Promotoria de Los Angeles apura denúncia de agressão sexual contra Sylvester Stallone
A promotoria de Los Angeles revelou na quarta-feira (13/6), por meio de um comunicado de seu porta-voz, que está apurando um caso de agressão sexual contra o ator Sylvester Stallone. O caso foi apresentado pela polícia de Santa Monica e está sendo investigado pela força-tarefa sobre crimes sexuais, formada após as denúncias contra Harvey Weinstein. Não há maiores informações sobre a denúncia, mas duas mulheres acusaram Stallone de estupro no final do ano passado. Uma delas registrou o caso em Santa Monica. O advogado Martin Singer, que também defende o diretor Brett Ratner de denúncias de assédio, disse ao site TMZ que se trata de mentira e que iria processar a acusadora. Stallone admitiu publicamente que passou três dias com a acusadora durante uma filmagem de 1987 em Israel. Ele afirma que estava solteiro e ela não era menor. E garante que nunca houve estupro. Já sobre o outro caso, em que o ator foi acusado por uma mulher, que seria menor em 1986, quando alegadamente foi estuprada, a porta-voz de Stallone, Michelle Bega, afirmou que os eventos alegados “nunca aconteceram”. Ela disse: “Esta é uma história ridícula, categoricamente falsa. Ninguém estava ciente dessa história até que ela foi publicada, incluindo o Sr. Stallone. Em nenhum momento o Sr. Stallone foi contatado por autoridades ou qualquer outra pessoa sobre este assunto. Isso nunca aconteceu.”
Jamie Foxx é acusado de agredir mulher com o pênis
O ator Jamie Foxx está sendo acusado de ter agredido uma mulher com seu pênis, em um caso que teria ocorrido 16 anos atrás. De acordo com o site TMZ, uma mulher não identificada alega que o astro de “Django Livre” bateu nela com o pênis, após tentar forçá-la a fazer sexo oral. Como recusou, ele teria batido no rosto dela com seu membro sexual ereto. A agressão teria acontecido em Las Vegas, em 2002, quando a suposta vítima e uma amiga foram numa festa do ator. Além da agressão, ela teria sido expulsa da casa por um amigo de Foxx e acabou sendo hospitalizada no dia seguinte, com uma severa crise de pânico. Doze anos depois, ela decidiu ir à polícia, registrando queixa contra o ator. A acusadora diz que o movimento #MeToo a inspirou a contar o caso e espera que revelá-lo publicamente possa encorajar outras vítimas a irem a público. A polícia de Las Vegas confirmou ao TMZ ter aberto um boletim de ocorrência sobre o caso. No entanto, o possível crime pode ter prescrito, devido à demora da acusação. Entretanto, a acusação pode ter consequências legais e financeiras para a mulher. A advogada do ator, Allison Hart, afirmou em comunicado que “Jamie nega enfaticamente que este incidente aconteceu, e vai processar esta mulher por falsa acusação contra ele”. “A primeira vez que ouvimos falar desta acusação absurda foi quando fomos contatados pelo ‘TMZ’ sobre a história. O caso nunca foi reportado em 2002 ou nos últimos 16 anos, porque não aconteceu”, completou a representante de Foxx.
John Lasseter, cineasta de Toy Story, fundador da Pixar e diretor da Disney, é afastado após denúncias de assédio
Acusado de assédio e conduta imprópria no ambiente de trabalho, o cineasta John Lasseter, diretor do departamento de animações da Disney e mente criativa por trás dos sucessos da Pixar, deixará definitivamente a empresa no fim de 2018. Até lá, ele manterá uma função simbólica de consultoria. A decisão foi anunciada na sexta (8/6), quase sete meses após Lasseter pedir licenciamento da direção da Disney, desculpando-se por seu comportamento. Lasseter é cofundador da Pixar e diretor do primeiro longa da companhia, o clássico “Toy Story”, que também foi o primeiro longa totalmente feito por computador. Considerado um dos visionários responsáveis pela revolução da animação digital no cinema, após a aquisição da Pixar foi promovido a diretor criativo da Walt Disney Pictures, e marcou sua gestão por aproximar os estilos de ambas as companhias, gerando sucessos e prêmios para os dois estúdios. Muitos se esquecem que a Disney vinha de grandes fracassos como “Atlantis – O Reino Perdido” (2001), “Irmão Urso” (2003) e “O Galinho Chicken Little” (2005), quando Lasseter assumiu o comando de suas animações, produzindo sucessos como “Enrolados” (2010), “Detona Ralph” (2012), “Frozen” (2013), “Zootopia” (2016) e “Moana” (2016). Não por acaso, seu nome é listado como produtor de quase cem filmes. Ele próprio decidiu se afastar da companhia após chegar a seu conhecimento que a revista The Hollywood Reporter preparava uma reportagem sobre sua conduta. Na esteira das revelações feitas pelo movimento #MeToo, funcionários da Disney/Pixar