também querem impedir o filme vencedor de prêmios internacionais de ser exibido nos cinemas do país.
Woody Allen entra em acordo com a Amazon e encerra processo por quebra de contrato
O cineasta Woody Allen entrou em acordo com a Amazon para encerrar a disputa judicial que travava com a empresa. Na noite de sexta-feira (9/11), Allen retirou o processo que movia contra a produtora por rompimento de um contrato para a produção de quatro filmes e pela recusa em distribuir um filme que ele já havia terminado – “Um Dia de chuva em Nova York”. Os termos do acordo não foram divulgados. Em fevereiro, Allen havia processado duas unidades da Amazon, reivindicando que elas não poderiam ter rompido os planos de distribuição por conta de uma acusação “sem base” de que ele teria molestado sua filha Dylan Farrow. As acusações não são novas e o diretor sempre negou tudo, retrucando que resultam de lavagem cerebral promovida pela mãe da jovem, Mia Farrow. Allen não foi condenado quando o caso foi levado a tribunal nos anos 1990, durante a disputa da guarda das crianças, e nunca foi acusado de abuso por nenhuma atriz com quem trabalhou ao longo de meio século de carreira. Mas Dylan aproveitou o movimento #MeToo no final de 2017 para resgatar a história e conseguiu criar uma reação de repúdio generalizado, como se houvesse fato novo. Em sua ação, Allen argumenta que a Amazon já sabia da acusação quando fechou o contrato. A Amazon respondeu dizendo que a amplificação da denúncia pelo #MeToo mudou as condições do negócio, pois impedia o estúdio de recuperar qualquer investimento que fizesse no diretor. Numa moção para descartar parte do processo de Allen, os advogados da Amazon afirmaram: “Dezenas de atores e atrizes expressaram profundo pesar por terem trabalhado com Allen no passado, e muitos declararam publicamente que nunca trabalhariam com ele no futuro”. Isto realmente aconteceu. Mas passados dois anos, a maré mudou, aumentando a quantidade de astros que vieram à público defender Allen, dizendo-se dispostos a trabalhar com o diretor quando ele quisesse, como Scarlett Johansson em setembro passado e Jeff Goldblum nesta semana. Isto pôs por terra os argumentos da Amazon. Para completar, a empresa de Allen, Gravier Productions, conseguiu fechar diversos lançamentos internacionais para “Um Dia de chuva em Nova York”, obra que a Amazon bloqueou nos Estados Unidos, e já arrecadou US$ 11,5 milhões em cinemas em todo o mundo. No Brasil, o filme protagonizado Timothée Chalamet, Elle Fanning e Selena Gomez chega aos cinemas no dia 21 de novembro. O acordo deve liberar o filme para ser lançado na América do Norte. Allen também fechou uma parceria com a produtora espanhola Mediapro e já rodou um novo filme na Espanha, “Rifkin’s Festival”, atualmente em pós-produção para um lançamento em 2020.
Roman Polanki é alvo de nova denúncia de estupro cometido nos anos 1970
A fotógrafa francesa Valentine Monnier acusou publicamente o cineasta Roman Polanski de tê-la estuprado em 1975 na Suíça, quando ela tinha 18 anos. A denúncia foi publicada pelo jornal Le Parisien nesta sexta (8/11), a poucos dias da estreia do novo filme do diretor de 86 anos. Este, por sinal, teria sido o motivo dela decidir se manifestar. Monnier disse que resolveu revelar o estupro devido à estreia do filme “An Officer and a Spy” (J’accuse), em que Polanski filma um famoso erro judicial francês, o caso Dreyfus, em que um inocente é injustamente condenado por um crime que não cometeu. Polanski já teceu comentários comparando o seu caso com o de Dreyfus. “Não tinha qualquer relação com ele, pessoal ou profissional, só o conhecia”, relatou Monnier, que foi modelo em Nova York e participou de alguns filmes nos anos 1980, como “Três Homens e um Bebê”. “Foi de uma violência extrema, após esquiar, em seu chalé em Gstaad (Suíça), me agrediu até que me entreguei. Então me violentou me fazendo sofrer”. O advogado do cineasta, Hervé Temime, afirmou ao jornal Parisien que Polanski “nega firmemente qualquer acusação de estupro”, e destaca que fatos que teriam ocorrido há 45 anos “jamais foram levados ao conhecimento das autoridades”. A denunciante confirmou que jamais informou o crime – agora prescrito – à polícia. Ela foi a sexta mulher a acusar Polanski de estupro. O cineasta é considerado foragido pela justiça dos Estados Unidos, após se exilar na França em meio ao julgamento de 1977 em que se declarou culpado de ter mantido relações sexuais com Samantha Geimer, então com 13 anos. Ela foi compensada financeiramente por Polanski e ainda escreveu um livro sobre sua história, e nos últimos anos vem defendendo o diretor por considerar que ele cumpriu sua pena – ficou preso alguns dias nos anos 1970 e novamente em 2009, além de ficar impedido de trabalhar em Hollywood mulheres surgiram com denúncias de abuso sexual de décadas atrás. As denúncias anteriores também relataram casos acontecidos nos anos 1970. A atriz alemã Renate