The Royals é cancelada após atrizes denunciarem assédio sexual do criador da série
O canal pago E! Entertainment Television confirmou o cancelamento da serie “The Royals” após quatro temporadas. O anúncio era esperado, após o escândalo de bastidores que transformou a produção em notícia. O criador da série, Mark Schwahn, foi demitido em dezembro do ano passado após denúncias de assédio sexual pelas integrantes femininas do elenco. Elas se uniram em repúdio, inspiradas por uma denúncia anterior, feita pelas atrizes e roteiristas da antiga série do produtor, “One Tree Hill” (2003–2012), exibida na TV aberta brasileira como “Lances da Vida”. As atrizes e profissionais femininas de “The Royals” emitiram uma carta aberta conjunta, no mesmo molde da divulgada pelas profissionais de “One Tree Hill”, reforçando o repúdio ao produtor. “Ficou muito claro, lendo a declaração [da equipe de ‘One Tree Hill’] no início desta semana, de que a traição e a raiva que muitos de nós experimentamos durante nosso tempo em ‘The Royals’ não é exclusivamente nossa”, abre o texto. “Esta declaração é uma coleção de vozes das mulheres envolvidas em ‘The Royals’, que gostariam de finalmente responder ao comportamento de nosso showrunner. Que sentiu a inclinação de abusar de seu poder e influência em um ambiente onde ele tinha o comando sobre mulheres. Isso se manifestava no assédio sexual indesejado e repetido sobre múltiplos integrantes femininos do elenco e equipe”, diz o texto, que agradeceu enfaticamente “a todas as mulheres de ‘One Tree Hill’, cuja ética sólida nos tocou enormemente”. “Para vocês, tiramos nossas coroas”, concluiu o texto, assinado pelas “ladies” de “The Royals”, Hatty Preston, Sophie Colquhoun, Alex Watherson, Lydia Rose Bewley, April Church, Annalise Beusnel, Poppy Corby-Tuech, Florence Chow, Charlie Jones, Isabella Artitzone, Jade Armstrong, Rachel Walsh, Tania Vernava, Bonnie Vannucci, Merritt Patterson, Kate Benton, Jerry-Jane Pears, Jodie Simone, Kate Royds, Leonie Hartard, Lisa Mitton, Marie Deehan, Alice Woodward, Rachel Lennon e Kimberly Macbeth. Na ocasião, a E! informou que a 4ª temporada já estava gravada e que seria exibida conforme planejado. Mas não deu maiores informações sobre o futuro da produção. Isto chegou apenas agora. “A E! não seguirá adiante com mais uma temporada de ‘The Royals’, que foi lançada em 2015 como a primeira série original do canal”, disse a emissora em comunicado. “Ao longo de quatro temporadas, ‘The Royals’ levou os espectadores para trás dos portões do palácio em uma jornada escandalosa cheia de reviravoltas. Somos gratos ao elenco e aos nossos parceiros produtores da Lionsgate e da Universal Cable Productions.” Com o cancelamento, a E! não tem mais nenhuma série roteirizada no ar. O outro programa do canal, “The Arrangement”, tinha sido eliminado em maio. Fãs de “The Royals”, porém, não precisam iniciar campanhas para algum canal salvar a série. A Lionsgate vai tentar incluir a série em seu canal pago Pop, administrado desde 2015 em parceria com a rede CBS, e produzir uma 5ª temporada. Mas, para ser tomada, a decisão depende de negociações com a CBS e conversas orçamentárias.