relataram à publicação que se sentiam constantemente “desrespeitados e desconfortáveis” com a postura do chefe, descrito como “pegajoso” no ambiente de trabalho. Segundo queixas, ele gosta de abraçar, beijar, falar no ouvido e tocar indevidamente funcionárias do sexo feminino. O site Deadline também ouviu funcionários da Disney, que não quiseram se identificar, mas confirmaram que a empresa sabia sobre o comportamento de Lasseter e até designava “babás” para vigiá-los em reuniões com mulheres ou festas da companhia. Segundo a reportagem, Lasseter comparecia às festas escoltado por um segurança, cuja função era “prevenir” ações que poderiam ser vistas como inapropriadas. Uma das fontes citou casos de executivas que se demitiram após toques indesejados e uma obsessão doentia pelas atrizes que serviam de modelo para as animações da franquia Tinker Bell, nos filmes de fadas feito para o mercado de DVD. Em texto enviado aos funcionários da Pixar, Lasseter disse: “Recentemente, tive uma série de conversas difíceis que foram muito dolorosas para mim. Nunca é fácil enfrentar seus erros, mas é a única maneira de aprender com eles”. “Minha esperança é que um semestre sabático vai me dar a oportunidade de começar a cuidar melhor de mim mesmo, me recarregar e me inspirar, para então retornar com a visão e a perspectiva que preciso para ser o líder que vocês merecem”, concluía o texto. Atualmente, a Pixar desenvolve o quarto capítulo da saga “Toy Story”, que seria dirigido por John Lasseter. Durante a produção, a atriz Rashida Jones, responsável pelo roteiro, anunciou seu desligamento do projeto, devido ao que chamou de “discriminação sexual” da empresa.
Kevin Spacey volta à tona como predador de “boys” em trailer de filme sobre escândalo real
A TGV Pictures, distribuidora da Malásia, jogou no YouTube o trailer de “Billionaire Boys Club”, que chama atenção por trazer à tona um papel de Kevin Spacey, após ele ser denunciado por assédio sexual. O escândalo foi tão grande que Spacey foi demitido da série “House of Cards”, na qual vivia o protagonista, e teve sua atuação apagada em “Todo o Dinheiro do Mundo”, sendo substituído em refilmagens por outro ator. A repercussão atingiu vários outros projetos que o envolviam. A Netflix, por exemplo, assumiu o prejuízo de ter produzido uma biografia de Gore Vidal com o ator, premiado com dois Oscars, optando por vetar seu lançamento. Mas “Gore” não era o único filme finalizado que foi tolhido pelo movimento #MeToo. “Billionaire Boys Club” também quase prometia ficar esquecido, apesar de juntar dois dos atores jovens mais quentes do momento, Ansel Elgort (“Em Ritmo de Fuga”) e Taron Egerton (“Kingsman: O Círculo Dourado”). O filme foi produzido em meados de 2016, quando os dois estavam começando a chamar atenção, mas sua estratégia de aproveitar o sucesso da dupla para conseguir maior visibilidade saiu pela culatra com o excesso de visibilidade do caso de Spacey. Sem a mesma verba de Ridley Scott para refilmar “Todo o Dinheiro do Mundo”, os produtores se viram sem alternativas para recuperar o investimento. E viram-se numa armadilha não muito diferente da experimentada pelos personagens da trama. Escrito e dirigido por James Cox (“Tudo em Família”), o longa é, ainda por cima, inspirado por um escândalo real, ao narrar como um grupo de estudantes ricos de Los Angeles se deixam engabelar por um golpista nos anos 1980 e arquitetam um esquema para ganhar dinheiro de forma fácil, convencendo diversos amigos a investirem em seu negócio. Até que o pilantra sumiu com todo o dinheiro, deixando-os endividados e incriminados. A história virou um caso criminal famoso e não terminou nada bem para nenhum dos personagens. Foi tão midiático que chegou a ganhar um telefilme em 1987, estrelado por um jovem ator em ascensão na época, Judd Nelson, logo após estrelar “O Clube dos Cinco” – no papel agora vivido por Ansel Elgort. O próprio Judd Nelson integra o elenco da nova versão, numa homenagem, ao lado ainda de Emma Roberts (série “Scream Queens”), Suki Waterhouse (“Orgulho e Preconceito e Zumbis”), Cary Elwes (“Jogos Mortais”), Billie Lourd (“Star Wars: Os Últimos Jedi”), Jeremy Irvine (“Cavalo de Guerra”), Bokeem Woodbine (“Homem-Aranha: De Volta ao Lar”) e Rosanna Arquette (série “Ray Donovan”). O surgimento do trailer veio acompanhado de data de estreia. Mas a decisão de ir adiante com um filme que mostra Kevin Spacey abusando de imberbes autodenominados “boys” é indigesta demais, diante das acusações de pedofilia que pesam contra o ator – que, para se defender, resolveu se assumir homossexual, ultrajando também a comunidade LGBT+. A estreia está marcada para o dia 3 de agosto.
