Jennifer Lawrence e Jodie Foster vão substituir Casey Affleck na cerimônia do Oscar 2018
A ausência de Casey Affleck vai quebrar uma antiga tradição no Oscar 2018: o costume de o vencedor do Oscar de Melhor Ator entregar o troféu para a vencedora da categoria de Melhor Atriz no ano seguinte. Diante do clima de ajuste de contas do movimento #MeToo, Affleck se adiantou a qualquer decisão da Academia e pediu para não participar da cerimônia. Assim, as atrizes Jennifer Lawrence e Jodie Foster foram escolhidas para substituí-lo no evento. Affleck foi premiado por “Manchete à Beira-Mar”, após ser acusado de assédio por duas mulheres com quem trabalhou no documentário “Eu Ainda Estou Aqui” (2010). Na ocasião, a atriz Brie Larson, que entregou o prêmio, fez questão de não aplaudi-lo. “Eu acredito que o que eu fiz no palco falou por si mesmo”, ela afirmou em entrevista para a revista Vanity Fair. Ele foi acusado pela produtora Amanda White e pela diretora de fotografia Magdalena Gorka, que acionaram Affleck judicialmente e o caso foi resolvido em sigilo, com uma indenização financeira. Após vencer o Oscar, o ator deu entrevista ao jornal Boston Globe em que confirmou que todos os envolvidos no caso estavam proibidos por contrato de comentar o assunto. Desde então, o escândalo sexual de Harvey Weinstein veio à tona, repleto de contratos similares, e a tolerância com assediadores diminuiu a zero. No caso de Affleck, havia até uma campanha online para impedir sua participação no Oscar deste ano. Quase 20 mil pessoas assinaram o abaixo-assinado no site Change.org para que ele não fosse convidado a apresentar o prêmio – e o site agora registra que a campanha foi vitoriosa. Segundo o site Deadline, o ator teria ficado com receio e, diante do tom anti-assédio que deverá marcar a cerimônia, preferiu cancelar sua participação a correr o risco de comprometer o resto de sua carreira. A informação foi confirmada por um representante da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. A escolha de Jodie Foster e Jennifer Lawrence marca um nuance politizado dos produtores da cerimônia de entrega do Oscar, já que coloca duas mulheres no lugar de um homem. Mais que isso, ambas são conhecidas por suas posturas e ativismo em defesa das minorias. Jodie Foster, inclusive, venceu um Oscar por interpretar uma mulher abusada sexualmente, em “Acusados” (1988). E Jennifer Lawrence está produzindo uma série documental baseada no movimento #MeToo.
Atores, roteiristas e diretores de Hollywood lançam movimento masculino contra o assédio
Os homens de Hollywood também lançaram seu movimento contra o assédio sexual. Atores, escritores, produtores e diretores divulgaram, no sábado (2/3), uma carta aberta na qual se manifestam em apoio às vítimas de assédio sexual e cobrando maior responsabilização dos homens pelos abusos. Inspirado pela união das mulheres nas campanhas #MeToo e #TimesUp, promovidas por estrelas de Hollywood após a série de denúncias contra o magnata Harvey Weinstein, o grupo de homens se propõe a repreender outros homens que flagrarem tendo comportamentos abusivos. Entre os 30 signatários do manifesto estão David Schwimmer (o Ross da série “Friends”), David Arquette (da franquia de terror “Pânico”), Justin Baldoni (série “Jane the Virgin”) e Matt McGorry (o Asher de “How to Get Awa With Murder”). A carta anuncia o movimento #AskMoreOfHim (#ExijaMaisDele). A ideia é apontar os privilégios da classe masculina e deixar claro, de homem para homem, que o assédio e o abuso “nunca são aceitáveis”. “Isso vai desde tudo o que for comentário sexista e degradante até a violência doméstica e o abuso sexual”, exemplifica o texto. Na visão dos signatários, uma das mais poderosas formas de um homem ajudar no combate ao assédio é “deixar claro aos outros homens” os seus comportamentos sexistas. Eles se disseram “orgulhosos” da força e do compromisso das vítimas que já se manifestaram — sejam homens, mulheres ou pessoas que não definiram seu gênero — , vindo a público com suas histórias de abuso. Mas não se pode apenas aplaudir. “Mas nosso orgulho não é o suficiente. Como homens, nós temos especial responsabilidade para impedir o abuso de acontecer, antes de tudo. Afinal, a vasta maioria do assédio, do abuso e da violência é perpetrada por homens, em Hollywood ou não. E, no entretenimento, como em várias indústrias, os homens ainda retém todo o poder de decisão”, reconheceram. Os integrantes do movimento reconheceram que eles mesmos não são perfeitos e podem ter errado durante a vida. Mas se comprometeram a ser honestos sobre as suas atitudes e sobre a causa para contrariar o ceticismo de quem não entender o porquê do movimento. “Homens são imperfeitos. Nós somos imperfeitos. E vários homens, talvez alguns de nós, podem ter apresentado mau comportamento e atuado de formas de que hoje nos arrependemos. Apesar disso, nós acreditamos que os homens devem condenar o sexismo e se engajar no processo de reflexão própria, evolução pessoal e responsabilização. Até agora, poucos se esforçaram nisso. Isso precisa mudar. É hora de #ExigirMaisDele”, conclui o texto.
