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  • Etc,  Filme

    Vanity Fair defende reportagem que acusa Angelina Julie de abuso infantil

    4 de agosto de 2017 /

    A revista Vanity Fair não irá se retratar e nem retirar da internet o trecho da entrevista de capa com a atriz e diretora Angelina Jolie, em que ela revelou um “jogo perturbador” no processo de seleção para a protagonista de seu novo filme, “They Killed My Father”, realizado com crianças sem experiência de atuação no Cambodja. Depois da publicação, ela foi criticada por abusar psicologicamente das crianças, o que manchou sua imagem de ativista humanitária. Em comunicado, a artista acusou a entrevistadora de reportar “erroneamente” os testes de elenco. Já seu advogado pediu à publicação que suprimisse os trechos que estariam equivocados e emitisse um pedido de desculpas, além de incluir um novo texto explicando que nada de errado aconteceu durante a produção. A Vanity Fair afirmou ter revisado as anotações da jornalista Evgenia Peretz e ouvido as fitas da entrevista, e garante que a reportagem é condizente com a apuração dos fatos. A publicação anunciou que vai manter o material na íntegra. Mais que isso, ainda divulgou um novo trecho da entrevista, no qual Angelina diz textualmente que as crianças ouviram da equipe de casting que “eles gostariam de brincar de um jogo” com elas. “E o jogo era ‘Nós vamos colocar dinheiro na mesa’. Pense em algo que você precisa (comprar) com esse dinheiro’. Às vezes era dinheiro, às vezes era um cookie. ‘E então pegue’. Aí eles pegavam de volta”, diz a atriz na gravação. A reportagem explica que, segundo as palavras de Angelina, os diretores de elenco do longa colocavam dinheiro na mesa e pediam para as crianças guardarem, pensando em algo que necessitavam. Depois, a equipe fingia pegá-las e as incentivavam a inventar uma mentira para se safar. Em seu comunicado, Angelina ressalta que foi mal interpretada. “Eu estou triste que um pretenso exercício de improvisação, a partir de uma cena que vai estar no filme, tenha sido vista como um enredo real. O centro deste filme é chamar a atenção para os horrores que as crianças encaram na guerra e ajudar na luta pela proteção delas. A sugestão de que dinheiro foi retirado de uma criança durante os testes de elenco é falsa e triste. Eu ficaria ultrajada se fosse isso”, escreveu Angelina. De acordo com a “Vanity Fair”, Angelina procurou crianças nos orfanatos, circos e escolas de favelas. Srey Moch, a garota escolhida para viver a protagonista, teria sido a única a olhar por “muito, muito tempo” para o dinheiro, segundo a atriz. Ao ver que teria que devolver o dinheiro, a cambojana caiu em lágrimas e contou que seu padrinho morrera sem que a família tivesse recursos para um funeral decente. A atriz garantiu que todas as medidas foram tomadas para garantir a segurança, o conforto e o bem-estar das crianças do filme desde os testes. Selecionado para o Festival de Toronto, “Fist They Killed My Father” aborda a loucura genocida do Khmer Vermelho, partido comunista que, ao assumir o poder, massacrou milhões de habitantes no Cambodja nos anos 1970. A trama é baseada no livro de memórias homônimo da ativista de direitos humanos Loung Ung, que relata sua infância cercada pela violência, após testemunhar a morte de toda sua família. O filme será lançado em 15 de setembro pela Netflix, que disponibilizou o primeiro trailer nesta semana. Veja aqui.

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  • Filme

    First They Killed My Father: Novo filme de Angelina Jolie ganha primeiro trailer legendado

    2 de agosto de 2017 /

    A Netflix divulgou o pôster, fotos e o primeiro trailer legendado de “First They Killed My Father”, o novo filme dirigido por Angelina Jolie. Assim como “Na Terra de Amor e Ódio” (2011) e “Invencível” (2014), trata-se de uma história de sobrevivência em tempos de guerra. O filme aborda a loucura genocida do Khmer Vermelho, partido comunista que, ao assumir o poder, massacrou milhões de habitantes no Cambodja nos anos 1970. A trama é baseada no livro de memórias homônimo da ativista de direitos humanos Loung Ung, que relata sua infância cercada pela violência, após testemunhar a morte de toda sua família. A própria autora escreveu o roteiro ao lado de Angelina, que também trouxe para a produção o cineasta Rithy Pahn, diretor do premiadíssimo documentário “A Imagem que Falta” (2013), sobre o mesmo assunto. Com elenco composto por crianças selecionadas em orfanatos, circos e escolas de favelas do Cambodja, o filme gerou polêmica após uma reportagem da revista Vanity Fair acusar o responsável pelo casting de recorrer a tortura psicológica e abuso infantil para realizar sua seleção. Angelina Jolie refutou a acusação. “First They Killed My Father” teve première mundial na cidade de Siem Reap, no Cambodja, no dia 18 de fevereiro, e chegará ao público ocidental no Festival de Toronto, que acontece entre 7 e 17 de setembro. De forma abrupta, a estreia na Netflix não vai sequer esperar o final do evento canadense, marcada para 15 de setembro.