Associação do Globo de Ouro diz que assédio sexual sofrido por Brendan Fraser foi “piada”
A Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA), responsável pela premiação do Globo de Ouro, declarou ter investigado as alegações de assédio sexual feitas pelo ator Brendan Fraser (da trilogia “A Múmia”) contra Philip Berk, ex-presidente da organização, e chegado à conclusão de que nada de grave aconteceu. Teria sido uma “piada” mal-interpretada, segundo comunicado oficial. Um dos atores mais populares dos anos 1990, Brendan Fraser contou originalmente à revista americana GQ, em fevereiro, ter entrado em depressão e ficado sem vontade de continuar a carreira por conta de um assédio sexual que sofreu em 2003, durante um almoço realizado pela HFPA. Uma jornalista do The New York Times já havia revelado na época que Philip Berk, ex-presidente da organização, havia apertado as nádegas do ator durante o evento. Mas, segundo Fraser, Berk foi além: “Sua mão esquerda se aproximou, me agarrou na poupa da minha bunda e um de seus dedos tocou no períneo. E começou a movê-lo”, relembrou o ator. Fraser diz que o gesto o deixou paralisado. “Eu me sentia mal. Eu me senti como uma pequena criança. Senti como se houvesse uma bola na garganta. Eu pensei que ia chorar”. Ele conta que deixou o local imediatamente e cogitou contar o episódio a um policial do lado de fora do local, mas se sentiu humilhado. “[Isso] me fez recolher. Isso me fez sentir recluso.” À época da divulgação da história, a associação prometeu que iria realizar uma investigação interna sobre o caso, apesar de Berk negar a alegação, classificando-a como mentirosa. A investigação chegou à conclusão diferente. O fato teria realmente acontecido. Mas, diante do escândalo, a HFPA procurou o ator para propor um comunicado conjunto que classificaria a questão como uma piada. O ator não aceitou. Mesmo assim, a HFPA emitiu seu comunicado jogando panos quentes na polêmica, sem punir seu ex-presidente. “Apesar de ter sido concluído que o Sr. Berk tocou inapropriadamente o Sr. Fraser, a evidência aponta que o toque era para ser levado como uma piada, não como um avanço sexual”, diz o texto, que ainda acrescenta que “todas as partes consideram o caso concluído”. O ator, entretanto, não se deu por satisfeito. “Eu não entendi a piada”, afirmou ele em nova declaração à GQ, dizendo que se sentiu violado com o toque. “Eu sou o único que sabe onde fui tocado”. Fraser ainda revelou que a HFPA se negou a compartilhar com ele o relatório completo com os resultados da investigação. Citando o sigilo necessário para proteger testemunhas, a associação enviou a ele apenas um resumo das conclusões. Fraser disse se sentir como se estivesse sendo novamente forçado a se calar sobre o caso. “Há um sistema com regras não-escritas. Se você obedecer a ele, você será recompensando. Se não, você não será. Mas, além disso, eu quero encerrar esse episódio da minha vida e da minha carreira e seguir em frente, na esperança de que outros conseguirão o mesmo no futuro”. O ator se pronunciou novamente na esperança de que a HFPA tome atitudes e peça a renúncia de Berk. “Queria dar a eles todas as oportunidades para mudarem isso. Acho que sou o primeiro tijolo do caminho. Talvez alguém coloque outro e o caminho continue. Não sei. Ainda não é tarde demais. Eles ainda podem fazer a coisa certa”. Novamente procurado pela revista, Philip Berk, que dizia que Fraser tinha mentido, agora afirmou não ter recebido nenhuma reprimenda da Associação pela “piada” e que continua membro dela. A HFPA não se pronunciou mais. Vale lembrar que o último Globo de Ouro foi marcado por manifestações do movimento #MeToo, com destaque para o figurino totalmente preto das atrizes que participaram da premiação, em protesto justamente contra assédios como o sofrido por Fraser.