Diretor do novo filme de Jessica Chastain se demite sob pressão dos fãs da atriz
O cineasta australiano Matthew Newton (“From Nowhere”) anunciou que não está mais trabalhando no filme “Eve”, a ser estrelado por Jessica Chastain (“Mama”). O diretor, que também escreveu o roteiro da produção, demitiu-se após pressão dos fãs da atriz nas redes sociais, que verberaram as várias acusações de abuso e violência doméstica que pesam contra ele. Newton se declarou culpado de ter agredido a namorada Brooke Satchwell em 2007. Na época, um psiquiatra testemunhou que o cineasta sofria de depressão e dificilmente voltaria a ser violento, o que ajudou a mantê-lo em liberdade. Desde então, porém, Newton foi acusado de assédio sexual e abuso por várias mulheres, incluindo outra namorada, Rachael Taylor. Em comunicado à imprensa, Newton reconheceu o “poder e importância” dos protestos contra ele. “Eu nunca poderei desfazer o mal que fiz para as pessoas que amei, e carrego essa vergonha comigo todos os dias”, escreveu. “Nos últimos oito anos, eu tenho trabalhado extensivamente com profissionais de saúde mental para me ajudar a superar o vício, a depressão e outros problemas”, continuou. “Nos últimos seis anos, tenho vivido uma vida quieta e sóbria. Tudo o que posso fazer agora é tentar compensar e, espero, contribuir para a mudança positiva que ocorre em nossa indústria.” Chastain foi anunciada como a estrela de “Eve”, descrito como um drama de ação, na semana passada. Ela também entrou como produtora do filme e, na ocasião, assinou um comunicado com sua parceira na Freckle Films, Kelly Carmichael, dizendo: “Matthew é maravilhosamente hábil em criar personagens complexos e relacionáveis. Somos fãs do trabalho dele e estamos muito felizes de ter uma parceria com ele em ‘Eve'”. O projeto pegou muito mal por Chastain ser uma das porta-vozes da iniciativa Time’s Up, que apoia vítimas de abuso sexual. Diversas pessoas também questionaram a conivência da atriz. O estúdio Voltage, que financiaria e distribuiria “Eve”, não se manifestou. A sinopse do filme não chegou a ser divulgada.
Promotoria de Los Angeles investiga novas denúncias contra Harvey Weinstein, Steven Seagal e Anthony Anderson
A promotoria de Los Angeles informou na quinta-feira (9/8) que está investigando novos casos de agressão sexual envolvendo três celebridades: o produtor Harvey Weinstein, o astro de filmes de ação Steven Seagal e o ator Anthony Anderson, da série “Black-ish”. O porta-voz da promotoria não deu detalhes das alegações ou quando as supostas agressões ocorreram. A denúncia ou denúncias contra Weinstein complicam ainda mais a situação do produtor, que atualmente enfrenta julgamento por estupro e abuso sexual em Nova York. Segal, por sua vez, é alvo de uma segunda denúncia. A primeira está sendo analisada pelas autoridades desde fevereiro. Embora a polícia não tenha confirmado o nome das vítimas, a ex-atriz Regina Simons e a modelo Faviola Davis informaram que tinham entrado na Justiça contra o ator. Simons alega que foi estuprada pelo astro das artes marciais em sua casa, em 1993, e Davis diz que ele agarrou suas partes íntimas em uma audição. Além delas, mais de uma dúzia de mulheres acusaram Seagal de violência sexual nos últimos meses. O ator de 66 anos negou todas alegações, dizendo que as supostas vítimas “mentiram e são pagas para mentir sem qualquer prova ou testemunha”. O caso de Anthony Anderson tem menos volume. Ele foi acusado apenas por uma mulher, a quem teria agredido sexualmente após uma festa em 2017. Um porta-voz do ator negou as acusações, que surgiram em julho, e lamentou que “qualquer um pode entrar com um processo independente se for verdade ou mentira”. Entretanto, esta não é a primeira vez que o ator é acusado de violência sexual. Ele e um assistente de direção foram acusados de estuprar uma atriz aspirante nos bastidores do filme “Ritmo de Um Sonho” (2005). O caso não chegou a ser investigado, porque as acusações foram retiradas em seguida.