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  • Etc,  Filme

    Angelina Jolie se manifesta após reportagem sugerir abuso infantil em seu novo filme

    30 de julho de 2017 /

    A atriz e cineasta Angeline Jolie decidiu se manifestar após a repercussão negativa de sua entrevista para a revista Vanity Fair, que sugere abuso infantil na seleção do elenco de seu novo filme como diretora, “First They Killed My Father”, inspirado na infância da ativista pelos direitos humanos Loung Ung durante os horrores do Khmer Vermelho. De acordo com a reportagem, Angelina procurou crianças em orfanatos, circos e escolas de favelas do Cambodja. E para escolher a protagonista que interpretaria a jovem Loung Ung, os diretores de elenco criaram uma espécie de jogo cruel por seu realismo: eles colocavam dinheiro numa mesa e diziam para a criança candidata ao papel para pensar em algo de que precisava e depois pegá-lo. Aí o responsável pela seleção fingiria pegá-las, como se elas estivessem roubando, e elas teriam que inventar uma mentira para se safar. Angelina nega esta interpretação da história. Ela divulgou um comunicado, publicado pelo Huffington Post, em que afirma que o teste era simulação de uma cena do filme, como qualquer teste de elenco, e que havia médicos, assistentes sociais e parentes das crianças presentes durante todo o processo de escolha. “Estou chateada porque um exercício de improvisação, de uma cena que de fato existe no filme, foi descrita como se fosse uma situação real”, declarou. Ela também negou que dinheiro real tenha sido usado na simulação e afirmou ter ficado chateada com o que considera falsas alegações. “Seria um ultraje para mim se isso tivesse acontecido”, acrescentou. Na entrevista gravada pela Vanity Fair, porém, ela diz textualmente: “Srey Moch (a garota escolhida) foi a única que ficou olhando para o dinheiro por muito, muito tempo. Quando ela foi obrigada a devolver o dinheiro, ficou muito emocionada. Todas essas coisas voltando”. Neste momento da entrevista, a atriz cai em lágrimas para concluir: “Quando perguntaram para que era o dinheiro, ela disse que seu padrinho morrera e eles não tinham dinheiro para um funeral decente”. “First They Killed My Father: A Daughter of Cambodia Remembers” foi selecionado para o Festival de Toronto.

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  • Filme

    Angelina Jolie causa revolta nas redes sociais ao revelar como selecionou atriz mirim de seu novo filme

    29 de julho de 2017 /

    Angeline Jolie escolheu a revista Vanity Fair para voltar a expor sua intimidade ao público. Mas além de tocar em amenidades e focar em sua imagem como mãe dedicada, o retorno à mídia também visava divulgar seu novo filme como diretora, “First They Killed My Father”, inspirado na infância da ativista pelos direitos humanos Loung Ung durante os horrores do Khmer Vermelho. O filme foi selecionado para o Festival de Toronto. Entretanto, essa parte da reportagem não correu tão bem quanto sua tentativa de se mostrar uma dona de casa, que cozinha para os filhos e limpa o cocô do cachorro, ou como a mulher forte que enfrenta o câncer. O trecho em que ela explica como selecionou a atriz mirim que estrela seu novo longa causou revolta nas redes sociais. De acordo com a reportagem, Angelina procurou crianças em orfanatos, circos e escolas de favelas do Cambodja. E para escolher a protagonista que interpretaria a jovem Loung Ung, os diretores de elenco criaram uma espécie de jogo cruel por seu realismo: eles colocavam dinheiro numa mesa e diziam para a criança candidata ao papel para pensar em algo de que precisava e depois pegá-lo. Aí o responsável pela seleção fingiria pegá-las, como se elas estivessem roubando, e elas teriam que inventar uma mentira para se safar. “Srey Moch (a garota escolhida) foi a única que ficou olhando para o dinheiro por muito, muito tempo”, disse Jolie. “Quando ela foi obrigada a devolver o dinheiro, ficou muito emocionada. Todas essas coisas voltando”. Neste momento da entrevista, a atriz cai em lágrimas para concluir: “Quando perguntaram para que era o dinheiro, ela disse que seu padrinho morrera e eles não tinham dinheiro para um funeral decente”. A revelação movimentou as redes sociais, com muita gente reagindo ao “processo de seleção” e condenando a atriz por utilizá-lo. A história manchou a imagem de ativista humanitária encarnada por Angelina, especialmente com seu trabalho como embaixadora da boa vontade para a agência de refugiados da Organização das Nações Unidas.

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  • Etc

    Em primeira grande entrevista pós-divórcio, Angelina Jolie revela que dará tempo no cinema