Langer, vista em “Amor de Menina” (1983) e “A Armadilha de Vênus” (1988), relatou ter sido estuprada duas vezes em 1972, quando ela tinha 15 anos e Polanski 39, também na casa do cineasta em Gstaad, na Suíça. Logo após o primeiro ataque, Polanski teria convidado Langer para figurar em seu filme “Que?”, como pedido de desculpas. O segundo abuso teria acontecido durante as filmagens, em Roma. A atriz revelou que, para se defender, chegou a jogar uma garrafa de vinho e outra de perfume no diretor. Outras acusações partiram da atriz britânica Charlotte Lewis (“O Rapto do Menino Dourado”), que denunciou ter sido estuprada em 1983, quando ela tinha 16 anos, de uma mulher identificada apenas como Robin, que acusa o diretor de tê-la estuprado nos anos 1970, também quando tinha 16 anos, e de Marianne Barnard, atacada em 1975 aos 10 anos de idade, durante uma sessão de fotos em que Polanski lhe pediu que posasse usando apenas um casaco de pele em uma praia de Los Angeles. A maioria das denúncias só veio à tona recentemente, durante o auge do movimento #MeToo, que Polanski chamou de “histeria coletiva” e “hipocrisia”. Por conta das novas denúncias, o cineasta foi expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, que lhe premiou com o Oscar de Melhor Direção por “O Pianista”, em 2003. O novo filme do diretor, “An Officer and a Spy” (J’accuse), também foi premiado. Venceu o Grande Prêmio do Júri (Leão de Prata) do Festival de Veneza deste ano. A estreia está marcada para quinta-feira (13/11) na França, mas ainda não há previsão para o lançamento no Brasil.
Kevin Spacey não será julgado por crime sexual após morte misteriosa de acusador
Kevin Spacey se livrou de ser julgado por assédio e abuso sexual, porque a vítima morreu durante as apurações da denúncia. Foi a segunda investigação contra o ator arquivada por motivos inesperados. Com a morte do massagista que acusava o ator, a ação foi descartada pela promotoria de Los Angeles. No processo, a vítima fez várias acusações além do abuso sexual, como cárcere privado e estresse pós-traumático. Segundo os autos, o homem não identificado foi à casa de Spacey para exercer seu trabalho como massagista, para livrar o cliente de supostas dores. O ator de 59 anos teria recebido o massagista apenas de robe e trancado a porta da sala em que seria atendido. Ao ser orientado a deitar de costas, desobedeceu o pedido do massagista e deitou de frente. Quando o homem começou a massagear sua perna, o ator teria puxado as mãos dele e forçado uma masturbação. O acusador ainda disse que tentou se esquivar do ator e que, neste momento, Kevin Spacey o puxou pelos ombros e tentou beijá-lo. O ator ainda teria tocado a genitália do homem e oferecido sexo oral. A revista Variety ouviu de uma fonte que o massagista teria morrido de câncer, mas não foram fornecidos maiores detalhes. Na última segunda-feira (28/10), a chefe da unidade de crimes sexuais de Los Angeles afirmou ter desistido de continuar a investigar o caso. “Durante a investigação, a vítima faleceu. As alegações de assédio sexual não podem ser provadas sem a participação da vítima. Portanto, o caso foi encerrado”, disse o porta-voz do departamento. Além deste caso, o julgamento de uma denúncia de um menor, que acusou Spacey de tê-lo assediado em 2016, também foi encerrado após a vítima abandonar o processo sem maiores explicações. O advogado desse caso disse apenas que seu cliente apresentou documentos para retirar voluntariamente a ação em que acusava Spacey de “comportamento sexual explícito e conduta impudica e lasciva”. A ação foi descartada de forma tal que não poderá ser retomada mais tarde. As duas reviravoltas parecem vir de um roteiro da série “House of Cards”, em que Spacey interpretava o presidente corrupto e implacável dos Estados Unidos, capaz de dar um destino trágico a todos que cruzassem seu caminho. Ele também foi acusado de assédio por integrantes dessa produção e acabou demitido pela Netflix. Kevin Spacey chegou a ser investigado por oficiais do Departamento de Abuso Infantil e Ofensas Sexuais, que coletaram um total de seis denúncias. Prescrição e falta de provas, além das reviravoltas acima mencionadas, impediram todos os casos de ir a julgamento. O ator livrou-se, assim, de punições da justiça. Mas viu sua carreira desmoronar nos últimos dois anos, após o colega Anthony Rapp (série “Star Trek: Discovery”) relatar ao site Buzzfeed que tinha sido assediado sexualmente por ele em 1986, quando tinha 14 anos. Desde então, as denúncias contra Spacey se multiplicaram. Como consequência, foi demitido de vários projetos e teve sua presença no drama “Todo o Dinheiro do Mundo” extirpada após o fim das filmagens. O diretor Ridley Scott chamou às pressas o ator Christopher Plummer para refazer as cenas de Spacey e o substituto foi até indicado ao Oscar. Spacey não está envolvido em nenhum projeto de cinema, nem parece haver clima para a retomada de sua carreira.