Atriz acusa Geoffrey Rush de assédio sexual
O ator Geoffrey Rush (“O Discurso do Rei”) foi acusado de tocar nos seios da atriz Eryn-Jean Norvill (“Segredos de Um Crime”), durante o ensaio de uma peça na Austrália. O nome da atriz se tornou conhecido após ela se apresentar como fonte de uma reportagem do jornal The Daily Telegraph, que acusava o ator de assédio sexual. Rush processou o jornal por calúnia, e Norvill aceitou ser testemunha de defesa da publicação, assumindo que foi assediada pelo ator de 67 anos. O julgamento estava previsto para o próximo mês, mas foi adiado com a novidade, reportada pela rede ABC da Austrália. Ele deve ser remarcado para outubro. Os documentos do processo revelaram pela primeira vez detalhes do caso. As alegações de Norvill são de que em um ensaio para a peça “Rei Lear”, Rush “fez gestos de apalpar no ar, imitando apalpar o torso dela” e fez “comentários com cunho sexual”. Em seguida, o ator é acusado de “passar a mão pela lateral do seio direito da vítima”. Ela então teria pedido para que ele parasse e foi atendida. A defesa afirma que nenhuma declaração acrescentada no processo mostra Rush como um pervertido ou um predador sexual, ou que sua conduta tenha sido “escandalosamente inapropriada ou um abuso sexual”. O ator e a atriz coestrelaram “Rei Lear” entre 2015 e 2016, em Sydney. Questionada por que não tinha se pronunciado antes, Norvill afirmou que, como uma jovem atriz, tinha receio de ir contra um ator de tanto prestígio quanto Rush. Geoffrey Rush venceu o Oscar de Melhor Ator em 1997, por sua atuação em “Shine – Brilhante”, e o Emmy em 2005, por “A Vida e Morte de Peter Sellers”.
Investigado por estupro, Steven Seagal vira representante especial da Rússia para “relações humanitárias” com os EUA
Processado por abuso sexual e estupro por duas mulheres na Califórnia, o ator Steven Seagal foi escolhido pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia como seu representante especial para “relações humanitárias” entre a Rússia e os Estados Unidos. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia comparou o novo papel de Seagal ao de um embaixador da boa vontade da ONU. “É um caso de diplomacia popular cruzando com a diplomacia tradicional”, afirmou o Ministério, em comunicado. “Sempre tive um desejo muito forte de fazer tudo o que puder para ajudar a melhorar as relações entre a Rússia e os EUA”, disse Seagal, segundo a emissora de TV estatal russsa RT. “Eu trabalhei incansavelmente nesta direção por muitos anos não oficialmente e agora estou muito grato pela oportunidade de fazer a mesma coisa oficialmente.” Por mais de uma década, Seagal tem sido um visitante regular da Rússia, onde seus filmes ainda são populares. O presidente Putin é um de seus fãs e deu um passaporte russo de presente ao ator em 2016, dizendo que esperava que isso servisse para simbolizar como os laços entre Moscou e Washington estão começando a melhorar. Desde então, contudo, as relações entre EUA e Rússia só pioraram, com as agências de inteligência norte-americanas acusando o governo russo de interferir na gestão da Casa Branca de Donald Trump, uma alegação que a Rússia nega. Os dois países também estão em conflito sobre intervenções militares na Síria e na Ucrânia. Caso Sylvester Stallone tivesse aceitado o convite de Donald Trump para comandar os programas de Cultura dos EUA, os dois poderiam discutir diplomacia, enquanto explodissem os dois países em uma nova produção de Hollywood. Atualmente investigado pela polícia de Los Angeles, Steven Seagal pode ser condenado de 10 anos a prisão perpétua se o caso chegar ao tribunal da Califórnia. O processo corre em segredo de justiça, mas as denúncias são conhecidas. Nos últimos meses, Seagal foi acusado de abuso e assédio sexual por várias mulheres, algumas delas conhecidas, como Eva LaRue, que estrelou a série “CSI: Miami” por oito temporadas. Ela disse ao site Deadline que o ator a trancou em uma sala durante um teste em sua casa em 1990 e depois abriu seu quimono, ficando de pé diante dela, apenas de cueca. E Portia de Rossi, da série “Arrested Development” e casada com a apresentadora Ellen DeGeneres, relatou no Twitter que, durante outro suposto teste, Seagal desceu o zíper da sua calça de couro, o que a fez sair correndo. Outras atrizes que revelaram assédios de Seagal foram Julianna Margulies, Jenny McCarthy e Katherine Heigl.