    26 de julho de 2017 /

    Angelina Jolie encerrou seu afastamento da mídia norte-americana pós-divórcio com uma entrevista de capa para a edição de setembro da revista Vanity Fair. Além de posar para fotografias inspiradas em filmes antigos, a atriz falou sobre a separação do ator Brad Pitt, que ocorreu em setembro, e apesar de divulgar seu novo longa como diretora, “First They Killed My Father: A Daughter of Cambodia Remembers”, selecionado para o Festival de Toronto, afirmou que pretende se distanciar do cinema para priorizar os filhos. “As coisas ficaram feias”, ela disse, sobre o final do relacionamento com Pitt. “Eu não queria usar esta palavra… As coisas ficaram difíceis.” Foi assim, evitando comentários negativos, que a atriz e cineasta explicou que ela e o ex-marido superaram a fase mais tumultuada da separação e agora trabalham juntos na criação dos seus seis filhos. “Temos consideração um pelo outro e cuidamos da nossa família. Nós dois nos empenhamos para alcançar as mesmas metas.” Jolie disse não ter interesse em trabalhar em outro filme por um tempo, afirmando que agora sua prioridade é ser uma boa dona de casa e mãe para seus filhos. “Eu só quero fazer um bom café da manhã e manter a casa limpa. Essa é a minha paixão. A pedido de meus filhos, estou fazendo aulas de culinária”, contou. “Venho tentando há nove meses ser uma boa dona de casa, recolher o cocô do cachorro, lavar os pratos e ler histórias para dormir. E estou indo bem nas três”, afirmou à revista. Também declarou que está disposta a proteger os sentimentos dos filhos. “Não quero que meus filhos fiquem preocupados comigo. Acho importante chorar no chuveiro e não na frente deles.” Angelina revelou ainda ter sido diagnosticada com Paralisia de Bell, uma condição que enfraquece os músculos, provocando deformação em um lado do rosto. Segundo a atriz, que não deu muitos detalhes sobre o assunto, ela já está curada, graças à acupuntura. “Eu na verdade me sinto mais mulher, porque sinto que estou sendo esperta sobre minhas escolhas, e estou colocando minha família em primeiro lugar. Estou no comando de minha vida e minha saúde. Acho que isto é o que torna uma mulher completa”, disse Jolie. Veja abaixo as fotos que acompanham a entrevista:

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  • Filme

    Harrison Ford diz que continuação de Blade Runner é “emocionalmente profunda”

    9 de maio de 2017 /

    O novo trailer de “Blade Runner 2049”, que já está na internet, foi apresentado originalmente num evento para a imprensa, nos EUA, realizado na segunda-feira (8/5) com a presença dos atores Ryan Gosling e Harrison Ford. Durante a entrevista coletiva, Ford disse que o novo filme será “emocionalmente profundo” e destacou a primeira cena “complexa” que compartilhou com Gosling durante as filmagens. “Era uma cena sobre todo o ocorrido desde a última vez que vimos meu personagem e a primeira vez que ele é visto neste filme, e as referências que unem estes dois personagens (o de Ford e o de Gosling), que são inesperadamente profundas, emocionalmente profundas e realmente ricas”, comentou. O ator explicou que o novo longa-metragem “reconhece e trata algumas das questões éticas que a tecnologia apresenta hoje em dia” e que a trama explorará tanto os benefícios como as consequências desses avanços. Após retomar outros personagens clássicos de sua carreira como Indiana Jones e Han Solo, Ford também explicou porque decidiu retornar a Rick Deckard, o protagonista do “Blade Runner” original, lançado em 1982. “O personagem se encaixa na história de uma maneira que me intrigou. Há um contexto emocional muito forte e a relação entre meu personagem, Deckard, e o resto me pareceu fascinante. É interessante desenvolver um personagem assim depois de tanto tempo. Foi uma experiência muito gratificante”, comentou. Já Ryan Gosling, que interpreta no filme o novo Blade Runner, oficial K, afirmou que nunca fez parte de um projeto tão ambicioso. “Eu me vi completamente submerso neste universo com o qual cresci. Para mim, a chave foi não demonstrar na câmera o que sentia, porque se supõe que meu personagem está acostumado a essa realidade, embora eu nunca tenha visto cenários assim. Nunca trabalhei em algo nesta escala”, disse o ator canadense. Além dos atores citados, o elenco ainda inclui Robin Wright (série “House of Cards”), Dave Bautista (“Guardiões da Galáxia”), Mackenzie Davis (série “Halt and Catch Fire”), Lennie James (série “The Walking Dead”), o somali Barkhad Abdi (“Capitão Phillips”) a holandesa Sylvia Hoeks (“O Melhor Lance”), a suíça Carla Juri (“Zonas Úmidas”) e Edward James Olmos, que retoma o papel de Gaff, visto no primeiro filme. Escrita por Hampton Fancher (do primeiro “Blade Runner”) e Michael Green (“Logan”), a continuação vai refletir a passagem do tempo, situando sua ação décadas após a primeira adaptação do conto de Philip K. Dick. A direção é de Denis Villeneuve (“A Chegada”) e a produção de Ridley Scott, o diretor do longa original. A estreia acontece em 5 de outubro no Brasil, um dia antes do lançamento nos EUA.