Harvey Weinstein se declara inocente em seu julgamento por crimes sexuais
O produtor Harvey Weinstein se declarou inocente da acusação de estupro diante de um júri em Nova York nesta terça-feira (5/6). Ele está sendo julgado por duas denúncias de crimes sexuais, que o acusam ter obrigado uma jovem a praticar nele sexo oral em 2004 e de também ter estuprado outra mulher em 2013, delitos que podem condená-lo a 25 anos de prisão. Weinstein responde ao processo em liberdade depois de ter pago uma fiança de US$ 1 milhão. Embora o caso penal envolva apenas duas mulheres, mais de cem já afirmaram terem sido assediadas sexualmente por Weinstein ao largo de várias décadas. As acusações foram iniciadas por reportagens do jornal New York Times e da revista The New Yorker em outubro do ano passado, que converteu o antes todo-poderoso produtor cinema no catalisador do movimento #MeToo e num dos maiores predadores sexuais da história recente dos Estados Unidos. Mas Weinstein se diz inocente e seu advogado, Ben Brafman, já definiu sua estratégia. Sobre o processo por estupro, ele afirma que a mulher – não identificada pela promotoria – manteve uma relação consentida com Weinstein durante uma década. Ele tentará provar isso durante o julgamento, já que esta informação não foi confirmada. Já a acusação de sexo oral forçado foi feita por Lucia Evans, uma consultora de marketing que, em 2004, queria ser atriz. O relato de sua história à revista The New Yorker é similar a muitos outros testemunhos de atrizes famosas como Ashley Judd ou Gwyneth Paltrow, e principalmente jovens desconhecidas que esperavam virar estrelas. Evans relatou que Weinstein prometeu a ela um papel em seu programa de aspirantes a modelo “Project Runway”, antes de ser obrigada a fazer sexo oral com ele. O advogado também vai procurar desacreditar esta acusação, alegando que qualquer relação teria sido consentida. Ben Brafman já conseguiu inocentar um homem famoso acusado de assédio sexual e condenado pela opinião pública com a mesma estratégia: o ex-diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, que teria agredido sexualmente uma camareira em seu hotel de Nova York, em 2011. O abandono das acusações contra Strauss-Kahn aconteceu quando a credibilidade da acusadora foi comprometida. O promotor do caso de Weinstein é o mesmo que perdeu a ação contra o diretor do FMI, Cyrus Vance, que, dessa vez, tomou todas precauções para verificar provas e a reputação das autoras do processo, segundo advogados consultados pela AFP. Como aconteceu no julgamento que condenou o comediante Bill Cosby, a acusação pretende chamar para depor outras potenciais vítimas de Weinstein, apostando que o testemunho de atrizes conhecidas possa ser suficiente para convencer o júri de que o produtor tinha uma tendência sistemática de abusar de mulheres. Caso seja condenado ou faça um acordo para obter uma redução de pena, a sentença pode alimentar o ímpeto de outras mulheres, que planejam processar Weinstein na justiça civil, exigindo indenizações milionárias. Como demonstrou o caso de O.J. Simpson, um veredicto de culpa é mais fácil de ser obtido no âmbito civil do que no penal. Por isso, mesmo que escape de uma pena de prisão, Weinstein pode perder todo o seu dinheiro.
Woody Allen diz que devia ser o garoto-propaganda do movimento #MeToo
O cineasta Woody Allen deu uma longa entrevista para o programa “Periodismo Para Todos”, exibida na Argentina na noite de domingo (3/6), na qual não apenas se defendeu das acusações de pedofilia, como afirmou que deveria ser o “garoto propaganda” do movimento #MeToo, criado como reação às centenas de acusações de assédio e estupro dentro da indústria cinematográfica. “Sou um grande incentivador do movimento #MeToo”, disse Allen ao jornalista argentino Jorge Lanata. “Eu deveria ser o garoto-propaganda do movimento, porque faço filmes há 50 anos, trabalhei com centenas de atrizes e nenhuma – famosa ou aspirante – jamais sugeriu qualquer tipo de conduta imprópria de minha parte”. O diretor também afirmou ter ficado chateado ao se ver associado pelo #MeToo a Harvey Weinstein e outros acusados de assediar e estuprar dezenas de mulheres. Allen virou alvo do movimento após sua filha adotiva, Dylan Farrow, aproveitou o timing das denúncias de assédio para promover uma campanha de desmoralização, reafirmando ter sido molestada pelo pai quando tinha sete anos, em agosto de 1992. Em entrevista televisiva, ela afirmou que seu objetivo era destruir a carreira de Allen. “Acredito que qualquer situação em que alguém é acusado de forma injusta é muito triste. Me incomoda que eu seja ligado a quem foi acusado por 20, 50, 100 mulheres de abuso – e eu, que fui acusado por uma mulher em uma ação de custódia, na qual foi analisada e negada, apareço ao lado dessas pessoas”, reclamou. Questionado se tinha feito algumas das coisas alegadas pela filha adotiva, Allen foi incisivo. “Claro que não, quer dizer isso tudo é loucura. Isso é algo que vem sendo analisado há 25 anos por autoridades e todos chegaram à conclusão de que não é verdadeiro. E esse foi o final e pude seguir com a minha vida. Para que isso tenha voltado agora… é uma coisa terrível acusar uma pessoa disso. Sou um homem com uma família e meus próprios filhos. Então, claro que é triste”. A entrevista não foi disponibilizada na internet, mas a chamada para o programa pode ser vista abaixo.