Harvey Weinstein diz ter e-mails que comprovam sua inocência em julgamento de assédio sexual
Os advogados de Harvey Weinstein pediram permissão na Justiça para publicar cerca de 40 e-mails que supostamente provariam a inocência do produtor em um dos casos de assédio sexual que pode condená-lo à prisão. Segundo a revista Variety, os e-mails trazem conversas entre Weinstein e uma das três acusadoras que encabeçam o caso. Os advogados querem liberar o conteúdo publicamente, omitindo os trechos que poderiam revelar a identidade da destinatária. “O Sr. Weinstein acredita que esses e-mails o inocentariam, e que a falha dos promotores em apresentar essa evidência para o júri é o bastante para que o processo seja invalidado”, afirmam os advogados em declaração enviada à imprensa. O produtor pediu acesso aos e-mails enviados enquanto trabalhava na The Weinstein Company desde sua expulsão da mesa de diretores, no ano passado, mas só recebeu o conteúdo em maio, durante a tramitação do processo de falência da empresa. Weinstein responde na justiça por apenas três das mais de 80 denúncias de assédio sexual e estupro levantadas contra ele desde que foi denunciado em reportagens do jornal The New York Times e da revista The New Yorker, em outubro. Muitos dos casos já prescreveram, por não terem sido apresentados na época em que aconteceram – nos anos 1980 e 1990. Mas três casos foram considerados processáveis pela promotoria de Nova York. Atrizes famosas como Gwyneth Paltrow, Ashley Judd, Mia Sorvino, Annabella Sciorra, Asia Argento, Rose McGowan, Uma Thurman, Salma Hayek e muitas outras revelaram casos de abusos do produtor. Mas as identidades das acusadoras no processo criminal não foram reveladas. Caso seja condenado, Weinstein, que está em liberdade por pagamento de fiança de US$ 1 milhão, pode pegar de 10 anos até prisão perpétua.
Margot Robbie, Nicole Kidman e Charlize Theron vão viver escândalo sexual que abalou a Fox News no “filme do #MeToo”
As poderosas loiras Margot Robbie (“Eu, Tonya”), Nicole Kidman (“Lion”) e Charlize Theron (“Tully”) abriram espaço em suas agendas lotadas para participarem de um dos filmes que tende a se tornar um dos mais controversos de 2019 nos Estados Unidos. Trata-se de “Fair and Balanced” (Justo e Equilibrado, em tradução literal), filme sobre o escândalo de assédio sexual que derrubou Roger Ailes, ex-chefe da emissora de notícias norte-americana Fox News. A produção do estúdio indie Annapurna Pictures, que deve ganhar o apelido de “filme do #MeToo”, embora os fatos sejam anteriores ao movimento, será baseada na história das mulheres que enfrentaram a cultura tóxica de machismo do canal pago de notícias e denunciaram os abusos de Ailes para o mundo. Quando o escândalo veio à tona, em 2016, com denúncias até das famosas jornalistas Gretchen Carlson e Megyn Kelly, Ailes foi forçado a pedir demissão. E em seguida uma enchente de acusações semelhantes vieram à tona, envolvendo outros profissionais da emissora. O âncora de maior prestígio do canal, Bill O’Reilly, foi demitido logo em seguida. Kidman deve interpretar justamente Gretchen Carlson e Charlize Theron, por sua vez, viverá Megyn Kelly. Já Robbie tem o papel de uma produtora executiva do canal, personagem criada especificamente para o filme, visando resumir uma série de situações reais. Ex-assistente de campanha dos presidentes americanos Richard Nixon, Ronald Reagan e George Bush, Roger Ailes fundou a Fox News em 1996, com o objetivo de oferecer conteúdo de forte tendência conservadora para o ambiente do jornalismo televisivo do país. O executivo morreu em 2017, aos 77 anos, com a carreira e seu canal abalados pelo escândalo. O roteiro de “Fair and Balanced” é de Charles Randolph (“A Grande Aposta”) e a direção está a cargo de Jay Roach (“Trumbo – Lista Negra”). O longa ainda não tem previsão de estreia.