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  • Etc

    Hugh Jackman brinda com caipirinha, veste camisa da seleção e conhece seu dublador brasileiro

    21 de fevereiro de 2017 /

    Hugh Jackman aproveitou bem sua temporada paulista. Depois de tomar seu primeiro pingado, o intérprete de Wolverine vestiu literalmente a camisa do país, brindou com caipirinha, sobrevoou a cidade de helicóptero (batucando em ritmo de carnaval) e aprendeu mais palavras em português, especialmente depois de se encontrar com seu dublador oficial no Brasil, Isaac Bardavid, no programa “The Noite”. Demonstrando sua extrema simpatia, registrou cada momento em seu Instagram, utilizando apenas português nos textos. O ator australiano também participou de uma entrevista coletiva no domingo (19/2), para divulgar o lançamento de “Logan”, seu último filme no papel de Wolverine. Dirigido por James Mangold, “Logan” estreia no Brasil no dia 2 de março. Obrigado São Paulo, obrigado Brasil, feliz carnaval! Saúde! #wponx @20thcenturyfox Uma publicação compartilhada por Hugh Jackman (@thehughjackman) em Fev 20, 2017 às 11:22 PST Não seja aquilo que te fizeram @wponx @20thcenturyfox Uma publicação compartilhada por Hugh Jackman (@thehughjackman) em Fev 20, 2017 às 10:01 PST Feliz Carnaval! @wponx BRASIL! @20thcenturyfox Uma publicação compartilhada por Hugh Jackman (@thehughjackman) em Fev 20, 2017 às 7:45 PST Vai Basil! #Logan @20thcenturyfox Uma publicação compartilhada por Hugh Jackman (@thehughjackman) em Fev 19, 2017 às 8:15 PST

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  • Filme

    Entrevista: Hugh Jackman diz ter sentido paz ao se despedir de Wolverine em Logan

    19 de fevereiro de 2017 /

    O ator Hugh Jackman participou de uma entrevista coletiva em São Paulo, neste domingo (19/2), para divulgar o lançamento do seu último filme como Wolverine, “Logan”. Dirigido por James Mangold, o terceiro filme solo do super-herói mutante estreia no Brasil no dia 2 de março. E, segundo o ator, “é a história definitiva do Wolverine”. “Não queria que fosse um filme de quadrinhos. Queria que fosse o filme definitivo sobre este homem. Que, ao olhar para trás, eu tivesse orgulho”, ele explicou, reforçando que será a última vez em que viverá o personagem. E que, sim, sentiu muito orgulho do filme, quando o viu projetado pela primeira vez numa tela de cinema. Apesar de “Logan” marcar sua despedida do papel – que viveu em nove filmes, inclusive nos seis longas dos “X-Men” já lançados – , ele garante que jamais deixará de se sentir Wolverine. “Eu amo o Wolverine. Não vou sentir saudade, pois ele sempre estará dentro de mim. Sei que não vou deixar essa família ‘X-Men’ nunca, pois todos os dias encontro fãs que me acenam com os dedos imitando as garras de Wolverine. E isso será pra sempre.” Mas dar um adeus de forma consciente foi complicado. “Foi muito emotivo fazer esse filme. Cheguei a chorar no set”, ele confessou. “Foi difícil me despedir da equipe depois de tantos anos. E se eu não conseguir um emprego logo, talvez eu fique preocupado”, brincou. Foram 17 anos na pele do baixinho invocado. Não há dúvidas de que o personagem marcou a carreira do ator australiano, que era praticamente desconhecido quando surgiu no primeiro “X-Men”, em 2000, aos 32 anos de idade. “Eu nunca tinha ouvido falar de ‘X-Men’ quando me chamaram para o teste. Quando li que garras saiam das mãos dele, pensei: ‘Isso é ridículo’”, ele contou. Mas não demorou a se identificar com a humanidade de Logan, que sempre foi muito mais que garras afiadas. “Wolverine é um personagem diferente. Pra mim, ele é mais definido por sua humanidade do que pelos seus poderes. Com esse filme, ‘Logan’, conseguimos nos aprofundar nessa humanidade. O maior inimigo de Logan é a intimidade. Ter intimidade com amigos, familiares, isso revela quem você realmente é, mostra até o que você não aceita em si. Agora ele se rende e deixa uma família entrar”. Jackman diz que esta era a história que sempre quis contar, desde que sentiu o potencial real de Wolverine. “Sempre senti que existia uma história mais profunda em relação a esse personagem. Tenho muito orgulho dos filmes do passado, mas sentia que tinha algo a mais. Não queria representar só o durão Wolverine, mas o difícil Logan. Espero que os fãs digam: finalmente, este é o filme do Wolverine que eu queria ver.” A busca por uma narrativa mais dramática é equilibrada, na tela, por uma violência jamais vista nos filmes de mutantes da Fox. Segundo Jackman, a violência de “Logan”, que foi classificado como não indicado para menores de idade nos EUA, foi intencional. “É violento de propósito. Não dá para entender Logan sem entender que este é um homem que foi criado para ser uma arma a vida toda”, diz. “Não é um filme em que um prédio cai sobre as pessoas e dizem que elas morreram. Quando pessoas morrem, elas morrem.” “É um filme adulto”, ele acrescenta. “Tem crianças no elenco, mas não é feito pra crianças. Foi uma decisão ousada que tomamos. Agora, existe um entendimento sobre as consequências da violência. Se você é violento, isso fica em você. Não importa se você é violento lutando por algo que acredita. Você carrega aquele peso. Logan sente esse peso. O filme é uma reflexão sobre a morte, sobre envelhecer, sobre se conectar, sobre família.” No filme, Jackman divide a tela com Patrick Stewart, que interpreta uma versão ainda mais envelhecida de Charles Xavier, e Dafne Keen, que encarna uma jovem mutante chamada de Laura nas sinopses oficiais, mas que o ator, na entrevista, chama logo pelo nome que os fãs reconhecem dos quadrinhos e das séries animadas. “A idéia de usar a X-23 e a demência de Xavier foi de Jim [o diretor James Mangold], e acho que foi ótimo. Pegar esse personagem, que é a pessoa com o maior medo de intimidade, e cercá-lo com uma família foi uma grande escolha narrativa”, ele observa. “Nesse filme, Logan finalmente sente algo pela primeira vez: paz. E eu fico até meio emocional pensando nisso, porque eu me senti em paz também ao assistir pela primeira vez, como um ator que vive este homem há 17 anos”, concluiu.