Estúdio de Harvey Weinstein é comprado por ex-funcionária do governo Obama
O estúdio The Weinstein Company foi vendido. A negociação aconteceu com o único interessado, um fundo de investimento encabeçado por Maria Contreras-Sweet, ex-funcionária do governo de Barack Obama. A ex-secretária de Pequenos Negócios da administração Obama fechou a aquisição, apoiada pelo investidor Ronald Burkle, na noite de quinta (1/3), numa reunião que incluiu diretores da TWC e o procurador geral do estado de Nova York, durou horas e varou a madrugada. “Temos o prazer de anunciar que firmamos um acordo para vender os ativos da Weinstein Company a um grupo de investidores liderado por Maria Contreras-Sweet e Ron Burkle”, afirmou o conselho diretor do estúdio, em nota divulgada para a imprensa. “O acordo fornece um caminho claro para a compensação das vítimas e protege os empregos de nossos funcionários. Agradecemos muito os esforços do procurador geral Schneiderman e de sua equipe, Maria Contreras-Sweet, Ron Burkle e sua equipe por trazer esse acordo. Consideramos que este é um resultado positivo em meio a circunstâncias incrivelmente difíceis”. A compra vai impedir a falência do estúdio. A ameaça era real. Entretanto, o anúncio de que seus diretores buscariam a falência da companhia foi usado para pressionar a Procuradoria Geral. É que o negócio deveria ter sido fechado no mês passado, mas o procurador Eric Schneiderman paralisou tudo com um processo contra a TWC. O resultado foi um tiro no pé, pois a falência deixaria as vítimas de abuso sexual de Harvey Weinstein sem possibilidade de compensação financeira. Alguns compromissos foram assumidos para a negociação ser finalizada. Para começar, a TWC demitiu David Glasser do cargo de diretor geral. Schneiderman era contra sua manutenção na direção da companhia, pois dizia que os funcionários da nova companhia “estariam se reportando a alguns dos mesmos gerentes que falharam em investigar as falhas de conduta (de Harvey Weinstein) ou proteger adequadamente as funcionárias”. O estúdio ganhará um novo nome e terá Contreras-Sweet como diretora geral. Mas manterá cerca de 150 funcionários da TWC empregados, além de dedicar um fundo exclusivo para saldar dívidas e pagar indenizações para as vítimas de Weinstein. Em nota, Schneiderman confirmou ter recebido um compromisso de que um fundo de compensação para as vítimas seria criado, além de novas políticas para impedir outros casos de assédio. O fundo deve ficar em torno de US$ 90 milhões. Não ficou claro se o valor será somado ou extraído do montante da aquisição, concretizada por US$ 500 milhões. O fundo servirá para pagamento de uma denúncia coletiva aberta em dezembro por várias atrizes alegando que a empresa permitiu o comportamento predatório de Harvey Weinstein, um processo da ex-assistente pessoal do produtor, Sandeep Rehal, alegando que era forçada a facilitar os ataques do ex-chefe, tendo ela mesma sido vítima de assédio, e ações dos produtores Scott Lambert e Alexandra Milchan, que querem uma compensação pelo escândalo sexual ter cancelado uma série planejada para Amazon. Até mesmo a Lindt, fabricante suíça de chocolate, foi à justiça em busca de compensação pelo cancelamento de uma festa pós-Globo de Ouro, para a qual ela já tinha pago uma cota de patrocínio. E o recém-demitido David Glasser já ameaçou aumentar a pilha de processo, alegando rescisão injusta, retaliação, violação de contrato e difamação, de acordo com o site The Hollywood Reporter. O fim da TWC, inaugurada em 2005, representa o fim de uma era no cinema, que começou ainda nos anos 1980 na Miramax, o primeiro estúdio dos irmãos Bob e Harvey Weinstein, e fomentou a carreira de cineastas como Quentin Tarantino, Robert Rodriguez, Kevin Smith, Paul Thomas Anderson, David O. Russell, os irmãos Coen, etc. Até Walter Salles teve filme distribuído nos