Ator de Gossip Girl não irá a julgamento após ser acusado de estupro por três mulheres
O ator Ed Westwick, que interpretou Chuck Bass em “Gossip Girl”, não irá a julgamento após sofrer acusações de estupro de três mulheres. O processo foi abandonado pelos promotores de Los Angeles, que anunciaram nesta sexta (27/7) não terem “evidências insuficientes” para levar o caso ao tribunal. A atriz Kristina Cohen (“Ladies Like Us”) fez a primeira acusação contra Westwick em novembro do ano passado, relatando no Facebook que o ator a havia convidado para a sua casa em Los Angeles e a estuprado em seu quarto. Ele imediatamente se pronunciou, dizendo-se inocente e que não conhecia a atriz que o acusava. Mas, depois disso, outras mulheres se manifestaram. Aurelie Lynn e Rachel Eck se juntaram a Cohen na tentativa de mover um processo contra Westwick. Segundo os promotores, duas das mulheres conseguiram obter testemunhas que estavam na mesma casa quando os incidentes teriam ocorrido. “Essas testemunhas, no entanto, não puderam dar evidências que provariam, acima de qualquer suspeita, que os incidentes haviam ocorrido como essas mulheres o descreveram em suas denúncias”, disseram em comunicado. A terceira denunciante, segundo os promotores, afastou-se do caso em meio à investigação, recusando-se a obter testemunhas. Outras supostas vítimas de Westwick também abordaram os promotores para relatarem casos de assédio, mas os crimes relatados já haviam prescrito. A advogada de Westwick, Blair Berk, disse ao site TMZ: “A evidência era clara desde o início de que todas as alegações feitas por essas três mulheres eram absolutamente falsas. É uma vergonha que tenha demorado mais de 8 meses para Ed ser oficialmente inocentado de todas essas acusações. Espero que aqueles que fizeram um julgamento tão rápido aqui, sem saber nada sobre a abundante evidência de inocência neste caso, hesitem na próxima vez antes de acusarem publicamente alguém quem não cometeu nenhum delito.” Desde que as acusações vieram à tona, o ator foi dispensado de todos projetos em que estava envolvido, inclusive a série britânica “White Gold”, que estrelava, sendo substituído na pós-produção da minissérie “Ordeal by Innocence“, adaptação da obra homônima de Agatha Christie, que precisou ser regravada, pois já estava pronta.
Chefão da rede CBS e homem mais poderoso da TV americana é acusado de assédio sexual
Chefe da rede CBS e considerado o homem mais poderoso da TV americana neste século, Leslie Moonves foi acusado de assédio sexual por seis funcionárias da emissora, e outras tantas alegam que sofreram abusos durante período de trabalho na CBS. Os incidentes foram revelados em uma reportagem da revista The New Yorker, publicada nesta sexta-feira (27/7). A reportagem é assinada por Ronan Farrow, que ganhou o prêmio Pulitzer pela investigação jornalística que trouxe à tona as denúncias contra Harvey Weinstein no ano passado. Assim como no caso de Weinstein, alguns dos incidentes são de mais de 20 anos atrás, em que Moonves teria apalpado e beijado à força funcionárias da emissora. Quatro descreveram toques inapropriados ou beijos forçados durante o que deveriam ser reuniões de negócios, afirmando que se tratava de uma situação rotineira. Duas afirmaram que Les Moonves, como é mais conhecido, as intimidou fisicamente ou ameaçou atrapalhar suas carreiras. “O que aconteceu comigo foi uma agressão sexual, e então fui demitida por não participar”, acusou a atriz e escritora Illeana Douglas. Por situações como esta, todas as mulheres disseram que temiam até hoje falar sobre o assédio, porque isso poderia levar a uma retaliação de Moonves, que é conhecido na indústria por sua habilidade de fazer ou quebrar carreiras. “Ele se safou disso por décadas”, disse a escritora Janet Jones, que alega que teve que expulsá-lo depois que ele a