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  • Filme

    Logan tem a première mais aplaudida e a entrevista mais concorrida do festival de Berlim

    17 de fevereiro de 2017 /

    A première de “Logan” foi uma das sessões mais aplaudidas do Festival de Berlim 2017. E a que gerou mais comoção, com lágrimas escorrendo dos rostos de críticos internacionais, a ponto de aplausos se confundirem com soluços. Muitos ficaram esperando pela cena pós-crédito em busca de um alívio. Mas ela não veio. A entrevista coletiva, com a participação do diretor James Mangold, do astro Hugh Jackman, do veterano Patrick Stewart e da jovem Dafne Keen, também foi a mais concorrida do festival alemão, com dezenas de jornalistas e um número ainda maior de fotógrafos tentando encontrar lugares que não existiam para registrar a opinião dos artistas. Além do tom dramático, a questão da violência excessiva da trama foi tratada com atenção, assim como a impressionante liberdade conferida pela 20th Century Fox para que fizessem uma produção de super-heróis com pegada autoral… e com aquele final. Jackman afirmou que o projeto foi concebido, desde seu primeiro esboço, para ser completamente diferente dos demais filmes dos X-Men. “Sabíamos que esta seria minha última vez no papel, então não queríamos que o filme fosse limitado por um gênero, classificação indicativa ou conexões com longas anteriores. Decidimos também que não seria um filme divertido. Queríamos apenas que fosse um bom filme. Mas o resultado ultrapassou as minhas expectativas”, explicou. “Não posso dizer que vou sentir saudade dele, porque Logan sempre vai viver aqui comigo. E os fãs vão me lembrar dele também”, disse, rindo. “É parte de quem sou. Mas não vou sentir falta da dieta de frango”, brincou, referindo-se à alimentação com base em proteínas para entrar em forma para o papel. “São 17 anos no personagem”, ele continuou, “mas se alguém me perguntasse o que deveria ver da franquia para poder entendê-lo, eu diria que deveria ir diretamente para ‘Logan’, pois foi só com este filme que eu cheguei ao coração de Wolverine. E é muito bom chegar a esta produção sem que ela carregue o estigma de ‘filme de gênero’ ou de ser mais um filme de super-herói. Esta história sobre a formação de uma família é uma carta de amor aos fãs de Wolverine”, completou. Mangold citou “Os Imperdoáveis”, de Clint Eastwood, e outros westerns como principal referência, em vez das habituais histórias em quadrinhos, que, por sua vez, aparecem na trama como metalinguagem. Os trailers já tinham mostrado Logan criticando os gibis que contavam as “aventuras dele”. “Pensamos muito em ‘Os Imperdoáveis’ na concepção do roteiro, com menção específica à figura do pistoleiro vivido por Richard Harris, que tem sua história narrada por um escritor”, explicou Mangold, à respeito da ideia de incluir os quadrinhos na própria história. “Conversei com Hugh e com nossos parceiros sobre o fato de que os feitos dos X-Men, naquele mundo de ficção, seriam tão populares que alguém escreveria sobre eles como heróis folclóricos. Por isso, seria normal que eles virassem personagens de quadrinhos”, contou. O diretor assegurou que não houve interferências do estúdio, apesar do temor dos executivos, confirmado pela presidente da 20th Century Fox Stacey Snider numa convenção desta semana. “Fiz o filme como quis. O estúdio podia ficar assustado por estarmos fazendo algo fora do normal, mas eles nos apoiaram. Deixaram-nos experimentar e para isso é preciso ter coragem. Agradeço-lhes profundamente”. Na trama, que se passa no futuro, Logan aparece envelhecido e perdendo os poderes, mas é convencido pelo Professor Xavier (Patrick Stewart) a realizar uma última missão: levar uma menina mutante (Dafne Keen) para um local seguro, enquanto é perseguido por mercenários. Mas a menina acaba se revelando tão feroz quanto o velho Wolverine, inclusive demonstrando os mesmos poderes – fãs dos quadrinhos e das animações dos X-Men sabem porquê. Indagado se não deveria evitar retratar uma criança assassina num filme, o diretor se defendeu. “Essas crianças são atores. Criamos um ambiente de muito amor. Fazer um filme é muito diferente de ver. Dafne cresceu neste meio e sabe a diferença entre ficção e realidade”, disse. “Agora, este filme não foi feito para crianças, não apenas por causa da violência, mas dos temas, como a natureza da vida e da morte.” Apesar da resposta, o diretor voltou a ser questionado sobre o excesso de violência na trama, que, apesar das restrições etárias, será vista por jovens quando chegar à TV. “Há programas na TV mais violentos e explícitos que os jovens veem. O trabalho de saber o que o seu filho vê não é meu, é seu. O meu é apenas o de fazer filmes. Quando mostramos violência, temos de saber mostrar as consequências. Que a vida acaba, o que hoje é muito ignorado no cinema. Muitas vezes nos filmes morrem centenas de pessoas, mas, como há menos sangue, a violência não é discutida. E é isso que o meu filme faz”, o cineasta respondeu, sob muitos aplausos. “As grandes histórias jogam luz sobre quem somos”, disse Jackman, que lembrou que, além de lidar com as consequências da violência, “‘Logan’ também é um filme sobre família, sobre cuidar dos mais velhos e dos mais jovens”. “O filme mostra um mundo em transformação, em que discutimos se é melhor se separar ou se conectar. Se é mais seguro viver sozinho e isolado de todos ou se, mesmo mais perigosa, a conexão com outros é melhor solução. Espero que o filme tenha essa ressonância”, concluiu. Logan estreia no Brasil em duas semanas, no dia 2 de março.