Estados Unidos pelos irmãos Weinstein. O prelúdio deste desfecho foram as denúncias contra Harvey Weinstein, que vieram à tona em outubro, em reportagens do jornal The New York Times e da revista The New Yorker, detalhando décadas de abusos sexuais. Desde então, mais de 70 mulheres acusaram o produtor de má conduta sexual, incluindo estupro, e a repercussão incentivou outras mulheres a denunciarem a conduta sexual de diversos homens poderosos no cinema, na TV e em outras indústrias. Harvey Weinstein foi demitido de sua própria empresa no dia 8 de outubro e logo depois expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que organiza o Oscar. Paralelamente aos processos civis, investigações criminais também foram abertas contra ele em delegacias de Los Angeles, Beverly Hills, Nova York e Londres. Por meio de seus advogados, Weinstein alega só ter feito sexo consensual.
Homem que prestou queixa contra atriz de Melrose Place conta detalhes do suposto abuso
O site TMZ revelou os detalhes da acusação de abuso de menor contra a atriz Jamie Luner, que ficou conhecida pelo papel de Lexi Sterling na série “Melrose Place”. Quem acusa é Anthony Oliver, que tinha 16 anos quando o suposto abuso aconteceu em 1998. Ele conta que conheceu Luner por meio de seu irmão mais velho e, apesar de não ser ator, foi convidado para uma festa da atriz, onde alega que ela lhe serviu álcool e drogas antes de levá-lo a um quarto com uma terceira pessoa. Essa pessoa teria gravado um vídeo de Luner fazendo sexo oral nele. Atualmente com 38 anos, Anthony Oliver diz que demorou duas décadas para denunciar o caso porque sua mãe trabalhava na política. Agora, por aconselhamento de seu terapeuta, ele decidiu vir à público, por meio de uma denúncia criminal. Ele registrou uma queixa na polícia de Los Angeles. A assessoria de Luner nega veementemente as acusações.
Teste do Sofá de Harvey Weinstein vira estátua dourada em Hollywood
Uma estátua dourada de Harvey Weinstein, sentado de robe num sofá, com os braços abertos e um Oscar estrategicamente colocado entre suas pernas, foi colocada de surpresa em Hollywood nesta quinta-feira (1/3), a poucos metros do Dolby Theatre, onde em três dias será realizada a cerimônia do Oscar 2018. Localizada no Hollywood Boulevard, a escultura é uma colaboração entre os artistas de rua Plastic Jesus, conhecido por suas instalações anuais de protesto no Oscar, e Joshua “Ginger” Monroe, o artista das infames estátuas nuas de Donald Trump. Intitulada “Casting Coach” (Teste do Sofá, no jargão nacional), a obra é mais um protesto contra a indústria cinematográfica, após o artista de direita Sabo encomendar cartazes similares aos de “Três Anúncios para um Crime”. As intensões das duas, porém, é oposta. Enquanto Sabo declarou atacar a hipocrisia dos artistas para calar os protestos nos agradecimentos do Oscar, Plastic Jesus quer incentivar os protestos para um limpeza completa. “Durante muitos anos, a exploração de muitas artistas esperançosas e nomes estabelecidos na indústria foi varrida para baixo do tapete vermelho, com suas queixas de assédio e abuso sexual sendo ignoradas ou pior”, disse Plastic Jesus à revista The Hollywood Reporter. “Espero que agora, à luz de recentes alegações contra muitas figuras importantes em Hollywood, a indústria seja passada a limpo”. De acordo com os artistas, a escultura de tamanho real de Weinstein levou dois meses para ser produzida. “Todo o sofá e a imagem inteira que a obra inspira é uma representação visual das práticas e métodos que são usados em Hollywood com essas pessoas poderosas”, disse Ginger. “Eles têm dinheiro e poder para dar empregos e usam isso para sua própria gratificação sexual”. O detalhe é que a obra é interativa. Há espaço no sofá para o transeunte se sentar. “Todo mundo quer um selfie, todo mundo quer fazer parte da experiência”, diz ele.