Trailer revela nova temporada de The Ranch sem Danny Masterson
A Netflix divulgou o trailer da “Parte 5” da série de comédia “The Ranch”. A numeração é confusa porque, na verdade, trata-se da 3ª temporada. Mas como todas as temporadas foram dividas em duas partes, os novos episódios apresentarão o quinto arco de histórias. A prévia destaca um grande incêndio na região em que a trama se passa, e ele não poupará o cenário da série. As dificuldades para reerguer o rancho deverá ser um dos temas principais dos novos episódios. Entretanto, o que chama mais atenção é o que o vídeo não mostra. O personagem do ator Danny Masterson, irmão de Ashton Kutcher na trama, simplesmente sumiu. Ele foi demitido durante a gravação desta temporada após ser acusado de crimes sexuais (cometidos no início dos anos 2000). O ator Dax Shepard (“CHiPs”) entrou no seu lugar, mas só deve aparecer na segunda metade da temporada. Isto é, na “Parte 6”. A série retorna com novos episódios no próximo dia 15 de junho.
Brian De Palma prepara filme de terror baseado em Harvey Weinstein
O cineasta Brian De Palma, responsável por clássicos como “Carrie, a Estranha”, “Scarface” e “Os Intocáveis”, revelou à revista francesa Le Parisien estar desenvolvendo um filme de terror baseado no escândalo sexual de Harvey Weinstein. “Estou escrevendo um filme sobre este escândalo. É um projeto que eu tenho discutido com um produtor francês. Meu personagem não se chamará Harvey Weinstein, mas será um filme de terror com um agressor sexual e se passará na indústria cinematográfica”, ele revelou. De Palma recentemente terminou as filmagens de “Domino”, thriller estrelado pelo dinamarquês Nikolaj Coster-Waldau e a holandesa Carice Van Hotten (ambos da série “Game of Thrones”), que não tem previsão de estreia e, segundo o diretor, pode nem ser lançado. “Foi uma experiência horrível. O filme foi subfinanciado, estava muito atrasado, o produtor não parou de mentir para nós e não pagou alguns dos meus funcionários. Eu não sei se será lançado”, ele revelou.
Mais mulheres decidem processar Harvey Weinstein por agressão sexual
Mais mulheres deram entrada em processos contra o ex-produtor de Hollywood Harvey Weinstein, acusando-o de agressão sexual, apalpação, privação de liberdade e uma delas, de estupro. As novas denúncias, encabeçadas por três mulheres, motivam uma ação civil coletiva contra Weinstein, Miramax, Disney e integrantes da diretoria da Weinstein Company, que busca englobar centenas de vítimas. O processo apresentado num tribunal de Nova York nesta sexta (1/6) afirma que Weinstein agredia suas vítimas sob “muitas formas: exibicionismo, apalpação, carícias, abuso, violência, privação de liberdade, tentativa de estupro e/ou estupro completo”, diz o texto. Uma das autoras da ação, a atriz Melissa Thompson, diz ter sido estuprada em 2011 em um quarto de hotel por Weinstein quando foi discutir um projeto de marketing com ele. Thompson disse ter sido procurada por advogados que diziam representar as vítimas de Weinstein, e lhes entregou evidências visual e de áudio da suposta agressão. Mas depois descobriu que eles trabalhavam para Weinstein. Por isso, a ação inclui a firma Brafman & Associados na lista dos cúmplices da “empresa sexual Weinstein”. A segunda autora da ação, Caitlin Dulany, conheceu Weinstein na Miramax em 1996. O produtor se tornou seu mentor, mas ela assegura que depois ele a agrediu sexualmente, a ameaçou e trancou-a em seu apartamento. E fez o mesmo em sua suíte de hotel durante o festival de cinema de Cannes – onde a atriz italiana Asia Argento acusou Weinstein de estuprá-la em 1997. A terceira demandante, a canadense Larissa Gomes, diz que se reuniu com Weinstein em 2000 para discutir oportunidades de trabalho em filmes da Miramax, e na segunda vez que se encontrara ela a trancou em seu quarto de hotel, tentou beijá-la e tocou seus seios. “Weinstein pode ter sido algemado por sua agressão a duas mulheres, mas trabalhamos para que a justiça seja feita às centenas de mulheres que foram exploradas para sua gratificação sexual e silenciadas por sua rede de conspiradores”, disse a advogada Elizabeth Fegan, uma das responsáveis pela nova ação. Essa é a terceira ação civil coletiva contra Weinstein desde o final de 2017. Weinstein, de 66 anos, acusado de abuso, agressão sexual e estupro por mais de 100 mulheres, garante que todos as relações foram consensuais. Seu primeiro julgamento começa na próxima terça-feira (5/6), quando, segundo seu advogado, deverá se declarar inocente de estupro de uma jovem em 2013 e de forçar sexo oral em outra mulher em 2004.