beijou à força em uma reunião de trabalho. Farrow afirma ter ouvido ainda 30 funcionários atuais e antigos da CBS, que relataram que esse tipo de comportamento era tolerado e incentivado no ambiente de trabalho, onde jornalistas da CBS News, denunciados por má conduta sexual, ganhavam promoções ao mesmo tempo em que a empresa pagava acordos a mulheres que os acusavam. Entrevistado para a reportagem, o próprio Moonves admitiu que “pode ter deixado algumas mulheres desconfortáveis” no passado. “Aqueles foram erros, e eu lamento imensamente”, disse ele. “Mas eu sempre entendi e respeitei … que ‘não’ significa ‘não’, e eu nunca usei mal a minha posição para prejudicar ou atrapalhar a carreira de ninguém.” Em resposta às denúncias, a CBS afirmou que irá investigar as acusações. Um comunicado emitido em nome da rede ressaltou que “todas as alegações de má conduta pessoal devem ser levadas a sério” e que após apurar os fatos “as medidas apropriadas” seriam tomadas. O chefão da CBS é casado com a apresentadora Julie Chen, que comanda a versão americana do “Big Brother” desde 2004. A emissora tem os maiores índices de audiência da TV aberta do país, e exibe sucessos longevos como “The Big Bang Theory” e “NCIS”. Sua programação também é considerada a mais convencional da TV americana, o que talvez explique sua penetração junto do grande público, mas esse sucesso tem se traduzido em fracasso na hora de negociar os programas para outras plataformas, que não demonstram o mesmo interesse em formatos antiquados. Em compensação, Moonves lançou recentemente a CBS All Access, plataforma de streaming da emissora, como títulos como “Star Trek: Discovery”, “The Good Fight” e “Strange Angel”. A denúncia vem à tona no momento em que o executivo de 68 anos se encontra em uma batalha judicial contra Shari Redstone, maior acionista da Viacom, companhia de comunicações “irmã” da CBS. Os dois brigam para decidir se as duas empresas devem se unir em uma só ou se devem se manter separadas. Moonves é contra a unificação, por considerar que a CBS pode se desvalorizar ao ser misturada com ativos deficitários como o estúdio Paramount e o canal pago MTV.
Diretor vencedor do Oscar será julgado por estupro em Nova York
O diretor Paul Haggis, vencedor de dois Oscar por seu filme “Crash – No Limite”, vai enfrentar um julgamento público em tribunal por uma acusação de estupro feita pela relações públicas Haleigh Breest. O Juiz Robert Reed, da Suprema Corte de Nova York, recusou na quinta-feira (26/7) o pedido dos advogados de Haggis para anular o processo. Breest afirma que Haggis a estuprou no apartamento dele em janeiro de 2013, após a estréia do filme “Terapia de Risco”. Ela diz que ele insistiu para que ela subisse para tomar uma bebida, e ela aceitou apesar de não querer ir. Breest afirma que os avanços sexuais indesejados começaram quase que imediatamente, e ela o descreve violentamente removendo as calças e depois forçando o sexo. Ela diz que contou a dois amigos íntimos sobre o incidente e ainda procurou médicos para verificar se não tinha pego alguma doença sexualmente transmissível. Ela diz que o incidente a deixou emocionalmente marcada, levando-a a buscar tratamento de saúde mental em junho de 2017, durante o qual seu psicólogo a diagnosticou com estresse pós-traumático. Ela afirma que as declarações públicas de Haggis em resposta ao escândalo de agressão sexual de Harvey Weinstein a ultrajaram e que isso a motivou a processá-lo, com base na lei de violência contra mulheres. A advogada de Haggis, Christine Lepera, tentou fazer o processo ser anulado ao revelar que a acusadora procurou a defesa para tentar fazer um acordo por seu silêncio no valor de US$ 9 milhões, e seu objetivo teria sido causar transtorno emocional para obter o valor. “O que aconteceu não foi uma discussão normal de um acordo