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    Entrevista mal-humorada de Jerry Lewis vira maior viral do fim do ano

    22 de dezembro de 2016 /

    Uma entrevista em vídeo do lendário ator Jerry Lewis ao site The Hollywood Reporter se tornou o maior viral do fim do ano, graças ao mau-humor do comediante. Durante cerca de sete minutos, que o próprio site classificou como embaraçosos, um contrariado Lewis respondeu ao entrevistador quase exclusivamente com monossílabos: “sim”, “não”, “não mesmo”. O material faz parte de uma série sobre personalidades na faixa dos 90 anos que seguem em atividade. E não é difícil perceber o motivo da má vontade do astro. Afinal, a primeira pergunta de Andy Lewis, editor do Hollywood Reporter, é “Você já pensou em se aposentar?”. Se fosse um desenho animado, os olhinhos de Jerry Lewis teriam revirado em suas órbitas de forma mais óbvia. Mas a insatisfação é fuzilante. “Por quê?”, ele respondeu. Sem pensar, o jornalista tenta novamente: “Não houve nenhum momento em que pensou em se aposentar?” E Lewis apenas repete: “Por quê?”. A entrevista segue com respostas lacônicas até o fim. Afinal, as perguntas também mantém o mesmo padrão. “Qual a diferença entre se apresentar hoje e há 20 anos?” (“Não é diferente”), “Como você mantém o seu material renovado?” (“Trabalhando nele”), “Os seus fãs são diferentes do que eram antes?” (“Não. Ainda são os mesmos”). O único momento em que Jerry Lewis esboça algum tipo de alento é quando responde sobre qual foi a parte favorita de sua carreira. “Quando meu parceiro estava vivo”, disse, em referência a Dean Martin, que morreu em 1995, aos 78 anos. Em compensação, quando o entrevistador ri de uma resposta espirituosa de Lewis, o ator o imita em tom de escárnio. O Hollywood Reporter assumiu o tom ao apresentar o material como a “mais constrangedora entrevista de 2016”. E os sete minutos se transformaram num tormento ainda maior, quando o vídeo repercutiu na imprensa mundial, incluindo a TV americana. Muitos amaram, incluindo o radialista Howard Stern, o produtor Danny Zuker (série “Modern Family”) e o astro Dwayne Johnson. Mas também houve uma avalanche de comentários ridicularizando o repórter hollywoodiano. Diante da repercussão, o próprio site produziu um outro vídeo, disponibilizado no Facebook, abordando os comentários recebidos. Veja abaixo o horror, o horror – são dois vídeos.

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    Entrevista: Diretor e roteirista contam como aconteceu O Roubo da Taça