História de Todo o Dinheiro do Mundo vira comédia no trailer da série Trust
O canal pago americano FX divulgou um novo trailer de “Trust”, minissérie que conta a mesma história do tumultuado filme “Todo o Dinheiro do Mundo”. A prévia ajuda a explicar porque Ridley Scott fez de tudo para lançar seu filme antes da produção televisiva, já que sugere uma história muito mais – com direito a trocadilho – rica e divertida que a versão cinematográfica. O tom é de comédia noir de humor negro, como o primeiro longa de seu diretor. “Trust” também foi desenvolvida por um cineasta inglês consagrado: Danny Boyle, vencedor do Oscar por “Quem Quer Ser um Milionário?” (2008). A minissérie é uma nova parceria entre ele e o roteirista Simon Beaufoy. Os dois fizeram juntos “Quem Quer Ser um Milionário?” e também “127 Horas” (indicado ao Oscar em 2011). Mas “Trust” remete à “Cova Rasa” (1994), que colocou Boyle na mira dos cinéfilos. Ambientada em 1973, a trama aborda o sequestro do jovem John Paul Getty III e o pedido de resgate de milhões de dólares. A diferença é que, na versão televisiva, a própria vítima planeja o crime, já que o avô, o homem mais rico dos anos 1970, não lhe libera dinheiro. Só que o plano não corre como esperado, pois o rapaz acaba sequestrado de verdade e o magnata se recusa a pagar. Para completar, o pai do sequestrado, envolvido em drogas, também não responde aos telefonemas dos raptores, deixando o problema para a mãe do rapaz, quebrada financeiramente. Desesperada, ela tenta fazer de tudo para salvar a vida do filho. Beaufoy escreveu e Boyle assina a direção de todos os 10 episódios da atração, que, como o filme, também conta com um elenco de cinema: Donald Sutherland (“Jogos Vorazes”), Hilary Swank (“Logan Lucky – Roubo em Família”), Brendan Fraser (“A Múmia”) e Harris Dickinson (“Ratos de Praia”) – nos papéis que em “Todo o Dinheiro do Mundo” foram vividos por Christopher Plummer (“Toda a Forma de Amor”), Michelle Williams (“Manchete à Beira-Mar”), Michael Wahlberg (“O Dia do Atentado”) e Charlie Plummer (“O Jantar”). A minissérie estreia em 25 de março nos Estados Unidos.
Ryan Seacrest fará cobertura do Oscar 2018 após denúncia de assédio
Como nos últimos anos, o apresentador Ryan Seacrest vai participar da cobertura do Oscar 2018 pelo canal pago E!, fazendo entrevistas no tapete vermelho. Mas este ano sua presença terá um impacto diferente. Ele foi acusado de assédio sexual. Seacrest, que ficou conhecido pelo programa de TV “American Idol”, foi acusado por sua ex-estilista Suzie Hardy de abuso sexual durante os seis anos que trabalharam juntos. O apresentador nega as acusações. Em artigo escrito para a revista The Hollywood Reporter, ele afirmou que apoia os movimentos de mulheres que buscam combater desigualdades, mas afirmou que foi falsamente acusado. Ele ainda acusou Suzie Hardy de tentar chantageá-lo exigindo “milhões de dólares” em troca de seu silêncio. A estilista negou, e afirmou que foi o apresentador quem lhe perguntou “o quanto eu queria para sumir”. A estilista disse ao jornal The New York Times que foi demitida em 2013, quando reportou ao estúdio onde trabalhava que vinha sendo assediada por Seacrest. “Me disseram ‘Vai procurar outro emprego'”, ela relatou. “Fiquei sem trabalhar por três anos.” Já um porta-voz do canal E!, disse ao jornal americano que Suzie não foi demitida, mas que foi dispensada porque Seacrest havia deixado o trabalho diário no programa que apresentava. O canal afirmou que a decisão de manter Seacrest da cobertura do Oscar foi baseada nos resultados de suas investigações sobre o caso, que não encontrou indícios de mau comportamento. “No decorrer de um processo de dois meses, nosso conselho externo entrevistou dezenas de pessoas em relação às alegações, incluindo várias reuniões separadas com o requerente e todas as testemunhas de primeira mão que ela forneceu. Qualquer reivindicação que questiona a legitimidade desta investigação é completamente sem fundamento”, disse o comunicado da empresa.