financeiro, foi extorsão”, disse a advogada, de acordo com reportagem do site The Hollywood Reporter. “Quando você ameaça processar alguém a partir de uma acusação falsa, é revoltante. Todos nós sabemos que o estupro é algo revoltante, mas isso também é”. A advogada de Haggis ainda acusou Breest de levar às acusações à público, na imprensa, para que aumentar a pressão. Mas o juiz não se convenceu, dizendo que uma decisão a favor de Haggis abriria precedente para qualquer pessoa processada alegar ser vítima de “extorsão” e “transtorno emocional”. Além disso, o juiz reparou que a defesa também levou o caso à imprensa e abriu um processo contra a acusadora. “Você fez a mesma coisa, vendendo a sua história para a imprensa. Esse caso se tornou público porque vocês processaram”, afirmou. De fato, Lepera abriu um processo contra a acusadora por extorsão. Esta ação afirma que o diretor recebeu uma carta com uma ameaça em 16 de novembro, assinada por um advogado que representa a mulher, na qual incluía uma queixa pronta e ainda não protocolada. Durante uma ligação de 11 de dezembro, o advogado da Breest teria exigido um pagamento de US$ 9 milhões para o processo não ser aberto. “A ré achava que poderia capitalizar as manchetes atuais, acreditando que não teria que provar nada, bastando só ameaçar destruir sua vítima”, diz a advogada nos autos. Assim, o o caso de Haggis deve seguir para julgamento diante de um júri popular. O detalhe é que não incluirá apenas a acusação de Haleigh Breest. O juiz permitiu que a promotoria incluísse três outras mulheres, que preferem se manter anônimas, numa denúncia coletiva contra o diretor por estupro. As três mulheres se apresentaram após Haggis decidir processar a acusadora original. De acordo com a agência Associated Press, uma delas trabalhou com o diretor em um programa de televisão em 1996. Ela afirma que Haggis a forçou a fazer sexo oral com ele antes de estuprá-la. Na época, não foi à polícia porque ninguém acreditaria nela e o diretor acabaria com sua carreira. “O poder, a raiva, os recursos financeiros, você sente que não dá para enfrentar isso”, disse ela à reportagem da AP. Outra mulher alegou ter encontrado Haggis ao oferecer-lhe uma idéia de programa de TV em seu escritório. Ela afirma que Haggis disse que tinha um acordo em seu casamento que lhe permitia dormir com outras mulheres antes de tentar beijá-la. “Eu senti como se minha vida tivesse acabado”, disse a acusadora, que conseguiu escapar, mas foi seguida. A última mulher também afirmou que o diretor a beijou à força em 2015, antes de segui-la até um táxi. Cientologista que depois se voltou contra a seita, Paul Haggis foi alçado à fama com “Crash” e depois assinou roteiros de filmes de sucesso como “Menina de Ouro” (2004), “007 – Cassino Royale” (2006) e “007 – Quantum of solace” (2008). As acusações trazem à tona uma ironia histórica. “Crash” é considerado o mais fraco vencedor do Oscar deste século. O favorito era “O Segredo de Brokeback Montain”. Mas este filme, que rendeu o Oscar de Melhor Direção para Ang Lee, enfrentou grande preconceito da velha guarda de Hollywood. O já falecido ator Tony Curtis deu uma entrevista famosa falando que não tinha visto e não tinha intenção de vê-lo para votar no Oscar. E que outros membros da Academia também pensavam assim. O fato de ser um romance gay incomodou. Assim, o filme do homem agora acusado de ser estuprador acabou vencendo o Oscar, com apoio dos defensores da moral e dos bons costumes. Uma data para o julgamento deve ser definida em breve. Haggis será o segundo homem poderoso de Hollywood a enfrentar julgamento por consequência das denúncias de abuso sexual na indústria de cinema e TV que vieram à tona no final do ano passado. Antes dele, deverá ser julgado o caso do produtor que precipitou o movimento acusatório, Harvey Weinstein.