    10 de setembro de 2016 /

    Recém-chegada do Festival de Gramado, onde “O Roubo da Taça” venceu quatro troféus Kikito (Melhor Ator para Paulo Tiefenthaler, Roteiro, Direção de Arte e Fotografia), a equipe do filme falou com a imprensa nesta semana em São Paulo. E, em clima de bate-papo descontraído, com Mr. Catra (que faz uma participação especial no longa) arrancando risadas dos jornalistas, os co-roteiristas Caíto Ortiz, que também é diretor do filme, e Lusa Silvestre explicaram como surgiu a ideia de filmar o roubo do orgulho de uma nação. Baseado no caso real do roubo da taça Jules Rimet, conquistada pela seleção de futebol tricampeã do mundo em 1970, que aconteceu em 1983 no Rio de Janeiro, a divertida comédia entrou em cartaz neste fim de semana nos cinemas do país. Confira abaixo um resumo com os principais depoimentos da entrevista coletiva. Sobre a concepção do roteiro Lusa Silvestre: um dia, o Caíto foi à minha casa para ver “Estômago” antes mesmo de o filme estar pronto. A partir desse encontro, começamos a falar sobre o roubo da taça Jules Rimet e o Caíto veio com uma matéria online. Existiam duas fontes de pesquisa sobre o caso: o da época, que era muito sobre o caso policial, e o de 20 anos depois, sendo matérias um pouco mais sóbrias, avaliando tudo o que aconteceu. O filme se baseia em ambas, contendo o que foi descoberto no calor daquele momento e o nosso ponto de vista de hoje. Caíto Ortiz: todas as pessoas envolvidas no crime estão mortas, houve meio que uma maldição pairando sobre o caso. Foi um processo interessante, pois ficamos durante todos esses anos escrevendo. A gente tentava por uma saída. Não dava certo e voltávamos para o início. Durante tudo isso, percebemos que era essencial a presença de uma figura feminina importante, um pilar. Lusa Silvestre: quando começamos a fazer o roteiro, estávamos muito apegados à realidade. A sequência de fatos é muito maluca. Para você ter uma ideia, todos os envolvidos foram presos, a polícia pegou o dinheiro deles e os soltaram! Somente anos depois eles realmente foram capturados e mantidos na prisão por outros policiais. Consideramos que tudo isso era demais para o roteiro. Foi assim que pensamos na Dolores, que foi a personagem que nos ajudou a levar a história para frente. Sobre o convite para interpretar Dolores Taís Araújo: entrei no projeto há três anos. Começamos a fazer as leituras. Achei o roteiro sensacional e eu faço tão pouco cinema… Ficávamos no processo de marcar para iniciar as filmagens, mas o roteiro ainda estava mudando, recebendo novos tratamentos para aprimorar. Quando recebi um novo roteiro, disse: “Hum, a personagem piorou!”. Foi também uma época que queria muito ter um filho, mas aguardava para fazer o filme. Mas aí vieram novos tratamentos e eu engravidei. Nisso, o roteiro mudou por mais uma última vez. Liguei para o Caíto Ortiz e disse que estava grávida, mas que queria muito fazer esse filme. Disse para ele esperar pelo amor de Deus. Eles me esperaram e começamos a gravar quando a minha filha estava entre três e quatro meses. Toda a caracterização da minha personagem foi inspirada na Adele Fátima. Sobre fazer comédia e o estado do gênero Caíto Ortiz: penso que essa coisa de gênero é uma discussão menor. “Ah, comédia é isso. Drama é aquilo.” Isso é uma bobagem. O que acho uma pena, e que também é algo que vejo os brasileiros fazendo nos últimos anos, é deixar de pensar um pouco mais a cinematografia ao fazer uma comédia. Dá para ser muito mais inteligente, melhor. Não é por ser uma comédia que deve ser mal feita. É um gênero muito difícil de fazer. É preciso ter timing. Lusa Silvestre: a comédia é um gênero muito nobre. Aristóteles escreveu livros sobre o teatro grego de sua época. Em um, ele tratou sobre a tragédia e, em outro, sobre a comédia. Se você ver o símbolo do teatro, é a carinha feliz e a carinha triste. A comédia é tão nobre quanto o sci-fi, o drama, o horror. Quando uma pessoa critica um filme por ser uma comédia, penso que ela precisa rever os seus conceitos, pois elas estão criticando Aristóteles.

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    Entrevista | Anna Muylaert: “Não sou obrigada a fazer sempre a mesma coisa”