Advogado de Morgan Freeman rechaça acusações de assédio e exige retratação da CNN
O advogado de Morgan Freeman quer que a rede CNN se retrate pela reportagem que denunciou o ator por assédio. Sob ameaça de processo, o advogado afirma que a acusação feita com estardalhaço foi leviana e causa prejuízo à imagem de um homem inocente. O documento legal de dez páginas foi “vazado” para a revista The Hollywood Reporter, que publicou parte de seu conteúdo, dirigido ao presidente da rede televisiva, Jeff Zucker. Nele, o advogado exige retratações e um pedido de desculpas pela reportagem. “No mínimo, a CNN precisa imediatamente emitir uma retratação e se desculpar ao sr. Freeman pelos mesmos canais, com o mesmo nível de atenção, que usou para atacá-lo injustamente em 24 de maio”, diz o documento. Em defesa de Freeman, o advogado diz ter investigado as acusações contra o cliente e concluído que as denúncias não se sustentavam. O documento ainda questiona a confiança das fontes anônimas que acusam Freeman de assédio. A jornalista Chloe Melas, que assina a reportagem com An Phung, é uma das pessoas que acusam Freeman de assédio. Ela teria sido motivada a fazer a reportagem por acreditar que o ator teria feito um comentário fora de lugar mais de um ano atrás, quando o entrevistou durante um junket do filme “Despedida em Grande Estilo” (2017). Para comprovar, veiculou um vídeo da entrevista. Entretanto, o que as imagens mostram é, no mínimo, frágil. Na época, a repórter estava grávida e Freeman teria dito que queria estar lá, supostamente dentro dela. Mas as imagens da entrevista parecem mostrar outra coisa, um comentário de Freeman sobre uma declaração de Michael Caine, sentado a seu lado, sobre um equívoco que cometeu ao elogiar uma grávida que era apenas gorda. A impressão que a reprodução da entrevista dá é que Freeman gostaria de estar lá para ver isso. Outra cena de bastidores de uma entrevista com o ator, trazida pelas duas repórteres que assinam a denúncia, também mostraram exagero na busca de imagens para corroborar um suposto escândalo. A cena apresentada registra uma troca de elogios sorridentes entre o ator e uma entrevistadora, cujo assunto de sua aparência e o fato de estar solteira foram trazidos à tona pela própria jornalista. Já as denúncias mais graves foram apresentadas sem corroboração de imagens ou identificação de denunciantes, por meio de fontes anônimas. O caso mais sério teria ocorrido com uma assistente de produção de “Despedida em Grande Estilo”, que afirmou que Freeman a tocou sem consentimento nas costas e fez comentários sobre o seu corpo e suas roupas durante toda a produção, que durou meses. “Ele ficava tentando levantar a minha camisa e perguntava se eu estava de lingerie”, contou a mulher, que não teve o nome revelado. Segundo ela, o assédio foi tão grande que o ator Alan Arkin, que também estava no elenco do filme, mandou Freeman parar. Alan Arkin não atendeu pedidos da CNN para corroborar a história. Outro caso teria ocorrido nas filmagens de “Truque de Mestre”, de 2013. A CNN ouviu uma mulher envolvida na produção do filme, que revelou ter sido assediada pelo ator em várias oportunidades, também com comentários sobre o seu corpo. Outras mulheres da equipe passaram pelo mesmo problema, segundo a fonte não identificada. Veja abaixo o vídeo da CNN e as provas apresentadas para justificar a reportagem, que já custou projetos ao astro veterano e levou o próprio Sindicato dos Atores dos Estados Unidos (SAG) a considerar rever uma homenagem feita a ele no começo do ano por sua carreira premiada. Desde que a reportagem foi ao ar, Freeman emitiu dois comunicados em que pede desculpas por seu comportamento expansivo, caso isso tenha incomodado alguém, ao mesmo tempo em que reiterou jamais ter praticado assédio sexual em seus 80 anos de vida. Seu advogado foi mais direto, ao desmontar a acusação da reportagem. O texto enviado ao presidente da CNN afirma: “Das três pessoas que a CNN identificou como sendo ‘vítimas’, a primeira, Chloe Melas, da CNN, não tem base razoável para interpretar