Venda da produtora The Weinstein Company é finalizada e empresa vai mudar de nome
A venda da produtora The Weinstein Company foi finalizada nesta segunda-feira (16/7). A empresa de investimentos Lantern Capital, sediada no Texas, assumiu o estúdio falido dos irmãos Bob e Harvey Weintein por US$ 289 milhões, o equivalente R$ 1,1 bilhão. A negociação já tinha sido previamente aprovada pelo governo americano, e Andy Mitchell e Milos Brajovic, proprietários da Lantern, agora são oficialmente os substitutos de Bob e Harvey Weinstein no comando da companhia. A TWC, como era conhecida, foi à falência após as denúncias de assédio sexual e estupro contra Harvey Weinstein, reveladas por reportagens do jornal The New York Times e da revista The New Yorker em outubro do ano passado. No momento, o ex-magnata de Hollywood aguarda julgamento criminal em liberdade. A Lantern Capital vai mudar o nome enlameado da produtora para Lantern Entertainment e inicialmente cuidar da biblioteca de 277 filmes da empresa e dos processos que o escândalo de Weinstein deve desencadear. Após essa transição tumultuada, a nova Lantern Entertainment deverá contratar uma nova diretoria para passar a desenvolver novos projetos no cinema e na TV, além de retomar produções interrompidas da TWC.
Harvey Weinstein admite que trocava sexo por papéis de cinema, mas advogado insiste que não foi bem isso
Poucas semanas após o início de seu processo criminal por assédio sexual, estupro e conduta inapropriada, o produtor Harvey Weinstein deu uma entrevista polêmica para a revista britânica “The Spectator”, em que admite que abusou de seu poder e que oferecia papéis em filmes em troca de sexo, mas garantiu não ser um estuprador. “Você nasceu rico e privilegiado e você era bonito”, disse Weinstein, ao entrevistador, o colunista Taki Theodoracopulos. “Eu nasci pobre, feio, judeu e tive de lutar minha vida inteira para chegar a algum lugar. Você tinha muitas garotas, nenhuma garota olhava para mim até eu virar grande em Hollywood.” “Sim, eu ofereci a elas papéis em filmes em troca de sexo, mas era assim que era e ainda é com todo mundo”, afirmou o produtor. “Mas eu nunca me forcei para cima de uma única mulher.” Apesar das falas tentarem diminuir o peso das acusações contra Weinstein, ao sugerir uma troca consensual de sexo por favor profissional, a entrevista não teve a repercussão desejada e foi rapidamente contestada pelo advogado do produtor, que emitiu um comunicado para a imprensa. No comunicado, Ben Brafman negou que o seu cliente tenha admitido a prática conhecida como “teste do sofá”, afirmando que a frase foi citada de forma equivocada. “Eu estava presente na conversa; não foi uma entrevista, foi um encontro social entre dois amigos. Harvey e Taki não discutiram o caso, e eu não permitiria que o fizessem. Falamos da velha Hollywood e o contraste com a cultura europeia. O sr. Weinstein nunca disse nada sobre trocar papéis por sexo.” De forma curiosa, o próprio Taki Theodoracopulos emitiu um comunicado, admitindo o erro. “Depois de 41 anos sem uma só retratação na ‘Spectator’, eu acredito que representei mal a conversa que tive com Harvey Weinstein. Foi um erro. Espero não ter prejudicado seu caso”. O pedido de desculpas do jornalista, entretanto, fornece um detalhe sórdido sobre o encontro, afirmando que se reuniu com Weinstein porque ele prometeu informações exclusivas e desfavoráveis sobre a atriz Asia Argento, a primeira a denunciar o produtor por estupro, e que virou alvo de uma campanha de cyberbullying nas redes sociais após o suicídio de seu namorado, o chef-celebridade Anthony Bourdain, há pouco mais de um mês. Ao saber dessa motivação, Argento desabafou no Twitter: “Eu entendo agora quem está por trás do horrível bullying dirigido contra mim e Rose McGowan. Weinstein, seu maldito monstro estuprador, ainda tentando nos prejudicar e atingir. Não por muito tempo. Você vai para a cadeia”.