    21 de fevereiro de 2016 /

    A pressão era grande: depois de vencer o prêmio do público com “Que Horas Ela Volta”, em 2015, Anna Muylaert voltou ao Festival de Berlim para apresentar “Mãe Só Há Uma”. A expectativa gerada em torno de um filme que sai apenas um ano depois era enorme e ajudou que ela se sentisse nervosíssima antes da sessão. Mas não era necessário: mais uma vez, foram aplausos entusiasmados e conversas no final – embora nem todas para elogiar, como ela própria conta… “Mãe Só Há Uma” acabou recebendo um prêmio secundário, mas a diretora diz que este ano não veio atrás de “medalha”. Ela tampouco acredita que o filme seja um sucesso de público, pois não tem atores famosos nem apoio da Globo. Descrita pela cineasta como uma “provocação”, “Mãe Só Há Uma” conta a história de um bebê roubado da maternidade e, que aos 17 anos, enquanto questiona a própria sexualidade, é obrigado a mudar-se para a casa da sua família biológica. De resto, nesta conversa exclusiva com a Pipoca Moderna, Muylaert fala do filme, do cinema brasileiro e das suas esperanças para as bilheterias de “Mãe Só Há Uma”, cujo lançamento está prevista para o segundo semestre. A convivência com o Festival de Berlim está se estreitando… Numa das sessões você parecia uma estrela de rock… (risos) É verdade, loucura… Os seus filmes têm um estilo próprio, um pouco indie e ao mesmo tempo acessível. Por que a Berlinale gosta dos seus filmes? Acho que os filmes ficam sempre no meio, entre o arthouse e o popular. Mas “Que Horas Ela Volta?” é um filme mais popular, todo o mundo gosta. Foi um filme marcante aqui no ano passado, ganhou o prêmio do publico. Este ano, quando cheguei, o pessoal ainda lembrava. Mas o novo é mais fechado, mais provocativo e tem aspetos experimentais. Mas acho que também é acessível. E sente uma pressão maior em função do que aconteceu no ano passado? Sim, claro. Acho que este ano estou aqui por causa do ano passado, eles queriam ver a reação a este novo filme. Eu fiquei um tempo pensando exatamente nisto, que este ano não devo ganhar nada. Depois pensei que o que eu tenho que fazer é poesia, não é um concurso, não tenho de receber medalha. E Berlim é legal porque é o centro da Europa, é dos melhores festivais para se vir, há gente de todo o lado. Em Sundance, por exemplo, só se encontram americanos. Está sendo muito bom, acho que o melhor festival para o filme era esse. O ano passado eu não tinha expectativa porque ninguém me conhecia, mas tinha muita certeza de que o filme agradaria, com uma atriz carismática, um filme solar, todo mundo feliz. Ganhou prêmio de público. E esse ano eu não vim com um filme solar é mais lunar e sem atores famosos. Foi deliberado? Sim, pois é de baixo orçamento, custou U$ 400 mil, muito pequeno. Então eu pensei ‘vou experimentar fazer com mais câmera na mão, sem atores famosos, uma narrativa diferente’. É um filme mais arriscado e eu tinha medo de decepcionar, tipo ‘vamos ver o filme da mesma diretora’ e eu estava morrendo de medo. Aquele dia na primeira sessão eu estava muito nervosa e houve pessoas que disseram que não gostaram. Sério? Sério, houve pessoas que me disseram ‘pô, você me decepcionou, o outro era um filme tão feliz’ etc. Bom, mas eu não sou obrigada a fazer sempre a mesma coisa. Mas, em compensação, tem muita gente que prefere a provocação desse. Mas está tudo bem, são duas coisas autênticas, que eu fiz com o mesmo amor. Por que decidiu contar essa história? Ela tem uma base verídica, certo…? Sim, é uma história muito conhecida no Brasil, quase clássica – mas sempre do ponto de vista da mãe. Tinha uma novela onde a Renata Sorrah fazia a mãe que roubava, e um filme do Caetano Gotardo, “O que se Move”, onde a mãe que era a vítima. Eu sempre me interessei pela história do filho. O personagem dele é desesperador, porque se você troca tudo… quem você é? Há oito anos atrás eu comecei com o processo do filme. Parece que foi rápido, mas não foi, apenas saiu perto do outro. Para ilustrar a questão da identidade você também foi buscar a questão sexual… Sim, no início não tinha isso, mas depois eu comecei a pensar que era para falar da identidade, esse recurso dava para falar de dois tipos de mãe – a da infância, oceânica, e a da adolescência, mais restritiva. Depois do outro filme eu comecei a andar com muitos jovens e com homossexuais e na noite de São Paulo vi muitas coisas que não tinha na época em que eu saia – como homens vestido de mulher andando com mulheres. Para mim, homem que usava vestido era gay – e não é bem assim. Eu fiquei fascinada com isso e resolvi pôr no filme, vai ser uma das metáforas sobre redenção, até porque quando um adolescente chega junto dos pais e diz “eu sou isso”, é sempre um choque, porque nunca somos aquilo que eles queriam… Aquela cena com o Mateus Nachtergaele é bem forte, quando ele diz “o que mais nós temos que fazer para te agradar?” Sim, exatamente. Você espera 17 anos e te aparece um menino que usa vestido…? É uma metáfora muito forte desse conflito de adolescente pra se individualizar. Tem de se ter muita força para crescer dentro da própria família. Quase todo o adolescente nunca corresponde àquilo que o pai espera. Você tem quem que quebrar. O filme é sobre esse momento. Quando estreia no Brasil? Já tem data? Sai no segundo semestre porque eu estou muito cansada, preciso descansar. Há três anos que eu não paro. Daqui a pouco os teus filhos é que perguntam “que horas ela volta”… Exato! Ainda bem que eles estão crescidos. Acha que o cinema tem de ter um compromisso público? No Brasil parece haver um cinema muito experimental de um lado e uma produção bastante comercial de outro… Como dizia Glauber Rocha, ‘os caminhos são todos os caminhos’, tem de ter de tudo. Mas eu acho que não só no Brasil, mas também em toda a América Latina, há uma situação demasiado bipolar. Os filmes do meio, como os meus, têm uma dose de tentativa de inteligência, mas também de comunicação com o público. Os argentinos estão com um cinema tão bem sucedido neste momento porque eles entendem isso. Acha que a presença em Berlim ajuda na carreira dos filmes? Em termos de impacto no mercado interno… muito pouco. Depois tem que se ver a vocação do filme, se for de arte é para os circuitos de festivais apenas. Os meus filmes procuram o público. Mas acho que o “Curumim” (de Marcos Prado, outro filme brasileiro em Berlim), em função do tema que tem, pode ter boa saída. Também tem a ver com ter uma boa distribuição, com o número de salas…Em quantas salas saiu “Que Horas Ela Volta” no Brasil? “Que Horas Ela Volta” saiu em 90 salas e na França em 160, mas lá não foi tão bem. Teve mais sucesso no Brasil – 500 mil espectadores. E teria tido mais se na Itália não tivessem lançado o DVD. Foi logo na segunda semana e aí caiu na pirataria – com boa qualidade. Chegou a ter dez capas diferentes! Mas no Brasil foi um fenômeno. Mas esse não vai ser, não tem famosos, não tem a Globo. Estou à espera entre 50 e 100 mil espectadores.

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