Um Dia de Chuva em Nova York: Novo filme de Woody Allen tem estreia antecipada
O filme “Um Dia de Chuva em Nova York” (A Rainy Day in New York), escrito e dirigido por Woody Allen, teve sua estreia antecipada em um mês no Brasil. Anteriormente previsto para o final de dezembro, o lançamento da Imagem Filmes agora vai ocorrer em 21 de novembro. Pronto há mais de um ano, o filme foi engavetado pela Amazon, após o diretor virar alvo de uma campanha destrutiva de sua filha Dylan Farrow, que aproveitou o movimento #MeToo para desenterrar acusações de abuso contra o cineasta. Ela afirma ter sido molestada quando criança por Allen, há cerca de três décadas. As acusações não são novas e o diretor sempre negou tudo, retrucando que resultam de lavagem cerebral promovida pela mãe da jovem, Mia Farrow. Outro de seus filhos, Moses Farrow, confirma a versão de Allen, que não foi condenado quando o caso foi levado a tribunal em 1990, durante a disputa da guarda das crianças, e nunca foi acusado de abuso por nenhuma atriz com quem trabalhou ao longo de meio século de carreira. Apesar disso, vários atores que trabalharam com Allen disseram publicamente que não voltariam a filmar com o diretor, inclusive parte do elenco de “Um Dia de Chuva em Nova York”, o que convenceu a Amazon a que lançar o longa, pois não poderia contar com os atores para a divulgação. No filme, Elle Fanning (“Espírito Jovem”) vive uma universitária que consegue uma entrevista exclusiva com um importante diretor de cinema (Liev Schreiber, de “Ray Donovan”) em Nova York, e viaja com seu namorado (Timothée Chalamet, de “Me Chame pelo Seu Nome”) para passar um fim de semana romântico na cidade após a conversa marcada. Mas em plena entrevista o diretor revela passar por uma crise e convida a jovem a acompanhar os bastidores de seu novo filme, colocando-a em contato com outros integrantes da indústria, como os personagens de Jude Law (“Capitão Marvel”) e Diego Luna (“Rogue One”). Este último é um galã seguido por paparazzi que confundem Fanning com uma namorada. Ao mesmo tempo, ela se entusiasma com o acesso irrestrito e a possibilidade de um furo de reportagem, esquecendo o namorado. As horas passam, o namorado fica cada vez mais nervoso, mas também acaba se envolvendo numa filmagem, onde precisa beijar uma atriz interpretada por Selena Gomez (“Os Mortos Não Morrem”). A trama se complica e começa a chover. Allen processou a Amazon por não lançar o filme nem cumprir o contrato que previa a produção de seus próximos longas. A Amazon topou a briga e disse que não ia lançar mesmo, porque Allen ficou radioativo devido ao #MeToo. Mas Allen não ficou radioativo. Ele já está filmando outro longa e conseguiu recuperar os direitos de “Um Dia de Chuva em Nova York”, fechando com várias distribuidoras internacionais para realizar o lançamento do filme, que chega ao Brasil daqui a um mês. Aproveite e veja (ou reveja) o trailer legendado abaixo.
Silicon Valley: Última temporada da série ganha trailer
A HBO divulgou o trailer da 6ª e última temporada de “Silicon Valley”, que mostra Richard (Thomas Middleditch) no meio de uma guerra tecnológica por causa do uso indevido de dados de usuários na internet. Lançada em 2014, a série é ambientada no Vale do Silício, região na Califórnia que reúne empresas de tecnologia como Apple e Google, e acompanha um grupo de amigos que tenta emplacar sua própria empresa de informática. Os atores Thomas Middleditch, Kumail Nanjiani, Zach Woods, Martin Starr e Amanda Crew formam o núcleo principal do elenco. O comediante T.J. Miller (o Fuinha de “Deadpool”) também fez parte da produção até sua 4ª temporada, mas acabou saindo do elenco após uma série de polêmicas envolvendo o seu nome, incluindo abusos de álcool e drogas, acusações de assédio sexual e uma bizarra prisão por fazer falsa ameaça de bomba. O final de “Silicon Valley” vai acontecer no mesmo ano em que a HBO se despediu de dois de seus maiores sucessos de público e crítica, as séries “Game of Thrones” e “Veep”. Os episódios finais da série começam a ser exibidos no domingo (27/10).