Mais uma atriz de Melrose Place vira caso de polícia, agora por abuso de menor
No mesmo fim de semana em que Heather Locklear foi presa por violência doméstica, outra atriz da série “Melrose Place” virou assunto do site de celebridades TMZ. Jamie Luner, que interpretava Lexi Sterling na série dos anos 1990, está sendo acusada de abuso de menor. De acordo com autoridades ouvidas pelo site, um homem, que hoje tem 30 anos, procurou a polícia de Los Angeles para prestar queixa contra a atriz. Ele alega que em 1998, quando tinha 16 anos, ela fez sexo oral nele. Não está claro se eles possuíam alguma relação e se o denunciante, que não teve a identidade revelada, também é ator. Atualmente com 46 anos, Luner ainda não se pronunciou sobre o caso.
The Weinstein Company anuncia que vai pedir falência
O estúdio The Weinstein Company, fundado pelos irmãos Bob e Harvey Weinstein, anunciou que vai entrar com pedido de falência após o fracasso das tentativas de vender a empresa para um grupo de investidores. “Reconhecemos que essa é uma solução extremamente infeliz para nossos funcionários, credores e quaisquer vítimas, mas a direção não tem escolha”, disse a empresa em comunicado oficial divulgado no domingo (25/2). A falência vai acontecer devido a empresa estar afundada em processos. Há uma denúncia coletiva aberta em dezembro por várias atrizes alegando que a empresa permitiu o comportamento predatório de Harvey Weinstein, um processo da ex-assistente pessoal dele, Sandeep Rehal, alegando que era forçada a facilitar os ataques do ex-chefe, tendo ela mesma sido vítima de assédio, e ações dos produtores Scott Lambert e Alexandra Milchan, que querem uma compensação pelo escândalo sexual ter cancelado uma série planejada para Amazon. Até mesmo a Lindt, fabricante suíça de chocolate, foi à justiça em busca de compensação pelo cancelamento de uma festa pós-Globo de Ouro, para a qual ela já tinha pago uma cota de patrocínio. A gota d’água foi uma ação de direitos civis contra os irmãos Weinstein e a empresa, aberta pelo procurador-geral da Nova York, Eric Schneiderman, acusando os empresários de tratamento “vicioso e explorador” dos funcionários e condenando o estúdio de cinema por não proteger as vítimas. Este processo acabou com as chances do estúdio de ser comprado por investidores. Havia uma negociação ativa encaminhada por Maria Contreras-Sweet, ex-secretária de Pequenos Negócios do presidente Barack Obama, que encabeçou uma oferta de US$ 500 milhões, apoiada pelo investidor Ronald Burkle, entre outros. A oferta incluía uma suposição de dívidas de US$ 225 milhões, de acordo com a Variety, e sugeria a manutenção dos funcionários e a instalação de um novo conselho diretor majoritário, com Contreras-Sweet como presidente. Mas o procurador-geral criticou o plano de Contreras-Sweet de colocar o antigo chefe de operações do estúdio, David Glasser, no cargo de diretor geral. Em seu processo, ele afirma que os funcionários “estariam se reportando a alguns dos mesmos gerentes que falharam em investigar as falhas de conduta (de Harvey Weinstein) ou proteger adequadamente as funcionárias”. Por conta disso, em 16 de fevereiro, o conselho de administração da TWC anunciou a decisão unânime de demitir Glasser por “justa causa”, sem oferecer mais explicações. Glasser já ameaçou aumentar a pilha de processos contra a companhia, alegando rescisão injusta, retaliação, violação de contrato e difamação, de acordo com o site The Hollywood Reporter. Mas a remoção do executivo não contentou Schneiderman. Ele exige que as vítimas sejam devidamente compensadas e que o escritório do procurador-geral pudesse supervisionar a empresa. No domingo, o conselho também escreveu uma carta a Contreras-Sweet e Burkle, dizendo que trabalharam “incansavelmente para concluir um acordo para apresentar ao procurador-geral”, de acordo com uma