o que o Sr. Freeman disse ou fez na entrevista de ‘Despedida em Grande Estilo’ do ano passado como sendo dirigido a ela ou se tratar de qualquer forma de assédio. O vídeo confirma que sua declaração não tinha nada a ver com ela e não a estava incomodando. E uma terceira parte independente, o Departamento de Recursos Humanos da Warner Bros., investigou sua alegação e concluiu que ela não era apoiada pelos fatos. A segunda pessoa identificada pela CNN, Tyra Martin, afirmou publicamente duas vezes desde que a CNN veiculou a reportagem que a CNN deturpou o que ela disse e que o Sr. Freeman não a incomodou. A terceira pessoa identificada pela CNN, Lori McCreary, disse à própria CNN que Freeman nunca a assediou. E quanto à impropriedade da CNN em relação à própria McCreary, uma investigação independente considerou a alegação feita pela CNN como sendo sem mérito. A Sra. Melas atraiu e estimulou supostas ‘testemunhas’ a dizer coisas ruins sobre o Sr. Freeman e tentou convencê-las a confirmar seu preconceito contra ele. Assim, nenhum espectador pode ter qualquer confiança de que qualquer uma das fontes anônimas, que compõem o balanço da reportagem da CNN, possa ser levada a sério”. Em resposta, a CNN soltou um comunicado afirmando que o canal apoiava o trabalho de suas repórteres. “As acusações infundadas feitas pelo advogado do Sr. Freeman são decepcionantes e são difíceis de conciliar com as declarações públicas do próprio Sr. Freeman durante a repercussão da história. A CNN defende informar e responderá com força a qualquer tentativa do Sr. Freeman ou seus representantes de nos intimidar para impedir a cobertura dessa importante questão pública.” Veja abaixo a reportagem original da CNN.
Acusação de assédio contra George Takei foi “erro”, diz único jornalista que investigou o caso
Seis meses após a imprensa publicar e repercutir uma acusação de assédio sexual contra George Takei, o ator veterano que interpretou o Sr. Sulu na série clássica “Jornada nas Estrelas” (Star Trek), um jornalista finalmente fez o trabalho que os responsáveis pelo texto original tiveram preguiça de realizar. Ele verificou que a denúncia não se sustenta e publicá-la foi um erro que deveria ter sido evitado. Em novembro de 2017, o ator de 81 anos, que também é conhecido como ativista gay, foi acusado de agressão sexual, decorrente de um incidente que supostamente ocorreu nos anos 1980. O relato foi impresso pela primeira vez pela revista The Hollywood Reporter. Em sua acusação, o ex-modelo Scott Brunton disse ter sido drogado e apalpado pelo ator durante um encontro em 1981. A denúncia não rendeu investigação criminal pela falta de elementos que pudessem corroborar a história, mesmo assim ela passou a assombrar a carreira de Takei. Coube a um repórter do semanário nova-iorquino Observer sepultar de vez a mentira. Shane Snow passou meses investigando as alegações. Ele entrevistou o próprio Brunton, especialistas e muitas pessoas que conhecem Takei. O resultado foi um artigo detalhado e extenso publicado no Observer que desafia o denunciante. Sua conclusão é: “Nós – público e imprensa – erramos ao publicar a história de abuso sexual de George Takei”. Para começar, o jornalista apontou as inconsistências da história de Brunton, contadas a diferentes meios de comunicação após a matéria da THR se tornar viral. “Brunton não mencionou ter sido drogado até dois dias depois da publicação da THR, e em resposta à negação pública de Takei”, escreveu Snow. “E então, em uma entrevista à CNN, ele confusamente não contou nem uma coisa nem outra.” Depois da história da THR, foram usuários do Twitter que assumiram que Brunton tinha sido drogado, deduzindo isso de sua descrição do encontro, porque afirmou que, depois de tomar dois drinques no apartamento de Takei, tentou se levantar e se sentiu tonto. Ele disse que Takei o levou a uma poltrona e então ele perdeu a consciência por algum tempo. Brunton disse que despertou após sentir o suposto tatear, e foi capaz de ficar sóbrio, dirigir para casa e ficar sem ressaca no dia seguinte. Após