cópia obtida pelo Hollywood Reporter. A carta alega que Contreras-Sweet não conseguiu entregar o financiamento provisório que a TWC precisava para administrar seus negócios e não conseguiu incluir uma provisão prometida para políticas de recursos humanos “padrão ouro”. “Nós acreditamos nesta empresa e nos objetivos estabelecidos pelo procurador-geral”, afirmava a carta. “Com base nos eventos da semana passada, no entanto, devemos concluir que seu plano para comprar essa empresa foi ilusório.” A declaração de falência se tornou o único caminho possível para administrar as dívidas crescentes. A MGM passou recentemente por isso e conseguiu se reestruturar. Mas ninguém espera que a TWC retorne desse mergulho no precipício financeiro. O fim da TWC, inaugurada em 2005, representa o fim de uma era no cinema, que começou ainda nos anos 1980 na Miramax, o primeiro estúdio dos irmãos Bob e Harvey Weinstein, e fomentou a carreira de cineastas como Quentin Tarantino, Robert Rodriguez, Kevin Smith, Paul Thomas Anderson, David O. Russell, os irmãos Coen, etc. Até Walter Salles teve filme distribuído nos Estados Unidos pelos irmãos Weinstein. O prelúdio deste desfecho foram as denúncias contra Harvey Weinstein, que vieram à tona em outubro, em reportagens do jornal The New York Times e da revista The New Yorker, detalhando décadas de abusos sexuais. Desde então, mais de 70 mulheres acusaram o produtor de má conduta sexual, incluindo estupro, e a repercussão incentivou outras mulheres a denunciarem a conduta sexual de diversos homens poderosos no cinema, na TV e em outras indústrias. Harvey Weinstein foi demitido de sua própria empresa no dia 8 de outubro e logo depois expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que organiza o Oscar. Paralelamente aos processos civis, investigações criminais também foram abertas contra ele em delegacias de Los Angeles, Beverly Hills, Nova York e Londres. Por meio de seus advogados, Weinstein alega só ter feito sexo consensual.
Al Pacino enfrenta escândalo sexual no trailer cinematográfico de Paterno
A HBO divulgou o segundo e cinematográfico trailer de “Paterno”, filme de temática absolutamente atual, que deve dominar o Emmy 2018. O que levanta a inevitável questão: porque os filmes da HBO são indicados ao Emmy, quando os da Netflix concorrem ao Oscar? A prévia é uma paulada que resume a trama de forma eficiente pela exploração de seus conflitos, tanto de forma íntima quanto em grande escala, ao contar a história real de Joe Paterno, ex-treinador de futebol da Universidade Penn State envolvido num escândalo sexual. Depois de se tornar o treinador mais vitorioso da história do futebol universitário, Paterno foi acusado de ter ignorado as acusações de abuso contra seu assistente Jerry Sandusky, que molestava os jovens. Um relatório concluiu que o treinador e outros funcionários do time estavam cientes das ações de Sandusky, mas optaram por ignorar o fato. As acusações acabaram se tornando públicas e sepultaram as carreiras de todos os envolvidos. O filme traz Al Pacino (“O Poderoso Chefão”) no papel-título e Riley Keough (“Mad Max: Estrada da Fúria”) como a jornalista que não deixa o caso ser abafado, além de Kathy Baker (série “The Ranch”), Annie Parisse (série “Vynil”), Peter Jacobson (série “Colony”), Benjamin Cook (visto na série “Veep”), John D’Leo (“A Família”) e Nicholas Sadler (“Nunca Diga Seu Nome”). Trata-se do quarto trabalho de Pacino para a HBO, após “Phil Spector” (2013), “Você Não Conhece o Jack” (You Do Not Know Jack, 2010) e a minissérie “Angels in America” (2003), todas baseadas em histórias reais. A direção está a cargo de Barry Levinson, que foi o diretor de “Você Não Conhece o Jack” e do mais recente telefilme do canal, “O Mago das Mentiras” (The Wizard of Lies), estrelado por Robert De Niro. A estreia de “Paterno” vai acontecer em 7 de abril.
Academia da Televisão divulga novo código de ética com tolerância zero para assédio
A Academia da Televisão dos Estados Unidos, responsável pelos prêmios Emmy, divulgou um novo código de ética e conduta profissional para todos os seus membros, criado após escândalos de assédio que abalaram Hollywood. Assinado pelo presidente da organização, Hayma Washington, o documento declara “tolerância zero por discriminação ou assédio, assim como condutas ilegais, desonestas ou antiéticas”. “A academia não irá tolerar, perdoar ou ignorar condutas antiéticas e está comprometida em reforçar essas normas em todos os níveis. Não há espaço para pessoas que abusam do seu status, poder ou influência, de modo a violar valores reconhecidos de decência”, continua o documento. No texto, a organização explica que “membros e não membros são encorajados a denunciar suspeitas de violação do código”. E avisa: “O desobedecimento das normas pode resultar em medidas disciplinares, incluindo ter a entrada recusada ou ser expulso de eventos e a suspensão ou banimento de membros.” A iniciativa tem conteúdo mais duro que a de outros grupos de Hollywood, como o Sindicato dos Produtores dos Estados Unidos (o PGA) e a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pelo Oscar. Assim como esses dois grupos, a organização televisiva também expulsou Harvey Weinsten, produtor acusado de assédio, abuso e estupro por dezenas de mulheres.
Brendan Fraser culpa assédio de ex-presidente do Globo de Ouro por declínio na carreira
Um dos atores mais populares dos anos 1990, Brendan Fraser desapareceu nos últimos anos. Mas a causa não teriam sido fracassos de bilheteria no começo do século. Ele finalmente resolveu contar sua versão da história, como mais um a dizer #MeToo (eu também). Em uma longa reportagem publicada pela revista americana GQ, o astro da trilogia “A Múmia” revelou que, além da atenção necessária para cuidar do filho autista, um fato o deixou depressivo e sem vontade de continuar a carreira: o assédio sexual que ele sofreu em 2003, durante um almoço realizado pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, na singla em inglês), que promove o Globo de Ouro. Uma jornalista do The New York Times já havia revelado na época que Philip Berk, ex-presidente da organização, havia apertado as nádegas do ator durante o evento. Mas, segundo Fraser, Berk foi além: “Sua mão esquerda se aproximou, me agarrou na poupa da minha bunda e um de seus dedos tocou no períneo. E começou a movê-lo”, relembrou o ator. Fraser diz que o gesto o deixou paralisado. “Eu me sentia mal. Eu me senti como uma pequena criança. Senti como se houvesse uma bola na garganta. Eu pensei que ia chorar”. Ele conta que deixou o local imediatamente e cogitou contar o episódio a um policial do lado de fora do local, mas se sentiu humilhado. “[Isso] me fez recolher. Isso me fez sentir recluso.” Berk, que ainda é membro da HFPA, foi procurado pela GQ e contestou a história: “Fabricação total”. Entretanto, há fatos que atestam a veracidade da acusação. Além do relato da jornalista, os representantes do ator pediram na época um pedido de desculpas por escrito à Associação. Berk escreveu uma carta, mas afirmou que não admitiu “nenhuma transgressão”. “[Escrevi] o habitual. ‘Se eu fiz qualquer coisa que aborreceu o Sr. Fraser, não foi intencional e peço desculpas.” Fraser ainda comentou que tem acompanhado o movimento das mulheres que têm denunciado casos de assédio, tanto dentro quanto fora de Hollywood. “Eu conheço Rose [McGowan], conheço Ashley [Judd], eu conheço Mira [Sorvino]. Eu trabalhei com elas. Não falo com elas há anos, mas as considero minhas amigas. Eu assisti a este movimento maravilhoso, essas pessoas com a coragem de dizer o que não tive coragem de dizer.” O ator revelou também que desde o incidente com o ex-presidente da HFPA raramente é convidado ao Globo de Ouro. Berk nega qualquer tipo de boicote. “Sua carreira declinou sem nossa culpa”, diz o acusado de assédio. Brendan Fraser poderá ser visto a seguir no elenco da série “Trust”, que estreia em 25 de março no canal pago americano FX. Na produção, sobre o sequestro do neto de John Paul Getty nos anos 1970, ele terá o mesmo papel vivido por Mark Wahlberg no filme “Todo o Dinheiro do Mundo”.