tuiteiros embarcarem e aumentarem sua história, Brunton acrescentou este detalhe na descrição do suposto assédio, dizendo ao jornal The Oregonian: “Eu sei que, inequivocamente, ele batizou minha bebida”. Na entrevista realizada por Snow, ele tentou justificar a mudança de detalhes: “Eu pensei que estava bêbado… Só percebi que tinha sido outra coisa anos depois, quando começaram a falar sobre drogas para estupro – e então Cosby e tudo mais.” O repórter foi tirar a limpo a afirmação com dois toxicologistas, que rechaçaram a tese da bebida batizada. “O álcool sozinho, se bebido rapidamente, poderia explicar a perda de sentidos, particularmente se houvesse um pouco de hipotensão postural”, disse o especialista em estupro Michael Scott-Ham, de uma firma de consultoria em Londres. “O fato de ele se recuperar tão rapidamente não sugere ação de uma droga.” Snow compartilhou as conclusões dos toxicologistas com Brunton, que aparentemente concordou, ao dizer sobre Takei: “Isso o torna um pouco menos sinistro”. Então, Snow mergulhou na alegação do abuso sexual, lembrando que Brunton entrou em contradição em várias entrevistas. “Ele tocou seus genitais?”, perguntou francamente. “Você sabe… provavelmente…”, Brunton respondeu depois de alguma hesitação. “Ele estava claramente a caminho de… chegar em algum lugar.” “Então … você não se lembra dele tocando seus genitais?”, insistiu o jornalista. Brunton então confessou que não se lembrava de nenhum toque. Na recordação de Brunton, ele disse que, de repente, suas calças estavam soltas e que Takei estava puxando sua cueca, mas Brunton disse que não queria fazer sexo. Ele disse que Takei respondeu: “Estou tentando deixar você confortável”. Mas Brunton empurrou-o dizendo: “Não”. E foi embora. O ex-vice-promotor distrital Ambrosio Rodriguez, que processou estupradores e molestadores na Califórnia, disse a Snow: “Não há nada para processar aqui”, depois de ouvir sobre a noite em detalhes. “As pessoas se embebedam em encontros e tiram as calças um do outro o tempo todo.” Rodriguez disse a Snow que são as ações seguintes que são críticas para as ramificações legais. “O detalhe crucial no contexto de um encontro consensual entre dois adultos que estão bebendo é o consentimento. Quando um deles fez um avanço e teve o consentimento negado, ele recuou. Simplesmente tentar usufruir de sexo num encontro entre adultos não é crime”, disse Rodriguez. O crime é forçar isso sem consentimento, o que não aconteceu. Snow então mergulhou em outros detalhes, como a cultura das boates gays de Los Angeles, onde Brunton e Takei se conheceram. Também apontou a diferença entre a acusação solitária dirigida contra Takei e a montanha de denúncias contra predadores célebres como Bill Cosby e Harvey Weinstein. Ele também compartilhou algumas declarações ofensivas de Brunton sobre Takei, a quem chamou de velho e asiático, e a forma como descreveu o encontro não como uma história traumática, mas como “uma grande história de festa”. Brunton afirmou não ter ficado chateado ou traumatizado, e só quis se apresentar depois que Takei criticou Kevin Spacey por anunciar sua homossexualidade para desviar a narrativa de uma acusação de pedofilia. Há muitos outros detalhes, mas o mais importante no texto de Snow é lembrar aos leitores que as denúncias contra Harvey Weinstein no New York Times e na revista New Yorker foram resultado de muitos meses de reportagem, apuração, corroboração e checagem de fatos. “Mas, uma vez que esta represa se rompeu, o interesse do público por notícias do gênero funcionaram como um incentivo para que a imprensa divulgasse qualquer denúncia rapidamente, sem o mesmo cuidado, e para que as mídias sociais polarizadas rapidamente as transformassem em fuzilamento”, escreveu Snow. “É fácil esquecer que toda história tem suas próprias sutilezas e nuances, e as conseqüências de publicar uma denúncia mentirosa podem ser severas.” A conclusão do jornalista: “Devemos às vítimas e ao acusado investigar todos os lados de uma história antes de liberá-la para que as massas a devorem”.











